Alecrim e Manjerona

Carregar o pesado fardo de fazer Justiça devia ser a prioridade absoluta de todos os seus agentes até em função do descrédito que hoje pesa sobre esse pilar da vida em democracia.
Por isso sempre achei patéticas, e mais fruto de vaidades pessoais e corporativas do que de alguma substância,as guerras entre juízes e tribunais.
Lembro-me bem da longa,e ridícula,disputa aquando da criação do tribunal constitucional sobre quem tinha precedência no protocolo de estado;se o TC se o Supremo Tribunal de Justiça.
O assunto lá se resolveu mas ficaram as sequelas e os egos mal curados.
Que ciclicamente reaparecem mais em função da sede de protagonismo de alguns figurões do que de algum problema real que seja urgente resolver.
Foi o caso do passado fim de semana.
Quando à boleia de um congresso de juízes apareceu o inefável Noronha do Nascimento a defender a extinção do TC e a sua substituição por uma secção do STJ.
Achei piada.
Apenas porque Noronha do Nascimento é a ultima pessoa,no meio judicial, a ter autoridade moral para propor o que quer que seja em sede de reforço do prestigio e eficaz funcionamento da Justiça.
Ou não estivesse na memória de todos a forma cúmplice e subserviente ao poder de então como tentou branquear as responsabilidades de José Sócrates nos caos "TVI" e "Face Oculta" mandando destruir as gravações que o comprometiam.
A única coisa vinda de Noronha do Nascimento que podia merecer a consideração dos portugueses era o acto decente de se demitir da presidência do STJ.
Já que esse acto purificador parece não estar ao seu alcance...porque não se cala?
A Justiça agradecia.
Depois Falamos