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Eleições

Com o país mergulhado numa crise política por exclusiva responsabilidade de PS, CDU e BE, que desfizeram agora o que contra natura construiram em 2015, o assunto do momento é a data para a qual serão marcadas as eleições legislativas uma vez dissolvido o Parlamento.
Deixando de lado os prazos constitucionais, que obviamente terão de ser cumpridos, é curioso analisar o posicionamento dos partidos perante as datas em equação.
Com excepção da Iniciativa Liberal e do PAN, que apontam para o último domingo de Janeiro, todos os outros parecem querer que elas se efectuem em meados desse mês por razões naturalmente muito diferentes.
CDU e BE, por eles nem eleições haveria porque sabem muito bem o justo preço que vão pagar por terem sidos bengalas do PS durante seis anos, querem-nas o mais depressa possível pelo receio que o voto útil polarize a votação de esquerda no PS e os remeta para a periferia da insignificância.
E sabem que esse voto útil sucederá muito mais num confronto entre Costa e Rangel do que entre Costa e Rio.
O PS quer as eleições rapidamente porque conta com o Chega e a Iniciativa Liberal para dispersarem os votos no centro e na direita e sabe que isso será muito mais fácil com Rio na liderança do PSD do que com Rangel que introduz um factor de mudança cuja dimensão não é conhecida.
O CDS, mergulhado numa fracticida guerra interna, parece preferir também uma data mais próxima porque quanto mais depressa forem as eleições menor será a polémica interna e mais o foco na eleição externa.
O Chega claro que quer as eleições num timing que impeça o efeito de eventuais mudanças resultantes das directas no PSD porque para a sua estratégio ter Rio na liderança é o que mais lhes convém em termos de captação de franjas do eleitorado social democrata.
E resta o PSD.
Cujo processo eleitoral interno está, indevidamente mas está, umbilicalmente ligado a estas legislativas porque às duas candidaturas em disputa a data da eleição nada tem de indiferente.
Rui Rio prefere, é claro, a data de 16 de Janeiro porque a ser assim será ele a fazer as listas de deputados (que terão de ser entregues antes das eleições internas) condicionando fortemente as directas  e aumentando as hipóteses de as vencer.
E por isso nem hesita em pressionar o PR insinuando que outra data que não a que ele, Rio, quer é um favorecimento ao rival.
Paulo Rangel prefere, também é claro, uma data bem posterior para que vencendo as directas possa ser a sua direcção a fazer as listas de deputados assegurando assim uma paz entre a direcção do partido e o grupo parlamentar que serão essenciais para governar o país ou assegurar uma oposição consistente.
Embora se deva dizer que a pretensão de Rangel de legislativas em finais de Fevereiro é um absoluto exagero e em nada justificável.
Em suma o Presidente decidirá.
Por mim, enquanto cidadão eleitor sem qualquer outro interesse que não o de ver o país bem governado, o que me interessa é poder optar entre propostas de partidos com a sua vida resolvida e que possam assegurar, no governo ou na oposição,  merecerem o voto que lhes será dado.
E se o "preço" disso for as eleições serem duas ou três semanas mais tarde do que aquilo que a generalidade dos partidos parece querer (por razões que nada tem a ver com as por eles evocadas como bem se percebe) não vem daí mal ao mundo.
Quem anda a ser mal governado há seis anos também o pode ser mais duas ou três semanas.
Depois Falamos.

Handel

Sem entrar em comparações despropositadas nem considerar como " produto" acabado um jovem ainda em formação não posso deixar de dizer que o futebol de Tomás Handel me lembra cada vez mais o de Pep Guardiola no grande Barcelona de Johan Cruyff.
É a movimentação, a geometria que transmite ao futebol da equipa, a forma como aparece em zonas de remate, o não cometer erros de posicionamento nem de passe, o toque de bola.
É aquilo que a fotografia traduz tão bem, ou seja, bola no pé e cabeça levantada a ler o jogo.
Está ali um potencial grande jogador.
Deixemo-lo crescer tranquilamente.
Depois Falamos.

Detalhes

Este Sporting-Vitória disputado em Alvalade foi um jogo que se decidiu nos detalhes, tal o equilíbrio verificado em termos estatistícos, a favor do Sporting com a justiça de ter sido a equipa que mais mereceu vencer.
Cada equipa fez 12 remates, a posse de bola foi de 51% x 49% a favor do SCP, remates enquadrados foram 4x2, o SCP fez 436 passes e o VSC 432, o SCP acertou 358 passes e o VSC 360, fizeram 13 faltas contra 10 do Vitória, enfim todo um equilíbrio que com o detalhe, decisivo, de o Sporting ter feito um golo e o Vitória nenhum.
E, em bom rigor, para lá desse golo as melhores oportunidades foram do Sporting pelo que o resultado não sofre contestação.
Pepa promoveu algumas alteraçóes no "onze" face ao que começou o jogo com o Benfica e se as entradas de Handel e Rochinha se justificaram pelo labor de ambos já as de Bruno Duarte e João Ferreira não tiveram nenhum efeito positivo na equipa face à forma discreta como se exibiram.
Na primeira meia hora o jogo foi repartido com oportunidades em ambas as balizas mas depois do golo de Coates num lance estudado e já visto noutras ocasiões, com o inevitável Coates a aparecer a cabecear como e para onde lhe apeteceu, o Sporting assenhoreou-se do jogo e podia ter aumentaod o marcador não fora a segurança de Bruno Varela e os fora d ejogo bem assinalados aos seus avançados.
No regresso do intervalo o SCP desperdiçou de imediato uma soberana oportunidade mas manteve o domínio perante um Vitória que parecia algo atordoado cada vez que o adversário surgia em lances de contra ataque e em boa verdade nesse período esteve o Sporting mais perto do segundo que o Vitória do empate.
A situação só começou a mudar aos 60 minutos aquando das entradas de Estupinan e especialmente de André Almeida que deu ao meio campo vitoriano a velocidade, a pressão ofensiva e a meia distância que até então não tinha conseguido e começou a empurrar o adversário para trás mas sem criar grandes oportunidades.
Janvier também ajudou mas o Vitória não conseguiu nunca criar lances de finalização para Estupinan, até porque Quaresma não estava em dia daqueles cruzamentos que são a sua imagem de marca, e a  jogada de maior perigo acabou por ser um remate de André Almeida a rasar a barra.
Em suma um bom jogo do Vitória, pese embora alguma tremideira no centro da defesa, e um resultado justo face ao que se viu ao longo dos noventa minutos.
Destaques individuais para Bruno Varela sempre muito seguro e a negar duas ou três oportunidades de golo, para Tomás Handel que fez um jogo de muito boa qualidade dando equilíbrio e  geometria ao jogo da equipa e fazendo o melhor remate do Vitória em todo o jogo e para André Almeida cuja entrada permitiu ao Vitória assenhorear-se do controlo do jogo.
O árbitro Rui Costa fez um bom trabalho mas tem de ter mais atenção à cronometragem. 
Na primeira parte com um golo e duas consultas ao VAR em lances de golos anulados deu apenas um minutos de descontos o que é manifestamente pouco. Na segunda com dez substituições e várias paragens do jogo deu quatro minutos o que é claramente abaixo do que seria adequado.
Num tempo em que para algumas equipas os jogos parecem apenas acabar quando marcam o golo necessário há que ter mais atenção a estas questões.
Depois Falamos.

sábado, outubro 30, 2021

"Agendas"

As "agendas andam por aí.
E impõe que se critique continuamente, que se arrase sempre que possível, que se fomente a suspeição, que se amplie o boato, que se ataquem aqueles cujas ideias são diferentes, que se crie a imagem de uma casa a arder para justificar a entrada em cena de uns "bombeiros" cuja ansiedade é indisfarçável.
As "agendas" andam por aí.
E em nome da estratégia delas há que acordar, passar o dia e adormecer a pensar em como fazer oposição de todas as maneiras e feitios.
Há que cumprir um número mínimo de publicações diárias nas redes sociais atirando a tudo que mexe para criar a ideia que está tudo mal , tentando destabilizar o que mais que se pode com a esperança de que o que está bem passe a estar mal, criando o alarmismo ainda que à custe do bom nome de uma instituição que dizem defender.
Relatório e Contas?
Arrasa-se.
Contas da SAD?
Arrasam-se.
Comunicação?
Arrasa-se
Obras? 
Arrasam-se
Plantel?
Criticam-se as lacunas que existem e inventam-se as que não existem.
Jogadores?
Escolhem-se alguns para serem arrasados numa lista que vai crescendo e que qualquer dia não poupa nenhum.
E para lá do enunciado tudo o mais que possa parecer-lhes como prejudicial para o cumprimento das "agendas" é colocado na linha de tiro e alvo de fogo cerrado porque importa abater tudo que possa parecer um obstáculo.
Nem que sejam momentos da vida do clube que deviam estar acima de todas as querelas.
Sendo certo que tanta horas, textos e artigos de crítica impiedosa não são acompanhados nunca da proposta de soluções exequiveis e capazes de ajudarem a resolver os problemas como seria de bom tom acontecer.
Para os mentores das "agendas" a única solução são eleições. Não pensam, aliás, noutra coisa que não nisso.
Mas depois há as "chatices".
Que são as coisas que correm bem e que convém nem sequer referir para não passar a ideia de que há sucessos.
A equipa está a lutar pela Europa?
Silêncio.
A equipa fez um jogo extraordinário contra o B SAD com 9 contra 11?
Silêncio.
A equipa deu vinte minutos e dois golos de avanço ao Benfica mas depois fez uma excelente exibição, reduziu-os à vulgaridade, dominou em todas as estatisticas (posse bola, ataques, remates, cruzamentos, etc) o que até a insuspeita (neste caso) "A Bola" realçou, marcou quatro golos e só não venceu pelas razões sabidas?
Silêncio.
O pólo aquático ganha tudo que há para ganhar, ou seja, campeonato, taça e supertaça?
Silêncio.
As comemorações do Centenário começam com uma cerimónia de grande dignidade e brilho no Paço dos Duques com a presença de um conjunto de personalidades  notável entre as quais muitos ex dirigentes do clube?
Silêncio.
O primeiro evento do Centenário promove um debate sobre um tema da actualidade (o cartão do 
adepto), num espaço original e com um excelente conjunto de participantes que se revela um êxito por todos reconhecido?
Silêncio.
As "agendas", de facto , só estão orientadas para apontar o que está mal.
Para o que realmente está, merece preocupação e tem de ser corrigido, e para tudo que não está e lhes dava jeito que estivesse.
Ainda que nalguns casos isso corresponda a pura imaginação e noutros a uma mé fé que não conhece limites.
Em bom rigor o (mais que duvidoso) amor ao Vitória, que os criadores dessas "agendas" não se cansam de apregoar, apenas é superado pela paixão obsessiva pela porta principal do estádio e pela primeira fila do camarote presidencial.
O resto é treta para ingénuos.
Depois Falamos

P.S. Obviamente que quando se fala de "agendas" e dos seus autores não se fala daqueles vitorianos que com toda a legitimidade estão preocupados, apontam erros e problemas existentes , agem de boa fé e gostam realmente do Vitória.
Esses que dão a cara e não usam perfis falsos nem "testas de ferro" merecem toda a atenção e respeito porque criticam de forma construtiva e para ajudarem o clube.

Maradona

Faria hoje 61 anos. 
E foi um dos mais extraordinários jogadores da História do futebol.
Se tivesse levado a profissão mais a sério e tivesse um conceito de profissionalismo idêntico ao de Cristiano Ronaldo teria sido, de longe, o melhor futebolista de todos os tempos.
Ainda assim deixou-nos a memória de jogos e jogadas, dribles e golos, assistências e momentos de pura arte que o tornarão inesquecível para todo o sempre.
Depois Falamos.

sexta-feira, outubro 29, 2021

Optimismo

Depois de a meio da semana dar um banho de bola ao Benfica, que apenas uma equipa de arbitragem com uma actuação miserável impediu que tivesse a justa expressão no marcador, o Vitória desloca-se agora a Alvalade para defrontar o campeão nacional.
O que nem parece ser grande problema para uma equipa vitoriana que jogou bem melhor contra o Benfica do que contra o FC Oliveira do Hospital!
De qualquer forma é um adversário, o Sporting, que merece todo o respeito porque tem uma boa equipa, é bem treinado, joga em casa e é, repito, o campeão nacional.
O que em nada obsta a que o Vitória vá a Alvalade para ganhar.
Para isso tem de jogar com a garra, a ambição, o talento, o querer e a concentração com que o fez nos últimos setenta minutos do jogo com o Benfica e sem os erros que caracterizaram os vinte minutos iniciais e que custaram dois golos que se revelaram fatais quanto ao resultado final.
O Vitória, a fazer fé nas indicações dos últimos jogos com adversários do seu escalão (triunfos com Famalicão e Marítimo e empate com Benfica jogando contra 14) , é uma equipa em clara subida de forma com jogadores em excelente momento e capaz de se bater de igual para igual com qualquer equipa portuguesa.
É um jogo difícil, já o sabemos, mas estou francamente optimista quanto ao resultado.
Depois Falamos.

P.S. Do árbitro nem falo. Depois de Hugo Miguel qualquer um serve. Até Rui Costa...

quinta-feira, outubro 28, 2021

Centenário-Capítulo 1

Depois de no dia 22 de Setembro do corrente ano ter sido apresentada a comissão de honra e as linhas mestras do programa comemorativo do centenário do Vitória Sport Clube é tempo de as comemorações propriamente ditas terem o seu capítulo primeiro.
Será amanhã através de um debate que versará um tema que actualmente preocupa adeptos e clubes, face aos condicionalismos que lhes impõe, e que é o cartão do adepto.
É conhecida a oposição da generalidade dos adeptos e da maioria dos clubes a esta disposição e por isso o Vitória, através da comissão do centenário, resolveu promover este debate para que os seus adeptos possam ser melhor esclarecidos.
Ocorrerá, simbolicamente, na bancada topo sul que é o espaço onde habitualmente ficava a claque "White Angels" mas que face aos condicionalismos derivados do cartão do adepto tem ficado vazia.
Moderado por Emídio Guerreiro, membro da comissão do centenário e antigo secretário de estado do desporto, contará com intervenções do presidente da APCVD, Rodrigo Cvaleiro, da directora executiva da Liga, Helena Pires, do vice presidente da Associação Portuguesa de Adeptos, João Lobo e de outras personalidades ligadas ao Vitória e aos seus grupos organizados de adeptos.
Depois Falamos.

Hélder Sá

Já noutras oportunidades, nomeadamente no jogo com o Sporting da Covilhã para a Taça da Liga, tinha deixado boas indicações mostrando que pese embora a juventude dos seus dezoito anos pode bem ser uma opção para Pepa.
Mas agora, aproveitando a lesão de Rafa Soares, nos jogos com Marítimo e Benfica comprovou aquilo que já se adivinhava nele,ou seja, está ali um senhor lateral esquerdo.
Com os madeirenses mais cauteloso, pisando os terrenos mais adiantados com alguma moderação, mas jogando desinibido e parecendo que já estava na equipa há muito tempo. 
Ontem,frente ao Benfica, fez uma exibição de encher o olho defendendo bem e integrando-se inúmeras vezes no ataque  dando boa sequências às jogada sofensivas da equipa pelo seu flanco.
Excelente pé esquerdo, boa compleição física nomeadamente em termos de estatura (1,86 mt) o que num lateral tem cada vez mais importância, velocidade e capacidade de drible, bom a cruzar está ali um jogador de largo futuro que o Vitória poderá rentabilizar financeiramente depois de alguma rentabilização desportiva.
E, naturalmente, é na actualidade mais um bom problema (como Varela e Trmal) para Pepa que tem ao seu dispôr dois excelentes laterais esquerdos.
Mas para lá disso Hélder Sá é tambem a confirmação de uma excelente fornada de jovens vindos da formação e que estão preparados para darem cartas na primeira equipa do Vitória no presente e no futuro.
André Almeida, Tomás Handel, André Amaro e Hélder Sá já lá andam, Gui está a chegar e depois na equipa B e nos sub 23 há mais alguns que não vão demorar muito como são os casos de Maga, Luís Esteves, Herculano, Gonçalo Gomes, Dani Silva, entre outros.
O futuro é por aí!
Depois Falamos.

EuroDisney

Esta ida ao Multibanco em plena crise política, e com a imprensa a assistir, é apenas mais um episodio da triste história em que uma criança sem idade transformou o Palácio de Belém numa sucursal portuguesa da Eurodisney onde se diverte a praticar as traquinices e travessuras que sempre foram marca distintiva da sua personalidade.
Depois Falamos.

Guarda Redes

O Vitória tem em Bruno Varela e Matous Trmal dois excelentes guarda redes que dão todas as garantias de uma defesa eficaz das nossas balizas. 
Jogue um ou outro a baliza está bem entregue.
Esta época Pepa já apostou em ambos e as respostas dadas foram de molde a confirmar essa confiança que podemos ter neles. 
Nas últimas semanas a aposta tem sido em Varela e ele tem correspondido com boas exibições pelo que com toda a naturalidade foi ontem escolhido para ser titular num confronto decisivo para o nosso apuramento e sendo compreensível que o treinador tenha ido a jogo com aqueles que considerava naquele momento como os melhores para esse desafio.
Ao contrário do que alguns parececem pensar não está escrito em lado nenhum que por o jogo ser de uma taça o treinador tem de mudar de guarda redes.
Há os que mudam e há os que não mudam obedecendo a critérios que são exclusivamente deles treinadores. 
Ontem Varela não foi feliz no lance do segundo golo, é verdade, mas longe de se poder considerar um "frango" ou outros exageros que se vão lendo por aí. 
E aqueles que antes do jogo já criticavam a não titularidade de Trmal redobraram as critícas, nalguns casos com os lamentáveis exageros típicos das redes sociais, valorizando um e rebaixando outro como se não fossem ambos jogadores do Vitória Sport Clube. 
Pessoalmente tenho toda a confiança em Bruno Varela e Matous Trmal. 
Mas aqueles que tanto falam do segundo golo de ontem recordo apenas o segundo golo do Arouca que nos retirou dois pontos. 
Pois é. 
Foi mais ou menos igual. 
Haja mais sensatez e menos "agendas".
Depois Falamos.

Mentira

Um resultado mentiroso completamente fabricado pelo trio de arbitragem.
Percebe-se bem porque razão não há VAR nesta competição.
A final four tem lugares cativos!
Seja como for parabéns ao Vitória porque a equipa soube ultrapassar um inicio de jogo desastroso e foi enorme no querer e na vontade de vencer. 
O "sistema" não deixou!
Depois Falamos

Sabedoria

 A sabedoria popular, com um "toque" de George Bernard Shaw, é sempre um precioso auxiliar naquelas ocasiões em que nos apetece dar troco a quem manifestamente apenas merece um profundo desprezo.
Espero que esta lucidez seja perene porque os tempos estão cada vez mais para o terrorismo verbal, para o insulto gratuito, para o atropelar de princípios e valores, para a calúnia como arma de uso corrente, para a mentira como argumento supostamente válido, para o deitar ao caixote do lixo anos de amizades e bons relacionamentos em prol de se atingir o que se quer a qualquer preço.
E há que saber resistir a esta ou aquela tentação, na maior parte das vezes motivada por pura indignação, de descer a essa falta de nível e responder à letra.
Contrariando George Orwell quero acreditar que não estamos condenados ao "Triunfo dos Porcos".
Depois Falamos.

Vencer

Em ano de Centenário é para o Vitória muito importante a possibilidade de poder assinalar essa importante efeméride com a conquista de um troféu que dê ainda mais brilho a uma data que o será sempre e em qualquer circunstância.
Face à impossibilidade de vencer o campeonato (mas lá virá o dia em que isso acontecerá) restam as duas provas a eliminar como hipóteses para essa conquista.
Na Taça de Portugal teremos pela frente o outro clube primodivisionário de Guimarães mas antes disso está em equação a Taça da Liga na qual o Vitória já deu um passo, vencendo o Sporting da Covilhã em casa deste, faltando agora o outro que lhe permita apurar-se para a final a quatro em Leiria.
Quis o sorteio, de uma prova cujo regulamento é uma vergonha, que o adversário que se interpõe entre o Vitória e essa desejada fase final seja o Benfica que já em épocas anteriores nos apareceu no caminho nesta prova.
E da última vez até com boas memórias para o Vitória que ultrapassou o clube de Lisboa e chegou á fase final!
Amanhã é outro jogo, com outros protagonistas, e é nesse jogo que o Vitória se tem de concentrar ciente de que o triunfo está perfeitamente ao seu alcance se não conceder facilidades (como no jogo de campeonato) e fizer uma exibição tão rigorosa quanto ambiciosa.
O adversário não parece em grande momento, perdeu em casa com o Portimonense e venceu em Vizela num daqueles jogos de cuja cronometragem só ele tem o segredo ( e nem vale a pena falar do Bayern porque esse é de outra galáxia...), pelo que um Vitória "à Vitória" pode perfeitamente apurar-se +ara a fase final.
Tem é de se convencer disso do primeiro ao último minuto embora este, face a este adversário, possa ser eventualmente bastante demorado...
A nomeação do árbitro Hugo Miguel para este jogo não passa de mais uma dificuldade mas sem ser qualquer novidade.
É de há muito um dos mais consagrados "padres" das "missas" benfiquistas.
Depois Falamos.

Simples

Ficando claro que o meu único interesse na matéria é o de cidadão eleitor farto deste governo e que anseia por uma alternativa credível não posso deixar de considerar que essa alternativa só pode ser liderada pelo PSD pelo que aquilo que se passa nesse partido merece muita atenção.
E o que se pasa no PSD é o que se sabe, ou seja, tem eleições para a liderança marcadas para 4 de Dezembro o que confirmando-se a crise política e as possíveis eleições antecipadas significa que o partido andará a falar para dentro quando devia estar a mostrar ao país uma alternativa ganhadora.
Que fazer perante este cenário que apenas ajuda o PS?
Creio que há uma solução simples, objectiva e pragmática mas que por isso tudo nunca será adoptada.
E essa solução passa por três etapas.
Na primeira Rio e Rangel sentam-se à mesa e fazem um acordo para adiarem as eleiçoes internas para depois das externas caso estas venham a ocorrer.
Na segunda assumem o compromisso de que se Rio vencer as legislativas será primeiro ministro e as directas serão um pró forma da sua confirmação como líder  mas se as perder então abandona a liderança do partido e deixa caminho livre a Rangel.
Na terceira, e no superior interesse do partido, fazem as listas de candidatos a deputados em conjunto para que elas sejam o mais abrangentes possível e nelas possam estar os melhores quadros do partido independentemente de quem apoiem no actual momento.
É simples.
E por isso nunca será feito.
Depois Falamos.

segunda-feira, outubro 25, 2021

Ironias

Ainda é muito cedo para ter certezas, até porque estamos em Portugal, mas parece que estamos na iminência da tal crise política que ninguém parecia querer e que passará pela não aprovação do Orçamento de Estado.
Ao centro e à  direita com disputas internas no PSD e CDS, mais congresso do Chega , é evidente que a crise vem em má altura mas em boa verdade esses partidos mais a Iniciativa Liberal não tem qualquer responsabilidade na matéria.
É à esquerda, desde 2015, que está a responsabilidade de aprovar programas de governo e Orçamentos de Estado.
E á esquerda as comadres desentenderam-se.
A que a vitória de Carlos Moedas em Lisboa não terá sido alheia.
PCP e BE brutalmente derrotados nas autárquicas perceberam, finalmente, que serem capachos do PS apenas os empurrava para a irrelevância muito particularmente no caso dos comunistas que sempre tiveram boa implantação autárquica ao contrário do BE que em termos de autarquias nunca valeu nada.
E o receio de continuarem nesse caminho leva-os a, citando uma velha frase de António Guterres,  tendo de optar entre a espada e a parede escolherem a espada. 
Resta o PS.
Aquele a quem as eleições infundem menos receio, porque é o mais preparado para elas e está no poder, mas sabedor que o mais certo é ganhando-as não as ganhar com maioria absoluta o que o levaria a uma difícil situação de não saber com quem falar no pós eleições porque previsivelmente os seus aliados perderiam peso e o centro e a direita poderiam tirar partido disso.
Como tiraram nas autárquicas com o PSD a ganhar câmaras ao PS e ao próprio PCP em pleno Alentejo.
Ou seja as eleições poderiam levar o PS de Costa ao pântano de que Guterres fugiu em 2001.
A ironia de tudo isto é que foi exactamente este o cenário que levou Rui Rio a pedir o adiamento das eleições internas e que foi rejeitado pelo Conselho Nacional.
Afinal havendo crise política prova-se que Rui Rio estaria certo nas precauções que entendeu propor.
E essa é uma ironia que pode ser decisiva nas directas do PSD.
Mas estamos em Portugal e por isso nada como aguardar pela votação propriamente dita do Orçamento de Estado.
Depois Falamos.

Contas

No passado sábado o Vitória reuniu em Assembleia Geral.
No decurso da mesma a maioria dos sócios presentes decidiu, com inatacável legitimidade, reprovar o relatório e contas apresentado pela direcção do clube.
Não foi a primeira vez.
Já acontecera este século com as direcções de Pimenta Machado  e Emílio Macedo e não acontecera, miraculosamente, com as de Júlio Mendes onde radicam grande parte dos problemas agora no centro das atenções.
O chumbo nada teve a ver com as contas propriamente ditas porque não foi assente na presunção de que as contas estivessem erradas, não fossem rigorosas ou não retratassem a realidade do clube em termos financeiros.
Foram chumbadas porque a maioria dos associados presentes está descontente com os números do passivo, dos prejuízos do exercício e de uma outra rubrica, como por exemplo, as despesas com pessoal e por isso entendeu que a melhor forma de mostrar o seu descontentamento era reprovarem as contas apresentadas.
Uma espécie, para usar linguagem futebolística, de cartão amarelo à direccção.
Já acontecera no Vitória, acontece noutros clubes (veja-se o caso do Sporting), daí não vem mal nenhum ao mundo.
Inevitavelmente em próxima Assembleia Geral estas mesmas contas ( não existem nem nunca existirão outras) serão tranquilamente aprovadas permitindo ao clube continuar o seu normal relacionamento com Estado, banca, fornecedores e clientes como acontece com qualquer empresa.
Dito isto, e na convicção de que as contas virão a ser aprovadas, importa realçar duas questões que me parecem fundamentais:
Uma é ser claramente percebido que os números são preocupantes, embora sem as tragédias anunciadas que por aí se leêm e ouvem, e importa que sejam invertidos tão depressa quanto possível a bem do clube e da tranquilidade dos associados.
A outra é que assume fundamental importância para tudo isso o plano  de recuperação que a direcção entenda apresentar e no sucesso do qual reside o retomar da boa saúde económica do Vitória Sport Clube.
Agora é o tempo do pragmatismo e dos factos.

Competência e Responsabilidade

A presença de Aníbal Cavaco Silva e Pedro Passos Coelho na tomada de Carlos Moedas como presidente da câmara municipal de Lisboa lembrou-me irresistivelmente os tempos em que Portugal tinha um Presidente da República e um Primeiro Ministro dignos desses cargos e que faziam da competência e da responsabilidade os vectores fundamentais da sua actuação.
Cavaco Silva que já fora um excelente primeiro ministro de três governos que geriram os anos de maior desenvolvimento do país depois do 25 de Abril teve na Presidência da República o sentido de Estado, o distanciamento dos governos e a noção perfeita que está no poder da palavra o maior poder do Presidente. 
E por isso usava-a parcimoniosamente mas com o impacto necessário.
Algo que ainda hoje faz como recente artigo no Expresso provou.
Pedro Passos Coelho, chamado a governar em circunstâncias dificílimas causadas pela irresponsabilidade e incompetência dos governos socialistas liderados por José Sócrates, fê-lo sempre de forma competente, responsável, corajosa e pondo o interesse nacional sempre em primeiro lugar mesmo quando dentro do seu partido lhe pediam, aqui e ali, maior flexibilidade em determinadas decisões.
Herdou a troica de Sócrates mas quando deixou o governo, por força da geringonça, já Portugal tinha conseguido uma saída limpa do programa de auxilio , a troica deixado Portugal e uma recuperação económica em pleno curso.
Coisas que devem ser lembradas nestes tempos em que o governo foi despedido pelo Parlamento enquanto o Presidente ia ao...Multibanco!
Depois Falamos.

Convívio

Fomos todos eleitos deputados pelo PSD em 2002. 
Em 2005 fruto da dissolução do Parlamento separamos, como sempre acontece no fim das legislaturas, caminhos com alguns a continuarem deputados e a maioria a regressar às suas vidas profissionais.
A diferença está que nestes 16 anos temos mantido a saudável tradição de nos juntarmos num almoço/convívio anual em diferentes locais do país.
Há aqueles que são mais assíduos, os que são menos, os que quase nunca faltam e os que quase nunca aparecem ao sabor das disponibilidades de cada um. 
E há os totalistas como são os casos do ex líder parlamentar Guilherme Silva e a ex chefe de gabinete do grupo parlamentar Fátima Resende. 
Hoje o almoço foi em Águeda organizado pelo António Cruz Silva e estivemos cerca de 60 dos deputados eleitos para essa legislatura e muitos acompanhados por esposas e maridos. 
Foi um prazer podermos contar com a presença de José Manuel Durão Barroso ao tempo líder do PSD e primeiro ministro, de Luís Marques Mendes ao tempo ministro dos assuntos parlamentares , de Leonor Beleza ao tempo vice presidente do Parlamento. 
Todos os três também deputados eleitos nessa legislatura.
 Foi um convívio muito agradável e o reencontrar de muita gente que não se via há algum tempo, por causa da pandemia, mas também oportunidade de recordar alguns colegas que a lei da vida já levou.
O próximo encontro ficou já marcado para Setembro de 2022 na Guarda.
Depois Falamos.

O Último a Rir

Foi daqueles jogos em que o velho adágio de que "quem ri por último ri melhor" teve pleno cabimento face à forma como decorreu a partida.
O Vitória fez uma boa primeira parte, na qual Bruno Varela foi um quase espectador, mas ao bom futebol praticado não corresponderam os golos muito por força de uma equipa que dominou o jogo mas criou muito poucas oportunidades de marcar que se resumiram a remates de Estupinan , Mumin e Quaresma bem defendidos por Paulo Vitor. 
Ao intervalo o resultado era injusto mas o Vitória tinha deixado boas indicações e dominados todos os capítulos do jogo.
A segunda parte, na esmagadora maioria do tempo, foi mais do mesmo.
Vitória a dominar, os laterais Sacko e Helder Sá a criarem muitas jogadas pelos flancos, Edwards e Quaresma a tentarem criar lances de golo para Óscar Estupinan mas a defensiva e guarda redes maritimistas a irem chegando para as encomendas.
O Vitória tem então uma fase de grande pressão com uma "bomba" de Alfa Semedo ao poste, um excelente lance de Hélder Sá a que Estupinan chegou ligeiramente atrasado e outra "bomba", desta vez de Bruno Duarte , dificilmente defendida para canto pelo guarda redes.
Na sequência do canto e lá nas alturas Estupinan foi "rei" e fez o mais que merecido golo vitoriano.
Numa altura em que Pepa já dera entrada a Rochinha, André Almeida e Bruno Duarte todos eles com participação bastante positiva no jogo e revelando-se apostas acertadas do treinador vitoriano.
Que depois viria a dar entrada a Handel e Janvier para recompor e refrescar o meio campo dado que a equipa, e bem face à necessidade de marcar, estava a jogar com dois pontas de lança e dosi extremos abrindo algum espaço na sua intermediária
O Marítimo reagiu à desvantagem e passou a dividir o jogo, embora sem criar lances de perigo, até que numa jogada fortuita, em que a defensiva vitoriana foi algo passiva, chegou a um empate que manifestamente não merecia e que lhe caiu do céu aos trambolhões o que motivou festejos excessivos e que foram entendidos como quase provocatórios pelos adeptos do Vitória.
Mas o último a rir é mesmo o que ri melhor.
No recomeço do jogo Marcus Edwards tirou da cartola uma das suas genialidades e foi até à linha final para cruzar para a entrada da pequena área onde da disputa de bola por Bruno Duarte e dois maritimistas resultoum um ressalto que Rochinha aproveitou para sentenciar o jogo e garantir ao Vitórua um triunfo mais que justo.
Justo mas escasso porque face ao domínio e ao bom jogo do Vitória um triunfo por dois ou três golos adequar-se-ia bem melhor ao que se viu no D. Afonso Henriques.
O árbitro André Narciso fez um trabalho sem margem para reparos técnicos mas disciplinarmente ficou a dever ao Marítimo dois ou três cartões amarelos por faltas a cortarem saídas do Vitória para o ataque.
Mas nunca pior.
Depois Falamos.