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terça-feira, setembro 11, 2012

Curto Circuito ?

A austeridade tem preço.
A impopularidade de quem a aplica!
É dos livros, e da prática, e não há volta a dar-lhe por mais que especialistas de imagem ou agências de comunicação tentem dar a volta ao texto e dourar uma pílula que é amarga até dizer basta.
Daí que quando um governo se vê compelido, até por exigências externas, a aplicar duras medidas de austeridade convém que o faça respeitando três princípios para mim básicos:
Tocar o mínimo nos mais pobres, mais desfavorecidos ou mais indefesos como reformados e pensionistas.
Aplicar as medidas equitativamente não sendo fraco com os fortes e forte com os fracos(podem ler grandes empresas vs cidadãos contribuintes) porque isso gera revolta.
Explicar de forma clara as medidas tomadas e fazer perceber ás "vitimas" que tem de ser porque não há outro caminho.
Claro que, como no actual caso, quando os dois primeiros princípios não são respeitados não há terceiro que lhes valha!
Até porque o terceiro, valha-lhes Deus, também foi muito mal utilizado.
E por isso creio que Marcelo Rebelo de Sousa tem razão quando refere que há uma ruptura psicológica entre o chefe do governo e os portugueses que pode revelar-se de resultados imprevisiveis no médio prazo.
Porque até à desastrada (na forma, no conteúdo...e na hora) comunicação de sexta feira existiam membros do governo com o prazo de validade esgotado mas Passos Coelho,apesar de tudo, pairava um pouco acima desse desgaste generalizado.
Agora tudo mudou.
E a contestação já surge de dentro do PSD da JSD e dos TSD.
E isso tem uma leitura muito clara que PPC e os seus conselheiros,profundos conhecedores que são (começo a ter duvidas que sejam mesmo mas isso é para outro texto...) do partido, farão bem em não ignorar.
Porque mais do que uma ruptura psicológica entre PPC e os portugueses o que me parece iminente é um verdadeiro curto circuito entre PSD profundo e governo.
E todos sabemos como isso acaba.
Depois Falamos

9 comentários:

  1. Caro Luís Cirilo, e quanto à comunicação propriamente dita, nem uma palavra ? Diz o ditado que quem cala consente, posso presumir que você está de acordo com a barbaridade que foi anunciada ?
    Muito me espantaria ser o Dr. Cirilo o único militante do PSD a concordar com estas medidas. Quando até dentro do próprio PSD toda a gente está indignada...

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  2. Caro Anónimo:
    Sugiro que releia o que escrevi. Creio que a minha opinião é clara.

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  3. josé Manuel Machado3:35 da tarde

    Caro Snr. Luis Cirilo

    Hà uma entrevista do António Barreto à revista Tabu deste passado fim de semana, que muita gente deveria ler.
    Como todos sabemos, as suas geneses políticas nada tenhem a ver com a actual maioria e a sua formação, figura de proa da nossa Sociologia moderna deveria levar-nos a pensar certas atitudes.
    Dizia ele de forma rezumida o seguinte:
    Um mês após a assinatura do acordo com a troica, já apareciam políticos a dizer que era preciso renegociar e alargar prazos, dando ideia aos Portugueses, que o que está assinado nada vale e que o País se um dia não tiver dinheiro para pagar salários e reformas alguem se deve desenrascar.Esta é a pior maneira de nos fazer aceitar os sacrificios que temos pela frente, ou alguém pensava que isto seria indolor?

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  4. Pode-se falar muito de um suspiro final, prestes a acontecer, mas enquanto há vida há esperança!

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  5. Excelente comentário Caro Dr. Cirilo.

    Aqueles que governam tremendo de todas as costelas perante os buldogues da "Troika" , perderam o senso do que representa o sofrimento dos povos.

    A vida de todos os dias nesta Europa sem rumo, é uma aprendizagem da futura violência social.

    Estas criaturas maléficas que querem pôr a Europa a "Sachs"!encontraram os homens de palha que lhes convinham.

    Imagine que aqui mesmo em França, o presidente apresentou a factura ontem: Economizar 30 000 milhões em dois anos! Dos quais, 10 000 mil milhões deverão ser economizados pelos únicos que trabalham realmente. Num pais onde existem agora 8 milhões de pobres! A quinta potência económica mundial! Isto é realmente preocupante. Quantos novos pobres em 2017?

    Mas o esforço é brutal. E porquê ?

    Esta Europa que eu via muito diferente quando votei. Uma aproximação dos povos, em boa inteligência, para evitar outras guerras no futuro, uma harmonização social dos povos, um salário mínimo europeu, o combate contra o empobrecimento , a Europa primeira potência económica do mundo, a Europa enfim para viver melhor e não uma arma para nos matar.

    Este Draghi, que talvez receoso da saúde deficiente do Euro, vem propor uma autêntica vigarice, que não parecia no inicio mas que agora, conhecidos os detalhes, é realmente uma vigarice!

    A BCE vai comprar as dividas dos Estados, dizia ele! E sem limites! Muito bem, mas, na realidade, a BCE vai comprar as dividas dos Bancos e não dos Estados! Bela manobra! Imaginemos: O banco "X" emprestou à Grécia a 8%, dinheiro que a BCE emprestou ao mesmo banco a 1%. O banco receia de perder o "seu" capital. Subitamente, a BCE propõe de lhe comprar "esse" papel podre para lhe dar em troca uns Euros novinhos em folha!


    "Vocês vão ter que mudar de vida", dizem elas aos pobres europeus! Senão vamos mata-los! As hordas de mercenários asiáticos estão prontas para o nosso sacrifício! Tudo isso para auferir mais dinheiro! Do trabalho de escravos!

    Este dinheiro que se transformou, para lá de todos os princípios morais ou religiosos, no valor supremo, fazendo pouco caso das existência individuais e colectivas.

    Este dinheiro, que prolifera fora de toda e qualquer produção de riqueza, emancipado do corpo social, que as maquinas que passam as ordens em alguns micro segundos, sem que nenhum humano interfira é na realidade associal porque ele circula de menos em menos no corpo social.

    Sim, porque a criação da moeda, é de facto, agora, cada vez mais uma escritura . Que ninguém pense que quando um cliente vai ao banco pedir um crédito de 200.000 euros para comprar um apartamento, isso significa que o banco vai buscar o dinheiro nos seus cofres ! Ah que não : ele cria 200 000 euros numa simples escritura .

    Não há duvida nenhuma, Caro Luís Cirilo, que o mundo está mais que nunca dividido em três classes: o proletariado, que sofre os ataques mais brutais na forma de explorações diversas, as classes médias, precárias, divididas e sem bússola na crise actual, e as classes dominantes, que é a que ganhou - como dizia o bilionário americano Warren Buffet - a guerra das classes, e isto porque ela é solidária, organizada e porque, como dizia Sartre, ela é a "única classe social em si e para si". Não sei se me exprimo bem, mas "em si e para si" é dum egoísmo absoluto.
    No dia em que cada vez mais cidadãos considerarem que a única solução seria de derrubar esta sociedade, por não importa qual meio, ouviremos os sinos dobrar nas vilas e cidades da Europa.

    Freitas Pereira

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  6. Caro Jose Machado:
    Que não seria indolos já se sabia.
    Mas há dores que são escusadas.
    Caro Anónimo:
    Assim é.
    Caro Freitas Pereira:
    Mais uma vez lhe dou razão com todo o gosto.
    O retrato que faz é pefeitamente adequado à realidade e entre outras coisas traduz uma Europa sem rumo,sem força,sem liderança.
    Onde nomes como Churchill, De Gaulle ou Adenauer são apenas uma saudade longinqua.
    Isto vai acabar mal

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  7. Caro Amigo

    Apanho a sua ultima frase(Isto vai acabar mal.) , para voltar ao assunto.

    Quando são os borregos que dizem que o condenado não pode sobreviver se se continua o tratamento que eles impuseram, o que é que falta ao governo para aliviar a carga e deixar alguma esperança de recuperação ?

    "O chefe da missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) na ‘troika’, Abebe Selassie, reconhece que a economia portuguesa não vai sobreviver se houver apenas austeridade.
    Em entrevista ao jornal Público, Abebe Selassie defende as medidas do governo, embora admita a importância de reformas que melhorem a produtividade. O responsável do FMI garante ainda que a ‘troika’ não obrigou o governo a fazer alterações na Taxa Social Única.

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  8. Francisco Guise12:46 da tarde

    Isto não vai acabar mal. Infelizmente vai acabar muito mal.
    Ainda ontem a ministra da agricultura ia ficando sem a crista. E tudo por causa de um ovo. Que ironia!
    O pior será quando faltarem os ovos e o povo se socorrer de material mais pesado. Vai doer, ai vai, vai.
    Tudo tem os seus limites e a corda começa a esticar em demasia.

    Também concordo com o comentário do "Defreitas". Mas o que é que se tem feito para parar com a ganância do capital? Nada. A culpa mais uma vez morre solteira.
    Veja-se o caso dos grandes bancos mundiais, principais causadores desta crise que agora vivemos. Quais as penalizações que sofreram? Uma forte ajuda para recuperarem os seus capitais. E agora já fazem o mesmo ou pior. Pagam uma multa irrisória e pedem desculpa pelas asneiras cometidas, pois foram sem intenção.
    Quando o povo começar a chegar aos bancos e começar a pedir desculpa porque não pode pagar, o que dirão?
    Desculpe, aquele empréstimo que pedi, foi um erro da minha parte. Não o deveria ter feito. Peço imensa desculpa e diga-me qual a multa que vou ter que pagar para resolver o crédito mal parado.
    Era o que precisavam.
    Estamos entregues a modelos económicos e sociais, que não passam de isso mesmo, modelos a testar. E nós somos as cobaias.
    Falta aos nossos governantes a componente humana e social em detrimento da componente académica.
    Haja paciência, que também já falta pouco para tudo nos tirarem.

    Francisco Guise

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  9. Caro Freitas Pereira:
    Quem me dera saber responder.
    Caro Francisco Guise:
    Esgtou de acordo contigo.
    De facto todos os dias vivemos com a sensação de que somos cobaias de um "tratamento" que a correr bem (o que me parece bem dificil)será posteriormente aplicado a outros "doentes"

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