Começaram os Jogos Olímpicos de Londres 2012.
Pela terceira vez os JO visitam a capital britânica e pela segunda tem a cerimónia de abertura presidida pela Rainha Isabel II o que traduz , de facto, uma enorme longevidade da monarca na chefia do Estado.
Não recordo mesmo nenhum outro chefe de estado que tenha acolhido duas edições dos Jogos enquanto em funções.
E no caso muito particular da Comonswealth é melhor nem lembrar que Isabel II é também chefe de estado do Canadá (Montreal 1976) e da Austrália (Sidney 2000)porque então o seu recorde será absolutamente imbatível!
Mas voltemos a 2012.
Com uma cerimónia de abertura fascinante, recheada de momentos espectaculares, que prendeu mais de mil milhões de pessoas em frente ás televisões para seguirem a passo e passo todos os momentos.
Espera-se, e deseja-se, que sejam uns Jogos espectaculares em termos desportivos, limpos em termos de doping, e que contribuam para o seu fim ultimo que é o aproximar de povos e nações.
Não sei, nem interessa, se serão os melhores de sempre em termos desportivos e de espectáculo.
A fasquia de Barcelona /1992 continua muito alta e difícil de ultrapassar em termos desportivos .
Já para não falar da espectacular cerimónia de abertura.
Como também o encerramento de Moscovo/1980, com a lágrima do urso Misha, será sempre uma referência.
O que importa é que sejam um hino ao desporto.
Depois Falamos
Espero me desculpe, Caro Amigo, se lhe aparece aqui um comentário azedo e talvez um pouco cínico, a propósito dos Jogos Olímpicos de Londres. Numa versão oposta àquela do seu ‘post’!
ResponderEliminarO único atentado ao qual assistimos, nesta cerimonia, foi o atentado contra o bom senso.
Mas que diabo ! Eis aqui uma Europa exangue, um planeta ameaçado duma irradiação atómica mortal, bastaria outro tremor de terra para que a piscina do reactor 4 de Fukushima se desmorone, um mundo na véspera dum conflito generalizado e perante os nossos olhos um divertimento como se tudo estivesse na ordem, como se neste mundo todos se amavam uns aos outros e se respeitavam! O dinheiro brota a jorros, como se os espíritos estivessem serenos!
Foi-me impossível ao ver este espectáculo do Danny Boyle, de fazer abstracção da situação actual. Impossível de me maravilhar, por exemplo, como nos Jogos de Atenas.
Recorda-se destes Jogos de Atenas onde nada estava pronto e onde, entretanto, este pais de “farniente” nos tinha espantado com uma cerimonia de abertura esplendida. Tão cara, sim!
Uma ruína para o pais! Eles ainda não se recompuseram! Basta dizer isto para imaginar como eles não foram razoáveis! Que grande desastre esperava estes pobres Gregos! Se alguém tivesse dito , nesse ano, que muito proximamente os Gregos iriam encontrar-se na rua, agarrados pelo pescoço, rompidos, corroídos, esburacados pelas traças modernas, quem o teria acreditado? Os antigos deuses sangrados pelas bancas parasitas...
Não me maravilhei como na abertura dos Jogos de Pequim. Toda a gente os desprezava antecipadamente, estes jogos de Pequim, neste pais da população de escravos que assassina a nossa população de desempregados, com a tirania que sabemos, a maneira deles de mudar o clima para evitar a chuva!
Confessando assim que, sim, o clima se pode manipular. Mas a abertura de Pequim, conduzida pelo Zhang Yimou, tinha sido duma beleza a cortar a respiração! Os mil tambores e os quadros prodigiosos que vieram em seguida arrancaram ao povo gritos de admiração. A voz da China eterna. A pobre, a defunta...
O momento mais terrível foi o desfile de todas as nações participantes? Com tantas nações mártires que desfilavam radiosas, como se o pais deles, a Grécia, a Espanha, a Itália, Portugal, a velha Europa , vitimas dos vampiros, não fosse composta que de gente feliz e alegre!
A Palestina, sorridente, para provar que ainda tem cidadãos com braços e pernas que podem fazer desporto, dentro em pouco num pais que não será maior que um campo de futebol!
E O Iraque, o Afeganistão, o Qatar, a Arábia Saudita, os actores, mestres, e escravos deste mundo terrível, os Estados Unidos e a sua delegação imponente, testemunha dum mundo que nos absorve!
A Rússia e a China que fecham os olhos em Alepo!
Mas em Londres face a uma espectáculo bonito, gentil, um pouco « desarrumado », foi me impossível de esquecer. Ou envelheci!
Ah, os atletas Libios! De que lado são? Do lado daqueles que cortam o pescoço a outros libios, ou o contrário. Que importa! Entretanto, os amigos bombeiam o petróleo, e é isso que importa!
Foi preciso suportar tudo isso! E também o hino à gloria dos serviços públicos ingleses no momento mesmo em que se vendem ao privado! E que David Cameron expulsa dos hospitais os doentes pobres com doenças de longo curso.
31 milhões para isso? ( A deduzir dos 31 mil milhões!) Claro com 74.000 benevolentes! Muitos lugares a 2000 euros ficaram sem cliente!
O que me fez rir? Mister Bean! Interpretação gratuita! Simples de tocar uma só nota ! Bem pensado!
E por traz disso tudo , o templo da City, acolhendo o espirito dos Jogos Olímpicos ! Também se pode morrer de rir!
Para terminar, o meu Amigo vai retorquir : Mas isto é a treva olímpica!
Pois é ! E a treva da pobreza, da guerra estrondosa ou surda das mentiras de Estado fica para quando ? ?
Cumprimentos e desculpe , mais uma vez, o espaço “açambarcado”!
Freitas Pereira
Trégua olimpica, claro, e nao treva! Mil desculpas!
ResponderEliminarFreitas Pereira
Caro Freitas Pereira:
ResponderEliminarÉ uma interpretação diferente da minha de facto.
Porque prefiro ver, com algum romantismo à mistura, os JO como um momento de celebração do desporto a nível mundial protagonizado por alguns atletas/equipas de excepção que nos fazem ver com admiração até onde podem ir os limites do Homem.
Claro que depois há o resto.
O negócio, o cinismo, a hipocrisia, a batota do doping,e a situação do mundo.
Mas prefiro acreditar que o mundo não está "assim" por causa do desporto.
Que continua a ser, apesar de tudo,uma valvula de escape.