Páginas

quarta-feira, outubro 25, 2006

Censura da Moção (Parte II)

Foto Diario de Noticias


Em resposta a algumas duvidas levantadas (nomeadamente em http://politicopata.blogspot.com) acerca da pertinência da apresentação de uma moção de censura ao governo,neste ciclo da vida politica ,e porque aprecio um bom debate de ideias ,aqui explicito melhor as razões politicas que me levam a concordar com a sugestão feita por Luis Filipe Menezes no passado sabado.
Um partido de oposição,especialmente se for o maior partido da oposição,tem o dever de avaliar não só a acção do governo como também os sinais que lhe chegam do país relativamente ao grau de satisfação dos portugueses perante a acção governativa.

Creio que raramente ,nos ultimos anos ,se terá visto um País tão descontente com um governo,bem como um governo a fazer tantas asneiras,afrontar tantos estratos sociais,faltar a tantas promessas eleitorais,expôr á opinião publica tantas contradições dos seus membros,demonstrar tanta falta de senso em tantas declarações.

Para além de uma arrogância em crescendo.

O PS e José Sócrates estã a governar mal e isso merece censura !

Dir-me-ão que face a maioria PS,a moção não terá resultados práticos e o governo pode continuar o seu caminho de disparates e desgoverno.

Sendo verdade,o que deita logo por terra a fantástica afirmação da direcção do PSD sobre abertura de uma "crise politica" (a leitura atenta de uma simples...tabuada teria evitado tão disparatada afirmação),ainda assim permitiria ao partido,perante o País,marcar a discordância,afirmar a divergência e,um dia mais tarde,reinvindicar com toda a justiça o ter avisado a tempo.

Sendo certo que o partido só pode apresentar uma moção de censura durante a legislatura,não está escrito em nenhum manual de ciência politica ,que é cedo ou tarde para o fazer. Caminhamos para meio da legislatura e daí que me pareça muito boa altura para dizer "alto e para o baile" em função do atrás escrito.

A um ano do fim do mandato é que me parece politicamente inócuo, e até propiciador do "...ai só agora é que deram por ela...",apresentar uma moção de censura que aí já não terá nenhum efeito para nada.

Não me parece que o PSD se deva preocupar com a opinião das outras forças politicas acerca da matéria: Se lidera,avança, se não lidera,vai a reboque. Essa é que é a questão.

Finalmente,por agora,entendo que bem andaria o presidente da CPN em ouvir opiniões de outros militantes e dirigentes que não o habitual circulo próximo.Não fora a aversão a reunir o Conselho Nacional (a tal questão do "que é estatutário e do que dá jeito") e concerteza que muito do que quem tem opinião se vê obrigado a manifestar cá fora...poderia fazê-lo lá dentro.

Porque divergir,não significa não pensar,porque criticar não significa não saber convergir e apoiar quando tal é necessário.

Ao contrário de alguns cortesãos de Marques Mendes que veêm inimigos, e fantasmas de inimigos ,em todos que exercem o legitimo direito de discordar,existe muito boa gente no PSD (literalmente boa gente) que continua a pensar que dentro do partido é muito mais o que nos une do que o que nos separa.

Até porque o adversário é,e vai ser durante algum(esperemos que não muito...)tempo,José Sócrates e o PS !

Depois Falamos




1 comentário:

  1. Também creio que este era um bom momento para dar voz a quem tem mais dificuldade em explicar-se, mesmo que se manisfeste.

    Depois, e porque o mundo da política não é o dos anjos, capitalizar-se-ía com o descontentamento, como é óbvio.

    ResponderEliminar