Páginas

terça-feira, julho 12, 2011

Direito ao Contraditório

Publico um texto de Miguel Salazar relativo ao que se passou na ultima Assembleia Geral do Vitória.
O que lá está escrito dispensa qualquer explicação adicional.
Mas não dispensa que lhe manifeste publicamente total solidariedade.

Este artigo que agora publico, foi a única forma que encontrei para exercer o meu direito ao contraditório em relação aos desenvolvimentos subsequentes à minha intervenção na Assembleia Geral da passada sexta-feira.
Lamentavelmente, nem a VitóriaTV nem a GuimarãesDigital tiveram o cuidado de me proporcionar esse direito, divulgando apenas a versão do Presidente do Vitória. Reconheço, no entanto, que a GuimarãesDigital teve pelo menos a hombridade de ter descrito com rigor o conteúdo da minha intervenção, ao invés do que fez a VitóriaTV que distorceu por completo o sentido das minhas palavras.

Na peça da VitóriaTV, a jornalista afirma que “Emílio Macedo da Silva não perdoa as graves insinuações do associado Miguel Salazar que trouxe à reunião uma acusação de alegado favorecimento ao Benfica” e EMS queixava-se de não ter ficado “satisfeito com uma insinuação” que lhe tinha sido feita.
A verdade é que a peça que está publicada no sítio oficial do clube, através da VitóriaTV, deturpa o sentido das minhas palavras, uma vez que não inclui o trecho inicial em que eu peço ao Presidente do Vitória para comentar um episódio que me tinha sido contado e que, pela sua gravidade e para que eu não pudesse ser acusado de leviandade, tinha feito questão de confirmar junto de quem a ele assistiu.
A sua divulgação, no âmbito da Assembleia Geral e num ambiente reservado aos sócios do Vitória, foi feita após essa confirmação, e em circunstância alguma poderia ou deveria ser interpretada como uma acusação ou uma insinuação.
Ao apenas mostrar a parte da descrição do episódio, a VitóriaTV transmite a impressão errada de que se trata de uma acusação, quando apenas se trata de um relato.

Em relação à queixa de EMS de que eu o teria acusado de “alegado favorecimento ao Benfica”, em nenhuma parte da minha intervenção isso foi dito, explícita ou implicitamente. Aquilo que eu relatei (não acusei), e comentei, foi uma palestra que se pretenderia motivadora, mas que funcionou exactamente de modo contrário, e que por isso mesmo nem o próprio Presidente do Benfica teria conseguido fazer melhor (se lhe tivesse sido dada a oportunidade).

Noutra parte das suas declarações, EMS queixa-se de que eu o “achingalhei”.
Não consigo compreender em que altura da minha intervenção ele o conseguiu assim entender, uma vez que em momento nenhum teci qualquer consideração sobre a sua pessoa.

Mais adiante, EMS ao dizer que eu “quis insinuar é que eu (ele) queria vender digamos esse jogo ao Benfica”, atribui às minhas palavras um sentido que só com muita imaginação se conseguiria descortinar.
Uma venda pressupõe a existência de um comprador e de um pagamento, e na verdade, em nenhuma altura eu falei de compradores ou vendedores de favores, e muito menos de pagamentos, sejam eles em dinheiro, bens materiais, favores ou.tráfico de influências.
Confesso que esta é uma das partes das suas declarações que mais me intriga.

Em relação à preocupação do Presidente do Vitória sobre a preservação da sua imagem, devo ainda dizer que foi ele próprio quem decidiu tornar pública a minha intervenção, ao prestar declarações fora do âmbito da Assembleia Geral.
Aquilo que eu disse, tive o cuidado de o dizer num espaço reservado aos sócios do Vitória, longe dos jornalistas, e que está destinado à discussão aberta de assuntos internos.
Se o fiz foi porque entendi que se tratava de um episódio grave, confirmado por várias testemunhas, e que não poderia deixar de partilhar com os meus consócios, em ambiente reservado e que para isso mesmo foi criado, não deixando de proporcionar a EMS o justo direito ao contraditório, que de resto ele exerceu a seu bel-prazer.
Por isso, ainda hoje tenho uma enorme dificuldade em compreender onde possa residir o erro da minha atitude.

Uma palavra final para a VitóriaTV, que com esta peça não presta um bom serviço ao jornalismo, ao distorcer o teor das minhas palavras, e ao não manifestar qualquer interesse em ouvir aquilo que eu poderia ter para dizer. O direito ao contraditório é um direito que me assiste, enquanto cidadão e enquanto sócio do Vitória, e que não me foi proporcionado por uma televisão que é suposto servir o clube e os seus sócios, e não apenas a sua Direcção.
A dúvida que subsiste, e que considero ser legítima, é se o truncamento das imagens sobre a minha intervenção, terá sido feita ou não de forma intencional…

Miguel Salazar

3 comentários:

  1. O presidente que temos vale o que vale
    Mas o melhor agora é concentrarmos a nossa energia no apoio à equipa.

    Nas próximas eleições, preparem uma alternativa credível

    ResponderEliminar
  2. Caro Luís Cirilo,

    Considero impressionante o que considero uma autentica censura que foi imposta até mesmo dentro das nossas próprias assembleias. Como o próprio Miguel Salazar diz, Questionou EMS acerca do assunto propriamente dito, ou seja teve a coragem de o fazer em sede própria em vez de espalhar "boatos" na Internet teve coragem e determinação de tentar pôr tudo em pratos limpos. No entanto foi levado como uma acusação e uma tentativa de denegrir a imagem do Sr Presidente Perfeito.
    Acho que os Vitorianos devem, mais do que nunca, reflectir sobre o dia 20 de Março de 2010.

    ResponderEliminar
  3. Caro Anónimo:
    O apoio á equipa não é incompatível com o exigir de responsabilidades aos orgãos sociais.
    Caro Anónimo:
    Tem toda a razão no que diz.
    De facto enfrentar o poder cara a cara parece ter custos.
    Quanto á reflexão deve ser orientada,essencialmente,para o não repetir de erros.
    Ainda que por interposta pessoa...

    ResponderEliminar