É Sócrates imbativel ?

De forma algo preocupante,porque parece obedecer a uma estratégia bem delineada e correctamente aplicada (teremos uma central de informações a funcionar ?),vai-se instalando na opinião pública a ideia de que José Socrates e o PS,por esta ordem,serão imbativeis nas legislativas de 2009.
São os "opinion makers",os comentadores,a alta finança,jornais e jornalistas de referência,enfim todo um coro que "canta" afinadinho e que procura convencer os portugueses do que parece inevitável;nova maioria absoluta para os socialistas.
Estou longe de partilhar dessas opiniões,estou longe de crer nessa pseudo inevitabilidade.
Desde logo porque separando o que é espuma do que é realidade a verdade é que nem o primeiro ministro, nem o governo, são tão bons como gostariam de fazer crer.
Pelo contrário cometem erros ,fazem asneiras,irritam os mais diversos sectores da sociedade portuguesa.
Professores,magistrados,funcionários públicos,forças de segurança são varios dos exemplos da insatisfação que grassa nos portugueses e que não dá mostras de abrandar na critica ao governo.
Claro que,inteligentemente,o tal coro afinado passa a ideia que a contestação advém das reformas e que um governo que tem a coragem de reformar é sempre alvo de contestação.
Mas serão reformas,ou a ela atribuiveis,alguns dos principais erros deste governo ?
Mas advirão das reformas as fragilidades de que o governo e Sócrates tem dado provas nalgumas areas ?
Recordemos:

• Dois ministros de Estado (Freitas do Amaral e Campos e Cunha),em três, já nao estao no governo.Estamos a falar de areas sensiveis como as Finanças e os Negocios Estrangeiros.
• Trapalhada,com o resultado conhecido,na escolha do candidato presidencial do PS.
• Opções altamente discutiveis,e mal fundamentadas,na Ota e TGV
• Incumprimento da promessa eleitoral de não introduzir portagens nas scuts
• Descoordenação no ministério da economia entre ministro e secretario de estado adjunto (que ja nem no governo devia estar !) á volta das tarifas da EDP
• Encerramento de serviços hospitalares em todo o país sem garantia de manutenção de niveis de assistência ás populaçoes.
• Contradições entre governo e ministro da economia á volta das declarações deste sobre o fim da crise.
• guerras selectivas aos vários estratos profissionais com um carácter justicialista totalmente inadequado e despropositado, de que sao exemplo os policias,os professores,os magistrados,entre muitos outros.
• sinais de clara arrogância,proximos do abuso de poder,dados por vários membros do governo com especial enfoque em Socrates,Correia de Campos e Antonio Costa.
• Incomprensivel posição da Ministra da Cultura acerca dos barricados no Rivoli
• Ataque sem precedente ao Poder Local e Regional(leia-se Madeira) procurando torná-los,perante a opinião pública ,como principais responsáveis pela existência do déficit.

São apenas alguns,poucos,dos muitos exemplos que seriam possiveis á volta das fragilidades e erros deste governo e deste primeiro ministro.

Acredito,pois,que a vitória de Sócrates em 2009 está longe de ser inevitável.

Para isso não basta esperar que o governo erre muito,é necessaria uma oposição(leia-se PSD) que erre pouco,que saiba marcar a diferença de politicas e de projectos em relação ao governo,que saiba marcar claramente as diferenças,que não enverede pelos pactos por dá cá aquela palha,que não se disperse em idiotices como o "Dia do Cão" e que saiba que os adversários a combater estão fora ,e não dentro, do partido !

Dir-me-ão que parece "areia " demais para a actual direcção do PSD.

Concordo,mas não é nada que não se possa resolver a tempo e em tempo.

Haja vontade.

Depois Falamos