Publiquei este artigo no site Top Futebol
Estamos em semana de inicio do Europeu de futebol.
A maior competição do futebol mundial, a nível de selecções, depois do
Mundial propriamente dito.
Ou, por outras palavras e indo ao encontro do que pensa muito boa
gente, o Europeu é um Mundial sem Brasil e Argentina com tudo o que
esse conceito pode encerrar de injusto para selecções como o Uruguai a
Costa do Marfim e maus umas poucas que tem feito mundiais de razoável
nível.
A prova que hoje começa encerra em si algumas singularidades sobre as
quais importa reflectir um pouco.
Desde logo o ser disputada em dois paises.
Um modelo a que a Uefa parece estar a ganhar algum gosto
(contrariamente á Fifa que depois do mundial Coreia/Japão voltou á
velha fórmula de um país organizador)voltando a repetir experiências
recentes e cujo sucesso foi mais que discutível.
Não deixa , neste contexto, de ser paradoxal que o melhor europeu de
sempre (o de 2004) tenha sido organizado por um pequeno país com o
enorme sucesso que todos lhe reconhecem.
Depois a associação de paises envolvidos no 2012 (Polónia e Ucrânia) é
algo contra natura e não é dificil , olhando para o contexto da
História do século XX ,estranhar que hoje apareçam em simultâneo numa
organização desta grandeza.
A que acresce o facto, mas esse natural e inevitável, de pela primeira
vez a Uefa ter levado a sua máxima competição para paises do Leste
europeu depois de todas as transformações politicas neles ocorridas
desde 1989,
Sendo que num dos casos, Ucrânia, o regime politico vigente merece
forte censura dos países da comunidade europeia ao ponto de vários
governos terem declarado a sua intenção de não enviarem ministros aos
jogos nele disputados...
Como se alguma vez a Fifa/Uefa estivessem preocupadas com questões dessas!
Quanto á parte desportiva:
Favoritos?
Ao contrário do que muitos pensam creio que a Espanha(campeã em
titulo) está algo longe de poder ser considerada um dos principais
favoritos neste Europeu.
Depois de juntar o titulo mundial ao europeu não me admiraria que o
ciclo de uma geração extraordinária ,que ganhou tudo, estivesse a
chegar ao fim.
Depois os "clientes" habituais.
Alemanha, á cabeça, mas também a Itália e a vice campeã mundial
Holanda estarão na primeira linha dos candidatos a um titulo que
apesar de tudo pode vir a cair a um outsider dada a não existência de
uma selecção claramente melhor que todas as outras.
E aí equipas como a França ou a Inglaterra(pese embora as lesões de
alguns jogadores fundamentais) poderão ter uma palavra a dizer.
E Portugal?
Infelizmente não acredito que, pese embora ter o melhor jogador
presente neste Europeu, a nossa selecção possa almejar a muito mais do
que passar a primeira fase.
E mesmo isso vai ser dificil face á dificuldade do grupo que nos toca
em sorte e á valia real da nossa equipa.
Porque para além do "super" Ronaldo apenas Nani e,vá lá, Pepe se podem
considerar como jogadores do topo europeu.
Temos um lote de indicutiveis bons jogadores (Moutinho,Bruno
Alves,Postiga,Ruben Micael,Raúl Meireles,etc)e um (Quaresma) que está
entre eles e os três referidos anteriormente mas não temos mais do que
isso.
O que para ter grandes ambições na prova é...curto!
Aliás basta comparar, com tudo o que de ingrato essas comparações
acarretam,este grupo com o do Euro 2004 (Figo,Deco,Ricardo
Carvalho,Pauleta,Rui Costa,Ronaldo,etc) para ter a perfeita noção das
nossas limitações.
Ainda por cima quando jogadores importantes como Simão ou Tiago
"desistiram" e outros à partida titulares indiscutiveis (Ricardo
Carvalho e Bosingwa) se enredaram em problemas que ninguém pode, soube
ou quis resolver.
Faltou maturidade de parte a parte digo eu.
Por isso, e no que a Portugal diz respeito creio que o melhor é manter
as expectativas controladas e depois o que vier a mais é...ganho!
P:S. Admito que tenha exagerado.
Mas é óbvio que Manuel José tem razão quanto ao "circo" montado em
redor da selecção nacional.
A partir de sábado perceberemos as consequências.
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