A propósito do decisivo Porto-Benfica de amanha, que em principio decidirá o titulo, vieram-me á memória mais dois jogos entre estas equipas que igualmente disputados em estádios portistas foram igualmente decisivos.
O mais próximo é o de 1991, salvo erro, decidido com dois golos de César Brito e que ficou marcado pela contestação portista á arbitragem de Carlos Valente e pela forma completamente indigna como o Benfica foi recebido no estádio das Antas com os jogadores a terem de se equipar no corredor entre outras peripécias de muito mau gosto.
Mas a memória mais viva, embora bastante mais antiga, é a do jogo de 1978 na antepenultima jornada da prova e cujo empate permitiu ao FCP voltar a ser campeão dezanove anos depois do ultimo titulo.
E é uma memória mais viva porque estive lá a assistir ,do alto da arquibancada, mais interessado no jogo do que propriamente em quem ia ganhá-lo.
Num estádio das Antas completamente cheio, numa tarde de domingo (tempos felizes em que o futebol era ao domingo á tarde)e com a presença de uma significativa falange de apoio do Benfica foi um jogo de muitas emoções de principio a fim.
O Porto tinha um ponto de avanço e em teoria bastava-lhe o empate porque restava-lhe ir a Coimbra e receber o Barreirense jogos acessíveis dos quais não esperava contratempos de maior.
Já o Benfica para ser campeão teria de ganhar e depois gerir a vantagem.
As emoções começaram cedo; aos três minutos o central portista Simões faz auto golo e dá ao Benfica uma vantagem que o clube de Lisboa foi gerindo como pode e soube perante a avalanche atacante dos azuis e brancos comandados(dentro do relvado) por Oliveira e onde brilhavam jogadores como Gomes, Duda ou Seninho.
Só que do outro lado também estavam jogadores de topo.
Os centrais Humberto e Eurico, Shéu, Néné e Chalana por exemplo.
E á entrada dos últimos dez minutos a tensão e o nervosismo estavam ao rubro com o FCP a dominar mas sem lograr o golo e o Benfica a tapar todos os caminhos para a baliza de Fidalgo (Bento, por lesão ou castigo já não me lembro, estava ausente)e a lançar perigosos contra ataques.
Num deles, a menos de dez minutos do fim, o "capitão" Humberto Coelho surgiu isolado a rematar mas o guarda redes Fonseca fez uma defesa "milagrosa" desviando com a perna a bola para a barra e acabando por sair pela linha final.
Quase na resposta livre de Oliveira e bola a bater na barreira ressaltando para Ademir que com um remate colocado fez o empate e despoletou uma das maiores ondas de euforia que me lembro de ver num estádio de futebol.
Faltavam meia dúzia de minutos que foram vividos pelos adeptos de um lado e do outro com uma emoção extraordinária e por mim com toda a calma a apreciar o espectáculo pelo espectáculo.
Dentro do relvado e nas bancadas onde tudo decorreu de forma ordeira e com adeptos dos dois clubes lado a lado.
Memórias de um tempo diferente.
Depois Falamos
Boa Tarde
ResponderEliminarSempre me pareceu que o Snr. Cirilo encapota um portismo escondido. Eu seria incapaz, enquanto VITORIANO, de descrever um jogo entre esses clubes com tanto entusiasmo.
Caro José Machado:
ResponderEliminarDe facto há pessoas com uma vontade mórbida de catalogarem os outros. Neste post limito-me a descrever um jogo que fui ver há muitos anos atrás e que foi um desafio que me marcou pelo que estava em causa.
Não sei onde está o portismo encapotado.
Quanto ao vitorianismo fique com o seu que eu não me queixo do meu.
Ñão estive lá, mas recordo-me desse jogo, que deu o primeiro campeonato do Porto, em dezenas de anos.
ResponderEliminarP.S. também não tenho quaquer simpatia pelo Porto, mas até achei divertido o golo do último golo.
Agora ainda acharia mais divertido não conseguirem ganhar em Paços.
É assim a vida
Caro c:
ResponderEliminarA ultima jornada pode ser uma caixa de surpresas. Por mim gostava que o Porto perdesse em Paços e o Moreirense ganhasse na Luz