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sábado, novembro 30, 2013

O "Pinheiro"

Sou um defensor, não fundamentalista,da tradição.
E das tradições.
Por isso aceito perfeitamente que hoje as Festas Nicolinas, e muito especialmente o Pinheiro, não sejam o que eram no meu tempo de estudante liceal nem tenham o simbolismo e a tradição de que nesse tempo se revestiam.
Nesse tempo as Nicolinas eram as festas dos estudantes do Liceu Nacional de Guimarães, apenas e só, não sendo nelas permitida a participação de outros estabelecimentos de ensino.
Os números do programa, sensivelmente os mesmos de hoje, eram vedados ás alunas com excepto das "Maçazinhas" em que elas eram o centro das atenções como ainda hoje continuam a ser.
Uma rapariga a tocar bombo ou caixa era uma heresia quase tão grande como ver no cortejo do "Pinheiro" alguém que não fosse ex aluno do Liceu dado que esse número lhes era exclusivamente dedicado.
No meu tempo de aluno fui um entusiasta das Nicolinas.
Toquei bombo vários anos,participei nas "Maçazinhas, assisti ao "Pregão", fui ás "Danças", estive nos "Bailes".
Apenas na "Roubalheira", talvez por se ter tornado um número nacional(!), é que não tive oportunidade de participar dado ter estado suspensa do programa durante bastantes anos.
Depois de deixar o Liceu, e passando á categoria de ex estudante do mesmo, claro que passei a participar entusiasticamente no "Pinheiro".
Quer nas jantaradas de amigos que o antecedem quer no cortejo tocando bombo com o entusiasmo de sempre.
E assim foi durante alguns anos.
Trazendo na memória muitos cortejo do "Pinheiro" que vira passar ao longo dos anos, antes de ter direito a nele participar, e o grande espectáculo que era ver os "Velhos" a tocarem caixa e bombo com o seu toque próprio (o chamado toque dos Velhos) e uma afinação e um ritmo que provavam que a quem sabe nunca esquece.
Depois fui-me desiludindo com o cortejo.
E deixei de nele participar, há mais de vinte anos, embora durante alguns anos o grupo de amigos tivesse continuado com a jantarada de rojões que o antecedia.
Passamos a espectadores e deixamos de ser participantes.
Desiludidos com aquilo em que o cortejo do "Pinheiro" se vinha transformando.
Compreendendo que a evolução do tempo tivesse aberto as Nicolinas a todos os estabelecimentos do ensino secundário bem como a uma participação muito mais ampla das raparigas nos diversos números do programa.
Mas nunca aceitando, agarrados à tradição"talvez, que num número com tanto simbolismo se tivesse enveredado pela "bandalheira" que o caracteriza nos ultimos anos e que o desvirtua por completo.
Misturando ex alunos com actuais alunos, permitindo crianças (não é exagero) a tocar caixa e bombo, deixando tocar quem não faz a minima ideia do que são os toques nicolinos , transformando um cortejo com um simbolismo próprio numa passerelle de exibição de vaidades, toilettes e comportamentos de quem não faz a minima ideia daquilo em que está a participar.
Tornando em muitos casos(cada vez mais e cada vez mais jovens...)a embriaguez num número não oficial do programa.
Nos ultimos vinte anos terei assistido a três ou quatro cortejos do "Pinheiro".
Mais por acaso do que por outra razão qualquer.
Agarrado á tradição e a uma memória gratificante prefiro lembrar-me das Nicolinas e do "Pinheiro" tal como os conheci e não na forma como hoje existem.
Opções.
Depois Falamos

4 comentários:

  1. Não digo nada sobre as Nicolinas, mas eu estou em festa!
    Fiiiiiuuuuu!* Pum
    Fiiiiiuuuuu! Pum
    Fiiiiiuuuuu! Pum, pum, pum.

    Não penso ser conviniente passar perto do «bairro dos arredores»...

    *assobio de foguete.

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  2. Cara il:
    Festa verde presumo...

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  3. Negra!
    Vivam os morcegos!

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  4. Cara il:
    Claro...a "sua" Académica

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