Páginas

domingo, abril 24, 2011

As Listas

Quando aqui coloquei um post sobre os cabeças de lista escolhidos pelo PSD anunciei a intenção de me pronunciar posteriormente sobre as listas completas.
Quer do meu partido quer dos outros.
Conhecendo bem a complexidade do processo e as dificuldades de que se reveste tenho grande tolerância sobre os "produtos finais" que normalmente agradam a uma minoria e desagradam á maioria.
Porque os lugares são poucos e os interessados, e respectivos"padrinhos", mais que muitos.
Mas decidi ,depois de alguma reflexão, não comentar o assunto.
Pelo menos por agora e com a profundidade e visão critica que me apetecia.
Prefiro, ao invés, citar a voz autorizada de Pedro Passos Coelho.
Que na página 143 do seu livro "Mudar" escrevia textualmente:

"O que temos, actualmente,é um sistema gangrenado por inúmeras maleitas,com listas de candidatos forjadas pelas direcções dos partidos, onde ascendem os mais consonantes com elas,escolhidos muitas vezes em grande dissonância com as comunidades locais e, depois de eleitos, distantes ou mesmo alheios aos seus interesses mais candentes".

Creio que quando o líder da oposição, e primeiro ministro de Portugal daqui a mês e meio, tem este conhecimento profundo de uma das graves "doenças" do nosso sistema eleitoral há boas razões para estarmos optimistas.
Porque certamente transformará a reforma da lei eleitoral, rumo aos circulos uninominais, numa das reformas prioritárias da sua governação.
Depois Falamos

11 comentários:

  1. Maravilhosa ironia caro Luis.
    Gosto imenso de ler os seus posts porque acho que você pensa e escreve muito bem.
    Infelizmente no PSD parece-me haver pouca gente assim.
    já agora uma indiscreição a que só res+onde se entender é bem claro: Porque razão não integra as listas de deputados do PSD ?
    Beijinhos e Boa Páscoa

    ResponderEliminar
  2. manuel melo1:23 da tarde

    Gostei. E não digo o que me apetece por causa da lei da rolha que se mantem em vigor no PSD. Outra matéria em que...não não digo mesmo mais nada. Parabéns pela frontalidade e discernimento.

    ResponderEliminar
  3. Revejo-me totalmente na opinião de Passos Coelho. Já tenho mais alguma dificuldade é em me rever nas listas que Passos Coelho apresenta.

    ResponderEliminar
  4. Cara Lara:
    Obrigado pelas suas palavras que são um incentivo.
    No PSD há muita gente,graças a Deus, a escrever e pensar muito bem. Bem melhor que eu seguramente.
    Quanto ás listas eu costumo dizer aos amigos que as unica lista do PSD em que tenho lugar assegurado é a ...lista negra!
    Caro João:
    Pois, é a tal coisa de teoria e prática divergirem.

    ResponderEliminar
  5. Além da situação financeira desastrosa na qual Portugal se encontra, um perigo ainda maior que ameaça o nosso pais é o síndroma da 4a. Republica Francesa : O imobilismo e a impotência, devido à instabilidade ministerial crónica .

    Coalizões frágeis que se fazem e desfazem segundo as circunstâncias e os interesses partidários e pessoais, governos que se demitem nalguns dias ou semanas sem terem sido desfeitos pela moção de censura porque não conseguiam fazer votar na assembleia as leis que eles julgavam indispensáveis.

    Após a elevação do nível de vida da população das ultimas décadas, estimulada pelos dinheiros comunitários e pelo aumento das prestações sociais, o espectro do crescimento nulo ou insuficiente, e da redução drástica das rendas, mesmo uma certa inflação importada, pode criar uma situação de tensão social dura que não será propicia à transformação da economia. Ora só um governo forte poderá fazer frente a tudo isto.

    Numa situação idêntica na França de 1946, surgiu um De Gaulle para pôr as coisas em ordem e meter a França no caminho do desenvolvimento. Onde está o De Gaulle Português ?

    Esta acção exige qualidades que me parecem ausentes do painel dos políticos portugueses : capacidade e altruísmo.

    Freitas Pereira

    ResponderEliminar
  6. Caro Freitas Pereira:
    Diz muito bem. Onde está o De gaulle português?
    A resposta é infelizmente fácil.
    Não existe.
    Nem cá,nem em França,nem em país nenhum.
    Porque o tempo dos líderes de excepção já lá vai e agora o máximo a que podemos aspirar é a sermos governados por homens/mulheres comuns com algum talento para a função.
    E tal como diz deseja-se que os problemas da actualidade sejam enfrentados e vencidos por governos fortes.
    Que só existem com maiorias homógeneas,estáveis, e conhecedoras da dimensão da tarefa que tem de levar a cabo.

    ResponderEliminar
  7. Caro Freitas Pereira:
    Diz muito bem. Onde está o De gaulle português?
    A resposta é infelizmente fácil.
    Não existe.
    Nem cá,nem em França,nem em país nenhum.
    Porque o tempo dos líderes de excepção já lá vai e agora o máximo a que podemos aspirar é a sermos governados por homens/mulheres comuns com algum talento para a função.
    E tal como diz deseja-se que os problemas da actualidade sejam enfrentados e vencidos por governos fortes.
    Que só existem com maiorias homógeneas,estáveis, e conhecedoras da dimensão da tarefa que tem de levar a cabo.

    ResponderEliminar
  8. MARAVILHA...Quem pense nos recados que tem para dar, com elegância, inteligência e honestidade, não há
    muito. PARABÉNS
    Teresa Mendonça

    ResponderEliminar
  9. Cara Teresa:
    Seja bem reaparecida.
    Obrigado pelas suas palavras. De facto quando temos consciência é dificil calarmos algumas coisas.
    Que devem ser ditas sem prejudicar o esforço de campanha. É o que procuro fazer

    ResponderEliminar
  10. Sem ter um conhecimento profundo dos actores políticos Portugueses, por razoes que o meu bom Amigo conhece, estou consciente que é « naïf » de esperar um milagre pensando que um homem providencial surgira da paisagem política actual (ou das fileiras do povo), e não procuro identificar entre aqueles que ocupam a cena política nacional quem poderia ser este « candidato da mudança ».

    Entretanto, em que é que é possível reconhecer que um tal (ou uma tal) é digno de dirigir os portugueses ? Quais são as qualidades essenciais ( não confundir com competências) que definem um « leader » e que o diferencia dos outros políticos demagogos e cupidos ?

    Desenhando os traços deste personagem imaginário, podemos contribuir a clarificar na nossa cabeça a ideia que criamos, não acha caro Amigo ? E em contraste, julgar mais claramente o espectáculo que nos oferecem os dirigentes actuais e os seus oponentes.

    Ao pensar assim no pais que é o nosso, não posso deixar de comparar essa situação com a da França, ( e tem razão, também cá não há nenhum De Gaulle em reserva !), onde pelas mesmas razoes – falta de leader carismático - existe hoje um perigo de assistir ao ressurgimento da extrema direita fascista, que não somente pode vir a ser o arbitro nas próximas eleições mas pode captar os votos da massa popular , que ameaçam de se afastar dos partidos tradicionais, e criar assim a mesma confusão durante anos por falta de maioria estável no pais.

    O problema é imenso : Encontrar um verdadeiro « leader » integro, honesto e com convicções solidas e ao mesmo tempo federador, capaz de reunir o conjunto da população sobre a via do progresso.

    Freitas Pereira

    ResponderEliminar
  11. Caro Freitas Pereira:
    Para lhe ser franco já desisti do sonho de encontrar líderes e lideranças como aquelas que existiram no passado.
    Penso que o tempo dos homens/mulheres excepcionais, quase a roçar o providencialismo, já passou.
    Bastará atentar em quem fundou a União Europeia e quem governa hoje os seus paises.
    Por mim já me contento, e nãso é falta de ambição,em ser governado por um politico comum, que governe com normalidade,resolvendo problemas e não mentindo aos eleitores.
    Acho que é o minimo exigivel.

    ResponderEliminar