Eu acredito no sindicalismo.
Livre e democrático.
Livre de correias de transmissão partidárias e democrático na expressão de tendências e opiniões na defesa de quem trabalha.
E por isso toda a minha vida profissional paguei cotas sindicais.
Ainda hoje o faço.
Mas a minha convicção no sindicalismo não é , infelizmente, acompanhada pela mesma convicção nos lideres sindicais.
Sejam da CGTP sejam da UGT.
Ainda agora nas comemorações do 1º de Maio lá se ouviram outra vez os mesmissimos discursos do ano passado, de à dois anos, de à vinte anos.
Mudam os governos, mudam os lideres partidários e os primeiros ministros, mas o que não muda nunca são os discursos contra os governos.
Sendo certo que os lideres sindicais mudam muito menos que os lideres partidários.
Bem gostaria um dia de ouvir discuros pela positiva, criticando o que é de criticar mas louvando o que merece ser louvado.
E apresentado propostas construtivas.
Fugindo do habitual trabalhar menos e ganhar mais que caracteriza os discursos dos sindicalistas que temos.
Enfim, serei mesmo um homem de fé mas ainda acredito que um dia atingiremos esse nível de sindicalismo evoluido e adaptado aos novos tempos.
Depois Falamos
Caro Sr. Luis Cirilo
ResponderEliminarO sindicalismo português, tem infelizmente, à sua frente pessoas que em vez de defender os interesses dos trabalhadores preocupam-se apenas com os partidos a que pertencem. A democratização dos sindicatos terá que passar necessariamente por mudar os seus próprios estatutos, fazendo a rotatividade em ciclos não superiores ao que acontece com o limite temporal dos partidos, elegendo os seus responsáveis com bastante clareza, renovando os seus quadros democraticamente e sem tibiezas, e abstraindo-se da politização dos mesmos.
Nestes últimos anos, temos assistido a uma autêntica ditadura, onde se acoitam os verdadeiros testas de ferro dos partidos de esquerda, em que desavergonhadamente se alheam dos verdadeiros problemas que afligem os trabalhadores.
Julgo que os trabalhadores portugueses terão uma palavra a dizer no futuro, enquanto isso não acontecer, a ditadura continuará nos sindicatos.
Caro Anónimo:
ResponderEliminarInteiramente de acordo.
Esperemos que os trabalhadores por conta d eoutrém não dmorem nessa necessária revolução sindical
Caro Amigo
ResponderEliminarOs sindicatos , como as igrejas e as religiões, perdem aderentes todos os dias! Não porque estes tenham perdido a fé, mas antes porque n debaixo dos golpes da globalização, do desemprego, da precariedade, da negação dos valores humanos mais valiosos, e dum materialismo consumista sem igual, a sociedade mergulha na miséria e já não crê que os dogmas possam salvà-los!
Foram tempos em que o materialismo dialéctico e o anticlericalismo eram os inimigos das religiões. Hoje, o materialismo consumista, apressado, mostra ser mais perigoso.
Os sindicatos, inscritos na constituição, tinham como razão de ser a defesa dos trabalhadores no sentido largo do termo. A industria era o mais pujante fornecedor de aderentes. Hoje, são os serviços. A motivação não é a mesma. E os sindicatos por falta de aderentes, fraco índice de representação e de poder real sobre as decisões do patronato, conservam um poderoso meio de pressão nos serviços públicos.
Mas o problema principal dos sindicatos é a falta de formação económica dos responsáveis. São poucos os países onde os sindicatos são aconselhados por advogados, economistas e fiscalistas . Carecem frequentemente de noções de inflação, recessão, PIB, competitividade, como os sindicatos patronais onde estes especialistas são abundantes.
Então, na falta desta formação, só conhecem a reivindicação pura e simples. E o que é grave, é que nenhum sindicato poderia sobreviver se não .... reivindicasse! Esta é a finalidade ultima dum sindicato! Sem sonhar que os sindicatos possam todos, um dia, chegar, quase, à co-gestão com os empresários numa empresa, como na Volkswagen, a reivindicação é a única finalidade.
Em França, a maioria dos organismos de protecção social ( segurança social, seguro desemprego, reformas) são já geridas de maneira conjunta pelos sindicatos e os organismos patronais.
Correias de transmissão dos partidos ? Claro! Todos são. Da mesma maneira que , por exemplo, o Medef, em França , sindicato patronal, que é a correia de transmissão do governo! E quando o sindicato agrícola, a FNSEA votava à 95% por Chirac, sabe -se bem porquê ! As chorudas subvenções de Bruxelas , o PAC agrícola, obtido por Chirac ! Hoje continuam a votar por ...Sarkozy!
A CGT correia de transmissão do PC ! Claro!
Resta que, o mundo evolui. Noutros tempos, dizia-se ao empregado: seja fiel e você tem um contrato até ao fim da vida! Hoje , esse contrato “social” acabou! Instabilidade do emprego, horário de trabalho reduzido ou irregular, baixa de salários, desmantelamento das conquistas sociais dos últimos cinquenta anos, dão como resultado que os sindicatos demonstraram que são inoperantes perante esta derrocada social. Assim, quando têm uma oportunidade para manifestar que ainda existem, fazem-no sem discernimento.
Estas reflexões pessoais são o fruto de 20 anos de Direcção Geral numa empresa de 300 pessoas, onde tinha todos os meses à minha frente os delegados de quatro sindicatos nas reuniões do Comité d’Entreprise ( Conselho de Empresa) , que presidia, e a quem era obrigado de prestar contas sobre a marcha da empresa. Como ao accionista!
E quer que lhe diga : Este contra -poder chamou por vezes a minha atenção sobre problemas que não via sob o mesmo angulo e que mereciam um estudo complementar! Era positivo. Tive que enfrentar greves, claro, mas quase sempre de âmbito nacional, isto é, ditadas pelas centrais sindicais em luta contra o governo ! As tais correias de transmissão funcionavam bem !
Em conclusão: Os sindicatos são necessários . Quando os responsáveis têm a capacidade de compreenderem e aceitarem de respeitar os interesses dos três parceiros duma empresa : O cliente, o accionista e o empregado, o dialogo só pode ser útil. Mas é preciso que os patrões “joguem “fair-play” e não receiem sindicalistas bem formados em matéria económica e social. Aliás têm todo o interesse nisso, porque uma empresa tem necessidade de estabilidade para se desenvolver e criar um espirito de conquista. A osmose entre o capital e o trabalho é imperativa.
Freitas Pereira
Caro Luís Cirilo,
ResponderEliminarA questão sindical daria para escrever uma tese, mas direi apenas que teria toda a tolerância do mundo para o discurso dos sindicatos, mesmo não concordando com boa parte dele, se conseguisse esquecer um "pecado capital": A forma terrorista como estas organizações supostamente preocupadas com direitos e liberdades usam os piquetes de greve para limitar a liberdade de quem não a quer fazer. Palavras são fáceis de ouvir, actos desses são impossíveis de aceitar. Até que renunciem completamente a esse pseudo-direito absurdo, terei sempre tendência a olhar para eles como organizações pouco civilizadas.
Caro Freitas Pereira:
ResponderEliminarConmo sempre apreciei a sua visão lucida e informada neste caso sobre o mundo sindical.
E os sindicatos portugueses, para além dessa falta de quadros especializados e do vicio da reinvindicação pela reinvindicação, enfermam ainda do gravissimo problema de serem profissão de longa duração para os seus dirigentes.
Caro Luis Ferreira:
Tem toda a razão. De facto o conceito de liberdade de alguns sindicalistas é muito limitado