Há muitos,muitos anos,não numa galaxia distante,mas na casa dos meus avós,mais propriamente num enorme quintal que fazia as minhas delicias de miudo,assisti curioso á construção de uma enorme chaminé em tijolo num terreno vizinho.
Pertencia a uma empresa fabril,que já não existe mas a chaminé ainda se mantém de pé,e a sua edificação demorou semanas ou meses já não me recordo.
Acompanhei a par e passo o seu processo de construção,por dois operários,e lembro-me bem da escavação dos alicerces,da sua base reforçada,e depois do assentar de milhares de pequenos tijolos,aumentando o seu tamanho,sem por em risco a sua estrutura,segurança e graciosidade.
Dia após dia,semana após semana,ia crescendo rumo ao céu,consolidando as suas formas,aumentando a sua solidez e definindo o seu objectivo.
Percebi,com clareza,que o segredo daquela enorme chaminé estava em cada um dos seus pequenos tijolos,na forma como assentavam e,essencialmente,como se ligavam entre eles.
Numa relação perfeita em termos de encaixe e até,porque não dizê-lo,de cumplicidade.
Nas suas diferenças,especificidades,funções...completavam-se !
Demorou algumas semanas,talvez meses,a construir,mas hoje passados mais de trinta anos ainda lá esta.
Altaneira,imponente,segura,firme !
Atravessou tempestades e temporais,chuva e vento,o desgaste normal do tempo que passa,mas resistiu assente nos seus pequenos tijolos e nas bases solidas em que foi construida.
Manter os tijolos unidos,nao os deixar cair,ou repondo-os quando por qualquer razão algum caia,foi remédio santo para a manutenção de toda a estrutura.
A empresa ja nao existe,o quintal ainda mas já não da familia,muita coisa mudou naquela rua,naqueles terrenos,na vida das pessoas que por lá passaram.
A enorme chaminé,de pequenos tijolos,continua a apontar para o céu...
Depois Falamos
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