O PSD comemora hoje 39 anos e não é, seguramente, um dos seus aniversários mais felizes!
É verdade que está no governo (e essa é a vocação de um partido de poder) mas em circunstâncias dificílimas com um país mergulhado numa profunda crise e uma taxa de aprovação baixissima em relação à forma como tem governado em parceria com o CDS.
Não será exagero dizer-se que face ás dificuldades do país, ás exigências da troica e aos erros cometidos o PSD lidera hoje um governo do qual a maior parte do país discorda profundamente.
Com um parceiro de coligação em que não confia (pode?) por aí além, que não perde oportunidade de se demarcar nas matérias mais sensíveis e de fazer passar a ideia que algumas medidas são tomadas contra a sua vontade é difícil convencer os portugueses da solidez da coligação e por inerência do governo.
Um aparte para dizer o seguinte: alguém imaginava o ministro dos negócios estrangeiros Diogo Freitas do Amaral a fazer uma conferência de imprensa sobre uma comunicação ao país do primeiro-ministro Francisco Sá Carneiro?
Eu não!
Adiante...
O PSD está triste.
Há um "curto circuito" emocional entre os militantes e a direcção nacional do partido, que inexoravelmente atingirá as estruturas distritais e concelhias de forma global, motivado pela falta de atenção que tem sido dada ao PSD pelos governantes que o olham como uma maçada que obriga a cumprir "rituais" e deixam entregues a si próprios os dirigentes a quem cabe a gestão diária do partido.
Um grupo parlamentar em que embora se reconheça o esforço e a qualidade de alguns o partido tem dificuldade em se rever dada a falta de empatia entre muitos dos deputados e as estruturas partidárias que eles nunca frequentaram nem conhecem.
A que acresce a incompreensão perante o facto de haver excesso de protagonismo nalguns sem "história" (os tais que o partido não conhece) e outros a quem conhecendo a "história" não se percebe o protagonismo.
No plano autárquico a tristeza não é menor.
Porque conseguiram o notável "feito" de nos quatro maiores municípios (para não falar noutros)o partido ter armado quatro "borradas" no melhor jeito de cada cavadela cada minhoca.
Em Lisboa e no Porto onde apostou em candidatos ganhadores (para sermos rigorosos apostou em Lisboa e foi a reboque no Porto) esqueceu-se da elementar precaução de ter a certeza se podiam ser candidatos face ás leis em vigor.
Sem planos B para um e outro o PSD corre os risco de a pouquissmos meses das eleições não ter candidatos ás duas mais emblemáticas câmaras do país!
Em Sintra e em Gaia, onde bastava não complicar para renovar as maiorias, o PSD vê-se na triste eminência de não ganhar as duas câmaras e ter de esperar por vitórias das candidaturas independentes de Marco Almeida e José Guilherme Aguiar para não as perder!
Complicado?
Quem quiser ...percebe!
Como se já não bastasse tudo isto o partido ainda vê o líder, ao arrepio do que é a nossa História e tradição ganhadora no Poder Local, ser o primeiro a admitir uma derrota nas próximas autárquicas.
É um aniversário triste.
Mas melhores dias virão.
E quanto mais depressa melhor.
Depois Falamos.
P.S. Não admirará ninguém se "amanhã" se vier a constatar que ex-lideres como Marcelo Rebelo de Sousa, Pedro Santana Lopes ou Luís Marques Mendes tem mais convites para apresentação de candidaturas autárquicas que o actual líder Passos Coelho.
É o estado da "nação" laranja...
Deste Portas, já ninguém poderá esperar outra coisa! Segundo Santana Lopes, num livro apresentado por estes dias, Paulo Portas enviava "recadinhos" ao presidente sampaio (e escrevo "sampaio" com minúscula porque o considero o pior presidente da história da república), o que levou á exoneração do governo PSD/CDS liderado por Santana Lopes. Quanto a Passos Coelho, se conseguir meter na "constitucionalidade" os funcionários publicos (e nada me move contra essa classe), acho que já faz muito por este país!
ResponderEliminarInfelismente o PSD está completamente desnorteado,sem uma liderança forte. Quando Passos Coelho ganhou,sempre pensei que até pela sua idade,viria uma viragem no paradigma do politico protótipo (os políticos dos lobies,os políticos impunes,os políticos de carreira). O que vimos até agora? Um politico arrogante,insensivel,que ir alem da troika não se importando com o sofrimento das famílias e dos pequenos empresários que estão a lutar com todas as forças para evitar as falências das suas empresas,que a austeridade é a solução para todos os males criados pelos seus antecessores.
ResponderEliminarNão à razões para festejar nada,absolutamente nada neste PSD atual.
Enquanto não se responsabilizar os políticos do poder, pelo mal que fazem ao país,e o Ze Povinho a pagar sempre a fatura,a mediocridade desta classe politica será sempre a mesma.
Os comentadores políticos sejam da direita ou da esquerda(Ferreira leite,Marques Mendes,Augusto Santos Silva,Socrates,Vieira da Silva etc), revoltam qualquer pessoa atenta,pois já lá estiveram e só criticam,mas nada fizeram de concreto. Os teóricos da politica!!
Neste contexto até seria bom surjir novos partidos políticos sem vícios e acaber com alguns que so pensam no seu umbigo e não no país e nas pessoas.Grandola vila Morena.......
Caro José Paulo:
ResponderEliminarPortas é apenas um problema. Há muitos outros e alguns bem escusados.
Caro Anónimo:
Creio que os portugueses estão desiludidos não só com "este" PSD mas também com os partidos politicos em geral. E isso é muito mau para a de mocracia.