Páginas

sexta-feira, setembro 24, 2010

Assistências & Árbitros


Publiquei este artigo no site da Associação Vitória Sempre
Na semana em que o Vitória comemora oitenta e oito anos de auspiciosa vida não faltariam assuntos para esta crónica.
Baseados numa História riquíssima, infelizmente não de títulos no futebol, com um percurso desportivo e associativo que não teme comparações com nenhum outro clube de Portugal incluindo aqueles que ao longo dos anos a imprensa crismou de “grandes”.
No futebol, no voleibol, no basquetebol, no andebol, no ténis de mesa, na natação, no pólo aquático, no atletismo, no hóquei em patins, no kickboxing, no judo, no karate, no ciclismo, e noutras modalidades que ao longo dos anos fora praticadas pelos atletas vitorianos muitas vitória individuais e colectivas que ajudaram a construir um palmarés de que todos nos orgulhamos.
Contudo, e face ao período que o clube atravessa, irei abordar dois outros assuntos que preenchem a actualidade vitoriana.
As assistências e a arbitragem.
Começando pelo primeiro creio ser factor de alguma preocupação para qualquer vitoriano o relativamente reduzido, para os nossos padrões, número de espectadores que tem acorrido ao D.Afonso Henriques esta época.
Sei bem que são assistências que fariam a felicidade de muitos outros clubes, começando pelos vizinhos do lado de lá da Morreira, mas para nós são factor de preocupação face á comparação com outros anos.
Dando de barato que os números divulgados são reais (pessoalmente fiquei com algumas duvidas nos dois últimos jogos) fácil é concluir que 9.000 espectadores com o Rio Ave, 13.000 com o Leiria e 17.000 com o Benfica são números fracos para aquilo a que estamos habituados.
É verdade que Rio Ave e Benfica foram jogos em dias menos bons(segunda e sexta feira) mas nem isso explica cabalmente a não afluência ao estádio. Porque o Leiria foi num sábado á noite, com excelente tempo, e os números também não corresponderam.
Se a isso somarmos a perda de quase 10.000 sócios na refiliação e apenas 14.586 lugares anuais vendidos fácil é concluir que existe algum afastamento entre o clube e os seus associados e adeptos.
Sendo certo que não é possível ignorar as dificuldades financeiras que muitas famílias atravessam por razões conhecidas mas cujos fundamentos não são chamados para este tipo de crónica.
A verdade é que isso reflecte e explica alguma coisa. Mas não explica tudo.
Creio que o problema principal se prende com a irregularidade desportiva, a ausência de um projecto desportivo motivador e a crónica falta de liderança que motive os sócios.
A irregularidade desportiva tem, pelo menos, dez anos de duração e levou-nos dos píncaros (pré eliminatória da Champions) aos infernos (2ª Liga) passando por anos melhores, outros piores e alguns que nem “carne nem peixe”.
E isso deve-se á ausência do tal projecto desportivo de médio prazo que defina objectivos, trace metas e aponte os caminhos para lá chegar.
A liderança é um assunto tão estafado que até já custa falar dele.
Mas a verdade que os últimos anos de Pimenta Machado (o ultimo presidente que falou de igual para igual com os presidentes dos clubes chamados “grandes”,da Liga e da FPF) foram penosos pelas razões conhecidas e o Vitória perdeu o espaço que durante alguns anos teve nas esferas do futebol.
De Vítor Magalhaães e Emílio Macedo nem valerá a pena falar nessa matéria porque tiveram (quase) sempre o silêncio como respostas ás “patifarias” que o “sistema” nos foi fazendo.
E tudo isso foi contribuindo para afastar os adeptos do estádio. Tenhamos esperança que esta época a prestação da equipa permita que o D. Afonso Henriques volte a ser o inferno branco de que todos tanto gostamos.
Quanto ás arbitragens deste inicio de época apenas duas ou três notas.
A primeira para registar, com agrado, que a direcção do Vitória desta vez reagiu no tempo certo á infelicíssima conferência de imprensa de um palhaço chamado Vítor Pereira.
Que como árbitro foi um habilidoso e como dirigente continua a sê-lo.
Porque a referida conferência de imprensa para mais não serviu do que para ser correia de transmissão das pretensões do Benfica a uma arbitragem idêntica á da época passada. A tal que inventava livres aos 90 minutos que davam golos, a tal que não via agressões na grande área, a tal que via muito bem nos túneis mas bem pior fora deles!
O que o Vítor Pereira fez foi um frete ao Benfica. E um aviso aos árbitros no sentido de guardarem a imparcialidade para outros jogos e outras equipas.
Não é por acaso que nos dezoito lances avaliados não aparece nenhum do Vitória-Leiria, do Nacional-Porto ou do Marítimo-Paços de Ferreira provavelmente o jogo com mais erros arbitrais desta Liga.
No nosso caso estou convencido que vamos ser bode expiatório de muita coisas. A começar já sábado em Coimbra.
No caso do Porto porque Vítor Pereira quer um campeonato á parte para dragões e águias sem decisões dos árbitros que dêem margens a reparos.
Desde que os “patrões” estejam contentes não importa que os “assalariados” reclamem.
É a lógica do “sistema”.
P.S.:Nota final para um aplauso ,e uma concordância totais, com a carta aberta da AVS a Vítor Pereira.
O efeito prático poderá não ser muito, mas ninguém pode é acusar a AVS de pelo silêncio ter sido cúmplice com a descarada mentira que o futebol português é.

2 comentários:

  1. tudo se resolvia se há frente do clube estivessem verdadeiros vitorianos. infelizmente andam por lá lampiões e lagartos que tantos lhes faz que vá muita ou pouca gente. até me disseram que no jogo com o benfica havia gente dos orgãos sociais tão triste como dirigentes dos lampiões.
    quanto aos arbitros nem vale a pena falar. depois do "taipasgate" que moral tem o milo para falar de verdade na arbitragem ?

    ResponderEliminar
  2. Caro Rui Rodrigues:
    Digamos que a politica de comunicação do clube é muito fraca.

    ResponderEliminar