Noticia hoje o semanário "Sol" que o líder do PSD terá saído de uma reunião com os presidentes das distritais profundamente irritado com as duras criticas que lá ouviu.
Nada que me admire.
Quer a irritação de Passos Coelho quer o descontentamento do partido nesta ocasião representado pelos presidentes das suas estruturas distritais.
Saí do ultimo congresso com a clara sensação de que o líder do partido e os seus mais próximos estavam a tratar o PSD com uma ligeireza e um desprendimento que só podiam mesmo dar mau resultado e provocar situações como esta.
Porque quer na constituição dos orgãos, em especial a CPN, quer na forma como reagiram a algumas criticas já então surgidas deu a clara sensação de que estavam a subestimar o partido e a encarar a actividade politica deste como algo de supérfluo e que estaria sempre subordinado aos interesses e directivas do governo.
Um erro puro e duro.
Que se soma a outros erros cometidos em relação ao partido e que tem a ver com a preponderância em certos sectores do parceiro de coligação, dos independentes e até de alguns socialistas "reciclados".
Já para não falar da inacreditável admissão de derrota nas autárquicas feita pelo próprio Passos Coelho!
E por isso não me admiro nada com o descontentamento demonstrado pelos presidentes das distritais.
Aliás o próprio aniversário do partido, comemorado em Pombal na semana passada, foi um indicio clarissimo desse descontentamento.
400 pessoas numa sala prevista para 1000, 4 presidentes de distrital presentes dos 19 que existem, pouquíssimos membros do governo (quase só os novos secretários de estado) e poucos deputados davam a imagem clara de um partido "ferido" com a sua liderança.
Compreendo que governar um país em situação tão difícil e simultâneamente gerir o partido nada tem de simples.
Bem pelo contrário.
Mas então há que olhar para o PSD com olhos de ver, dar-lhe a autonomia para fazer politica como deve ser e mudar aquilo que tem de ser mudado sejam processos sejam pessoas.
Enquanto é tempo...
Depois Falamos
Os tempos são duros e o 'povinho' não tem sentido de estado. Mas também é verdade que há quem sentando-se na 'cadeira' começa a ser picado pelos bichinhos da madeira e já não conhece ninguém -como fez a clique cavaquista no tempo de Cavaco como 1º ministro.
ResponderEliminarClaro que o 'povinho' que enxameia as distritais está aflito.
Fizeram porcaria, sobre porcaria; encheram as listas de vadios,incompetentes e ladrões; vivem do apoio que estes caciques dos bairros sociais, que promoveram a autarcas; logo sabem que, se não houver poder autárquico, todo o sistema montado, em meados de 90, do século pretérito, implodirá.
Falei do caso que melhor conheço -Lisboa AM. Ex: os 4 candidatos a presidente de junta (secção XYZ), em 2009, nenhum tinha emprego e 3 nunca tiveram profissão!
Todos esteshaviam sido colocados à revelia da CP em 2005. Resultado em 2009: perca das 2 maiores juntas; votações entre 12,4 e 14,7 menos do que deveriam.
E é melhor nada mais dizer sobre estruturas, senão mandam os capangas (que levam para eventos,para meter medo aos militantes) dar-me um tiro e depois diziam que tinham sido vulgares delinquentes.
Quanto ao «grande chefe» tem de ouvir o povo do partido e explicar que não pode fazer diferente. Mas militantes racionais já restamos poucos...
"“O irregular e promíscuo funcionamento dos poderes públicos é a causa primeira de todas as outras desordens que assolam o país.
ResponderEliminarIndependentemente do valor dos homens e das suas intenções, os partidos, as facções e os grupos políticos supõem ser, por direito, os representantes da democracia. Exercendo de facto a soberania nacional, simultaneamente conspiram e criam entre si estranhas alianças de que apenas os beneficiários são os seus militantes mais activos.
A Presidência da Republica não tem força nem estabilidade.
O Parlamento oferece constantemente o espectáculo do desacordo, do tumulto, da incapacidade legislativa ou do obstrucionismo, escandalizando o país com o seu procedimento e, a inferior qualidade do seu trabalho.
Aos Ministérios falta coesão, autoridade e uma linha de rumo, não podendo assim governar, mesmo que alguns mais bem intencionados o pretendam fazer.
A Administração pública, incluindo as autarquias, em vez de representar a unidade, a acção progressiva do estado e a vontade popular é um símbolo vivo da falta de colaboração geral, da irregularidade, da desorganização e do despesismo que gera, até nos melhores espíritos o cepticismo, a indiferença e o pessimismo.
Directamente ligada a esta desordem instalada, a desordem financeira e económica agrava a desordem Política, num ciclo vicioso de males nacionais. Ambas as situações somadas conduziram fatalmente à corrupção generalizada que se instalou…”
Actual apesar de escrito há 77 anos
Cara il:
ResponderEliminarA visão lúcida a que nos habituou.
Sinceramente não sei se PPC ainda vai ter o "golpe de asa" necessário a regenerar o partido.
Não o vejo com "ajudantes" á altura.
Pelo menos no número que seria necessário
Caro Anónimo:
ResponderEliminarSe não estou em erro esse texto pertence a Salazar.
A diferença é que agora, mesmo com todos os defeitos que a dmeocracia encerra,podemos mudar os politicos que não nos agradam.
No tempo de quem escreveu isso não era bem assim