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quinta-feira, setembro 19, 2013

Setembro Quente


Publiquei este artigo na edição desta semana do jornal "Povo de Guimarães"

Quis o destino que ficassem guardados para este final de Setembro um conjunto de acontecimentos de relevante importância para a vida de Guimarães e do Vitória com inequívocos reflexos nos tempos vindouros.
Comecemos pelo Vitória.
Que depois de tempos conturbados e de grandes angustias quanto à sua sobrevivência, e não estou a dramatizar, conseguiu fazer uma época desportivamente relevante consagrada com triunfos nas taças de Portugal de futebol e basquetebol (em ambos os casos derrotando o Benfica na final o que teve um gostinho muito especial face ao estatuto que os encarnados tem de clube de todos os regimes...) e participando nas fases finais em voleibol e pólo aquático.
Foi uma época inesquecivel.
Marcada por rupturas com o passado, nomeadamente no modelo de gestão adoptado para o futebol deixando aquilo que era tradicional e enveredando pela constituição de uma SAD, mas também na filosofia desportiva do mesmo com uma opção clara por treinadores e jogadores portugueses para as suas equipas profissionais.
O Vitória era um clube tradicionalmente conhecido por formar excelentes jogadores nas suas camadas jovens( de há muitos anos que tem uma das melhores escolas do país) e os desperdiçar quase por completo no escalão sénior dispersando-os em viagens sem regresso por clubes vizinhos enquanto recorria massivamente ao mercado sul americano( e não só) para a formação da sua equipa sénior.
Com isso se rompeu.
Fruto das dificuldades económicas, é verdade, mas também por uma filosofia que foi profusamente explicada durante a campanha eleitoral para os orgãos sociais do clube e depois posta em prática com os belissimos resuiltados que se conhecem e que nem a descida de divisão da equipa B ensombra.
E assim foram lançados na ribalta um comjunto de jogadores portugueses, jovens e talentos que permitiram encaixes financeiros ao clube e demonstraram o acerto da opção por essa politica de aposta na formação.
E assim se ganhou a taça de Portugal, uma aspiração antiquíssima de gerações e gerações de vitorianos que sonhavam com um titulo nacional para o clube, e se regressou ás competições europeias com entrada directa na fase de grupos da Liga Europa e consequente garantia de pelo menos seis jogos europeus com os consequentes proveitos financeiros imediatos e o aproveitamento dessa "montra" para exibir os jogadores talentosos e transferiveis do nosso plantel.
O não ter medo de arriscar na mudança ,por parte da direcção do clube (agora administração da SAD), e o apoio sem reservas dos adeptos revelou-se um sucesso do qual se espera que o Vitória venha largamente a usufruir nos próximos anos.
O outro acontecimento relevante deste mês de Setembro, com profunda implicação no futuro dos vimaranenses, são as eleições autárquicas do póximo dia 29.
Em que de um lado está em cima da mesa um projecto de continuidade por parte do PS, querendo dar sequência a 24 anos de poder absoluto oriundo de seis maiorias absolutas, e do outro uma coligação de três partidos que souberam superar as suas diferenças e dar as mãos num projecto comum de alternativa ao poder reinante.
Perante isto duas hipóteses (com o devido respeito ás outras candidaturas existentes) se põe aos vimaranenses.
Ou optam pelo mais fácil, pelo mais cómodo, pelo que aparentemente tem menores riscos e dão ao PS a oportunidade de continuar no poder com todos os defeitos e qualidades que estes 24 anos já demonstraram a todos ou então dão á coligação "Juntos por Guimarães" uma oportunidade de fazer diferente, renovando ideias, mudando de protagonistas e trilhando novos caminhos.
Parece ser a aposta mais arriscada.
Porque é trocar o certinho por um novo desafio.
E isso reflecte-se exemplarmente, mas não de forma exemplar bem entendido, na comissão de honra do PS onde está representado o situacionismo de uma certa parte da sociedade vimaranense.
Mas há coisas que não podem ser olvidadas.
Por um lado a eleição deve ser feita em função de programas e protagonistas para o futuro e não por mera gratidão(quando a ele houver lugar)por aquilo que foi feito no passado.
Porque quem o fez foi mandatado para isso em eleições anteriores e porque não consta que os protagonistas do que foi feito tenham alguma vez deixado de receber regularmente o salário a que tinham direito!
Por outro lado, e por mais que os outdoors do PS tentem fazer crer o contrário, o dr António Magalhães acabou o seu ciclo politico e não é ele o candidato a presidente de câmara mas sim o dr Domingos Bragança o que não é bem a mesma coisa!
O que está fundamentalmente em causa, a 29 de Setembro, é saber se os vimaranenses terão no concelho a coragem que os vitorianos tiveram no clube e ousam mudar de protagonistas, de caminho e de projecto.
E se no Vitória correu muito bem no concelho pode igualmente correr.
Basta os vimaranenses quererem.
Porque alternativa credível e preparada existe.

P.S: Escusam os moralistas de serviço de virem apontar "oportunismos" na mistura entre politica e futebol.
Eu sou dos que usa o cachecol do Vitória em todos os jogos durante todo o ano!

10 comentários:

  1. Muito bom. Inteiramente de acordo.
    Miguel Ramos

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  2. De acordo quanto ao oportunismo na mistura entre o Vitória e política. Deixe-se disso, o seu candidato precisa mas o Vitória não. Não misture por favor

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  3. Caro Anónimo:
    Constato que não percebei o que está escrito.
    Tente ler outra vez

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  4. no caso da política a minha análise é simples:
    Se o PSD/CDS ganhassem, seria sem maioria absoluta na vereação.
    O PS ganhará claramente com maioria absoluta.
    Isso para mim é um bem, maior que a cor política que esteja na câmara

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  5. é tempo de mudar. até porque o Vitória deu-se bem ao romper com o passado e Guimarães também pode dar. agora a equipa HB do Magalhães é que não dá garantias nenhumas

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  6. Caro Anonimo:
    A democracia a e a arte de bem governar não se fazem só com maiorias absolutas.
    Caro Alberto:
    Concordo.
    É tempo de mudar

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  7. Amadeu Portilha9:20 da manhã

    Luís Cirilo, o povo que decida. E chega de clamar pelo vitorianismo em tempo de eleições autárquicas. Bem sabemos no que resultou no passado. Já agora, pergunto-lhe se não tem nenhum comentário a fazer à presença de tanta gente ilustre da sua Coligação no jogo com o Rijeka, no camarote presidencial? Para quem tanto criticou um Vice-presidente da Câmara por ter ido representar a autarquia numa final de Voleibol, era interessante saber o que pensa desta inusitada presença num jogo, para mais sabendo que alguns deles são tudo menos adeptos do Vitória.

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  8. Amadeu Portilha9:21 da manhã

    Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

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  9. Caro Amadeu:
    Eu sei que a ti o tema vitorianismo não incomoda. A mim também não. Incomodará outros que só se lembram do Vitória quando lhe dá jeito em termos eleitorais.
    Quanto ás presenças no camarote presidencial apenas te posso dizer o seguinte: O candidato André Coelho Lima estava na bancada nascente (como está sempre) a assistir ao jogo.Com ele estavam outros candidatos como o César Teixeira ou o Rui Armindo que também lá estão sempre. Se havia pessoas no camarote presidencial pertencentes á coligação "juntos por Guimarães" e que só aparecem nestas ocasiões considero isso de um oportunismo condenável e que censuro sem reservas.

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