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terça-feira, abril 26, 2011

O Vale Perdido

Não, não é o titulo de um livro.
Ou tão pouco de um filme de aventuras.
Refiro-me mesmo ao Vale do Jamor onde se situa esse monumento ao desperdicio que desde o Antigo Regime dá pelo pomposo nome de Estádio Nacional.
Que serve, com pesado custos para o erário público, apenas para nele se disputar um jogo por ano.
A final da Taça de Portugal.
Abandonado pela selecção A, abandonado pelos escalões de formação, para pouco mais serve do que para esporádicos treinos desta ou daquela selecção.
É um caso perdido para o futebol de alta competição.
Excepto graças á teimosia da FPF, com o reconhecido servilismo ao poder de Lisboa, que nele teima em realizar o tal jogo anual.
Para o qual o "mamarracho" já há muito não tem condições de segurança, conforto e higiene exigiveis para um espectáculo altamente profissionalizado como o é o futebol.
Os seus defensores argumentam com a tradição.
É pouco.
Porque há boas e más tradições. E esta é péssima.
Outros referem o enquadramento paisagistico e a beleza das vistas.
Peço desculpa.
Eu vou ao futebol para ver...futebol.
Nas melhores condições possiveis.
Que no estádio do Vale Perdido não existem.
Há ainda quem refira similitudes com Wembley.
Disparate.
Wembley é um estado modernissimo onde a selecção de Inglaterra faz todos os seus jogos oficiais e particulares.
Onde se joga a final da Taça de Inglaterra , a final da taça da Liga, e a Supertaça.
É um espaço vivo ao contrário do estádio doVale Perdido.
Pode parecer um paradoxo escrever isto a poucas semanas de o Vitória voltar ao Jamor para uma final de taça.
Mas é precisamente por isso que o faço.
Com a moral de o "meu" clube estar na final e de eu próprio andar há meses em falar no Vitória "Rumo ao Jamor".
Porque considero absurdo que num país com dez estádios modernos se vá jogar num palco antigo e antiquado.
Porque considero preocupante, as coisas são o que são, obrigar dezenas de milhares de adeptos do Vitória e do Porto a fazerem mais de 600 klm de viagem por percursos comuns.
Preocupante em termos de despesa e em termos de segurança.
É em volta de matérias como estas que os clubes(especialmente os que não se situam em Lisboa porque a esses dá jeito o "status quo") tem de se entender.
E exigirem ,através da LPFP, á FPF que acabe com esta imposição do Jamor para as finais de Taça sob pena de a prova passar a ser disputada apenas por clubes da A.F. Lisboa!
Faça-se como em Espanha.
Onde a decisão sobre o estádio da final da Taça do Rei só é tomada depois de se conhecerem os finalistas e com o acordo destes.
Assim se defende o futebol.
Continuar a apostar no estádio do "Vale Perdido" é um erro que se agrava ano após ano e que vai acabar por ter consequências muito desagradáveis.
Depois Falamos

13 comentários:

  1. Compreendo e aceito bem a sua opinião.
    Mas o Jamor tem uma mistica especial e é a esse conceito que associamos a nossa ida á final da taça. E lá iremos para ganhar o caneco.
    No futuro aceito que o assunto seja debatido e se mude o lugar da final segundo o modelo que referiu e me parece bom

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  2. Caro Rui:
    Para este ano nada há a fazer. A final será lá. Mas é urgente mudar essa imposição.

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  3. Por mim, mudava e era já este ano.

    Lembro-me que em 1976 o Vitória perdeu a final no estádio das Antas, já que o jogo era com o Boavista.

    Só para dar uma ideia dos gastos, podemos fazer a seguinte conta, bem simples:

    dos 40 mil adeptos esperados, 20.000 vão de autocarro (cerca de 400 autocarros), e 20000 vão de carro (uns 6000 automóveis)

    considerando uma média de 650 km percorridos por veículo, dará 260 mil km em autocarro e 3,9 milhões de km em automóvel

    ou seja, nunca menos de 52 mil litros de combústível para os autocarros e 312 mil litros para os automóveis.

    só em combustíveis, quase 400 mil litros

    somos ricos...

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  4. mais valia jogar no galinheiro da luz, pelo menos existiam condições!

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  5. Caro Anónimo:
    Também por razões económicas é um disparate esta final ser ali jogada.
    Depois há razões desportivas e logisticas que também apontariam para outra solução.
    Caro Ricardo:
    Tendo de ir a Lisboa preferia Alvalade. Na Luz o Porto joga em "casa"como se tem visto nos ultimos jogos

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  6. Saganowski6:13 da tarde

    Por mim, era no Bessa!

    Era a maneira de os sócios do Boavista verem futebol de "Primeira"!

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  7. Estou consigo nessa luta, que já aqui abordei várias vezes nas caixas de comentários.

    Os anos passam e a vergonha continua. Piora!

    Se acredito na mudança? não.

    Em vez de evoluirmos andamos para trás. veja-se como até os poderes descentralizados para a Liga já vão sugados para a FPF em lisboa...

    Eles querem tudo e não deixam nada.

    É a teimosia. só para mostrarem quem é que manda.


    E os pormenores de segurança não ficam pelo que o senhor disse. Lembra-se do que aconteceu no final do FC Porto-Chaves?

    Emboscadas nos viadutos perto de bairros sociais, onde automobilistas foram apedrejados e atacados impunemente, em que polícia e imprensa tentaram fazer mais um total branqueamento...

    ...a bem do Jamor e da paz social!


    Tendo em conta o estado de coisas entre Vitória e Porto, o presente e o passado, haver´´a muita gente a ir para baixo à procura de confusão.

    a estes some-se aqueles que lá em baixo, esperam mais uma vez, para as emboscadas do costume.com total cumplicidade de polícia e imprensa.

    Jamor! o paraíso das "padradas", very-lights, batalhas campais.

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  8. Pelo menos não há desculpa para o relvado estar estragado...

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  9. Caro Saganowski:
    No Bessa não podia ser porque o relvado é artificial.
    E aquelas bancadas devem estar cheias de pó.
    Caro Blue Factory:
    Espero que as massas associativas se deixem contagiar pelo clima de festa.
    Mas há receios fundamentados quanto ao assunto.
    Até porque há sempre radicais que estragam qualquer festa.
    Se a isso somarmos o facto de o jogo ser em Lisboa claro que o risco aumenta.
    Porque há adeptos do Benfica que detestam quer o Porto quer o Vitória.
    Caro Humberto:
    Só se for pela completa falta de uso!

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  10. Saganowski6:03 da tarde

    Eu sei que o relvado é artificial, mas tanto quanto sei, o Porto jogou com o Spartak (em Moscovo) num relvado artificial para a Liga Europa.

    Em relação ao pó, acredito que o Bessa tenha muito, mas terá de certeza também muitas teias de aranha, talvez mais que o Estádio de Oeiras, que é aberto e arejado!

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  11. Cara Saganowski:
    Em Moscovo percebo a relva artificial. No Porto não

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  12. Dr. Luis Cirilo,

    Vá ao Jamor e vá cedo. Leve os seus amigos, juntem-se todos nos comes e bebes. Preparem bons petiscos e juntem-se por aquela mata. Verá que os adeptos adversários, antes dos jogos, não são adversários. No Jamor o que conta é a festa. Que começa muito antes do jogo.
    O jogo é só a cereja em cima do bolo.
    Vá ao Jamor, vá cedo e faça a festa. Porque em Portugal, só no Jamor é que o futebol é sinónimo de festa.
    Verá que, depois da final e seja qual for o resultado, vai sair de lá com uma opinião diferente.

    Um abraço

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  13. Caro António:
    É exactamente isso que vou fazer.
    Com um grupo de amigos alugamos um autocarro de 50 lugares e vamos fazer o famoso pic nic nos arredores do estádio.
    Sem problemas de estacionamento e afins...
    Mas ,sinceramente,mantenho tudo o que disse quanto ao estáio.
    Para a final ser em Lisboa então preferia Alvalade ou Luz. São bem melhores estádios

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