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quinta-feira, julho 05, 2012

Os "Zorros"

Não sei se Hollywood tenciona fazer uma terceira parte do “Zorro” que teve nos primeiros dois filmes a interpretação de António Banderas e Catherine Zeta Jones.
Se o fizer apetecer-me – ia sugerir que fizessem o casting para o principal papel aqui na zona de Guimarães tantos os candidatos a Zorro que andam pelas redes sociais na ânsia de fazerem justiça.
Infelizmente é a sua (deles) “justiça” e não a consagrada pelas leis de um estado de direito e a praticada numa civilização do século XXI,
Eu compreendo, até certo ponto, que a indignação levada excessivamente a peito se traduza na ancestral ânsia de fazer justiça pelas próprias mãos levando á frente tudo que ouse opor-se ou afirmar o erro das atitudes.
Compreendo até, porque também já tive 20 anos, que se considere como ofensa intolerável tudo aquilo que mexa com algo a que reservamos emoções, sentimentos, paixão, mas que na verdade fria dos factos não tem tanta importância assim.
Mas tudo tem um limite.
E apelos á agressão, à transgressão de leis, á transformação de uma instituição credível e histórica numa trincheira para qualquer tipo de batalha não pode ser admitido nem tolerado.
Porque a História ensina-nos que por vezes grandes desgraças começam por pequenos nadas que não sendo travados a tempo evoluem sempre no pior sentido.
Acho legítimo, até porque também gosto muito de banda desenhada e já tive o meu período de adolescência, que alguns jovens (e até menos jovens) guardem uma juvenil admiração pelo Zorro e tenham o sonho de serem como ele.
Mas então sejam em tudo.
Na luta pela verdadeira Justiça, no combate à opressão e á intolerância, no desejo de uma sociedade mais justa e mais igual.
E tal como o Zorro lutem com lealdade, com respeito pelo adversário, sem ódios nem acintes particulares.
Porque isso de apenas imitarem o Zorro no anonimato desvirtua as lutas e é demasiado infantil!
Depois Falamos

7 comentários:

  1. As revoluçoes sempre ocorreram, e sempre com muita violencia (e por mais que diga o contrario era violencia justificada) paises foram criados assim (o nosso é um bom exemplo disso), nao digo que nao concorde consigo, mas se na ansia e no desejo de obterem justiça, e uma sociedade mais justa, tiverem que recorrer a violencia (tal como o Zorro, sim porque o zorro que conheço parece ser diferente do seu, pois esse recorria a violencia) entao venham daí esse revolucionarios, pois com a podridão que nos dirige seja a nivel governamental bem como noutras "entidades" (se é que me faço entender) estamos bem arranjados.....

    esperarei dias melhores

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  2. Caro Anónimo:
    Pois, o problema é que a figura do Zorro situava-se no século 19.
    De lá para cá as sociedades evoluiram.

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  3. Evoluiram???

    em que seculo nasceu?

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  4. Rui Correia4:45 da manhã

    Revoluções devem ser sempre encaradas como último recurso. E embora não as defenda, tenho que admitir que são elas que muitas vezes abrem as portas às reformas correctas, que se atempadamente aplicadas, evitariam o conflito extremado.

    Mas não vim aqui para opinar sobre esse assunto.

    Apenas queria sugerir que se aproveite a mascote dos "afonsinhos" (http://4.bp.blogspot.com/_-CY1S5Th980/Se2-OhrO55I/AAAAAAAAAGY/VH4B1__P6rE/s400/Afonsinhos.bmp) para os jogos no DAH. Para além de muito bem conseguida, de certeza que os mais novos iriam gostar de a ver em 3D (com alguém lá dentro) no relvado do estádio e junto à bancada. Para tirar fotografias, cumprimentar a pequenada e quem sabe distribuir uns pequenos brindes etc... Querem melhor mascote que essa!? Com custos reduzidos, já que apenas será necessário construir a estrutura e enfiar uma pessoa... Eu até me disponibilizava para entrar no boneco de graça! :D Imagine vender a mascote em miniatura na loja do vitória (em peluche por exemplo). O Olhanense tem uma mascote engraçada do género da que sugiro.

    Cumprimentos do vitoriano de Belmonte.

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  5. Não posso analisar a profundeza exacta do mal estar português porque não vivo aí. Mas tenho algumas indicações.

    Uma delas é que pela primeira vez desde o Estado Novo, a classe média é afectada economicamente e treme nas suas bases. Este é um sinal. O outro é a emigração acelerada da juventude portuguesa à procura de porta de saída do túnel em que se encontra. Juventude formada e consciente.

    Pelo menos, não será esta juventude que fará a revolução!

    Quando se fala de revolução pensa-se logo na revolução das massas abandonadas à triste sorte. Pensa-se na Rússia sobretudo.
    Só que, a revolução russa de 1917 é contraditória, no sentido dialéctico e mais ainda. Ela foi o produto da derrocada da dominação social, política e económica, dos imperialismo europeus no fim duma guerra mundial feroz e portanto ela começa e acaba em bases nacionais russas.
    Tendo abatido o tsarismo e o feudalismo esta revolução não conseguiu atingir os seus objectivos porque se alienou a burguesia e a igreja.

    A revolução francesa foi a burguesia , (ciumenta do poder da nobreza,) que a lançou, e o povo seguiu!

    O movimento de contestação que alastrou recentemente na Europa, e não só, é histórico e sem precedente pelo seu carácter criativo e não violento mas igualmente pelo seu carácter ao nível geográfico.
    Se bem que os especialistas tivessem anunciado que a catástrofe estava iminente e que já “era tempo de sentir pânico” tudo se passa como se o sistema económico contestado ainda tivesse possibilidade de recuperar e subsistir , graças a remendos da ultima hora .

    Mas é verdade que até aqui não vimos nenhuma revolução, e a este ritmo não está prestes de chegar.
    Que tristeza de ver estes milhares de jovens sentados nas ruas e praças europeias e americanas, entre outros, apesar da sua indignação, debater tão pacificamente e serem tão ignorados pelo sistema de poder governante. Debater de problemas legítimos em matéria de justiça social, de estabilidade financeira e de corrupção, sabendo que a 1600 km, em Bruxelas, Frankfort e Berlim, um grupo ínfimo de poderosos homens e mulheres bem vestidos continuam a repartir entre eles o futuro, sem consideração nenhuma para tais assuntos de tanta preocupação.

    Claro que para muitos é uma utopia. Mas o que é certo é que estes objectivos citados mais acima, podiam ser atingidos com os parâmetros do nosso sistema capitalista mundial!

    A verdadeira utopia não é a ideia dum mundo radicalmente diferente, mas a ideia dum resultado radicalmente diferente com o mesmo mundo.

    Assim não podemos evitar a angustia que nos assalta quando pensamos na saída eventualmente trágica da situação que vivemos na Europa.
    Porque acusar todos os dias os bancos ( Ah o Barclays que até trafulhou o Pibor e o Eurobor !) e os politicos não basta. Para resolver a crise, algumas mudanças radicais vão ser necessárias ao nível europeu.

    Passei há dias na Grécia. Quem conheceu Atenas e hoje vê uma loja em cada duas fechada, os jovens dormir nas escadas do metro e as centenas de pedintes nas ruas , ( e que ninguém me venha dizer que foram estes que levaram 6.000 milhões para Zurique desde o inicio do ano !) pode mesmo assim imaginar, que se houver revolução será talvez lá que rebentará a primeira.

    E quem sabia que nalgumas pequenas cidades dos arredores de Bruxelas, já há quem procure nos contentores verdes de roupas usadas algo que lhe sirva. E quando o orifício de acesso é pequeno demais , introduzem um garoto para ir “pesquisar” na fortuna que ali se encontra! Em Bruxelas! Capital da Europa! Mas por cá ,também isso existe. Então, a Revolução....

    Freitas Pereira

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  6. Ora como hoje é sexta feira e este topico é susceptivel a mentes hostis deixo aqui a seguinte mensagem...

    "Don't worry about a thing,
    'Cause every little thing is gonna be alright.
    Singin': "Don't worry about a thing,
    'Cause every little thing gonna be alright!"

    Rise up this mornin',
    Smiled with the risin' sun,
    Three little birds
    Sit by my doorstep
    Singin' sweet songs
    Of melodies pure and true,
    Singin', ("This is my message to you-ou-ou:")

    Singin': "Don't worry 'bout a thing,
    'Cause every little thing is gonna be alright."
    Singin': "Don't worry (don't worry) 'bout a thing,
    'Cause every little thing is gonna be alright!"


    Ora entao um excelente fim-de-semana e que o Senhor vos acompanhe ;)

    e abençoe o Vitoria...


    Abraço

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  7. Caro Anónimo:
    No século 20.
    Caro RUi Correia:~
    Concordo que as revoluções devem ser ultimo recurso.
    Quanto á mascote é uma bela ideia que vou transmitir a quem de direito.
    Caro Freitas Pereira:
    Apenas posso referir, e agradecer, a lucidez e inteligência do seu comentário. Receio que as gerações vindouras olhem para as actuais com profundo ressentimento face ao mundo que lhes estamos a legar.
    Caro Miguel:
    Gostei.

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