Foto: www.vitóriasc.pt /João Santos
Publiquei este artigo na edição desta semana do "Povo de Guimarães.
Creio que a actual situação do Vitória Sport Clube é de todos conhecida face à imensidão de notícias que sobre ela tem enxameado a comunicação social local e nacional.
Ainda assim gostaria de aqui deixar uma síntese em três parâmetros essenciais e que nos dão uma visão global da colectividade em Outubro de 2012 nas vertentes desportiva, financeira e associativa.
Comecemos pela desportivas:
Face às condicionantes financeiras o Vitória teve de, em simultâneo, emagrecer substancialmente a folha salarial do futebol profissional e construir duas equipas para disputarem as duas principais provas do futebol profissional com todas as exigências que isso acarreta.
Foi assim possível, com um enorme rigor e sobriedade, construir dois planteis sensivelmente por metade do preço que custava o plantel da temporada 2011/2012 sem perda de qualidade na equipa A e com uma excelente relação qualidade/preço na B.
A par disso nas modalidades, especialmente no voleibol e basquetebol, foram também reduzidos substancialmente os orçamentos tendo os directores de cada uma delas juntamente com os técnicos o engenho e a arte de construírem equipas que não desmereçam a boa tradição do clube nessa matéria.
Estou convicto que não tendo possibilidade de lutar pelo título nacional face á brutal disparidade orçamental face a outros concorrentes (especialmente o Benfica que gasta mais em cada uma dessas modalidades que o Vitória na equipa B de futebol!) ainda assim as equipas do nosso clube poderão estar presentes nas fases finais dos respectivos campeonatos e olharem para a taça de Portugal com a ambição natural de quem já a ganhou.
No basquetebol e no voleibol!
Diria, pois, que em termos desportivos gerais (futebol, basquetebol, voleibol em especial) o Vitória fará uma temporada sensata, equilibrada e que não deixará os seus pergaminhos por mãos alheias.
Todos temos de ter consciência que no actual contexto é impossível pedir mais do que isto.
A situação financeira é de todos (pelo menos dos que querem) conhecida.
Os actuais órgãos sociais “herdaram” um clube numa situação calamitosa, à beira de encerrar portas, com dívidas colossais (para a nossa dimensão) ao Estado, á banca, aos fornecedores, aos atletas e técnicos e aos funcionários do clube.
Isto a par de contratos com profissionais de futebol completamente desajustados da nossa realidade (nalguns casos de difícil compreensão face á relação qualidade/preço) e que vinculavam e vinculam, nalguns casos, o clube para vários anos sem ser previsível qualquer proveito evidente com esses vínculos e/ou compromissos.
Face a essa situação, e nunca é por demais repeti-lo, que já sabíamos má mas veio a revelar-se péssima foi necessário tomar um conjunto de medidas imediatas que impedissem o iminente encerrar de portas de uma instituição com 90 anos de vida e que jamais se tinha visto em semelhantes apertos ao longo de toda a sua existência.
Assim nasceu o PEC (cuja versão primitiva ainda foi por iniciativa da anterior direcção convém ter presente) e posteriormente o PER para possibilitar ao clube o faseamento das suas dividas e respectivo pagamento num prazo mais alongado.
Como é também do conhecimento geral esse processo encontra-se actualmente parado, com os imensos riscos que isso comporta para o clube, face à recusa dos anteriores dirigentes em lhe darem a sequência devida e que de há muito sabiam necessária!
Resta a vertente associativa.
E aí temos de ser muito frios na análise e concluir que não estando em causa o vitorianismo e a paixão de muitos milhares de adeptos a verdade é que a correspondência prática disso tem estado abaixo das necessidades actuais do clube.
Porque quer em lugares anuais vendidos, quer na regularização das cotas por parte dos associados, quer na afluência ao estádio nos jogos das nossas equipas temos estado abaixo do que é normal e sempre foi imagem de marca do nosso clube.
Tenho a noção clara de que há vários factores que contribuem para isso.
Desde logo as dificuldades financeiras das famílias que muitas vezes as obrigam a cortar em bens essenciais e portanto ficam sem margem de manobra para despesas associativas que não são de primeira necessidade.
Depois o velho problema das horas dos jogos, sujeitas aos ditames televisivos, e que afastam as pessoas do estádio por incompatibilidade entre horários profissionais e horas de lazer nas quais aproveitam para ir ver o Vitória.
Finalmente, e talvez o mais importante factor de baixa das assistências, porque os últimos anos foram de permanente desencanto e muitos adeptos foram-se afastando, deixando de pagar as cotas e agora tal exigiria um esforço vultuosos de regularização que não está ao alcance de muitos.
É esta a situação actual do Vitória.
Que justifica também o facto de a operação “Todos por uma Paixão” estar muito longe dos objectivos pretendidos, pese embora o esforço e a generosidade de muitos vitorianos, e que tão necessários eram à gestão do clube.
O Vitória está numa encruzilhada decisiva do seu longo historial.
Ou ultrapassa a crise financeira, entra na via dos sucessos desportivos e cresce exponencialmente em termos associativos ou então a curto prazo terá de se confrontar com a dura realidade.
Que é a de, assim, não ter meios para subsistir.
Os vitorianos terão a palavra sobre o futuro que querem para o clube.
As mentiras tem um preço elevado...
ResponderEliminarum perdão de cotas em atraso poderia reaver muitos sócios novamente, e serem novamente uma fonte de "riqueza" do clube...
ResponderEliminarum perdão de cotas de quem tem cotas em atraso poderia ser uma nova fonte de receitas para o clube.
ResponderEliminarquem tem 6 ou mais cotas já pensa 2 vezes antes de voltar a ser sócio, se calhar perdoando as cotas em atraso, voltariam a pagar.
Um perdão de quotas nem pensar. Eu sempre paguei as minhas quotas e nunca abandonei o Vitória. Sou sócio pagante nos bons e nos maus momentos. Quem tem quotas em atraso que as pague, nem que seja num plano de prestações suaves. Um bom vitoriano nunca abandona o Vitória. Podemos não concordar com os dirigentes, mas o Vitória é sempre o Vitória. Os dirigentes passam, mas o clube fica.QUE PAGUEM PORQUE EU TAMBÉM PAGUEI!
ResponderEliminarEu também concordo, sempre paguei as minhas cotas e de toda a família. Não fui ver alguns jogos na época passada e este ano não fui ver o jogo com o Braga, porque já estava a contar com a derrota humilhante no nosso estádio e preferimos não sofrer. Temos uma equipa fraca e um plantel que não sei se se vai aguentar a meio da tabela. O campeonato é longo e se as lesões surgirem em jogadores importantes, vai ser um problema. Estamos condenados a sofrer, mas um vitoriano não se deixa ir abaixo. Quanto às cotas, toca a pagar, que o clube precisa de dinheiro e não de caloteiros.
ResponderEliminartranscrevo umas questões que não sendo minhas, estão na mente de muitos vitorianos
ResponderEliminar1) Qual o capital social inicial que o Vitória pretende?
2) Qual a percentagem deste que o Vitória pretende deter? Como o pretende fazer? Sabendo que não há dinheiro, nem liquidez, que ativos serão usados para realizar esta percentagem de capital?
3) Que direitos especiais de veto para além dos automaticamente consagrados o clube pretende incluir nos estatutos (se é que o pretende fazer)?
4) Tal como prometido, o património fica todo, sem excepção, no clube?
5) Qual será a renda que contratualmente a SAD ficara obrigada a pagar ao Vitória? (relembro que só pode ser no máximo 30% do orçamento)
6) Que percentagem das quotas fica no clube e que parte vai para a SAD?
7) O passivo fica todo no clube? Se não ficar todo, que ativos passam para a SAD para poder fazer essa transferência?
8) Do imenso pessoal contratualmente ligado ao clube, quem passará para a alçada da SAD? Em termos de despesas correntes (sem falar em custos financeiros e passivo acumulado) em que valores ficará a despesa mensal do clube?
9) Como poderá o clube (não a SAD) ser sustentável para fazer face ao bolo de despesas (correntes e as outras) que continuará a deter, ficando privado de quase todas as suas receitas?
10) Quantos administradores profissionais remunerados tem o Vitória previstos para a estrutura inicial da SAD?
um perdão de cotas pois claro sempre se ia buscar mais algum e que interessa se eu paguei?, mas também vi jogos e quem pagou não viu. Um perdão ia reaver alguns sócios e com eles vem mais receita.
ResponderEliminarNÃO À SAD
ResponderEliminarsabe o que acho inacreditavel sr.vice presidente?
ResponderEliminaré durante a campanha dizer que teremos todo o tempo necessario para discutir a SAD e que se esclarecerão os socios as vezes que forem necessarias em relação ao tema da SAD, tal como disse o presidente julio mendes e agora faz-se umas assembleias em cima das outras durante 2 dias!
se faz alguma lógica, uma mudança tao importante no nosso clube ser decidida de um sabado para um domingo!
expoe-se a SAD no sabado e vota-se a SAD no domingo numa votaçao das 9h as 13h???
e deixarem os socios reflectirem sobre algo tão importante durante uma semana por exemplo??
inacreditavel esta forma de colocar os socios a decidirem á pressao o futuro do clube!!!
ATÉ OUVIR A PROPOSTA O MEU VOTO É NÃO!
mas digo desde ja que se começarem com ameaças de "ou SAD ou fim do clube" aí é NÃO pela certa!
Se a SAD fôr aprovada, o D. Afonso Henriques terá menos adeptos aínda.
ResponderEliminarCaro Anónimo:
ResponderEliminarE?
Caro Joel:
O perdão de cotas seria muito injusto face aqueles que continuaram a paga-las regularmente e ás vezes com grande sacrificio.
Caro Anónimo:
Sou mais a favor de um plano de regularização de pagamentos que permita aos associados porem as cotas em dia num prazo razoável.
Caro Anónimo:
Não temos uma equipa fraca nem vamos ficar a meio da tabela. Acredito que ficaremos entre o 5º e o 6º lugares o que face á realidade financeira do clube é mais que aceitável.
Caro Anónimo:
São questões muito pertinentes e interessantes para ajudarem os associados a definirem o seu sentido de voto. A todas eles será dada resposta na AG de 17 de novembro.
Caro Anónimo:
O perdão de cotas está fora de hipotese.
Caro Anónimo:
Muito obrigado pela clareza da sua opinião.
acho curioso nao ter "aprovado" o meu comentario, visto que nao insultei ninguem..mas a continuar assim cada vez mais se inclina a minha tendencia para sabado..
ResponderEliminarvolto a fazer a pergunta..
porque razão voces forçam os vitorianos a decidir á pressão sobre um dos assuntos mais importantes do clube?
porque razaão voces afirmaram vezes sem conta que íamos ter todo o tipo de esclarecimentos...e agora fazem-se 3 assembleias á pressao em 2 dias??
expoe-se a SAD no sabado e vota-se no domingo das 9h as 13h?
porque nao dão tempo aos vitorianos para refletirem sobre o assunto?
é inacreditavel, a forma como "obrigam" os vitorianos a decidir o futuro do clube..
espero que desta vez responda..
Infelizmente conheço sócios, que para mim são pseudo sócios, que são uns oportunistas. Quando o Vitória está mal, criticam por tudo e por nada e vão passear para o centro comercial e estão sempre à espera de borlas. Quando o vitória precisa deles, viram as costas e pagar cotas nada, os parolos aqui como eu que paguem. Sou contra o perdão e quem fôr verdadeiro vitoriano, nunca deixa de pagar.
ResponderEliminarCaro Anónimo:
ResponderEliminarNão sei a que comentário se refere visto que é...anónimo.
Quanto á SAD, que fazia parte do nosso programa eleitoral como estará recordado, não somos nós que estamos a forçar quem quer que seja a decidir á pressão.
É a situação do clube que o exige.
Caro Anbónimo:
A questão é mais complexa. Porque há quem tenha deixado de pagar por impossibilidade absoluta. E o Vitória não quer perder sócios. Creio que o mais adequado é permitir um pagamento faseado para aqueles que tem cotas em atraso.
Acho que muita gente não mora cá no concelho de Guimarães, só pode, dizer que o povo vira as costas à equipa por ser fraca ou não ter dinheiro?
ResponderEliminarDescemos de divisão e ganhamos sócios!
Agora muita gente deixou de ser sócia devido à má politica da direcção anterior e sobretudo da altíssima taxa de desemprego que desola o vale do Ave, acham que alguém que ganhe o salário mínimo ou esteja desempregado vai dispor de 100 ou mais euros para regularizar cotas?
Nunca mais voltam é a ser sócios.
Em vez de se fazerem operações corações sem qualquer contrapartida para os sócios, façam algo para os reaver, motivar a voltar a pagar cotas.
Gostei da iniciativa de quem trouxer um sócio, ganha uma cota grátis por exemplo.
Mas é preciso muito mais, mas isso também não é dificil, façam um inquérito aqui pela cidade para tentar saber quantos deixaram de ser sócios por questões financeiras e se regressariam se não tivessem que repor o valor em falta das cotas...
Caro Joel:
ResponderEliminarÉ uma questão de facto delicada. Mas o objectivo passará sempre por recuperar sócios afastados do clube sem com isso lesar aqueles que sempre se mantiveram com as cotas em dia.
Dentro em breve acredito que serão desencadeadas algumas iniciativas nesse sentido
mas lesam os outros sócios em quê?
ResponderEliminarOs direitos são os mesmos, o direito a votar e a ser eleito, de resto não há diferença entre sócios com mais de 1 ano de filiação ou não (caso os sócios em atraso se voltem a inscrever com novo número de sócio).
Quem pagou as cotas pôde ir ver a "bola" quem não pagou não foi, não usufruiu do espectáculo pelo qual o pagamento da cota daria acesso.
Mas isso agora está do lado da actual direcção, que tem de pensar como ganhar financiamento, ganhar novos e ex sócios.
Caro Joel:
ResponderEliminarVamnos procurar decidir da melhor forma. O Vitória precisa de muitos sócios.
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
ResponderEliminarprecisa-se muito. depois daquele relatório e contas.
ResponderEliminarprecisa-se da ajuda de todos
Caro Anónimo:
ResponderEliminarSe preCISA...