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sábado, setembro 22, 2012

Caudilhos

Portugal está metido num pobre sarilho!
Um governo caído em desgraça, uma oposição que não há maneira de cair em graça, 87% dos portugueses desiludidos com o regime democrático.
Emigração a subir permanentemente, e ao contrário dos primeiros surtos emigratórios nos anos 60 quem sai agora são jovens qualificados, uma tremenda falta de confiança no futuro uma descrença generalizada na classe politica e na sua capacidade para tirar o país deste atoleiro em que sucessivos anos de má governação o mergulharam.
A um povo já oprimido (sem aspas) pela situação económica vem agora juntar-se um ainda maior aperto de cinto por directivas “troikianas”, um verdadeiro assédio das finanças às contas dos cidadãos e até uma caça à multa sem precedentes por parte das forças policiais.
Sempre os mesmos a pagarem a crise.
Se a par disto considerarmos a existência de uma indignação generalizada dos cidadãos face ao tráfico de influências que não tem retrocesso, á sua indignação perante o poder das sociedades secretas como a maçonaria, ou á absoluta convicção de que o aumento de impostos para os mais ricos não passam de umas “cócegas” que apenas os fazem rir (mas alguém verdadeiramente rico ainda tem dinheiro em Portugal?) está construído o “caldo de cultura” que pode dar espaço à aparição de um qualquer caudilho ansioso por salvar a ditosa Pátria nossa amada.
Candidatos que bem gostariam de preencher o posto parece-me que não faltam.
Desde Francisco Louçã a Paulo Portas.
Da esquerda mais folclórica á direita mais astuta.
Felizmente a ambos faltam “pernas” para tão grande passo.
O caminho tem de ser outro.
E o problema está aí.
Porque se Jerónimo de Sousa não passa de um tio-avô simpático a quem se entregam os netos mas não o país, restam Pedro Passos Coelho e António José Seguro que são as duas faces de uma mesma moeda.
Urbanos, simpáticos, bem-intencionados mas demasiado iguais para poderem ser encarados como alternativas realmente diferentes.
Portugal está metido, repito, num pobre sarilho.
Que não será resolvido por manifestações, ajuntamentos, concentrações ou até distúrbios por mais que isso agradasse a alguns.
Muito menos pelo Conselho de Estado ou por precipitar o país noutras eleições que apenas aumentariam a instabilidade, desacreditariam o país e nada trariam de novo.
O caminho tem de ser outro uma vez mais o digo.
Qual?
Depois Falamos

P.S. Quando reflicto no actual estado do PSD vem-me sempre à memória dois factos:
Quando cheguei ao Parlamento em 1999 a direcção do grupo parlamentar eleita foi esta:
Presidente António Capucho e os vice-presidentes eram Manuela Ferreira Leite, Rui Rio, David Justino, Carlos Encarnação, Luis Marques Guedes e Guilherme Silva.
Quando em 2002 Durão Barroso ganhou as legislativas os presidentes das 3 maiores distritais do país eram Manuela Ferreira Leite, Luis Filipe Menezes e Fernando Reis.
Acho que não vale a pena fazer um desenho…



7 comentários:

  1. Capitão Leonel Vieira9:45 da tarde

    Sinto que o Caro Luís Cirilo está finalmente a pensar como eu. Este Portugal político deu o 'badagaio' e antes que caia na desgraça de uma anarquia, há que encontrar uma forma de fazer permanentemente "upgrade" ao Povo, do Povo e para o Povo, por forma a responsabilizá-lo e assim exercer regularmente o seu direito de cidadania. Já não somos um País de analfabetos e pelas sondagens e eleições que têm sido feitas nos últimos anos, a maioria tem sempre razão. Não há volta a dar. Se há mais justiça na decisão de 100 ou de 1000, do que na decisão de um só, o que farão 10 milhões a decidir?
    Nas decisões que toma, o Povo age sempre com a rectidão e justiça que o momento exige. Lá vai o tempo em que a Nobreza é que impunha novos rumos e tendências porque eram os únicos que tinham dinheiro, sabiam ler e escrever. Hoje, até o mais simples agricultor tem dons de retórica.
    A solução não passa pela eleição de um novo governo ou presidente. Tudo a seu tempo. Nem Passos, nem os outros que lhe vão seguir, serão capazes de tirar coelhos da Cartola. O povo, ou seja, cada um dos portugueses ou famílias, numa altura de mudança e transformação económico-social, têm de ser chamadas à colação, ouvidas a um ritmo frenético em cada uma das decisões que o Governo venha a tomar. Ou seja, há muito que Governo perdeu a humildade, deixando de ter margem de manobra para tomar decisões sozinho como os exemplos autistas e vangloriosos que lhe predecesseram. Quando o faz e quando o Povo é apanhado desprevenido, como no caso da TSU, sucedem-se ondas de contestação como nunca vimos nos últimos 30 anos.
    Hoje em dia temos a internet como meio fundamental para que a Democracia possa dar o esplendor à República deste País, onde podemos internacionalmente dar o primeiro passo nesta matéria. Se cada um de nós, ou cada família, tem voz de decisão na Assembleia da República através de um deputado, por que não haver uma remodelação do sistema que levasse o Povo a ser o principal deputado das suas escolhas e destinos?
    Actualmente, Assembleia da República está desactualizada e perdeu o vigor. Nasceu num contexto em que não havia telefone, fax, telemóveis, internet, etc. Foi criada com os melhores cérebros da época para responder atempadamente às necessidades e anseios da população iletrada, sem que esta fosse incomodada no seu quotidiano pobre de há mais de 100 anos. Se naquele tempo a Assembleia fazia sentido, hoje não. Não acredito que os deputados da AR, sejam os melhores representantes do Povo quando este se pode representar legitimamente através de meios inteligentes e directos que não estavam ao alcance da população há 100 trás. Além de reduzrmos os custos que o Estado tem para com cada um dos ilustres representantes na AR, passaríamos a essa responsabilidade directamente para as mãos do Povo, a quem realmente pertence, e para este decida cada assunto numa votação diária ou semanal. Aqui o Governo passaria apenas a assumir uma função de mero gestor e supervisor, mas nunca com poderes decisórios.
    A democracia tem de actualizar-se para não ficar congelada no tempo. Exige uma resposta à velocidade da luz para cada decisão onde só o povo tem voto. Neste mundo, ninguém está acima de ninguém, mas o Povo e a sua maioria está acima de cada um de nós.

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  2. Há mais de meio século Alguém escreveu:

    "Arrancar o poder das mãos das clientelas dos partidos, pôr acima de todos os interesses o interesse de todos, o interesse nacional, tornar o Estado inacessível à conquista pelas minorias ousadas e mantê-lo em contacto permanente com as necessidades e as aspirações do país, organizar a nação de cima para baixo, com as várias manifestações da vida colectiva, desde a família até aos corpos administrativos e às corporações morais e económicas, e integrar esse todo no Estado, que se tornará assim a sua viva expressão, isto é, tornar real a soberania nacional."

    Diziam, alguns, que era para justificar o seu regime.

    Hoje, perante a triste realidade,há que reconhecer que o Homem até tinha razão.

    Diagnosticado o mal há que aplicar a terapêutica mais indicada.

    Os remédios são caseiros e baratos:

    - Aplicar a politica remuneratória do Estado Novo no aparelho de Estado (desde a base até ao cimo (Juntas de freguesia /Governo)

    - Os militantes que alimentem os Partidos.

    - Já que não querem o Rei, que o Presidente da República seja eleito por mais mandatos. Nesta altura estamos a sustentar 4 P.R. e seus séquitos,Com a esperança de vida a aumentar e como não lhes falta nada (e ainda bem, que durem muitos anos para verem bem a porcaria que ajudaram implantar neste país) é de prever que o número aumente.

    - Acabar com as regalias obscenas da classe politica

    Mas há mais...

    Antes orgulhosamente sós do que vergonhosamente acompanhados e tutelados.

    Saudações democráticas.
    Francisco Ferreira


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  3. Desde há muito , de 1933 até hoje, que o povo português espera ser respeitado por aqueles que ele, pacientemente e com uma esperança sempre renovada, elege. Pelos menos a partir do momento em que ele foi autorizado a votar. De promessas em promessas o tempo passa e os problemas subsistem, quando não se agravam .

    Na realidade ele não conta nas preocupações dos políticos. O voto que ele traz, isso sim. A tal fachada democrática!

    Quanto ao Estado, ontem , dominado pelos grandes grupos industriais e financeiros.
    Hoje, o Estado depende de decisões supranacionais em tudo, como os grupos dependem da finança internacional.

    Para muitos, o Estado é a nação considerada como corpo politico, é o governo do pais. Na realidade o Estado é um organismo inerte, mecanicamente centralizado e dirigido por um governo que se apoia num conjunto de leis e instituições coercitivas. Mais coercitivas para uns que para outros, segundo o poder de cada um.

    Cada Estado - capitalista ou socialista segue o mesmo processo de desenvolvimento.
    Mas o Estado em si, é sobretudo o guarda dos privilégios da classe dirigente ou dominante.

    O centralismo politico e administrativo constitui o monstruoso poder do Estado.
    O Estado, hoje como ontem, é um engenho de exploração do maior numero por alguns, qualquer que seja o regime.

    O principio da moral politica ou do Estado é simples : O Estado sendo o objectivo supremo, tudo o que é favorável ao desenvolvimento do seu poder é bom; tudo o que lhe é contrário, mesmo a coisa mais humana, é mau.

    Mesmo se nas democracias ocidentais, os cidadãos elegem os seus representantes, o Estado decide soberanamente!

    O Estado só tem um rival: O homem livre .

    Vivendo longe da minha Pátria há meio século, seguindo de perto a evolução de Portugal e dos Portugueses no mundo de hoje, tenho receio que a base essencial que faz um homem ser livre - a educação, a instrução, o civismo, a cultura -, submersos que eles foram pelo consumismo, fácil até hoje, e por diversos atavismos de ordem religiosa ou tradicional, desviou os meus compatriotas do caminho da verdadeira cidadania, que consiste a interessar-se pela vida da sociedade no que ela tem de mais exigente: a solidariedade, em vez do individualismo, do gosto e do espírito de discussão livre e argumentada, sem preconceitos, da defesa da liberdade em todos os aspectos.

    E tudo isso começa na escola. Uma escola para formar verdadeiramente homens livres mas não submetidos à ordem social existente. Uma escola capaz de formar homens aptos a evoluir sem cessar, capazes de renovar os meios sociais e de se renovar. Porque, sem duvida, é preciso dar aos indivíduos responsabilidades afim lhes fazer adquirir a consciência dos seus direitos e dos seus deveres, para que a sua dignidade seja satisfeita, para que a satisfação os encoraje e os incite a progredir. E a combater. E os jovens de hoje têm tanto para combater!

    Se o capitalismo dos financeiros e dos trusts sao o inimigo do povo, o Estado, infiltrado por uma raça de sanguessugas, sobrecarregado de atribuições económicas para as quais não foi feito, nem preparado, verga sob o peso duma burocracia voraz, quezilenta e ainda por cima incompetente.
    No cume, os Führer, Caudilho, Duce ou outros "Pais do Povo", acompanhados dos grandes dirigentes políticos que formam a casta que dispõe de todos os poderes supremos.

    Em baixo ,os que trabalham, pagam, e sofrem.

    Em virtude duma lei natural e muito humana, os privilegiados do regime farão tudo para conservar e consolidar os seus privilégios.

    Se nenhuma reacção não se opõe, esta casta dominante restará fiel a ela mesma e terá tendência a mais de autoridade, mais de opressão e mais de absoluto.

    Freitas Pereira

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  4. Capitão Leonel Vieira4:08 da manhã

    Caro Francisco Ferreira, aplaudo-o veementemente pelo teor do seu post. Ajuda bastante a explicar parte de uma necessidade adiada, sem nunca pôr em causa a Democracia, como é óbvio. No entanto, deixe-me colocar aqui algumas questões no ar. Por que razão os partidos políticos ainda fazem parte da eleição de um Governo? Mais, por que razão os partidos políticos devem ter assento na Assembleia da República se o Povo tem meios e capacidade de o substituir em tempo real? Porquê a necessidade de uma AR se a sua acção está limitada pelo Tribunal Constitucional e pelo Presidente da República, estando este último também limitado pela AR, como foi o caso do seu papel ridículo na legalização do casamento homosexual!? No meio disto tudo, ainda pergunto: para que precisamos de um Governo interino, se somos geridos superiormente a partir de Bruxelas e Estrasburgo? Isto é fazer política duas vezes e ser duas vezes pago pelo sistema. Para quê? É como estarmos casados com duas mulheres: uma pra a romaria e outra pra a ópera.
    Creio que para acabar com as regalias "obscenas" da classe política, na minha modesta opinião e depois do grande descalabro da era Sócrates e anteriores, só faz sentido irradiar os partidos políticos! Ou então, tornar o exercício político em Portugal gratuito, desinteressado e sem a ambição desmesurada de fazer carreira, como prova o duelo Passos e Seguro, desde os tempos das suas jotas. Assim, o Povo não teria de se revoltar com quem trabalha movido pelo seu suor a favor da Nação. Só assim, o Povo passará a respeitar os intervenientes máximos das classes políticas e a vê-los de igual para igual.
    Neste contexto, só faz sentido haver um Presidente da República e uma delegação de Portugal, com ou sem Primeiro-Ministro, no Parlamento Europeu. Porque se ficarmos sós, fora da União Europeia, acabaremos nas mãos dos chineses ou dos americanos, ou na pior das hipóteses, para ironia do destino, engolidos pela economia brasileira ou angolana.
    Bem dito, Caro Freitas Pereira. Isto que estamos para aqui a dizer, patati, patatá, não faz sentido se não houver acção. +E verdade. O Estado só faz sentido sem sanguessugas e previligiados e, por isso, deve ser superintendido directamente pelo povo e não por um Governo mistela de partidos preocupados em manter aparência, votos e share televisivo.
    Eu julgo que para acontecer uma reviravolta não é preciso luta, mas antes recorrer à maneira mais pacífica possível. Basta esperar algum tempo, como dantes faziam os pretendentes ao trono! Com os eleitores, militantes, dirigentes e partidos em falência emocional, se os líderes que se perfilam tiverem VERGONHA e verdadeiro sentido de Estado, não vão ter coragem de se canditadarem nas próximas eleições, deixando o caminho aberto a uma restruturação organizacional do Estado e de uma nova Política anti-partidária.

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  5. Caro Sr. Luís Cirilo
    Alguém a quem eu tiro o meu chapéu, fez há dias um comentário que subscrevo completamente, e que gostaria muito de o ter escrito.

    "Sou um daqueles que , depois do descalabro Sócrates, votou e acreditou no actual governo. Passado um ano de sacrifícios, o país está à beira da bancarrota e ruína (é o que dizem) e os sacrifícios maiores serão. Completamente desiludido, chego à conclusão que os actuais partidos políticos( seus patrões, empregados e amigos), são a causa mais próxima da ruína deste país.Se o momento é de austeridade, porque não deixar o governo de pagar com o dinheiro do estado toda essa máquina partidária ?
    O 25 de Abril foi um movimento corporativista feito por militares e para militares melhorarem os seus vencimentos ( tinham inveja dos Oficiais Milicianos que, tal como eu, eram carne para canhão e até podiam ganhar mais).
    Depois vendeu-se a ideia que foi para livrar Portugal da ditadura.
    Abandonaram os Portugueses nas antigas colónias, não respeitaram os acordos do Alvor. Entregaram Angola ao MPLA, com a ajuda de tropas estrangeiras, como Cubanos, Russos etc.. Traíram a Pátria.
    Assaltaram os cofres da Nação, roubaram que se fartaram, e Portugal, desde então, passou a ser cada vez mais pobre. Hoje já não dependemos de nós...
    Salazar tinha razão, quando dizia:
    " Só choraremos os mortos se os vivos os não merecerem".
    Esse grande estadista serviu a Pátria e, morreu pobre, ao contrário desta gentalha que brinca com o País e enriquece rapidamente..."
    Sem mais comentários!!!

    S. Guimarães

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  6. "http://www.tretas.org/VencimentoCargosPoliticos"

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  7. Caro Capitão Leonel Vieira:
    A solução terá de ser encontrada dentro do actual leque politico e no quadro dos compromissos internacionais.
    A margem de manobra é pequena.
    Caro Francisco:
    Algumas das soluções que propõe são boas. Outras parecem-me mais dificeis de aceitar. Mas algo terá de ser feito.
    Caro Freitas Pereira:
    Como de costume estou de acordo com a sua visão do problema.
    Caro Capitão:
    Temos de ter algum cuidado para que o remédio prescrito não mate o doente.
    Caro S.Guimarães:
    Creio que cada vez há mais gente a pensar como o meu amigo.
    Caro ANónimo:
    Pois...

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