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Plantel

Durante anos eu e o meu saudoso amigo Francisco Martinho entretinhamo-nos durante o defeso a ir apontando os nomes dos jogaodres que a imprensa (nesse tempo as redes sociais não existiam ou eram ainda incipientes) apontava como potenciais reforços do Vitória para a época seguinte bem como aqueles sobre cuja saída falavam.
Quando se iniciava o campeonato confrontávamos essa listagem com a realidade do plantel e confirmávamos que eram mais as vozes que as nozes, como se costuma dizer, porque havia sempre exageros nas saídas e entradas.
No tempo presente com a reconhecida pujança das redes sociais naturalmente que as especulações aumentaram exponencialmente pelo que até 31 de Agosto é ir andando e vendo porque os mercados fecham (muito mal) depois de se iniciarem os campeonatos e portanto há sempre movimentações de última hora.
E por isso nada como ir avaliando a realidade de forma periódica.
E que nos diz essa realidade quanto ao Vitória?
Sabemos que há as saídas confirmadas de Óscar Estupiñan, Ricardo Quaresma , Rafa Soares , Sílvio , João Ferreira e Geny Catamo, há os emprestados André André e Sacko cujo futuro não está definido e há as contratações fechadas de Anderson Oliveira, Matheus Indio e Ryoya Ogawa.
Depois há as especulações quanto a saídas e entradas sobre as quais não valerá a pena perder muito tempo porque ao momento não tem confirmação nenhuma.
Direi apenas que se saíssem todos ou boa parte daqueles que se fala seria razão para temermos seriamente a manutenção do clube na primeira liga.
E portanto vamos ás certezas.
Nas saídas é evidente que Estupiñan será extremamente difícil de substituir, que Rafa Soares nem tanto, que Quaresma deixa a sensação de que podia ter sido melhor aproveitado e os restantes são saídas sem impacto pese embora a boa impressão deixada por Catamo nos últimos jogos. 
Quanto às entradas, três até ao momento, há que dizer o seguinte.
Anderson Oliveira deixa expectativas embora os seus números, como ponta de lança, não sejam particularmente famosos. Em 115 jogos pelo Famalicão, ao longo de cinco épocas, marcou "apenas" 25 golos. Mas aos 24 anos tem uma longa carreira pela frente e portanto  é expectável que a sua produção goleadora melhore bastante.
Matheus Indio vem do Trofense e joga numa posição para a qual já existem Handel, Bamba e Alfa Semedo pelo que é de supôr que algum destes saia para abrir espaço á sua entrada no plantel. Tem 22 anos, margem de progressão, mas dificilmente será uma opção imediata. E nos seus concorrentes directos seria mau se a porta de saída se abrisse para Handel ou Bamba. Ainda é cedo.
Finalmente Ogawa.
Vem do Japão bem referenciado, é internacional A pelo seu país, candidata-se a substituir Rafa Soares na lateral esquerda. Vem por empréstimo por um ano com clausula de compra (um milhão de euros o que para o Vitória me parece...puxado) e há natural expectativas quanto ao seu rendimento
E neste momento é isto depois de duas aquisiçoes dadas como certas (até assinarem nada é certo já se sabe) terem falhado num caso e estarem tremidas noutro como são os casos de Costinha e Jota Silva.
Certo é que daqui a três semanas mais coisa menos coisa o plantel inicia a pré temporada e nessa altura o plantel não estando fechado tem de estar bastante conforme com o que vai ser a sua realidade durante a época.
Aguardemos.
Depois Falamos.

Tarde

Insultos a Rochinha valem processo disciplinar ao Boavista

Embora continue sem perceber a razão pela qual o inquérito não foi instaurado de imediato não deixo de considerar que mais vale tarde que nunca. 
Percebendo, também, que com os campeonatos parados o douto conselho de disciplina (essa aberração que não cessa de prejudicar o futebol) tem de arranjar maneira de sacar umas multas aos clubes para alimentar as muitas bocas famintas que gravitam em seu torno.
Depois Falamos.

Ingratidão

Um dos defeitos humanos que mais me indigna mas simultaneamente permite avaliar melhor o carácter das pessoas é, sem sombra de dúvida, a ingratidão.
Há outros defeitos mais graves, bem mais nocivos, susceptíveis de prejudicarem muito mais as pessoas que são vítimas deles mas a ingratidão é tão escusada, tão desnecessária, tão fácil de evitar que a sua prática é algo que todos deviam erradicar dos seus comportamentos.
Pelo menos de forma consciente porque inconscientemente qualquer um de nós já terá caído nesse erro aqui ou ali.
Há muito anos atrás, numa "galáxia" que já me parece muito distante, tive oportunidade de trabalhar de perto com um líder do PSD que acompanhei em inúmeras viagens pelo país na preparaação de umas eleições.
Ao tempo éramos ambos deputados e a certa altura punha-se a questão da substituição do lider parlamentar (que ia deixar a aAssembleia para se candidatar a um municipio) pelo que numa dessas viagens a conversa versou sobre essa substituição dado estarem a ser veiculados pela imprensa vários nomes.
E sem que algum nome fosse indicado pelo líder do partido, que creio nessa altura ainda não teria tomado a decisão final, ele teve uma reflexão que passados tantos anos nunca esqueci. 
"..Sabe Luís, cada vez que faço uma escolha corro o risco de optar por um potencial ingrato mas tenho a certeza que vou ter dez despeitados a criticarem a minha opção...". 
Grande verdade que me acompanhou desde então.
E pela parte que me toca, quando em diversas ocasiões e em diferentes funções tive de fazer escolhas e convites, nunca me esqueci de que isso seria o que inevitavelmente acabaria por suceder.
E sucedeu.
Porque se é verdade que muitas vezes as coisas correram bem e as pessoas escolhidas nunca se revelaram ingratas é igualmente verdade que noutras não foi assim.
Não faço ideia, embora às vezes suponha, quanto à minha conta de despeitados.
Mas à de ingratos faço...
Depois Falamos.

segunda-feira, maio 30, 2022

Oportunidade

Há fotografias em que o sentido de oportunidade do fotógrafo (neste caso da fotógrafa) é simplesmente magnífico e consegue retratar uma situação em toda a sua plenitude. 
É o caso desta fotografia de Catarina Morais para o zerozero. 
Em que consegue apanhar em simultâneo a alegria de jogadores (e adeptos) do Chaves e a tristeza dos jogadores do Moreirense. 
Ou seja as duas faces de um mesmo resultado.
Depois Falamos.

Culpa

 Tiago Brandão Rodrigues lidera investigação aos incidentes da final da Champions.

E claro que vai concluir que a culpa foi do Pedro Passos Coelho! 
Afinal o governo de que fez parte chegava a essa conclusão de forma constante. 
Gostava era de perceber como a UEFA se lembrou dele. 
Ainda fiquei na dúvida se era uma notícia de 1 de Abril no fim de Maio
Depois Falamos.

domingo, maio 29, 2022

Nottingham Forest


O Nottingham Forest é um dos mais antigos e mais curiosos clubes ingleses.
Antigo pela data da fundação (tem 157 anos de idade) e curioso por o seu nome e localização estarem ligados à lenda de Robin dos Bosques que todos conhecemos de inúmeros livros e filmes.
Fundado em 1865 foi uma vez campeão de Inglaterra em 1977/1978, venceu duas taças de Inglaterra em 1897/1898 e 1958/1959 mas tem como troféus mais importantes duas taças dos campeões europeus em 1978/1979 e 1979/1980 e uma supertaça europeia em 1979.
Tem ainda diversos titulos em escalões inferiores incluindo três titulos de campeão da II liga.
Afastado das luzes da ribalta, ou seja da Premier League, desde 1999 o Forest conseguiu hoje o almejado regresso 23 anos depois de ter descido ao escalão inferior.
É pois um histórico que regressa, espera-se que por muito tempo, porque o lugar de um clube com esta tradição e sendo um bi campeão europeu o seu lugar tem de ser sempre no primeiro patamar do futebol inglês.
Curiosamente nele actuam três portugueses de alguma forma ligados ao Vitória.
O vitoriano Cafu, Xande Silva que já passou pelo Vitória e Tobias Figueiredo que esteve para passar em Janeiro último quando apenas um atraso no processo burocrático terá impedido que fosse reforço de inverno.
Mas isso é apenas um curiosidade no bem vindo regresso de um velho senhor do futebol.
Depois Falamos.

Vítor Campelos

Se a descida do Moreirense e a subida do Chaves me provocaram um misto de sentimentos, entre a tristeza e a satisfação, já o facto de a subida dos transmontanos ter sido conseguida com Vítor Campelos no comando da equipa isso é motivo para a mais completa alegria.
Porque acho que se fez justiça a um treinador inteligente, sabedor, estudioso, profundo conhecedor do futebol em todas as suas variáveis e que embora cultive a discrição é merecedor do reconhecimento por uma carreira feita a pulso e que terá tido hoje o seu maior sucesso.
Até á data, porque tendo a sua carreira ainda muitos anos pela frente certamente que outros sucessos obterá e de dimensão maior.
A verdade é que sendo ainda jovem Vítor Campelos já tem muitos anos de futebol.
Começou como preparador físico em clubes de escalões inferiores, depois passou pelo União de Leira e pelo Moreirense sempre nessas funções, trabalhou  na Arábia Saudita, nos Emiratos Árabes Unidos , no Irão e na Hungria como treinador adjunto e treinador principal e no regresso a Portugal depois de curta passagem pelo Trofense teve três anos de sucesso no Vitória B, pese embora as muitas dificuldades encontradas, com classificações tranquilas na II Liga e o lançamento de jogadores que depois se viriam a afirmar na primeira equipa como Miguel Silva,  Pedro Henrique, Konan, João Pedro, Raphinha, Sacko, Zungu, Al Musrati, André Almeida, Hélder Ferreira, Tapsoba, Óscar Estupiñan entre outros.
Terminado, vá-se lá saber porquê, esse excelente ciclo de três anos Vitor Campelos rumou ao Moreirense onde fez uma primeira volta de muito bom nível sendo despedido com a  equipa em posição tranquila na I liga ( decisão idêntica a outras tomadas no clube e que explicam a despromoção de hoje) o que lhe deve ter tornado ainda mais agradável o sucesso no jogo desta noite.
Depois de um curto regresso á Arábia Saudita assumiu o Chaves a meio da época passada com o claro objectivo de preparar a equipa para a subida o que foi hoje conseguido com todo o mérito depois de um campeonato em que a equipa entrou menos bem mas depois foi sempre a melhorar quase conseguindo a promoção directa.
Aos 47 anos de idade Vítor Campelos é um treinador de sucesso e que com muitos anos de carreira pela frente tem ainda muitas metas para alcançar e muitos sucessos para atingir.
Espero que alguns deles no seu clube de coração.
Depois Falamos.

Misto

O desfecho do play off traz um misto de sentimentos. 
Por uma lado a tristeza de ver uma equipa de Guimarães descer de divisão depois de uma época em que os erros cometidos foram mais que muitos nomeadamente nas trocas de treinadores. 
Espero que regresse à I liga já na próxima época. 
Por outro lado a satisfação de ver o G.D. Chaves, clube pelo qual tenho muita simpatia, regressar a um escalão que é o seu e do qual nunca devia ter saído. 
Trás-os-Montes merece uma equipa na Liga maior e desejo que este regresso seja para ficar.
Depois Falamos.

Alma

Ora aí está um daqueles resultados que enchem de satisfação a alma de um vitoriano.
Parabéns miúdos.
Depois Falamos.

Líder ?

Luís Montenegro é o novo presidente do PSD.
Resultado previsível para quem conheçendo minimamente o partido e as suas estruturas intermédias  facilmente perceberia que o seu opositor dificilmente conseguiria ultrapassar as barreiras que lhe eram impostas pelo chamado "aparelho" e que ajudariam a fazer a diferença entre dois candidatos de reconhecido valor.
Eleito nas directas de ontem com uma margem mais que confortável (cerca de 72%) sobre Jorge Moreira da Silva (que ficou pelos 27%) tem agora pela frente a espinhosa tarefa de provar que é o novo líder do partido.
Porque ser presidente é uma coisa e ser líder é outra.
Pedro Passos Coelho foi líder e Rui Rio apenas presidente para exemplificar melhor a diferença com dois exemplos práticos.
E o afirmar-se como líder é um processo longo, com várias etapas, que não permite uma avaliação imediata sobre se consegue ou não atingir esse estatuto.
A primeira etapa, e apenas sobre ela falarei neste texto, tem a ver com o congresso de Julho onde ele escolherá a nova equipa dirigente, o novo secretário geral (escolha muito importante) e a sua equipa, os novos orgãos nacionais do partido.
E aí ou Luís Montenegro faz uma renovação profundíssima, escolhendo novas caras e novos protagonistas que cortem radicalmente com estes quatro anos e meio de tempo perdido, ou se ao invés quiser contemporizar com quem estava, manter nalguns cargos aqueles que lá estão há muitos anos, fazer de Rio o único responsável pelos insucessos e "amnistiar" aqueles que o rodearam e apoiaram até ao fim então nunca será líder e será presidente pelo prazo do mandato para que foi agora eleito.
Mais claro ainda: No PSD há dirigentes nacionais e dirigentes de estruturas intermédias que apoiaram Rio contra Pedro Santana Lopes, contra o próprio Luís Montenegro e contra Paulo Rangel e que o fizeram dizendo dos oponentes de Rio o que Mafoma não disse do toucinho!
Estiveram com Rio de princípio a fim, tiveram lugares no partido, no Parlamento e noutros lugares e foram apoiantes activos de Rio nas três directas que venceu.
Mesmo percebendo-se desde há muito que Rio não era solução.
E se uma vez qualquer um se engana três vezes já não é engano. É cumplicidade!
Não é com esses que Luís Montenegro pode construir o futuro.
Quero com isto dizer que todos quantos apoiaram Rio devem ser saneados?
Longe disso.
Até porque há gente que apoiou Rio de forma convicta, leal, servindo o partido, mostrando qualidade e que deve ser aproveitada para o futuro.
Mas os outros, aqueles que como a cortiça andam sempre a boiar à superfície e ainda Rio era líder e já se pavoneavam ao lado e atrás de Montenegro , a esses deve ser concedido um justo descanso em termos de orgãos dirigentes do partido.
Já estragaram que chegasse.
Depois Falamos.

P.S. Não sendo militante do PSD falo com o enorme à vontade concedido por não ser candidato a nada no próximo Congresso.

Becker

Se Thibaut Courtois fica para a história da Champions por ter protagonizado uma monumental exibição na final de ontem, porventura a melhor de um guarda redes numa final da prova rainha do futebol europeu, o mesmo acontece com Alissom Becker mas por razões diametralmente opostas. 
Porque deve ter sido o único guarda redes que na história das finais da Champions não teve de fazer uma única defesa! 
Nem uma para amostra. 
Porque no único remate enquadrado com a baliza sofreu o golo e o resto do tempo passou-o a apanhar bolas mortas ou atrasos dos colegas. 
Resultado evidente de uma das finais mais desiquilibradas de sempre em termos de jogo jogado com o Liverpool a jogar muito mas a não marcar nos 23 remates efectuados e o Real Madrid a não jogar nada mas a ser feliz num dos dois remates que fez e a ter o mérito de saber defender o resultado. 
Ironias do futebol.
Depois Falamos.

Courtois

Este sim mereceu ser campeão europeu bem ao contrário da sua equipa. 
Uma exibição fabulosa com nove defesas de grande qualidade que o levaram com toda a justiça a ser eleito o melhor em campo. 
E foi mesmo!
Depois Falamos.

Negação

O resultado da final da Liga dos campeões é a negação do futebol. 
Uma equipa dominou o jogo todo, teve vinte e tal remates mas não marcou. 
A outra foi dominada quase por completo, fez dois remates um dos quais foi à baliza e entrou decidindo a final. 
Courtois fez onze defesas, algumas de elevada qualidade, enquanto Allison Becker não fez nenhuma.
Ganhou quem marcou mas o futebol não pode ser isto. 
Uma injustiça de todo o tamanho. Bolas...
Depois Falamos.

P.S. Milhões de madridistas e os dois comentadores da TVI estão felizes. Quem gosta de futebol não pode estar.

Sucesso

Dois amigos meus, que muito prezo, disputam hoje a liderança do PSD.
Não sendo militante do partido não poderei naturalmente votar nas eleições e portanto também não tenho que manifestar preferência por um ou por outro.
Segui as suas campanhas com atenção, como cidadão interessado mas também como amigo de ambos e, vá lá, como alguém que tendo passado 43 anos da sua vida no PSD não consegue ser indiferente ao que se passa no partido. 
E do que vi, ouvi e li direi que nas respectivas campanhas encontrei boas razões para votar em qualquer um deles como também encontrei más razões para não o fazer.
As boas razões assentam em ideias de ambos, em que me revejo, mas essencialmente em conhecendo-os saber que qualquer um deles está à altura do enorme desafio de liderar o PSD em tempos políticos tão difíceis e depois de quatro anos e meio de uma liderança que foi tempo perdido e de retrocesso para as posições eleitorais do partido com excepção das regionais dos Açores, das autárquicas em Lisboa, Coimbra e pouco mais.
Precisamente o tipo de eleições, regionais e autárquicas, onde a liderança nacional conta pouco.
As más razões assentam no recusa de debates, no radicalismo quanto ao Chega, na galeria de "horrores" que se perfilou por trás de cada um deles e que vai de alguns dos responsáveis por estes quatro anos e meio de insucessos aqueles que andaram em congressos do PS a atacarem o governo de Pedro Passos Coelho.
A exemplo , aliás, do líder cessante que antes de o ser também andou por essas bandas ideológicas aos abraços aos inimigos do governo do seu partido.
É passado.
E o futuro chama-se Jorge Moreira da Silva ou Luís Montenegro.
Ganhe o que ganhar desejo-lhe o maior dos sucessos na liderança do PSD.
Não só como amigo mas essencialmente como cidadão que sabe que terá de passar por um PSD digno do seu passado a alternativa a este governo e a esta maioria.
Para Portugal o futuro tem de começar hoje.
Porque tal como PSD com a liderança cessante também o país, com este primeiro ministro e os seus governos da geringonça ao actual, já perdeu demasiado tempo.
Depois Falamos.

sexta-feira, maio 27, 2022

Tertúlia

Ontem a Comissão do Centenário levou a cabo uma tertúlia para comemorar os nove anos da conquista da Taça de Portugal em futebol que se completavam precisamente no dia. 
Participações, excelentes, de Rui Vitória, Luís Esteves, Douglas e Leonel Olímpio que recordaram diversos episódios relacionados com esse dia memorável e que as dezenas de vitorianos presentes muito apreciaram e aplaudiram. 
Permito-me contudo distinguir duas intervenções de Rui Vitória ( e muito em especial a última) em que fez uma dissertação brilhante sobre o que o Vitória deve fazer, e como deve fazer, para crescer, consolidar o seu estatuto de grande clube e ganhar troféus de forma mais regular. 
Simplesmente notável demonstrando um perfeito conhecimento do clube, de Guimarães e da realidade do nosso futebol. 
Um autêntico " Manual de Instruções" sobre como fazer o Vitória ser ainda maior. Declarações que mereciam ser transcritas e afixadas no site do clube. 
Em suma mais uma excelente iniciativa de comemoração do Centenário.
Depois Falamos.

quinta-feira, maio 26, 2022

Pedro Raúl

O nome do ponta de lança brasileiro Pedro Raúl admito que não diga grande coisa à maior parte dos vitorianos dado nunca ter jogado na primeira equipa do clube e a sua passagem pela B ter-se limitado a uma época e meia.
Vi-o jogar duas ou três vezes, não mais, mas houve ali qualquer coisa de bom que me ficou na memória e tenho acompanhado a carreira dele à distância.
Chegou ao Vitória B em 2017/2018 (ao mesmo tempo de um colombiano chamado Óscar Estupiñan) e nessa primeira época fez quatro golos em quinze jogos o que não sendo brilhante não deixa de ter alguma importância.
Na época seguinte participou em 9 jogos, mas apenas titular em quatro, não fez nenhum golo e acabaria por regressar ao Brasil em Janeiro de 2019 pese embora as boas indicações dadas em termos exibicionais.
No Atlético Goianense fez doze golos em 47 jogos e isso valeu-lhe em 2020 a transferência para o Botafogo onde em 39 jogos faria 12 golos o que lhe valeria a transferência para o Kashiwa Reysol do Japão onde faria 3 golos em 11 jogos.
Esta época começou-a no Juárez do México, emprestado pelo clube japonês, onde faria 2 golos em 7 jogos e de lá seguiria para o Goiás onde no "Brasileirão" em curso fez até agora 9 golos em 20 jogos o que é um número bem interessante.
Aos 25 anos de idade Pedro Raúl é um jogador em plena afirmação e um goleador de bons recursos que seguramente daria muito jeito ao Vitória se dele não tivesse prescindido vá-se lá saber porquê.
E por isso interrogo-me se uma dupla Óscar Estupiñan -Pedro Raúl não poderia fazer um enorme sucesso com a camisola vitoriana caso um e outro jogador tivessem sido vistos, atempadamente, com outros olhos e outra percepção do seu valor.
Nunca saberemos!
Depois Falamos.

Facebook

Ontem o Facebook notificou-me que durante dois dias não posso publicar nem comentar por ter colocado um comentário considerado de incentivo ao ódio. 
O comentário que coloquei no mural de um amigo e relativo à famosa vereadora do Livre em Lisboa foi exactamente este: " Com o seu radicalismo quanto aos limites de velocidade na cidade de Lisboa a vereadora do Livre ameaça tornar -se numa Joacine branca". 
Apenas isto. 
O Facebook onde se lêem diariamente autênticas barbaridades, nomeadamente escritas pelos admiradores de Putin sem qualquer problema para estes, entendeu que o meu comentário era um incentivo ao ódio. 
Vão dar banho ao cão não tarda nada.
Depois Falamos.

quarta-feira, maio 25, 2022

Mourinho

E vão cinco!
Cinco finais europeias ganhas ao serviço de quatro clubes diferentes com a particularidade de José Mourinho ter ganho todas as finais que disputou.
Começou em 2003 ao vencer a Liga Europa pelo Porto a que se seguiu em 2004 a Liga dos Campeões pelo mesmo clube. O único em que repetiu triunfos.
Em 2010 nova vitória na Liga dos Campeões, desta feira pelo Inter de Milão que já não ganhava a prova desde 1965, a que se seguiu novo triunfo na Liga Europa pelo Manchester United em 2017 clube que depois da saída dele nunca mais ganhou nada até ao presente.
E hoje o triunfo na Liga das Conferências ao serviço de uma Roma que em termos europeus não ganhava nada desde 1961!
Um percurso notável de um grande treinador a quem alguns já davam como acabado para os grandes palcos do futebol europeu mas que hoje provou que ainda é dos melhores na sua profissão e levou uma equipa sem grandes estrelas a um triunfo difícil mas merecido (grande mérito de Rui Patrício também) face a um Feyenoord que vendeu bem cara a derrota.
José Mourinho junta-se assim a um lote restrito de treinadores que venceram três diferentes competições europeias de clubes e reserva um lugar na História do futebol que em boa verdade já ninguém lhe poderia tirar.
Mas tratando-se de quem se trata acredito que a história não ficará por aqui.
Depois Falamos.

P.S. Em boa verdade José Mourinho também venceu uma Taça das Taças pelo Barcelona.
Mas aí como adjunto de Bobby Robson. Confirmando que final em que ponha o pé é final ganha. Afinal  é dele a frase que as finais não são para jogar mas sim para ganhar.

Risível

Há em Portugal, de há muitos anos a esta parte, uma certa tendência para a veneração saloia a tudo que vem de fora como se por cá fossemos um bando de acéfalos e as luzes do conhecimento fossem privilégio a que não temos acesso.
E isso verifica-se em todos os sectores da vida social, da política ao desporto passando pela cultura e outras, onde qualquer banal afirmação de um estrangeiro que por cá arriba torna-se logo numa verdade indiscutível quase com direito a ser piblicada em Diário da República  e merecedora dos mais elevados louvores públicos.
Por estes dias chegou a Lisboa um treinador de futebol, com carreira até agora mediana e sem destaque especial cujos maiores triunfos foram um campeonato na Austria e uma taça na China,  que à chegada e no claro intuito de causar boa impressão nos seus futuros (por quanto tempo logo se verá...) adeptos proferiu uma daquelas bojardas que caem bem nos destinatários mas se afiguram como completamente ridiculas a todos quanto nada tem a ver com esse clube dizendo que "...quem ama o futebol ama esse clube..." !
Mais patético do que esse conceito, que alguém lhe terá soprado ao ouvido como um "sound byte" adequado ao momento, apenas a reacção pacóvia de muitos dos tais destinatários que embandeirando em arco com a bojarda logo a proclamaram como uma verdade absoluta supondo-se que pedirão ao Presidente da República para o condecorar no próximo dez de Junho ( no outro a seguir pode já não estar por cá...) tal a relevância da afirmação.
É o Portugal que temos.
Pacóvio, parolo, culturalmente atrasado, de cócoras perante o que vem de fora, incapaz de ter um orgulho próprio para o qual não lhe faltam razões mas falta vontade de as valorizar.
Haja paciência.
Porque amor a outros clubes esse há de certeza.
Depois Falamos.

Sugestão de Leitura

Este livro apareceu-me quase por acaso.
Leitor regular de uma página de Facebook chamada "O Aviador" e pertencente ao autor do livro acabei por me aperceber que algumas daquelas crónicas "facebookianas" se encontravam compiladas num livro que depois recordei já ter visto nas livrarias.
José Correia Guedes, o autor, trabalhou mais de trinta anos na TAP, começando como comissário de bordo mas fazendo grande parte da sua carreira como piloto, ao serviço da qual correu mundo em diversas espécies de aviões e aterrando e descolando nos mais variados tipos de aeroportos.
São essas histórias , algumas bem interessantes e inesperadas, que dão corpo a um livro que se lê com muita curiosidade e muito interesse.
Depois Falamos.

Queijos

Creio ter sido o general Charles de Gaulle quem um dia disse que era muito difícil governar um país em que havia mais de trezentos sabores de queijo! 
Ou seja onde havia uma variedade quase infinita de opiniões. 
Ao longo dos anos estas palavras vão-me ocorrendo conforme vou lendo opiniões sobre diversos assuntos do Vitória algumas das quais, embora dentro de uma ampla tolerância perante formas de pensamento que não são as minhas, não deixam de me surpreender bastante. 
Exemplos? 
Aqueles que quando não gostam do presidente não pagam cotas. 
Os que não gostando do treinador não vão ao futebol. 
Os que não gostando da forma de jogar da equipa a assobiam ao primeiro erro. 
Os que embirrando com este ou aquele jogador lhe fazem uma marcação cerrada em termos de crítica ultrapassando bastas vezes o limite do razoável. 
Os que se torcem todos para pagarem um bilhete de quatro euros por não terem lugar anual mas exigem aos profissionais amor à camisola. 
Os que se indignam quando não há bilhetes de acompanhante mas exigem que jogadores renovem contratos para darem dinheiro a ganhar ao clube mesmo lesando os seus interesse profissionais. 
E, moda recente, os que acham que não merecemos ir à Europa porque tivemos "ajuda" de terceiros e não tivemos mérito próprio para conseguirmos o apuramento directo. 
Esquecendo que para lá do demérito próprio, que é inegável, também houve erros de arbitragem que nos escamotearam meia dúzia de pontos e impossibilitaram o tal apuramento directo. 
Para lá de neste caso ser muito mais importante o estar lá do que a irrelevante questão de merecer ou deixar de merecer.
Enfim há opiniões para todos os gostos. 
Tal como os queijos!
Depois Falamos.

Talento

Rafael Leão eleito melhor jogador da liga italiana
Ser eleito aos 22 anos o melhor jogador da liga italiana não é para qualquer um. 
Só para aqueles, como Rafael Leão, que são senhores de um enorme talento. 
Do qual se espera que a selecção nacional tire o máximo partido na Liga das Nações e no Mundial.
Depois Falamos.