A propósito do jogo de ontem entre as equipas B do Vitória e do Braga, disputado no já arcaico estádio 1º de maio, ocorrem-me algumas reflexões sobre o envolvimento fora das 4 linhas já que sobre o que nelas se passou já tive oportunidade de escrever.
A primeira reflexão é sobre o próprio estádio.
Que com a provecta idade de 62 anos é hoje um recinto desactualizado face às necessidades do futebol actual e às condições de segurança que ele requer.
Continua a ser, disso não tenho duvidas, um dos estádios em que se vê bem futebol de qualquer bancada e um anfiteatro majestoso no qual já assisti a muitas dezenas de jogos de que guardo boa memória na sua larga maioria.
Mas quer nas bancadas sem cadeiras (é engraçado como as exigências da LPFP vão mudando de estádio em estádio no âmbito da mesma competição), quer na zona de camarotes e tribuna presidencial, quer nos balneários já está longe do que é hoje exigível.
Bastará constatar que não existe (ou existe e está inacessível…) uma ligação interior entre balneários e camarotes pelo que os dirigentes dos clubes visitantes têm de fazer o respectivo percurso pelo exterior entre os adeptos do clube da casa.
Um aparte para registar, com satisfação, as muitas provas de “simpatia verbal” que me foram manifestadas pelos adeptos do Braga quando fiz esse caminho antes do jogo se iniciar na companhia de um dirigente bracarense que ainda ouviu “por conta”.
Aborrecido ficaria, e muito, se me batessem palmas!
Mas a reflexão principal sobre este jogo entre equipas B, num campeonato da II liga, tem a ver com o infelizmente necessário aparato policial face ao grau de conflitualidade existente entre adeptos dos dois clubes.
Se na ida para Braga o autocarro do Vitória já gozou de um, apesar de tudo, discreto acompanhamento por parte da PSP no regresso parecia um filme.
Carros da policia à frente a atrás do autocarro, policia apeada em variados pontos do percurso entre o estádio e a entrada da auto-estrada, agente armados com “shot guns” viradas para as bermas da estrada, todo um cenário digno de Hollywood.
Infelizmente necessário face ao histórico dos últimos anos.
Graças a esse eficaz trabalho da PSP tudo decorreu sem incidentes, quer com o autocarro do Vitória quer com os vitorianos presentes nas bancadas, mas todos temos de nos interrogar sobre este estado de coisas.
Em que um jogo de futebol (ainda por cima entre equipas B) obriga à mobilização de muitas dezenas de agentes policiais e à montagem de um semelhante dispositivo de segurança.
Creio,e não devo andar longe da verdade, que o rácio entre polícias e espectadores deve ter sido o mais alto de sempre em jogos da II Liga e deve estar no top tem absoluto do futebol português.
E é sobre isto que todos, dirigentes e adeptos, temos de fazer uma séria reflexão.
Antes que seja tarde!
Depois Falamos
Apraz-me registar um comentário..."ridículo este estado de sítio"...
ResponderEliminarnão duvido que os bracarenses o "adoram" especialmente depois do porto canal e da forma intransigente como sempre defende o nosso clube. admira-me é não terem ido mais dirigentes a braga acompanhar a B. tiveram medo ? ou foi por não acharem que a equipa seja suficientemente importante? lamentável qualquer dos casos
ResponderEliminarque moral tem para falar? sou sócio do vsc mas em termos de discurso, o seu é normalmente incendiário e deixa muito a desejar
ResponderEliminarApenas meia-dúzia de palermas, do lado do braga, e do vitória, é que continuam a armarem-se em mauzinhos...
ResponderEliminarOs dois clubes minhotos, estão cada vez mais próximos.
Besta dizer, que GMR, está ligada a BRG, por uma rua de 20Kms...
Viva o Minho do futebol!
custódio silva deves ser tão sócio do Vitória como o toni trolha (antónio salvador) é. Os vitorianos não pensam assim laparoto
ResponderEliminarO sr Custódio Silva é uma ilha andante, se é sócio do VSC, coisa de que duvido, devia preferir dirigentes à moda do benfa como temos tido estes anos todos. O discurso do Sr Cirilo é um dos mais coerentes que tenho visto na defesa dos interesses do nosso clube, pena não serem todos assim, sem vassalagem a outros estarolas. VSC sempre.
ResponderEliminarCaro Luis Cirilo.
ResponderEliminarEstive presente no jogo, num estádio magnífico, que deixa sempre saudades, onde também tenho na memória na sua grande maioria, grandes tardes de futebol nos derbys do Minho (40 anos), com grandes enchentes, com o setor do “Peão” sempre bem preenchido pelo adeptos do Vitória. Eram tempos em que se disputava a Taça Amizade e apesar de algumas picardias entre os adeptos, devido a uma rivalidade que sempre existiu, as relações eram boas entre os vitorianos e bracarenses. Inclusivé tenho um amigo de infância que era e não sei se ainda é, sócio dos dois clubes, por via dos pais, ora um de Guimarães, ora outro de Braga. Também já tive a informação que o avô do Luis Cirilo era bracarense e de Braga, mas não sei se a informação está correta. Posso ainda acrescentar, que na minha infância, fazia férias na Póvoa de Varzim, local onde muitos vitorianos passam férias. Fiz muitas amizades com muitos deles, tendo assistido ao lado deles a jogos entre o SCBraga-Vitória nos famosos torneios de Agosto do Varzim SC e lembro-me bem de num jogo SCBraga-Vitória de início do campeonato, me ter deslocado da P. Varzim até Braga com esses amigos e ter ido assistir ao jogo ao lado deles no Peão.
Presentemente, tenho colegas de trabalho, que são vitorianos, com quem me dou lindamente e lidamos uns com os outros nestas questões do futebol com todo o respeito, com algumas picardias pelo meio.
Fui ver este jogo entre equipas B, sozinho, não levei as minhas duas filhas e esposa, porque temi que houvesse confrontos entre adeptos e com a polícia e também porque elas não fizeram muita força para ir ver este jogo, onde as figuras da equipa principal não iam jogar.
Mais uma vez constatei que o problema da violência são as claques de futebol (adoro ver as claques a cantar e a apoiar os seus clubes e as coreografias não ofensivas) . As “bocas” e os insultos entre adeptos é normal e apesar de feio, faz parte da “clubite” e da má formação de muitos adeptos. Os elementos das claques é que andam sempre prontos para partirem para a violência e provocação. Verifiquei que alguns dos elementos(é só putos) da claque do meu clube, andavam numa azáfama de tipo caça às bruxas, em vez de verem o jogo e apoiarem a equipa. Estavam cerca de 3500 adeptos no jogo, e cerca de 20/30 andavam à procura de problemas, fora os que no exterior do estádio e nas imediações se preparavam para apedrejamento(conforme informação de um amigo meu polícia). Por isso mesmo a necessidade de proteção aos cerca de 40 elementos da claque do Vitória e de todo o aparato policial.
No final do jogo, foi lamentável a polícia ter abandonado a claque do Vitória e a abertura de uma das portas da “maratona”, com alguns elementos da nossa claque a deslocarem-se para essa porta e começarem a apedrejar os adeptos do vitória e a simularem uma invasão à bancada onde estavam os adeptos do Vitória desprotegidos, que logo reagiram. Com a carga policial que a seguir foi efetuada, dois idosos foram apanhados nos empurrões e encontrões e tiveram que receber assistência e de seguida foram para o Hospital. Também achei estranho, logo a seguir a esta situação, a claque do Vitória ter saído com a polícia, quando não havia ainda condições de segurança e normalmente só saiem passado 30 minutos, mais ou menos..
Para terminar, também não deixaria de criticar os dirigentes, sejam do Vitória, sejam do ScBraga, ambos têm quota parte nesta violência e não interessa agora quem tem razão ou não.
Enquanto os Dirigentes não darem o exemplo ao sentarem-se a uma mesa, discutirem as divergências e fazerem as pazes, torna-se muito difícil acabar com toda esta violência que tem acontecido nos jogos de ambos os clubes, seja em Braga, seja em Guimarães.
Felizmente em Braga e em Guimarães existem bons adeptos que só querem ver futebol, outros, só procuram a violência e cada vez mais afastam os verdadeiros adeptos do futebol.
Cumprimentos a todos os bons vitorianos e que esta crise que o clube atravessa seja ultrapassada o mais rápido possível, porque um bom Vitória faz falta à Liga Portuguesa.
Saudações Bracarenses!
Concordo.Apenas uma franja das claques dos dois clubes, é que continuam a incendiar os jogos.
ResponderEliminarAcredito que a esmagadora maioria dos associados dos dois emblemas, apesar de tudo, são bastante pacíficos.
Rivalidade existe sim e sempre continuará, mas de uma forma bastante pacifica.
Basta ver que as "trocas" entre das duas cidades, no dia-a-dia são cada vez em maior número.
O futebol, em princípio, deve tornar as pessoas felizes, ele desencadeia paixões, mas cai frequentemente no pesadelo, a vergonha, o abjecto.
ResponderEliminarO futebol deve ser um jogo, que traz alegrias e também, por vezes, decepções e penas, mas não deve ser um exautoro a todas as derivas da nossa sociedade (falta de respeito, ódio, violência, fraude, racismo, fascismo, abusos...).
Talvez porque a escola e os pais não ensinam suficientemente o civismo aos filhos, e que os dirigentes não farão o necessário para educar os seus espectadores, tarefa difícil, eu sei, o futebol sofrerá actos por vezes isolados , mas que o gangrenam em profundidade e o torna hoje imoral e insalubre.
Quantas vitimas serão necessárias para acordar as consciências? 87 como em Sheffield?
Uma vez para sempre, que os energúmenos compreendam que não é na rua que se joga a vitoria mas no relvado, 11 contra 11!
O futebol inglês, que conheceu dramas terríveis, parece entrar no bom caminho.
Impressionante a chegada do autocarro dos suporters do Manchester City, no estádio do Manchester United. Nem um grito, nem um assobio, na indiferença quase total. RESPEITO! Foi há algumas semanas na Inglaterra.
Freitas Pereira
Apenas para concordar com o Anónimo das 2:39, bem como com a pessoa que assina como Freitas Pereira. Desde que ouvi pela primeira vez o meu caro Luís Cirilo a discursar numa assembleia geral do Vitória que venho cá ver se publica algum texto relativo a este assunto com a clareza destes dois comentários, visto que as suas carcterísticas pessoais o fazem um polarizador natural de opiniões. Tenho pena que, até agora, não tenha conseguido eliminar por completo o sectarismo nos seus textos sobre o que eu chamaria de pré-violência no futebol. Mas continuarei a ter esperança. Gosto muito de futebol, mas gosto bem mais da vida em geral, se no primeiro tema sou do Vitória, no segundo sou claramente do clube dos dois senhores que comecei por apontar.
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ResponderEliminarem sintese,até para responder ao comentário extremamente positivo de um adepto bracarense,direi o seguinte.
ResponderEliminarVitória e Braga, á parte de uma normal rivalidade desportiva, tem muito mais motivos para se entenderem do que para andarem em picardias constantes.
Direitos televisivos e regulamentação dos campeonatos entre muitos outros.
Durante muitos anos, e em alguns já eu integrava anteriores direcções do Vitória, os dois clubes souberam sempre entender-se para além da rivalidade desportiva.Cito, a titulo de exemplo, dois presidentes do SCB com quem era fácil o diálogo por serem pessoas que defendendo intransigentemente o seu clube sabiam respeitar os outros.
João Gomes de Oliveira e Fernando Oliveira.
Desde que o SCB tem o actual presidente tal tornou-se muito mais dificil dada a obsessão que o mesmo tem contra o Vitória.
Cito três exemplos:
Os bilhetes em que faltou ao compromisso estabelecido, a contratação de Douglas e o dia em que se sentou ao lado de Pinto da Costa num Porto-Vitória servindo de joguete ao FCP contra o Vitória.
E por isso as coisas estão como estão.
Por mim, que tenho muita familia em Braga e desde miudo me habituei a ir ao 1º de maio (e muitas vezes nem foi para ver o Vitória mas outros jogos), será com todo o agrado que assistirei a uma normalização das relações entre os dois clubes.
Mas o primeiro passo tem de ser o SCB a dá-lo.
Porque foi o SCB que desconsiderou o VSC.
7:29 p.m.