Publiquei este artigo em "O Lado do Futebol que Nunca Viram"
Dificilmente se pode imaginar uma situação mais delicada para quem vai assumir a responsabilidade de dirigir o Vitória após 31 de março do que aquela que hoje cruamente existe.
Estamos a falar, como é óbvio, dentro da realidade e dimensão do clube e de uma História de quase 90 anos.
Financeiramente a situação é gravíssima.
Um passivo galopante, cuja real dimensão desconfio que só será conhecida depois das eleições, que condiciona até ao ponto de a por em risco a vida do clube.
Salários em atraso, no futebol e nas modalidades, com uma dimensão jamais vista no Vitória em todo o seu historial e que condicionam o desempenho desportivo das suas equipas como tem sido patente ao longo de toda a época.
Equipas ganhadoras no passado, como a de voleibol, arrastam-se penosamente no campeonato bem longe dos lugares que dão acesso aos títulos.
No basquetebol todo um valioso trabalho da secção e do treinador Fernando Sá são postos em causa pela falta de pagamento aos atletas que já levou á rescisão de algumas peças base da equipa com a consequente perda de competitividade.
No futebol, o espelho mais visível da realidade vitoriana, a situação nem é tão má como alguns a querem “pintar” mas está a muito grande distância de ser compatível com aquilo que todos os vitorianos desejam.
Seria fácil, mas profundamente irresponsável, aproveitar a goleada de Alvalade para defender uma política de “terra queimada” que passasse pelo despedimento a eito de jogadores e do treinador Rui Vitória.
Não vou por aí!
Desde logo porque, embora envergonhado com o resultado, sei bem que o futebol tem contingências tão próprias que estão na raiz da enorme paixão que existe pelo jogo em si e que explicam os às vezes inexplicável.
E o jogo que vi não foi jogo para “aquele” resultado.
Nem na posse de bola, nem no número de remates, nem no número de ataques de cada uma das equipas.
O SCP venceu com justiça, isso é claro, mas o resultado é muito exagerado para aquilo que se viu em campo.
E o inexplicável passa também pelo facto de um jogador até então desaparecido marcar dois golos ou um ponta de lança a “seco” desde Novembro voltar aos golos precisamente neste jogo.
Se a isso acrescentarmos o facto de a equipa entrar em campo com três meses de salários em atraso (e não vale a pena embarcarmos em tiradas demagógicas sobre quanto ganham os jogadores porque os contratos são para cumprir e quem trabalha deve receber) e sem dois jogadores que tem sido dos mais regulares (João Paulo e El Adoua) acaba por se atenuar de alguma forma o impacto negativo da derrota.
Por isso temos de manter a serenidade.
Porque a equipa que perdeu em Alvalade é a mesma que ganhou a Benfica e Marítimo em casa e foi vencer a Coimbra e a Aveiro apenas para citar os jogos mais recentes.
Nem essas vitórias representam o 80 nem esta derrota (e a de Braga…) o 8.
Demonstram apenas a realidade de uma equipa desequilibrada, capaz do melhor e do pior, por força de um plantel mal constituído e com lacunas notórias nalguns sectores que me dispenso de enunciar.
Face a isto importa dizer três coisas:
A primeira é que continuo a achar que Rui Vitória é um treinador competente, culto, com um discurso sereno e inteligente.
O engenheiro Júlio Mendes já teve oportunidade de dizer em nome da Lista A que RV é o “nosso” treinador caso ganhemos as eleições.
Não há nenhuma razão para mudarmos de opinião.
A segunda é que como é normal em qualquer equipa e qualquer plantel no fim de época sairão jogadores e entrarão jogadores.
De forma equilibrada, sensata e sem rupturas de consequência previsivelmente nefastas.
A terceira, e sem querer de alguma forma assumir o estatuto de “treinador de bancada” de que todos temos um pouco não vale a pena negá-lo, é que talvez seja o tempo de olhar para a classificação e (percebendo que o sexto lugar está praticamente garantido e o 5º é de dificílima conquista) começar a pensar na próxima época.
E isso significa que jogadores como João Amorim e Barrientos poderão ter oportunidades em continuidade de molde a serem opções de primeira escolha em 2012/2013.
Bem como será importante perceber o que jogadores como Soudani e Molina poderão, ou não, dar ao plantel que vai ser construído a partir de 31 de Março.
Creio que cientes de que “este” Vitória não é o “nosso” Vitória impõe-se que o futuro seja preparado de forma racional, ponderada e serena.
Assim será!
Dificilmente se pode imaginar uma situação mais delicada para quem vai assumir a responsabilidade de dirigir o Vitória após 31 de março do que aquela que hoje cruamente existe.
Estamos a falar, como é óbvio, dentro da realidade e dimensão do clube e de uma História de quase 90 anos.
Financeiramente a situação é gravíssima.
Um passivo galopante, cuja real dimensão desconfio que só será conhecida depois das eleições, que condiciona até ao ponto de a por em risco a vida do clube.
Salários em atraso, no futebol e nas modalidades, com uma dimensão jamais vista no Vitória em todo o seu historial e que condicionam o desempenho desportivo das suas equipas como tem sido patente ao longo de toda a época.
Equipas ganhadoras no passado, como a de voleibol, arrastam-se penosamente no campeonato bem longe dos lugares que dão acesso aos títulos.
No basquetebol todo um valioso trabalho da secção e do treinador Fernando Sá são postos em causa pela falta de pagamento aos atletas que já levou á rescisão de algumas peças base da equipa com a consequente perda de competitividade.
No futebol, o espelho mais visível da realidade vitoriana, a situação nem é tão má como alguns a querem “pintar” mas está a muito grande distância de ser compatível com aquilo que todos os vitorianos desejam.
Seria fácil, mas profundamente irresponsável, aproveitar a goleada de Alvalade para defender uma política de “terra queimada” que passasse pelo despedimento a eito de jogadores e do treinador Rui Vitória.
Não vou por aí!
Desde logo porque, embora envergonhado com o resultado, sei bem que o futebol tem contingências tão próprias que estão na raiz da enorme paixão que existe pelo jogo em si e que explicam os às vezes inexplicável.
E o jogo que vi não foi jogo para “aquele” resultado.
Nem na posse de bola, nem no número de remates, nem no número de ataques de cada uma das equipas.
O SCP venceu com justiça, isso é claro, mas o resultado é muito exagerado para aquilo que se viu em campo.
E o inexplicável passa também pelo facto de um jogador até então desaparecido marcar dois golos ou um ponta de lança a “seco” desde Novembro voltar aos golos precisamente neste jogo.
Se a isso acrescentarmos o facto de a equipa entrar em campo com três meses de salários em atraso (e não vale a pena embarcarmos em tiradas demagógicas sobre quanto ganham os jogadores porque os contratos são para cumprir e quem trabalha deve receber) e sem dois jogadores que tem sido dos mais regulares (João Paulo e El Adoua) acaba por se atenuar de alguma forma o impacto negativo da derrota.
Por isso temos de manter a serenidade.
Porque a equipa que perdeu em Alvalade é a mesma que ganhou a Benfica e Marítimo em casa e foi vencer a Coimbra e a Aveiro apenas para citar os jogos mais recentes.
Nem essas vitórias representam o 80 nem esta derrota (e a de Braga…) o 8.
Demonstram apenas a realidade de uma equipa desequilibrada, capaz do melhor e do pior, por força de um plantel mal constituído e com lacunas notórias nalguns sectores que me dispenso de enunciar.
Face a isto importa dizer três coisas:
A primeira é que continuo a achar que Rui Vitória é um treinador competente, culto, com um discurso sereno e inteligente.
O engenheiro Júlio Mendes já teve oportunidade de dizer em nome da Lista A que RV é o “nosso” treinador caso ganhemos as eleições.
Não há nenhuma razão para mudarmos de opinião.
A segunda é que como é normal em qualquer equipa e qualquer plantel no fim de época sairão jogadores e entrarão jogadores.
De forma equilibrada, sensata e sem rupturas de consequência previsivelmente nefastas.
A terceira, e sem querer de alguma forma assumir o estatuto de “treinador de bancada” de que todos temos um pouco não vale a pena negá-lo, é que talvez seja o tempo de olhar para a classificação e (percebendo que o sexto lugar está praticamente garantido e o 5º é de dificílima conquista) começar a pensar na próxima época.
E isso significa que jogadores como João Amorim e Barrientos poderão ter oportunidades em continuidade de molde a serem opções de primeira escolha em 2012/2013.
Bem como será importante perceber o que jogadores como Soudani e Molina poderão, ou não, dar ao plantel que vai ser construído a partir de 31 de Março.
Creio que cientes de que “este” Vitória não é o “nosso” Vitória impõe-se que o futuro seja preparado de forma racional, ponderada e serena.
Assim será!
só queria dizer que concordo consigo quando diz que Rui Vitória é um bom treinador e fala com serenidade....mas também acho que o papel dele não é estar sempre a falar dos problemas financeiros, mas sim concentrar-se no trabalho que tem a desenvolver com todo o grupo...
ResponderEliminarjá não é a primeira vez, que eu reparo também, quer seja em substituições ou no final dos jogos, que os jogadores nem sequer aplaudem ou saúdam os adeptos!!!na minha opinião, acho que não agem de maneira correta visto que os adeptos estão a fazer o seu papel!!!
"...que o sexto lugar está praticamente garantido."
ResponderEliminarO próximo jogo dirá de sim ou não.
Esperemos que os jogadores façam o seu dever pois os adeptos não faltarão para incentivar.
Começo a ficar farto de ouvir sempre o mesmo discurso dos salários e do passivo.
ResponderEliminarBasta de "bater sempre no ceguinho".
Os vitorianos já todos perceberam a situação do clube.
Olhemos agora na direcção certa, e apontemos soluções.
Tá mais que na hora de começar a pensar nos antibióticos...
Eu voto "A".
Apesar de tudo, são os menos maus!
Caro MAOL:
ResponderEliminarEm termos internos tudo tem sido demasiado mau. Creio que no futuro muitos desses comportamentos serão rectificados.
Caro Anónimo:
Creio que venceremos o Olhanense com algum à vontade.
Boa noite Sr.Luis Cirilo, devo andar tão desorientado que não me apercebi onde e quando o candidato J.M. disse que o treinador dele era o R.Vitória.
ResponderEliminarAssim sendo, agradecia um possivel esclarecimento sobre este tema.
Exmo Sr Luís Cirilo, gostaria de lhe colocar uma questão um pouco fora deste tópico, mas que tem interesse no âmbito da sua candidatura à direcção do Vitória:
ResponderEliminarO que pensa do alargamento do campeonato?
Eu discordo por completo com esta medida e acho que só vai prejudicar os clubes com menos possibilidades, além de que pretendem que não haja despromoções esta época, o que me parece aberrante. E recordo ainda como é recente a redução para 16 clubes, em 2005-06, e como todos se esquecem de como correu mal! Não compreendo como passado tão pouco tempo já todos se tenham esquecido de como foi desastrosa a experiência...? As equipas não vão aguentar e a segunda volta será sempre muito mal jogada, o que afastará os espectadores dos estádios, e das televisões...
Caso faça parte da próxima direcção, que posição terá o Vitória na Liga em relação a este assunto?
Caro Laurindo:
ResponderEliminarVai ver que não se arrependerá do seu sentido de voto.
Caro Anónimo:
disse-o numas declarações ao Desportivo de Guimarães.
Não me recordo se na entrevista à rádio Santiago também o disse.
Mas posso confirmar-lhe que o Rui Vitória será,salvo algum imprevisto,convidado a renovar.
Caro Miguel:
Este alargamento nem na FPF vai passar pelo que não será levado a cabo. Além do mais é imoral mudar as regras a meio da competição.
Creio que 16 clubes é um número adequado à nossa realidade.
"Joaquim Evangelista fala em presidentes malandros
ResponderEliminarJoaquim Evangelista conhece bem os problemas que o Vitória atravessa, porque há muito tempo que anda a ser contactado pelos jogadores, no sentido de os aconselhar em termos jurídicos sobre os passos a tomar em caso de os incumprimentos salariais continuarem. "Há dirigentes que se comportam como verdadeiros malandros, que usam práticas ilegais. O Vitória está numa situação difícil. Como há um ato eleitoral em curso, também seria importante que os candidatos assumissem compromissos com os jogadores. O Sindicato tem dialogado com vários dirigentes de clubes, embora alguns nem o mereçam, porque revelam falta de caráter. Falta sentido de responsabilidade aos dirigentes", disse o presidente do Sindicato a O JOGO, ameaçando também com uma "queixa contra os responsáveis em falta na Procuradoria-Geral da República" se a situação continuar. "Há casos de polícia no futebol português", atirou ainda."
Para quem ainda tem dúvidas do tipo de gente que governa o Vitória. E não me venham com conversas acerca do Joaquim Evangelista, tipo esse gajo é isto ou aquilo porque nada disso irá fazer sombra sobre o que ele diz de EMS e dos seus pares. Percebe-se bem que a opinião que ele tem se baseia no que os nossos jogadores lhe confessaram e nas atitudes dos próprios dirigentes.
Caro Anónimo:
ResponderEliminarNão tenhoi nenhum problema em concordar consigo.
Considerando que esta gestão foi desastrosa para o clube e com consequências ainda imprevisiveis.