Passadas 24 horas sobre as eleições e tendo já sido feitas milhares de análises e avaliações dos resultados, bem como sobre cenários delas decorrentes, já não haverá muito a dizer sobre o assunto.
Ainda assim arrisco deixar aqui cinco curtas notas sobre os partidos com assento parlamentar.
O PSD foi o grande vencedor.
Elegeu deputados em todos os círculos, ganhou em 15 dos 18 distritos, venceu na Madeira e nos Açores.
A sua hegemonia foi de tal ordem que a Norte do Mondego só não venceu em cinco concelhos.
Guimarães,Fafe e Vizela do distrito de Braga e Matosinhos e Santo Tirso do distrito do Porto.
Uma vitória expressiva com 105 deputados eleitos(com previsivelmente mais três dos círculos da emigração) o melhor resultado depois das maiorias absolutas de Cavaco Silva.
Um resultado excelente.
Mas a sensação de que podia ter sido melhor.
Tema para postagem futura.
Do descalabro eleitoral do PS nem valerá muito a pena falar de tão evidente que é. Um dos piores resultados de sempre dos socialistas e Sócrates a ser o raríssimo caso de um primeiro ministro eleito que perde eleições.
Bem mereceu.
O CDS cresceu nestas eleições.
Passou de 21 para 24 deputados e obteve resultados inesperados em Setúbal e Lisboa.
Mas cresceu menos do que chegou a esperar e não terá no governo o peso que gostaria de ter.
Aliás na noite eleitoral os sorrisos no Largo do Caldas eram um bocadinho forçados.
Pelo menos pareciam.
Bom resultado obteve o PCP.
Aumentou um deputado ao seu grupo parlamentar, afirmou-se como o maior partido de esquerda á esquerda do PS e viu,seguramente com satisfação imensa, o Bloco ficar com metade dos deputados comunistas.
Os comunistas habituaram-nos ao discurso de que ganham sempre mesmo quando perdem.
Desta vez, no seu campeonato,ganharam claramente.
O Bloco de Esquerda teve um resultado horrível face ás suas aspirações.
Perderam 270.000 votos no país, perderam deputados (incluindo o próprio líder parlamentar),passaram a quinto partido.
Nestes dois últimos anos cometeram demasiados erros de que o apoio a Alegre não foi o menor.
Bem pode Louçã assobiar para o ar, bem pode o BE assegurar que nada se passa, bem podem garantir oposição popular.
A questão hoje é saber para que serve o Bloco.
E são cada vez mais os que acham que não serve para nada!
Uma coisa, a concluir, se pode ter como certa.
O PSD sozinho teve mais votos e deputados que PS+PCP+BE.
E esse é um dado a reter para o que aí vem.
Depois Falamos
«...que a Norte do Mondego só não venceu em cinco concelhos.» -falou o portucalense! Mas, sff, puxe lá 15 KM para sul do Munda (à antiga portuguesa, pois claro), que é lá que estão sepultados muitos dos meus mais recentes antepassados. E ainda fica a Norte de Coimbra.
ResponderEliminarEmbora o Cirilo tenha razão, é nessa zona que desaparecem os espigueiros, substituidos por arcas enormes para a guarda do cereal. Não é mouro -esses guardavam em silos-potes subterrâneos- mas não é o NW puro.
A sua leitura está muito boa, como é hábito, eu só acrescento:
Esta esperança nacional não pode ser defraudada. O povo ainda tem esperança que a bandalheira moral desapareça. Sócrates foi a face visível da desbunda, mas os sintomas são gerais -há centos de socratezinhos pululando por aí.
Pedro Passos Coelho é um Bur -longe da cultura 'moura' da mentira, do espectáculo e da falta de princípios. Espero que honre os seus antepassados, para bem de Portugal. E isto não é cliché, se ele falha, é a bancarrota na praça pública e mais 100 anos de miséria.
só uma questão para um dia mais tarde o senhor debater:
ResponderEliminarse Guimarães é assim tão importante, berço da nação blá blá blá, pq raio não é capital de distrito, sendo Braga uma cidade q apenas teve crescimento sustentado nos últimos 25 anos?
nem publique este comentário, depois falamos.
abraço
Cara il:
ResponderEliminarNa verdade Sócratezinhos sobraram bastantes. E o PSD tem de olhar para essa realidade com a preocupação necessária.
O que inclui,naturalmente,também saber olhar para dentro de si próprio.
Eu tenho esperança que PPC não vai falhar.
Caro Ricardo:
A importância das cidades não se mede por titulos administrativos.
A capital da Galiza é Santiago de Compostela quando Vigo e Corunha são cidades com outra importÂncia.
Haia é a capital da Holanda e não tem comparação com Amesterdão ou Roterdão.
Assim como Brasilia não tem com o Rio de Janeiro ou S. Paulo.
Por mim Braga pode ser capital de distrito á vontade.
Isso não retira importância a Guimarães
Braga/Guimarães. Interessante que no Reino Suevo, a capital religiosa era Braga (o arcebispo metropolita); mas os reis viviam em Dume. Depois na reconquista a capital politica passou para Guimarães, mas a reconstituição da arquidiocese (disputada por Compostela) ficou em Braga.
ResponderEliminar«Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus» -ao fazer isto os n/ antepassados foram mais inteligentes: agora temos a capital política e o centro económico do país no mesmo sítio -é a macrocefalia de Lisboa que abafa o país.
Cara il:
ResponderEliminarHá coisas em que os nossos antepassados tinham muito mais juizo que nós.