Páginas

quarta-feira, fevereiro 13, 2013

Paixão e Razão

Um dos maiores desafios que se coloca hoje a quem pretenda dirigir um clube desportivo de futebol profissional é o de conseguir( e saber) conciliar a necessária frieza a que a razão obriga com o calor da paixão que caracteriza a modalidade e o relacionamento dos adeptos com os clubes.
Exceptuando para alguns privilegiados que tem como propietários xeiques das arábias ou oligarcas dos negócios escuros oriundo da ex União Soviética, a esmagadora maioria dos clubes vive vergada a passivos gigantescos, obrigações financeiras que oneram pesadamente os poucos recursos existentes e planteis profissionais claramente acima das suas possibilidades.
E isso acontece um pouco por toda a Europa independentemente d dimensão dos clubes ou das massas adeptas que são hoje relativamente pouco importantes na estrutura de receitas a que os clubes estão obrigados.
Basta ver os escandalosos passivos dos três maiores clubes portugueses para constatar que o ter muitos adeptos não basta por si só para ter muitas receitas!
Ou pelo menos para ter as receitas necessárias.
Daí que cada vez mais os gestores do futebol tenham a obrigação de fazer o dificil equilibrio entre aquilo que os adeptos querem e aquilo que os clubes realmente podem sob pena de o naufrágio se encontrar á primeira esquina.
Sabendo-se que os adeptos, por natureza, nunca estão satisfeitos e querem sempre mais existe uma vertente que vai pesar cada vez mais na qualidade da relaçao entre quem foi eleito para dirigir e quem o elegeu.
Falar verdade, explicar com clareza a situação do clube, ser intransigente na mensagem de que o rigor de gestão é fundamental.
só assim se poderá "temperar" a relativa "irracionalidade" da paixão clubistica com a crua realidade dos tempos presentes em que investir no futebol deixou de ser prioridadepara agentes económicos que outrora faziam da modalidade um dos seus principais veiculos publicitários.
As coisas são o que são.
Nunca esquecendo, contudo, que por maior que seja a dose de razão que se aplica á gestão de um clube nunca se pode ignorar que para o adepto o futebol é essencialmente paixão e é isso que o leva ao estádio ou à loja do clube.
Um exemplo?
a transferência de Figo do Barcelona para o Real Madrid rendeu, há mais de dez anos,aos cofres barcelonistas a espantosa quantia de dez milhões de contos naquela que é ainda hoje uma das mais vultuosas transferência de sempre.
Esse valor extraordinário pôs, seguramente, num estado de exaltação eufórica os gestores do clube.
Mas colocou milhões de barcelonistas noutro tipo de exaltação sempre visível (e audível) nas visitas de Figo a Camp Nou com a odiada camisola do Real Madrid.
Lá está.
Razão e Paixão em vertentes completamente antagónicas.
Depois Falamos

4 comentários:

  1. é um equilibrio fundamental mas que só pode ser feito por gente que para além de conhecimentos profundos de gestão também saiba o que é o futebol e tenha a intuição necessária para compatibilizar as duas perspectivas.

    ResponderEliminar
  2. É precisamente essa necessidade de compatibilizar as coisas que me faz temer pelo futuro do Vitória. Porque quando vejo o nosso presidente a falar do custo/beneficio de protestar a arbitragem de soares dias constato que sendo ele um bom gestor deixa muito a desejar quanto á sensibilidade para gerir o futebol profissional

    ResponderEliminar
  3. Concordo com o ponto de vista.E com o do Alberto Faria também

    ResponderEliminar
  4. Caro Anónimo:
    Sem qualquer duvida. O futebol obriga a algum conhecimento e alguma experiência.
    Caro Alberto:
    Não comento.
    Cara Rita:
    Idem idem aspas aspas

    ResponderEliminar