Nos tempos anteriores à queda do muro de Berlim a sigla CCCP tinha uma clara interpretação e era imagem de marca do regime soviético.
Entretanto a União Soviética desapareceu nas brumas da História (embora tenha deixado em Portugal uns seguidores saudosos…) e pensava-se que a sigla teria desaparecido com ela para todo o sempre.
Afinal parece que não.
Recentemente o país politico, que anda cada vez mais longe do país real, foi surpreendido com o ressuscitar da sigla vindo de onde menos se esperava; os partidos da actual maioria.
Que criaram uma Comissão de Coordenação da Coligação para gerir burocraticamente aquilo que devia resultar de um processo de entendimento simples, claro e objectivo.
Nesse aspecto tantas críticas se fizeram ao PS, ao longo dos anos, pelo seu indiscutível gosto em criar comissões por tudo e por nada e que nada decidiam e vem agora a maioria criar esta aberração para não lhe chamar coisa pior.
A coordenação de uma coligação, e disso tenho alguma experiência próxima, deve resultar de um triunvirato constituído pelos secretários gerais dos dois partidos e pelo ministro responsável pela coordenação política do governo através de um diálogo permanente e sem que se revista de carácter minimamente formal como esta “coisa” que agora se lembraram de criar para tentar consertar tarde o que podia ter sido evitado cedo!
Parece-me óbvio que uma comissão de seis elementos, incluindo os líderes parlamentares a quem não falta muitíssimo mais que fazer, tem todas as condições para …não funcionar.
Claro que se na órbita do primeiro-ministro existisse um “núcleo duro” de decisão política (como tiveram Cavaco Silva ou Durão Barroso para só falar de governos liderados pelo PSD) este problema nem sequer se poria com a acuidade com que agora é posto.
Mas não existe.
E se um governo não se coordena através de um ministro mais ausente do que presente muito menos uma coligação se orienta politicamente através de teóricos saídos das universidades para o mundo real, de Ex blogueiros convertidos em especialistas de ciência politica, ou de jovens voluntariosos sem nenhuma experiência da vida quanto mais da política a nível de governo.
Se a isto juntarmos um partido maioritário com os seus órgãos subalternizados, os seus dirigentes ostracizados e “desaparecido em combate” em boa parte do país parece-me que estão criadas as condições para a esta CCCP acontecer o mesmo que à outra.
Implodir.
E com ela que o governo que era suposto ajudar a governar.
Depois Falamos
P.S. Perguntarão os mais atentos; então se o CCC vem de comissão de coordenação da coligação que significa o P?
Significa, perdoem-me a linguagem, um enorme Porra!
Porra para isto literalmente.
TEm toda a razão -eu não diria melhor!
ResponderEliminarE se o Pedrinho não acorda...
Cara il:
ResponderEliminarJá não acorda