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quarta-feira, outubro 02, 2013

Autárquicas (6) PSD

Há doze anos atrás, era então secretário geral adjunto , vivi na sede nacional do partido uma das noites eleitorais autárquicas mais felizes da história do PSD.
A mais feliz seguramente.
As boas noticias não paravam de chegar.
Pedro Santana Lopes ganhava Lisboa.
Rui Rio ganhava o Porto.
António Capucho ganhava Cascais.
Fernando Seara ganhava Sintra.
Armindo Costa ganhava Famalicão.
Manuel Frexes ganhava o Fundão.
José Vitorino ganhava Faro.
Mata Cáceres ganhava Portalegre.
Carlos Encarnação ganhava Coimbra.
Júlia Paula ganhava Caminha.
Álvaro Amaro ganhava Gouveia.
Entre muitas,muitas,muitas outras vitórias em câmaras conquistadas ao PS.
A isso somava-se a renovação da confiança dos eleitores em câmaras já lideradas pelo PSD.
Vila Nova de Gaia, Barcelos,Arcos de Valdevez,Oeiras,Vila Verde,Maia,Gondomar,Silves,Vila Real,Paços de Ferreira,Funchal,Covilhã, Viseu, Leiria entre muitas outras.
No domingo passado foi precisamente o contrário.
Lisboa já fora oferecida ao PS no consulado Marques Mendes/Teixeira da Cruz com uma aselhice (um termo que MM gosta de aplica a outros)a toda a prova.
Por razões diversas já se tinham ido Oeiras,Barcelos,Leiria,Gondomar.
Mas agora foi o descalabro completo.
Sintra, Gaia, Porto,Coimbra,Portalegre,Caminha,Silves,Vila Real,Paços de Ferreira, Valongo, Tomar, Covilhã, Montemor-o- Velho, Loulé, Funchal, Porto Santo e muitas outras.
Ontem esperava-se,com pouca esperança mas esperava-se,que no conselho nacional alguém explicasse (e assumisse a responsabilidade) de algumas coisas.
Por exemplo:
Os ridículos resultados do PSD em Sintra e Gaia.
As razões porque foi preterido Marco Almeida em Sintra.
O que (e quem) levou à desastrosa escolha de Carlos Abreu Amorim para Gaia.
A razão do não apoio à presidente Adelaide Teixeira em Portalegre que levou a que se candidatasse como independente e...ganhasse à mesma num processo idêntico ao de Matosinhos
Entre muitos outros "mistérios" deste processo autárquico.
E naturalmente esperava-se que quem tem responsabilidades no descalabro as assumisse.
E o que aconteceu?
O líder do partido falou durante hora e meia (coitados dos conselheiros...) com um discurso virado para generalidades e sem tocar a fundo no que era realmente importante.
Que eram as razões da derrota.
De resto o que passou cá para fora foi desoladoramente pobre.
Ouviu-se falar em "tricas", em "golpes palacianos", em "caça ás bruxas".
Diabolizaram-se as candidaturas independentes como bode expiatório de incompetências várias.
Presidentes de distritais que já se deviam ter demitido(Lisboa e Porto) face aos resultados miseráveis nos seus distritos ainda tiveram a lata de virem exigir processos disciplinares a terceiros.
E, claro, anteciparam-se as directas e o congresso não fosse alguém ter a veleidade de querer construir uma alternativa a este desgraçado estado a que o partido chegou.
Nem quero imaginar os discursos após a próxima derrota anunciada que será a das eleições europeias...
Depois Falamos

P.S: Quando falo das distritais faço-o com a enorme satisfação de ser militante numa que não perdeu nenhuma câmara e ainda ganhou duas ao PS.
E quanto a autárquicas...tenho dito!

6 comentários:

  1. excelente análise amigo Cirilo. Como sempre puseste o dedo na ferida e não foste nada eigo com os responsáveis por esta monumental derrota.
    Infelizmente o nosso partido está acomodado, entregue a politicos de terceira categoria e o inconformismo das bases não tem quem o represente nos orgãos nacionais.
    Temo o pior para o futuro do PSD.
    Carlos Abreu

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  2. Caro Dr. Cirilo, tem que haver consequências e não basta expulsar quem foi contra o partido (que concordo,mas é pouco). Analise interna tem que ser feita, todos temos culpa, foi mau de mais a nivel nacional. PSD perdeu autarquias e autarcas de grande valor, como Pedro Pinto em Paços de Ferreira, e aqui a culpa não foi só local. Cumprimentos.IL

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  3. Mais uma derrota devia ser sempre assim para um País de Corruptos e Ladrões.

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  4. A entrega de Lisboa não foi aselhice, foi pensado, onde nós sabemos, e realizado pelos boys/girls do sistema.

    Quanto à derrota:
    -alguns casos podem ser por vingança em relação ao governo -poucos;

    -muitos foram erros de casting.
    Em 2013, mas muitos de 2009 e até de 2005. Muitos dos que perderam, estrondosamente em 2009, autarquias (candidatos da distrital...), foram candidatos outra vez; muitos que tinham perdido de 12 a 15% de votos foram candidatos. Resultado...

    Quanto á demissão do Porto, deixo para o Porto. Quanto a Lisboa depois deste desastre em que os vadios #$%"&//(%$, que foram pagos para arranjar cadastrados(!) que votassem nas eleições internas, MOSTRARAM À SACIEDADE QUE NÃO SABEM GANHAR ELEIÇÕES PÚBLICAS.

    Vamos ver quem sobrevive, mas temo que os 'controladores' consigam segurar alguns e reactivar o sistema depois dos militantes tornarem a construir um partido decente. Vamos ver quantos tachos o Costa dá em Lisboa...e a quem, boy de quem...

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  5. Caro Carlos:
    Somos dois a temer o futuro do partido. De facto ou muda muito, e depressa, ou vai cair para uma dimensão eleitoral impensável.
    Caro IL:
    A derrota em Paços de Ferreira foi uma péssima surpresa e uma injustiça para um excelente autarca como o Pedro Pinto. Lá está pagam os justos pelos pecadores.
    Caro Anónimo:
    Não se esqueça dos anónimos que a insultar ás escondidas são tão bons como os que pretendem insultar

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  6. Cara il:
    Para o PSD a questão é simples:ou muda de protagonistas ou vai entrar num declinio irreversivel.
    E isto aplica-se à CPN e a grande parte das distritais.
    Falta saber se também a Passos Coelho

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