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sexta-feira, setembro 14, 2012

Os Bufos

É lugar-comum dizer-se que a prostituição é a mais velha profissão do mundo, existente desde tempos imemoriais, e praticada sob as mais diversas formas que não são, contudo, tema deste post.
Actividade tão antiga como ela é, também, a desprezível arte da “bufaria” na qual gente sem princípios, carácter, ética ou educação se entretém a troco de compensações (nem sempre monetárias) a denunciar pessoas ou a passar informações a fim de obter os seus torpes objectivos.
Devo dizer que entre os que vendem o seu corpo e os que vendem o que não é deles (honra, bom nome, informações confidenciais, segredos de estado) prefiro sempre os primeiros.
Porque quem se dedica á prostituição pode ser uma excelente pessoa e um bufo é sempre um reles canalha!
O primeiro grande bufo da História (pelo menos em termos de mediatismo), e responsável pelo justíssimo mau nome da actividade, foi Judas Iscariotes cuja actuação nesse campo deu origem ao que todos sabemos.
De lá para cá a actividade desenvolveu-se, proliferou ao sabor das decadências das civilizações e da subalternização dos princípios, tornou-se em algo “quase” normal face á necessidade que alguns sentem em cumprirem a velha máxima de “atingir os fins sem olhar aos meios”.
Houve épocas em que a bufaria teve picos de actividade.
Nos tempos da Inquisição, nas décadas da “Guerra Fria” (aí mais conhecida como espionagem…) e essencialmente nas ditaduras, de direita e de esquerda, em que a actividade de denunciar o próximo sempre foi muito retributiva em dinheiro e não só.
Em Portugal, onde a actividade de dizer mal do vizinho sempre foi muito popular, a bufaria teve um expoente nos anos da ditadura em que ao serviço da PIDE os bufos proliferavam por todo o lado.
Nas escolas, nas empresas, na comunicação social, nos municípios (onde deixaram tradição duradoura e seguidores devotos…), nos sindicatos, nos clubes desportivos, na administração do Estado, nas forças armadas, enfim por todo o lado existiam bufos.
Durante 48 anos foi uma actividade lucrativas para muitos mas que desgraçou muitos mais!
Porque a bufaria assenta na calunia, na maledicência, na invenção torpe, na intromissão na vida e profissão de pessoas a quem o único intuito do bufo é prejudicar por razões que vão da inveja à estupidez passando, quantas vezes, pela ânsia do beneficio pessoal ou profissional assente no despeito pelo sucesso alheio.
Hoje a bufaria sofisticou-se.
Onde antigamente era a delação sussurrada ao ouvido daquele a quem interessava passar a informação hoje os meios são muito mais sofisticados face à evolução das tecnologias e nos meios de comunicação.
Desde os telemóveis aos e-mails, passando por notícias habilidosamente colocadas nos jornais ou o envio de documentos com timbres oficiais, tudo serve aos bufos do século XXI para exercerem a sua repugnante actividade.
Sendo certo, contudo, que desde Judas até aos seus seguidores de hoje uma coisa não mudou:
Um bufo é um bufo.
E um bufo é um ser desprezível.
No minimo de muito má cepa!
Depois Falamos

2 comentários:

  1. Rui Cardoso3:57 da tarde

    Que se lixem os bufos.
    Caro amigo tens toda a razão, quem não consegue o que quer pela sua competência e verticalidade, tem a péssima tendência de ser bufo. Infelizmente um animal que não está em vias de extinção.

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  2. Caro Rui:
    Inteiramente de acordo.
    É uma espécie que está bem longe da ameaça de extinção.
    Neste caso ...infelizmente!

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