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quinta-feira, março 01, 2007

Depois queixem-se


Assisti ontem via televisão,mais por dever de oficio do que por um especial interesse,ao debate mensal na Assembleia da Republica.
Sobre o debate em si não me vou pronunciar,e menos ainda sobre as prestações individuais dos principais intervenientes,porque nada de novo trouxe aquilo que vem de trás.
Mas chocou-me,enquanto cidadão e ex deputado,a panorâmica que as televisões ofereciam da bancada do PSD.
A partir de certa altura...praticamente deserta !
Não é um fenómeno novo,enquanto por lá andei assisti a episódios semelhantes,mas a amplitude de que se revestiu ontem foi particularmente crua.
A certa altura não estariam mais de dez,dos 75, deputados laranjas a assistir ao debate.
E aqui a culpa não é de Marques Mendes nem de Marques Guedes o lider parlamentar.
Não está nas respectivas funções o estarem a vigiar a assiduidade dos deputados ao plenário.
A responsabilidade é individual,de cada um,perante o cumprimento do que é um dever dos deputados.
Estarem presentes aos trabalhos do Parlamento.
E este tipo de imagem,de uma bancada vazia,prejudica a liderança,prejudica o partido e prejudica o próprio Parlamento.
Independentemente de gostarem mais ou menos do lider,da orientação da bancada,do estilo seguido nos debates,os deputados tem de honrar o compromisso que assumiram perante os seus eleitores .
Que os elegeram para estarem lá,muito em especial nos momentos altos como é o debate mensal.
Independentemente das divergências partidárias,do desconforto com muitas situações do grupo parlamentar,da falta de motivação par assistir a "jogos" que já estão perdidos antes de começarem,os deputados tem o dever de prestigiarem a instituição de que fazem parte.
Transmitir ao país uma imagem de responsabilidade é uma das formas de cumprir esse objectivo.
Depois Falamos

10 comentários:

  1. Muito bem! Apoiado

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  2. estes deputados foram escolhido no tempo do santana lopes.é a ele que devem ser pedidas responsabilidades pela fraca qualidade das escolhas.sendo certo que a tropa que rodeia o marques mendes nao é nada melhoe e em alguns casos ate bem pior.
    basta ver os azevedos soares,os alvaros amaros,os vinho da costa para perceber isso.pena é o partido estar representado na assembleia por esta gente.mas so em 2009 é que se pode resolver

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  3. Reconheço que o "anónimo" dá um tiro certeiro, embore não apoie o anonimato on-line, já que no debate puro podemos e devemos ser senhores das nossas opiniões, não debilitando um meio que tem tanto de libertário como de timorato.

    Quanto à tua questão, Luís, tens toda a razão. Como sabes fui, por duas vezes, vice-presidente do grupo parlamentar e, como era dos que lá estava quase sempre, bem sei o drama que era e a "figurinha" que faziamos (eu e o Marques Guedes) a pedir às secretárias que chamassem os "meninos" para dentro. E não se iludam os portugueses que o trabalho de gabinete não é assim tanto que justifique sucessivas sessões às moscas: muito é pedido aos assessores e até já há Net sem fios no plenário.

    No entanto, caro Luís, eles lá estão e, ao que oiço dizer, ac oisa está, efectivamente, pior. Neste caso, a meu ver, a culpa não é de Marques Mendes...

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  4. Dr. Gonçalo Capitão:
    o senhor tem toda a razão e eu tambem prefiro o debate limpo e frontal.
    Acontece que sou funcionário do partido e não posso correr riscos de saberem que dou opinião sobre o que se passa na assembleia.
    ainda por cima no blog de alguem que eles consideram um inimigo.
    é uma tristeza mas estamos assim.
    E a culpa maior nem é do marques mendes.é dos outros que por aqui andam.
    Há medo senhor doutor Gonçalo

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  5. Além da triste figura que foi ter sido vista a bancada vazia, parece que o debate corru mal ao nosso partido. Li apenas os comentários dos jornais que todos sabemos como são idóneos...Foi assim tão mau, ou foi mais um assalariado do Sócrates? Elucidem-me por favor.

    Quanto ao medo, é uma triste realidade. Aparecem capangas nas eleições; ameaça-se, com os mesmos, se...; e há tentativas de fazer 'falar' os funcionários.
    Uma estória (verdadeira): um funcionário do PSD recebe uma mensagem assinada por «Luis Cirilo» a dizer mal da direcção nacional e do seu superior hierárquico, com pedido de resposta. A pessoa não ligou o nome «Luis Cirilo» à oposição interna e quando viu a mensagem diz de repente no meio de capangas do M&M 'Quem é este?'. Não vou relatar o vocabulário subsequente... Neste blog foi dado conhecimento de que era uma apropriação de identidade e nunca Luis Cirilo tinha enviado as mensagens, que apareceram por Lisboa...E aqui a culpa é do Marques Mendes!

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  6. Ouvi o debate parlamentar na integralidade e à Paulo Bento, portanto com "tranquilidade". Ando no PSD há tempo suficiente para recusar qualquer "ismo", seja "mendismo", "santanismo" ou “menezismo” e por isso, estou particularmente à vontade para afirmar que o debate não correu nada mal ao PSD. Bem pelo contrário. Foi a primeira vez que Sócrates derrapou, porque, também pela primeira vez, a estratégia do PSD colocou a ênfase nos resultados da Governação. Este é, de facto, o momento correcto para se fazer este tipo de oposição. Se o tivéssemos feito antes, teríamos um PSD parecido com o CDS. Aliás, o tempo e o momento escolhido por portas para a sua “ressuscitação”, Maio próximo, indica e apoia esta visão.

    Todos os que, no passado, queriam uma oposição mais aguerrida e combativa só queriam o desgaste de Marques Mendes. É natural a posição dos menezistas neste sentido. Mas também é natural que seja Mendes que determine como e quando vai a jogo. E segundo me parece o jogo começa agora. Não sendo propriamente um fã de Mendes, a quem sempre liguei uma vida de caciquismo e carreirismo (mas Menezes neste aspecto não é diferente) tenho vindo a apreciar algumas das suas qualidades e decisões. Fiquei especialmente feliz quando deixei de ser companheiro do Isaltino nem do Major e muito satisfeito por ver que militante que prevarica ou pode ter prevaricado, sai e só regressa quando o seu nome está limpo na praça. Menezes está a fazer o seu trabalho como pode mas Mendes também. Mas não se esqueçam que Santana também quer voltar. Não agora, provavelmente. Dá corda a Menezes, que do ponto de vista estratégico sempre foi medíocre e cai em todas as esparrelas que lhe tecem, e espera que este perca as eleições com Sócrates. Santana aguarda duas maiorias para depois atacar. Deus queira que falhem, tanto Menezes e Santana, pois eu não esqueço onde esta “facção” deixou o meu partido. Em mais de vinte anos de militância nunca vi o PSD tão desacreditado, tão sectário e intolerante como no consulado Santanista. Menezes e Santana são iguais, embora o primeiro seja uma imitação provinciana do “Populismo-Santanismo”.

    Quanto às acusações do anónimo funcionário do partido sugiro que conquiste uma vida profissional fora da política para assim ter liberdade para expressar as suas opiniões. Lá está, quem vive da política morre na política. Só resta saber que se quem “assinou o contrato” com este funcionário não foi o Dr. Santana Lopes…

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  7. Este comentário foi removido pelo autor.

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  8. Caro Companheiro "Anónimo":

    Presto-lhe solidariedade, pois não apoio purgas políticas.

    Porém, e de facto, a condição de funcionário de um partido tem esse duro lado: a espada pende sobre a cabeça, ao sabor dos humores da liderança.

    Continuemos à espera de melhores dias. Quem me dera ter as certezas do meu querido amigo Luís Cirilo...

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  9. Caro Gonçalo
    Eu não tenho certezas absolutas.
    Tenho convicções,conheço o partido,avalio o que o actual lider está a fazer,entendo que está muitissimo longe do que o PSD e Portugal precisam e acredito que Luis Filipe Menezes será muito melhor. Na esperança que, no tempo certo, seja também essa a opinião da maioria dos militantes do partido.

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  10. Quanto à desertificação da bancada do PSD,não há novidade, embora haja um agravamento. Quando lá estive, NUNCA estiveram tão poucos Deputados num debate desta natureza. Aliás, o campeão das ausências era o PS. O que o Gonçalo diz também é verdade: o gabinete não justifica tudo, menos ainda em debates desta índole. No entanto, se o Parlamento não mudar a sua estrutura de funcionamento, nomeadamente ao nível das tarefas/assuntos e nº de reuniões do plenários e das comissões, teremos sempre sessões pouco frequentadas, porque a verdade é que muitas delas só interessam a 3 ou 4 deputados e não deviam sequer subir a plenário.
    Quanto ao futuro, estou como o poeta, não sei por onde vamos/com quem vamos, só sei que por aqui não vamos chegar a lugar nenhum!

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