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terça-feira, janeiro 16, 2007
Grandes Portugueses
Tenho acompanhado, com alguma curiosidade, a evolução deste concurso da RTP respeitante á eleição do maior português da nossa história.
Votei,logo no inicio,em D.Afonso Henriques e fui aguardando pela selecção dos 10 finalistas tentando perceber as razões que estariam na origem das escolhas.
Certo que uma eleição deste género é aleatória e subjectiva e que é impossivel exercer um critério objectivo de selecção de uma personalidade entre as muitas dezenas,ou centenas,possiveis.
Não deixo de considerar,contudo,que os 10 finalistas encerram,para mim,alguma surpresa.
Vamos por partes e elencar os nomeados:
- D.Afonso Henriques
- D.João II
- Vasco da Gama
- Infante D.Henrique
- Luis de Camões
- Fernando Pessoa
- Antonio Oliveira Salazar
- Alvaro Cunhal
- Marques de Pombal
- Aristides de Sousa Mendes
Foram estes,como podiam ter sido entre outros,Nuno Alvares Pereira,Afonso de Albuquerque,Egas Moniz (ambos),Eça de Queiroz,Maria Helena Vieira da Silva,Bartolomeu Dias,Serpa Pinto,Pedro Alvares Cabral,Florbela Espanca,Amália Rodrigues,Manuel dos Santos ou Eusébio.
Entre os escolhidos,naturalidade na opção por D.Afonso Henriques,Vasco da Gama,Luis de Camões,Fernando Pessoa.
D.João II terá sido o mais importante Rei depois de D.Afonso Henriques,com papel decisivo nas Descobertas tal como o Infante D.Henrique.
Aristides Sousa Mendes,um heroi durante anos anónimo,é uma escolha justa.
Surpresa,isso sim,nos três politicos eleitos.
Salazar,Cunhal e Pombal.
Salazar que governou quarenta anos em ditadura,Pombal um déspota esclarecido...mas déspota e Cunhal assumidamente defensor de regimes ditatoriais de partido unico.
Homens fundamentais na luta pela democracia,na consolidação do regime democrático e no desenvolvimento de Portugal como Norton de Matos,Humberto Delgado,Mario Soares,Sá
Carneiro ou Cavaco Silva,entre muitos outros,não mereceram a escolha dos votantes.
E esse é,seguramente,o motivo de maior reflexão á volta desta eleição.
Que poderá ser agravado se o vencedor for um dos três.
Menos se ganhar o Marques de Pombal.
Mas se ganhar Salazar,o que significará isso após 33 anos de democracia ?
E se ganhar Cunhal,um crónico anti poder,a quem, em sucessivas eleições, os portugueses derrotaram amplamente o partido por ele liderado ?
Ora ai está como um entretenimento como este da RTP pode ser motivo para leituras profundas do estado de alma dos portugueses.
Que talvez explique a razão da popularidade de José Sócrates num país mergulhado em problemas.
Por mim...D.Afonso Henriques !
Sempre.
Depois Falamos
Isto estava tudo a correr tão bem!...De repente, o contorcionismo político só ao alcance dos eleitos. Atentos os perigos das vitórias de Salazar ou Cunhal, chegamos finalmente a uma hipótese de leitura do estado de alma dos portugueses que até é capaz de explicar os altos índices de popularidade de Sócrates, «num país mergulhado em problemas».
ResponderEliminarSó faltou dizer que nunca existiu um foragido chamado Durão nem uma comédia de nome Santana.
Haja paciência!...
Creio que Salazar não vencerá, Luís.
ResponderEliminarPorém, eu entendo que a possibilidade académica também pode ser vista como a tentativa de uma leitura mais imparcial da História recente, o cansaço em relação ao discurso dos esquerdistas "donos da democracia", o relfexo do desamparo em que se encontram os portugueses e o regresso da nossa matriz latina, durante 10 anos (1985-1995) (felizmente) contrariada e britanizada por Cavaco Silva.
Argumentei mais demoradamente em
ResponderEliminarhttp://lodonocais.blogspot.com/2007/01/sero-os-portugueses-estpidos.html
Também acho que o único que tem sentido ser o maior português é o Afonso Anriques. Mas estes concursos é que não têm sentido.
ResponderEliminarJá agora ouso sugerir que ficaria melhor "... leituras profundas dos estados de alma dos portugueses [que votaram]."
D. Afonso Henriques vai vencer. Outra vez. Ele é a o Fundador, a razão de ser de Portugal, a ele devemos sermos Portugueses Obviamente que houve outros Portugueses geniais (usei 3 dos votos a que tinha direito para "ajudar" D. João II, Inf D. Henrique e Luís de Camões, que acho que deviam estar no Top 5.
ResponderEliminarCunhal é o único que está claramente a mais na lista. Salazar foi um ditador, mas marcou de forma decisiva quase meio século XX, recuperou as finanças públicas, manteve Portugal fora da II Guerra Mundial, meteu-o (com um pouco de sorte) na NATO, bem ou mal manteve o Império Português e fez muitas outras coisas más; mas o facto é que marcou o país, como nenhum político o fez nos últimos 30 anos. Mesmo dentre esses, Cavaco, Soares e Sá Carneiro deviam estar antes de Cunhal.
O Marquês de Pombal não é um indiscutível, mas está bem. Reconstruiu Lisboa, modernizou Portugal em várias áreas e foi um déspota numa época em que isso era banal.
Tenho pena de não ver na lista nomes como D. João I e/ou Nuno Álvares Pereira e não percebo como não estão no Top 20.