Muitas serão as análises que se irão fazer nos próximos dias acerca das presidenciais de hoje.
Sabe-se quem ganhou e quem perdeu.
Mas há resultados que merecem um olhar atento mais pelo que significam do que pelos candidatos que os recolheram.
É o caso da votação,espantosa,de José Manuel Coelho.
Mas este post dirige-se mais á sensatez com que Pedro Passos Coelho soube interpretar este resultado eleitoral.
Que e´estritamente de Cavaco Silva.
E qualquer tentativa de o partidarizar ia seguramente dar mau resultado.
Muito mau até.
Esteve bem PPC.
Ao dizer,essencialmente para dentro do PSD, que ainda há muito caminho para fazer.
Mas há caminho!
Depois Falamos
A análise do resultado desta eleição, demonstra que a nossa democracia está doente. Quando metade dos cidadãos não vai votar, e quando se sabe quanto o direito de voto custou em tempos passados a todos aqueles que por ele lutaram, não votar é quase um crime.
ResponderEliminarClaro que, perante esta abstenção, vem imediatamente ao espirito a necessidade de legislar para tornar o voto obrigatório, como em certos paises,sob pena de sanção.
Mas além do aspecto totalitário duma tal medida, também se põe logo a questão de saber se, perante a falta de credibilidade sem precedente da classe política mundial, não seria absurdo de tornar o voto obrigatório, porque não se sabe se o voto obrigatório cria cidadãos mais bem informados daquilo que está realmente em jogo numa eleição.
O que seria então necessário é de procurar o meio de dar aos cidadãos o prazer de ir votar e não o dever, afim de participar à vida publica , informando-se das questões políticas e de fazer assim uma escolha mais esclarecida.
Os jovens, os pobres, os vários grupos em margem da sociedade, são os eleitores que mais desertam as urnas. Mas receio que agora , uma parte da classe média (mais esclarecida ?), também siga o mesmo caminho.
E isto acontece porque hoje, o sistema político-económico não serve o cidadão, mas antes o contrario.
Freitas Pereira
Caro Luis Cirilo, o que Portugal precisa é alguem que arrepie caminho, porque de ´atrasos` está toda a gente pelos cabelos.
ResponderEliminarPrimeira parte
ResponderEliminarCaro Amigo : Mil desculpas pelo espaço que ocupam os meus comentários no seu blog, que aprecio.
Na sequência do comentário precedente sobre as eleições presidenciais em Portugal, gostaria de acrescentar as palavras seguintes.
O Presidente Cavaco Silva é o Presidente eleito de todos os Portugueses. O facto da abstenção elevada, se é lamentável e denuncia a má saúde da democracia, como expliquei, e não me vou repetir, não impede que o Presidente saiu vencedor da contenda eleitoral e que , mesmo não sendo eu de sensibilidade política de direita, é justo de o felicitar.
O que justifica este novo comentário, é o facto que acabei de assistir agora mesmo à conferência de imprensa do Presidente Sarkozy, abrindo assim a presidência do G8 e do G20.
O meu sentimento no fim desta conferência de imprensa tem uma certa ligação com o que pensei no fim do meu comentário precedente sobre a vitoria do Presidente Cavaco Silva.
Acho que é dramático o facto que, o Presidente Português, com funções mais honorificas que políticas, e portanto menos implicado na governação da Nação, e o Presidente Francês, com uma acção muito mais política, tanto no campo executivo que no legislativo, e por vezes mesmo no judicial, e por isso mesmo acusado de despotismo , por não respeito da separação dos poderes , se encontram os dois perante os mesmos problemas nos seus países respectivos.
Os problemas cruciais do nosso tempo são:
1°-
- o desemprego
- a fuga dos postos de trabalho para os países de baixos salários e portanto o problema da competitividade industrial
- a acção dos especuladores financeiros internacionais e a acção nefasta das agências de notação (“rating”)
- o endividamento nacional
- o custo da previdência social
2°-
Seria fácil de acrescentar os problemas da educação, da saúde pública, da segurança publica, da imigração et tantos outros.
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Segunda parte
ResponderEliminarMas o que me parece trágico é que todos os problemas citados no parágrafo n° 1, estão todos dependentes da política económica internacional, pois que os actores principais se encontram fora das nossas fronteiras e que por esse facto não podemos controlar. A nossa dependência é absoluta. A globalização criou os problemas de que padecem a maior parte dos países ocidentais.
A frustração era visível no Presidente Sarkozy, que sente bem que os Estados e os Governos perderam a mão da governação, e que nada pode ser feito sem o acordo tácito do tal poder invisível dos mercados e daqueles que os manipulam.
O G8 e o G20 não trarão as soluções necessárias. Mesmo a proposição de Sarkozy de criar um imposto sobre as transações internacionais para financiar a ajuda aos países do terceiro mundo, não fará a unanimidade e tem poucas “chances” de resultar.
A crise financeira e os seus prolongamentos sobre as dividas soberanas europeias são factos sociais , as consequências dos quais ultrapassam largamente o quadro do debate político e económico nacional.
Um dia veremos, talvez, a abertura de um debate sobre a filosofia da intervenção do Estado na economia , quem sabe! Se fomos solicitados há pouco para salvar os bancos da falência, porque é que finalmente não retomaríamos o controlo da finança e dos financeiros para salvar a nossa sociedade?
Assim, em conclusão, salvo revolução, os nossos Presidentes ou quaisquer outros de facção política diferente, não poderão inflectir o curso da evolução actual, e seria bom que os responsáveis políticos, sindicalistas, editorialistas dos grandes média , etc., informem devidamente os Portugueses que os tempos que se aproximam não trarão a solução ideal para todos os problemas que os apoquentam, só por que se muda de Presidente ou de Governo: Que não se iludam, a solução está nas mãos daquelas tais forças invisíveis que tomaram o controlo do mundo.
Em paralelo, que a sede de “revanche” leve os partidos à acção política contra o poder “ en place” para o substituir, é normal! A alternância nunca fez mal a ninguém, quando vai no bom sentido...
O caminho, como a sua imagem ilustra, será longo, na verdade!
- Freitas Pereira
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Caro Freitas Pereira:
ResponderEliminarPessoalmente discordo do voto obrigatório.
Acho que o fundamental é dar boas razões ás pessoas para ela irem votar.
Seja em programas eleitorais seja em candidatos.
Claro que quando nos lembramos que muitos morreram pelo direito a votar causa algum incómodo este abstencionismo preguiçoso.
Ou baseado em argumentos que não justificam nada.
Caro cb:
Também acho.
E creio que esse será o sinal para a mudança.
Caro Freitas Pereira:
Disponha do espaço que quiser porque os seus comentários enriquecem,e muito,o blog.
De facto ,independentemente dos podereres que cada um tem (CS não pode dar "tiros" mas pode lançar a "bomba Atómica"),os problemas com que se defrontam são identicos.
Com a diferença que o presidente português não pode conribuir directamente para asua resolução e o francês pode.
Em ambos os casos,como diz muito bem o meu Amigo,o dramático é que a solução para muitos desses problemas não está nos politicos eleitos pelo povo mas sim nessa espantosa abstracção a que por cá se chama os "mercados".
Que pelos vistos ninguém é capaz de controlar e fiscalizar.
Tempos dificeis aí vem.
Que por si só não justificam a alternância mas a ela vão ajudar certamente.