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quarta-feira, novembro 30, 2011

Mistérios "Low Cost"

Não sendo economista, nem trabalhando em áreas de gestão, não admira que não consiga entender os preços praticados pelas companhias aéreas "low cost" supondo que elas existem para ter lucros.
De facto quando uma das outras companhias vende a 500 euros bilhetes que elas vendem a 50 para os mesmos percursos com partida e chegada aos mesmíssimos aeroportos isso só pode causar estranheza a quem não estiver por dentro da realidade do negócio.
É certo que essas companhias tem muito menos pessoal de terra que as tradicionais e muitíssimo menos custos administrativos.
Mas onde está,julgo eu, a parte de "leão" da despesa (combustível,manutenção dos aviões e tripulação) os gastos serão sensivelmente iguais.
Porque se pagam menos, e ao que parece com meses mais "compridos",ao pessoal a verdade é que no combustível não tem por onde poupar e nas manutenções das frotas espero que não poupem...
E não é seguramente no serviço de bordo pago, ao contrário das outras em que é gratuito, que vão fazer a diferença para o preço dos bilhetes.
Porque em viagens de duas,três,quatro horas passa-se bem sem refeições ou bebidas.
Um destes dias o meu filho mais novo andava a ver preços de viagens para vários destinos europeus na companhia a que pertence o avião da foto.
Para marcar uma viagem de férias para o Carnaval de 2012.
Acabou por se decidir por Roma.
Ele e a namorada vão e vem por um total,imagine-se de...43 euros.
Total.
Ou seja cada viagem sai a 11 euros sensivelmente.
Continuo sem perceber como são estes preços possíveis.
E começo a achar que nem um Nobel da Economia perceberá...
Depois Falamos

10 comentários:

  1. Eu não te posso garantir o modo como eles obtêm essa rentabilidade, mas aquilo que sei é que esses preços também não são sempre assim tão baixos. Quanto mais cedo os comprares, mais baratos os consegues. Os preços vão aumentando com a aproximação da data do vôo, como poderás facilmente verificar nos sites destas companhias, fazendo simulações. De qualquer modo, julgo que nem mesmo no próprio dia eles chegam a ser tão caros como os das companhias não-low-cost...

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  2. Não te posso dizer como funciona, mas que dá jeito, lá isso dá!

    O que faz este negócio valer dinheiro são as oportunidades que cria em postos de trabalho indirectos.

    Se pensarmos em casos como Londres, Paris ou Bruxelas, esta companhia voa para zonas afastadas dos grandes centros, mas relativamente acessíveis, quer por metros, comboios ou autocarros. E é aí que o dinheiro se ganha!
    Também se ganha em serviços como táxis, cafés e pequenos hotéis, restauração e vestuário!
    Se pensarmos bem, uma pessoa que viaja nesta companhia "low cost" só pode levar até 10 kilos de bagagem de mão, o que limita a bagaem aos básicos da roupa e da higiene pessoal.
    O resto compra-se no sítio para onde se vai. E se não se compra o pacote pequeno porque pode ser demasiado pequeno, compra-se 2 ou um grande.
    E como há muitos vôos diários (porque sai mais barato o combustivel do que estar parado nas placas de aeroporto), o fluxo de gente é maior e as necessidades de consumo são também maiores.

    E é assim...acho eu!

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  3. Caro Miguel Salazar,

    Por experiência própria posso dizer que, por exemplo, no Natal, mais vale viajar nas companhias de bandeira.

    O preço é mais ou menos o mesmo, viaja-se para aeroportos perto do centro das cidades e não temos constrangimentos de peso de malas nem de tamanhos! Com a vantagem de uma companhia de bandeira ter a obrigação de respeitar os seus passageiros e de não os tratar como gado que é metido nos aviões "a despachar".

    Além disso, em casos de cancelamentos de viagens, os passageiros das "low cost" não me parece que estejam muitro protegidos...porque se se fica retido num aeroporto no meio do nada a meia da noite, não acredito que haja muitas ajudas!

    É caso para dizer "às vezes o barato sai caro"...

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  4. Caro Miguel:
    Eu sei que sim. E o Pedro está a comprou agora para daqui a 3 meses.Mas mesmo assim é dificil de entender.
    Caro Sic:
    Pode ser que seja como dizes. Mas esses ganhos indirectos,que existem,são dificeis de repercutir nos resultados de exploração das empresas "low cost". Continuo sem perceber.

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  5. Como aficionado que sou pela indústria aérea tenho lido bastante informação sobre o sucesso da ryanair. Primeiro porque inicialmente também me questionava com todas essas perguntas sobre o negócio da ryanair, e segundo porque sendo um utilizador frequente da companhia, queria saber mais e mais sobre a mesma!

    A ryanair é um verdadeiro case study por tudo o que conseguiu fazer, mas enganem-se quem pense que a Ryanair descobriu a fórmula mágica!

    O verdadeiro sucesso do negócio da ryanair resume-se numa palavra: SUBSÍDIOS!

    Mas porque razão vocês acham que a ryanair abrem ligações para locais como Paris-Beauvais, Santiago compostela, Bilbao, Carcassone, Tours, Rodez? Acham que é porque eles querem? O que eles querem são mais ligações mas para que haja mais ligações destas é necessário que as regiões ofereçam milhões de euros para a Ryanair criar rotas para essas regiões! O negócio é: as regiões dão subsídios à ryanair, e objectivo da ryanair é conseguir levar o maior número de pessoas para esses locais! Não importa o preço a que vendem os bilhetes, o que interessa é que a Ryanair consiga trazer pessoas para essas localidades, pois só assim as regiões também continuaram a pagar esses milionários subsídios à companhia Aérea. E o que é que as regiões ganham com a vinda dessas pessoas? Turismo, Emprego, muito dinheiro a movimentar etc etc....

    Acham que os lucros que a Ryanair apresenta ano após ano é com a venda das passagens aéreas? Vocês sabiam que se não fossem os subsídios atribuídos pelas regiões locais, a ryanair apresentaria ano após ano prejuízos brutais?!


    O problema é que toda esta forma de eles actuarem é ilegal! Trata-se de uma competição desigual, na qual a Ryanair continua a ganhar quota de mercado à custa de dinheiros públicos....

    Obviamente que para o consumidor, é maravilhoso conseguir viajar com estes preços, e eu que o diga pois tenho feito grandes viagens a preços sensacionais. Mas um dia isto vai acabar.....a não ser que o "esquema" continue, o que duvido muito, pois isto está aos olhos de todos, e só não vê quem não quer ver, ou quem não lhe interessa ver!

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  6. Caro Ricardo:
    Essa é uma boa explicação.
    E que ajuda a entender um negócio com contornos estranhissimos.
    Mas estou como diz:com a crise económica essa politica sw subsidios vai ter muita dificuldade em continuar.
    E aí as low cost vão ter problemas graves.
    Não é por acaso que se começa a ouvir falar de salários em atraso no sector.

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  7. Este comentário foi removido pelo autor.

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  8. Sim, este modelo de negócio poderá ter um fim relativamente breve.

    Nos tribunais o que não faltam são processos contra à ryanair, devido essencialmente a este modelo de negócio, que indubitavelmente é pura concorrência desleal. Mas afinal só a ryanair é que merece os tais subsídios?!

    Há uns tempos li um paper espectacular que explicava detalhadamente todo o esquema desta companhia aérea, assim como os valores que lhe eram pagos pelas diversas regiões, e era qualquer coisa de surreal mesmo. É por isso que eles não param de abrir rotas.....só em Espanha e França há não sei quantos destinos via ryanair!


    É certo que a nível concorrencial, tudo o que se passa é injusto, mas no fundo quem sai a ganhar são os consumidores.

    Sinceramente, espero que a base da Ryanair no Porto se mantenha por muitos e bons anos, mas como já era de esperar já se começa a levantar demasiados vozes em relação a uma certa nova base que poderá abrir para a zona de Lisboa. E não tenhamos dúvidas, assim que tal aconteça, Porto ou Faro vão sofrer com as consequências. Mas era algo que mais tarde ou mais cedo iria acontecer......cá no Norte, tudo o que temos que possa melhorar a nossa qualidade de vida, é para "abater"!

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  9. A Ryanair é um bom caso de estudo.

    existem na minha opinião vários motivos do seu sucesso. mas é obvio que tenho algumas duvidas.

    Eles tem muito menos pessoasl de terra. É obvio que as grande companhias gostavam de ter tambem pouca gente em terra, mas para isso teriam de despedir milhares de pessoas.
    Depois usam muito a questão de tudo é pago, e bem pago, e o factor antecedencia tambem conta. Numa viagem que tive de fazer a londres o voo da vinda era mais barato pela tap porque havia um FCP x Arsenal no dia seguinte a Ryanair estava muito cara quase ao dobro da TAP.

    Depois tem a questão dos apoios/subsidios de Cidades. Eles começaram a ganhar dimensão e começaram a "vender" muito bem os seus serviços e a mais valia que seriam para certas Cidades. Com o movimento que começou a criar, quem fica de fora das rotas Ryanair começa a perder muitos turistas.

    Eu quando marco ferias o primeiro site que vou é o da Ryanair e escolho muito consoante as tarifas mais baratas...

    Valencia tinha Ryanair, depois começou a querer aumentar os preços das tarifas de aeroporto e a Ryanair, saiu da Cidade. Passado 2 anos Valencia pagou à Ryanair para voltar !!!

    Eles tem um efeito bola de neve, que começou a crescer rapido de mais e que tiraram muito bem proveito de isso.

    Depois usam muito a logica de que tudo é "vendivel" a nivel de publicidade... Vendem as melhores paginas das revistas, decoração dentro e fora dos aviões... a maxima deles é, tudo tem um preço... as cidades pagam isto tudo. e eles ganham com isso.

    Tem uma coisa muito importante nos custos. Os aviões ficam sempre estacionados nas suas bases ontem tem melhores tarifas. Por exemplo, os aviões não ficam de um dia para o outro em Marraquexe, o voo parte do Porto de manha cedo para lá e depois volta para o Porto ainda de manha. e à tarde parte do Porto para um destino e volta para o Porto ao final da tarde. Toda a equipa que está sediada do Porto e o seu avião partem de manha do Porto e ao final do dia estão em casa. eles raramente tem custos com as tripulações porque na maioria dos casos eles voltam a casa ao final do dia e não tem de fazer escalas fora. Depois os aviões ficam sempre em aeroportos base, que tem preços mais competitivos e em alguns casos até são pagos para ficarem lá.

    O que é certo é que para milhões de turistas, Cidades sem Ryanair estão fora do seu destino de ferias...

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  10. Caro Ricardo:
    Em relação á concorrência desleal ela existe sem duvida.
    Mas esse não é pronlema da ryanair,é das outras companhias e das cidades que os pagam.
    Claro que sendo um bom negócio e estando sediada no Porto a base portuguesa o conhecido centralismo deve estar "mortinho" por fazer das suas.
    Caro Anónimo:
    Depois desta troca d eopiniões fiquei a entender melho os "Mistérios Low Cost".
    De facto o preço dos bilhetes é pouco significativo no sucesso das empresas dada a sua relativa insignificÂncia.
    Importante será ter os aviões sempre cheios para justificar,através do tràfego de passageiros,esses apoios diversos que vai recebendo.

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