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segunda-feira, outubro 11, 2010

D. Maria Emilia

A blogosfera tem coisas mesmo engraçadas.
A propósito de uma conversa tripartida no Facebook, que começou por futebol e continuou por acordo ortográfico e escola primária,deu-me para escrever algumas linhas sobre a minha primeira professora.
A D.Maria Emília.
Professora primária,do ensino particular,que em três anos me preparou para o exame da 4ª classe á base de muita paciência,vontade de ensinar e umas valentes reguadas de vez em quando.
Que não fizeram mal nenhum.
Com ela aprendia a ler , a escrever, a fazer contas.
E a tabuada é claro.
Apreendi e decorei.
Mas também História e Geografia de um país que ao tempo,finais da década de sessenta,era bem maior do que hoje.
Recordarei sempre as aulas, numa sala de sua casa ,em que tinham assento simultâneo alunos das quatro classes do ensino primário.
Rapazes,raparigas, matérias , tudo misturado.
Quando íamos a exame,ás escolas de ensino público como tinha de ser,passávamos todos tranquilamente.
Não havia memória de um aluno da D.Maria Emília reprovar.
Tempos de infância que recordo com muito carinho e saudade.
Extensivel á D. Maria Emília.
Falecida há muitos anos mas que deixou uma marca forte, que ainda hoje se mantém, em todos os que tiveram o privilégio de serem seus alunos.
E por isso tenho a profunda convicção que o Português que ela me ensinou será o meu Português enquanto por este mundo andar.
Nele investi algum estudo.
E vou lá desperdiçar as reguadas num qualquer acordo ortográfico...
Só me faltava mais essa.
Depois Falamos

5 comentários:

  1. Boas conversa e acredito que bons tempos esses, os da primária...

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  2. Caro Joel:
    Foi uma conversa muito gira foi sim senhor.
    Entre dois vitorianos (eu em Guimarães e você algures na República Checa suponho) e uma benfiquista em Vizela.
    Maravilhas da net.
    Os tempos da primária foram excelentes.
    Se foram!

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  3. Concordo plenamente com o que diz em relação ao Português e ao Acordo Ortográfico.
    Pode o meu Português não ser muito bom, mas é com toda a certeza melhor do que aquele que já se vai vendo em literaturas recentes.
    E como o Dr. Luis Cirilo diz, nele investi alguns anos, noutra década é certo, mas com muitas e boas recordações.
    Continuo a acreditar no Português de Portugal (PT/PT) e não no Português moderno (PT/BR).

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  4. Disse-o com palavras bem ajustadas, e tão bem ajustadas que as faço minhas, falta de poder competir com a clareza do seu Português, Caro Amigo.

    Porque o meu Português, sofreu , dos anos , e da ausência da Mãe Pátria, o irreparável ultraje !

    Eu aprendi mais cedo, na década de 40 . E até fui ao prémio , na quarta classe, à Sociedade Martins Sarmento ! Graças a uma outra Senhora professora , da Escola de Santa Luzia : D. Maria da Natividade Simões e Sousa Menezes.

    Aproveito a sua mensagem para fazer como o meu Amigo: Prestar homenagem a esta Senhora, bondosa e amiga dos pobres.

    O marido foi o meu Professor de Francês : o Dr. Mário Menezes. Ele não sabia que um dia eu iria aproveitar os seus ensinamentos e evoluiria , e escreveria no “Figaro”, de vez em quando !

    Mas como disse, já é tarde demais para aceitar outro Português que aquele que a bondosa Senhora me ensinou.

    Um abraço.

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  5. Caro slb:
    Somos dois. Porque não há melhor português que o nosso. Para "abrasileiramento" já chega a selecção nacional de futebol.
    Caro Freitas Pereira:
    Creio ter conhecido as pessoas que refere. Eram, se não estou em erro,pais de um antigo colega meu.
    E a escola de Santa Luzia,onde os meus filhos fizeram a escola primária (já nas novas instalações junto ao quartel dos bombeiros),era e será sempre reconhecida como uma verdadeira universidade da vida.
    Onde o meu Amigo se formou com distinção!

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