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segunda-feira, julho 04, 2011

Pouco Nobre

O monumental equivoco chegou ao fim.
Soube-se hoje que Fernando Nobre renunciou, na sexta feira, ao mandato de deputado para que tinha sido eleito pelo PSD.
Escolha polémica, que surpreendeu e desagradou ao partido, revestiu-se desde o inicio de nuances inexplicáveis e inaceitáveis.
Sem afinidade conhecidas com o PSD (fora até mandatário do Bloco de Esquerda nas europeias, apoiante de Soares nas presidenciais de 2006 e candidato contra Cavaco Silva nas de 2011) merecera a honra de ser cabeça de lista por Lisboa e o insólito convite para ser candidato a presidente da Assembleia da República.
Desde logo, e também por isso,temeu-se que as coisas não corressem bem.
Não correram.
Duvido até que Nobre tenha trazido mais votos do que aqueles que ajudou a perder.
A verdade é que como se previa não conseguiu ser eleito presidente do parlamento pese embora as tais ajudas de" "afinidades que não têm que ver com os partidos" de que falava Marcelo Rebelo de Sousa.
Ajudas essas,aliás, que também terão contribuído para que alguns deputados do PSD recusassem dar o voto a Nobre.
Depois da triste cena de duas candidaturas rejeitadas pelos deputados, e ainda perdendo um voto da primeira para a segunda, Nobre fez o que se previa e já tinha aliás anunciado há muito tempo(essa coerência ninguém lhe pode negar)e bateu com a porta.
Deixando claro que estava no Parlamento com uma agenda politica própria que passava por através da cadeira de presidente lançar a sua candidatura ás presidenciais de 2016.
Pouco edificante e nada nobre !
Para ele a vida continua nas AMI's deste mundo.
Para o partido fica a dura lição de um equivoco escusado.
Que agora, e como sempre, terão de ser os militantes e dirigentes a explicar ao povo.
Porque os independentes,entre outras, tem essa "graça" muito especial de não terem de justificar atitudes a ninguém.
Depois Falamos

10 comentários:

  1. Nobre era efectivamente uma carta fora do baralho, mas ninguém lhe pode retirar as centenas de milhares de votos que teve nas presidenciais.

    Só que não era um peão de sistema, diga-se, da esfera partidária. Foi isso que os deputados não lhe perdoaram, fechando-se de uma forma algo corporativa.

    Para mim, percebeu-se bem a ideia de Passos Coelho, é óbvia a valia cívica de Nobre, mas não é possível entrar naquele mundo "a martelo"

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  2. Nobre tem um ego do tamanho do Mundo... Vaidoso, julga-se o maior! Como foi possível tantos votos num indivíduo deste quilate, é o que me espanta! Será que ninguém notava? Era só observar os tiques, analisar as declarações, ver o olhar...

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  3. Caro Anónimo:
    Votos nas presidenciais é uma coisa e nas legislativas uma coisa bem diferente.
    O que os deputados não lhe terão perdoado foram as declarações de que ou era presidente da A.R. ou renunciava ao mandato.
    Essa arrogância, mais as pressões dos "irmãos" da Maçonaria, custaram-lhe a eleição.
    E muito bem do meu ponto de vista.
    Porque o lugar não é para estreantes.

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  4. Caro Jalcoper:
    Tem razão. De facto ele nem escondia o que era. Um convencido que se achava predestinado para altos voos

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  5. Parece que o "grande oriente lusitano", terá de encontrar outra marioneta...


    GATE 12

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  6. Caro Gate 12:
    Pois...Só que para este fim,felizmente,perderam a vez.

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  7. Os independentes, coitados, só têm que ter a maçada de ir para o governo, ou receber outras prebendas que o Partido lhe oferece. Porque para "bulir" lá estão os militantes de todas as horas. Esses, aos quais as cúpulas raramente dão importância...

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  8. Caro Anónimo:
    é mais ou menos isso.
    mas há erros que se pagam caros

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  9. Concordo com o Dr. Cirilo, foi uma atitude "pouco nobre" de Fernando Nobre. A direcção do PSD ficou um bocado mal na "fotografia", ou seja, em todo este processo. Percebo a ideia de Pedro Passos Coelho, que era adquirir nas legislativas os votos de Fernando Nobre das presidenciais, era ir buscar votos à esquerda do PSD, e até poderá ter conseguido alguns à esquerda (nunca se saberá a percentagem), mas não devem ter sido tantos como se pensava aquando do convite, mas Nobre exigiu contrapartidas: o lugar de Presidente da Assembleia da República. Não eleito para o cargo, e ao ter a atitude de desistir/renunciar ao lugar de deputado Nobre demonstrou que só estava ali para se exibir enquanto Presidente da Assembleia e que não tinha as capacidades que se exigem a um deputado: a defesa das propostas do Partido pelo qual se foi eleito, até porque Fernando Nobre é "uma Maria vai com todos", ontem estava com um partido, hoje esta com outro, amanhã já estará com outro diferente. No fim deste processo e avaliando os ganhos e as perdas considero que Passos Coelho nunca deveria ter pedido a Nobre para integrar as listas.

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  10. Caro Miguel Dias:
    Claro que não.
    Sujeitou-se a um desaire escusado,mas previsivel, e a uma vergonha que o PSD bem dispensava.
    Eu sempre desconfiei destes "homens providenciais" que vem do nada para salavar a politica dos seus "vicios".
    Normalmente revelam-se piores do que aqueles que é suposto virem regenerar.

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