Páginas
▼
terça-feira, agosto 31, 2021
Horta
O ser vitoriano não me impede , como é óbvio, de gostar de futebol e apreciar os bons jogadores mesmo quando jogam num clube rival como o Sporting de Braga.
E Ricardo Horta é um bom jogador.
Mais do que um bom jogador tem sido, nos últimos cinco anos, um dos melhores avançados do nosso campeonato tendo nesse período marcado setenta golos o que é apreciável não se tratando de um ponta de lança de raiz.
Para além disso tem o registo de participação em 232 jogos (mais de 40 por temporada) o que mostra bem o seu nível de rendimento e o contributo que dá à sua equipa.
Em qualquer outro país estes números, e a qualidade do jogador, dariam acesso quase garantido à selecção nacional porque não há muitos que se lhe posssam comparar.
Mas estamos em Portugal.
E em Portugal a selecção está reservada aos jogadores de três clubes e aqueles que jogando no estrangeiro são representados pela Gestifute sendo raríssimas as excepções.
E por isso Ricardo Horta é sistematicamente "esquecido" nas convocatórias.
Mas desta vez foi demais!
Não foi convocado no primeiro lote, o que foi uma injustiça, mas quando as lesões impediram este ou aquele de estarem presentes a injustiça transformou-se em escândalo.
Quando Pedro Gonçalves abandona o estágio por lesão, ele que pisa terrenos idênticos aos de Ricardo Horta, pensou-se que seria finalmente a hora do avançado bracarense.
Mas qual quê.
Foi chamado Trincão, que joga noutra posição, autor de um início de temporada muito discreto no Wolverhampton mas que tem o empresário "certo" e por isso foi lembrado.
Como português que gosta de futebol e da nossa selecção estou grato a Fernando Santos pelo Europeu de 2016.
Mas estou completamente farto de os "juros" desse triunfo darem cobertura a sucessivas convocatórias inexplicáveis, a favorecimentos a jogadores de três clubes e/ou aos agenciados da Gestifute, a autênticas "agressões" ao que deviam ser os critérios isentos na escolha daqueles que a cada momento são os melhores.
E por isso , cada vez mais, sou daqueles que digo que a minha selecção é o Vitória.
Porque a outra, infelizmente, não é a selecção de todos nós.
É apenas a selecção de alguns deles...
Depois Falamos.
Congresso PS
Não perdi um minuto da minha vida a seguir o congresso do PS deste fim de semana.
Porque em relação ao evento tinha o mais absolutos dos desinteresses, porque não tenho paciência para romances de cordel, porque não acredito que este PS e este governo tenham as soluções que o país precisa para seguir uma trajectória positiva ao invés de se continuar a afundar ao crescimento da maior dívida pública de sempre.
Mas também porque já não suporto ouvir António Costa.
Não só não acredito numa palavra que ele diga sobre o país como estou farto de tanta insolência, tanta arrogância, tanto cinismo, tanta falta de respeito pela oposição (BE, CDU e PAN não são oposição convém lembrar) , tanta mentira proferida com o mais cândido dos ares.
Ainda por cima num português de mais que duvidosa qualidade.
Ao que parece andaram entretidos em jogos de liderança, em tentativas de adivinhação do futuro, no lançamento de figuras de quarta escolha como potenciais futuros líderes.
Do bloquista envergonhado ao carregador de bilhas de gás , passando pela filha do papá e pela eterna jotinha , ao que parece o PS não tem melhor para apresentar ao país para o dia em que Costa fuja do pântano que criou.
Para um partido que já foi liderado por Mário Soares , António Guterres, Jorge Sampaio (ok, mas também por esse quarteto desgraçado composto por Vítor Constâncio, Ferro Rodrigues, José Sócrates e António Costa) não me parece que o futuro seja muito risonho.
Infelizmente o futuro de Portugal, muito por força da "clubite" com que ao fim de 46 anos de democracia ainda se vota, está umbilicalmente ligado ao futuro do PS pelo que o panorama não é animador.
Pelo menos enquanto a oposição, que recordo não são os partidos geringonçeiros, não encontrar um caminho que permita uma alternativa a esta federação de interesses, lobbys e negociatas a que por tradição se chama Partido Socialista.
Depois Falamos.
segunda-feira, agosto 30, 2021
Balsemão
Confesso que nunca tive grande simpatia por Francisco Pinto Balsemão.
Talvez por não ter gostado de algumas atitudes, algumas posições por ele tomadas ao longo dos anos dentro do PSD, seguramente por não gostar da forma como sucedeu a Francisco Sá Carneiro e certamente pela forma negligente como o seu governo tratou a investigação de Camarate.
Tendo conhecido praticamente todos os líderes do PSD ele é da spoucas excepções à regra também porque nunca fiz nada para que isso acontecesse.
A propósito do seu livro de memórias, agora publicado, assisti à entrevista que Fátima Campos Ferreira lhe fez no "Primeira Pessoa" (um dos melhores programas da televisão portuguesa) e não encontrei motivos para mudar a minha opinião sobre ele.
Aos 83 anos transmitiu a sensação de ser um homem de mal com alguns aspectos da sua vida, dado aos pequenos rancores e alimentando perspectivas de pequenas vinganças, perdendo a oportunidade de dar uma entrevista de vida que ficasse na memória pela positiva.
E motivos não lhe faltavam porque da ala liberal à SIC, passando pela sua grande obra que é o Expresso, não faltam a Balsemão temas de que se pode orgulhar.
Foi pena.
Depois Falamos.
P.S. Não sei se vou ler as suas memórias. Provavelmente sim. Mas li, com gosto, a sua biografia não autorizada escrita por Joaquim Vieira. Que explica bem aquilo que Francisco Pinto Balsemão foi e é.
Punho
Confesso que há gestos que me surpreendem.
Como este de Rui Rio a entrar no Fórum Autárquico do seu partido.
Não me lembro de algum vez ver um líder do PSD a saudar os militantes de punho cerrado.
Mas deve ser sinal dos tempos...
Depois Falamos.
Como este de Rui Rio a entrar no Fórum Autárquico do seu partido.
Não me lembro de algum vez ver um líder do PSD a saudar os militantes de punho cerrado.
Mas deve ser sinal dos tempos...
Depois Falamos.
Trmal
Chegou ao Vitória na época passada ,integrando um lote de jovens promessas que na sua grande maioria não passaram disso, e viveu grande parte da época na sombra de um Bruno Varela em grande forma e senhor absoluto das balizas vitorianas.
Mas aqui e ali, nomeadamente na Luz para a taça da liga quando João Henriques o lançou de surpresa, foi aparecendo e mostrando uma qualidade apreciável e uma maturidade que a sua jovem idade não fazia supor.
Esta época aproveitou em pleno a ausência , por lesão, de Bruno Varela e agarrou com ambas as mãos a titularidade da baliza vitoriana rubricando nestas quatro jornadas excelentes exibições e dando indícios claros de que é um guarda redes muito acima da média que pode sonhar com voos altos ou até muito altos.
Bem debaixo dos postes, bem na saídas, com uma frieza assianalável e uns reflexos apurados tem sido uma garantia de segurança e o único golo que sofreu não foi de sua responsabilidade.
Ontem em Braga não teve muito trabalho mas aquele que teve, e em pelo menos dois casos com elevado grau de dificuldade, fê-lo muito bem feito mantendo inviolável a sua baliza.
O que leva a que ao fim de quatro jornadas Matous Trmal seja o guarda redes menos batido da primeira liga com apenas um golo sofrido marca que mais nenhum colega de posto consegue atingir.
São quatro jogos, já sabemos, vale o que vale mas dá pelo menos a garantia importante de que com ele e Bruno Varela ( mais os jovens Antal Bencze e Celton Biai) o Vitória tem a baliza muito bem guardada e nenhuma preocupação quanto a esse posto tão específico.
Depois Falamos.
domingo, agosto 29, 2021
Vergonha
O facto de a empresa accionista maioritária da sport-tv ser também accionista da SAD do Sporting de Braga não pode justificar mais uma transmissão em que fizeram tábua rasa da deontologia jornalística, da ética e da isenção que deviam caracterizar um canal supostamente independente de todos os clubes.
A realização, da responsabilidade não sei de quem nem me interessa porque é um profissional que não é exemplo para ninguém, foi absolutamente facciosa quer na repetição de lances susceptíveis de dúvida quer especialmente na forma como fez gala de quase ignorar os adeptos vitorianos, os que mais se ouviam no estádio, preferindo repetidos planos dos silenciosos adeptos bracarenses.
O azar da sport-tv, que até teve alguma piada, foi que por várias vezes mostravam os adeptos do Braga e o som de fundo eram os cânticos dos vitorianos.
Os comentários, feitos por dois tipos a quem nem o nome cito porque não merecem publicidade, foram também eles claramente facciosos ao ponto de a certa altura até parecer que o Braga estava a jogar com uma equipa estrngeira e não num jogo do campeonato nacional.
Enfim mais uma noite de vergonha da sport-tv um canal de que as generalidade dos clubes, e muito em especial o Vitória, tem de se defender por todos os meios ao seu alcance.
Depois Falamos
P.S. Já de registar pela positiva a RTP. Que no seu telejornal das 20.00 h deu o justo destaque ao Braga-Vitória.
Atitude
Foi um bom dérbi.
Bem jogado, com lances de perigo de ambos os lados, bons remates e boas defesas, domínio alternado das equipas e um resultado final que se ajusta ao que se viu em campo.
Sendo certo que qualquer uma das equipas podia ter vencido,porque oportunidades não faltaram, é igualmente certo que nenhume merecia perder.
O que mudou em relação a anteriores visitas do Vitória ao Municipal mais novo de Braga?
A Atitude.
Uma equipa sem receios que jogou o jogo pelo jogo e até ao último minuto tentou ganhar dando mostras de um inconformismo que se saúda.
Não gostei da transmissão da sport-tv, uma vez mais facciosa e parecendo que estava a transmitir o jogo de uma equipa portuguesa contra uma estrangeira, não gostei da arbitragem "suavemente" caseira de Nuno Almeida e não gostei de uma vez mais ver o Vitória jogar um dérbi sem a sua camisola branca.
E nessa matéria nada me convence que tenha de ser assim.
O Braga de vermelho e branco e o Vitória de branco e preto diferenciam-se totalmente e não há nenhuma necessidade de equipamento alternativo.
Em suma um resultado positivo e uma equipa moralizada para os próximos jogos.
Depois Falamos.
Bem jogado, com lances de perigo de ambos os lados, bons remates e boas defesas, domínio alternado das equipas e um resultado final que se ajusta ao que se viu em campo.
Sendo certo que qualquer uma das equipas podia ter vencido,porque oportunidades não faltaram, é igualmente certo que nenhume merecia perder.
O que mudou em relação a anteriores visitas do Vitória ao Municipal mais novo de Braga?
A Atitude.
Uma equipa sem receios que jogou o jogo pelo jogo e até ao último minuto tentou ganhar dando mostras de um inconformismo que se saúda.
Não gostei da transmissão da sport-tv, uma vez mais facciosa e parecendo que estava a transmitir o jogo de uma equipa portuguesa contra uma estrangeira, não gostei da arbitragem "suavemente" caseira de Nuno Almeida e não gostei de uma vez mais ver o Vitória jogar um dérbi sem a sua camisola branca.
E nessa matéria nada me convence que tenha de ser assim.
O Braga de vermelho e branco e o Vitória de branco e preto diferenciam-se totalmente e não há nenhuma necessidade de equipamento alternativo.
Em suma um resultado positivo e uma equipa moralizada para os próximos jogos.
Depois Falamos.
sexta-feira, agosto 27, 2021
Regresso
Fiquei satisfeito com o regresso de Ronaldo ao Manchester United.
Desde logo porque não gostando da Juventus também nunca gostei que ele lá jogasse embora, como é óbvio, tenha apreciado a excelente carreira que fez no clube itlaliano ao ponto de ter sido o melhor marcador da última Liga italiana.
Depois fiquei satisfeito por ele não ter ido, como chegou a parecer possível, para o Manchester City.
É um clube que não aprecio, que tem alicerçado os triunfos recentes em dinheiro sem fim vindo das Arábias e que é o grande rival do United onde Ronaldo lançou a sua carreira em bases muito sólidas e de grande sucesso.
Por outro lado a ida dele para o City nunca seria percebida pelos adeptos do United que o idolatram e que veriam a sua decisão de envergar a camisola azul do rival como uma verdadeira traição que tornaria o futebolista português num mal amado na grande maioria dos apreciadores de futebol de Manchester.
E por isso acho que Ronalfo fez bem em regressar ao "seu" United.
Está em casa, rodeado de gente que gosta dele, será recebido em euforia pelos "seus" adeptos e certamente que contará com o apoio, o carinho e os conselhos de Sir Alex Ferguson que estará hoje extremamente feliz com o regresso daquele que considera ter sido o melhor jogador que treinou em toda a sua carreira.
Agora faltam as exibições e os golos.
Mas essa é a "Praia" de Cristiano Ronaldo.
Depois Falamos.
Mais do Mesmo
Do meu modesto ponto de vista o tempo de Fernando Santos como seleccionador está esgotado e depois do Mundial (e se calhar é pena não ser antes) será altura para um render da guarda no comando da selecção nacional de futebol.
Esta convocatória é mais uma prova disso.
Porque embora seja difícil agradar a todos num assunto em que a diversidade na qualidade é muita ainda assim ficam questões por responder em relação a alguns dos agora chamados.
Por exemplo:
Gonçalo Inácio foi agora chamado por Fernando Santos depois de ter sido ignorado por Rui Jorge para a fase final do Europeu de sub 21 há apenas dois meses. Qual deles está certo?
Nuno Mendes fez 22 minutos no presente campeonato depois de uma lesão que o manteve afastado algum tempo. É o suficiente para avaliar o estado de forma de um jogador?
Otávio é um brasileiro naturalizado português. Está Portugal tão mal de centro campistas que precise de jogadores naturalizados?
E depois o quase eterno mistério da não chamada de Ricardo Horta.
É um dos melhores avançados portugueses, joga e faz jogar, marca golos com enorme regularidade mas na hora das convocatórias fica de fora. Será por não jogar nos clubes donos disto tudo? Ou por não ter a "benção empresarial" adequada?
Mistérios de um seleccionador em fim de ciclo.
Depois Falamos.
quinta-feira, agosto 26, 2021
Sorteio Champions
E hoje começou, de facto, a Liga dos Campeões 2021/2022 com o sorteio da fase de grupos.
Que como é normal ditou uns mais acessíveis a todas as equipas e outros em que os apurados estãopraticamente definidos tal a desproporção de forças neles existentes.
Vamos então às habituais previsões:
No grupo A Manchester City e PSG são tão favoritos que a Leipzig e Brugge resta a luta pelo terceiro lugar.
O grupo B é, talvez, aquele em que será mais difícil prever os apurados.
Em teoria o Liverpool será o mais forte seguido pelo Atlético de Madrid e depois Porto e Milan disputarão o terceiro lugar num lote de equipas em que estão três campeões europeu e um finalista várias vezes derrotado no jogo final.
O grupo C é muito equilibrado embora se possa apontar ligeiro favoritismo ao Borússia Dortmund.
Sporting e Ajax disputarão o segundo lugar e o Besiktas é, à partida o mais fraco.
O grupo D tem em Inter e Real Madrid os dois primeiros classificados. Depois Shakhtar e Sheriff (clube de que nunca tinha ouvido sequer o nome) disputarão o terceiro num daqueles grupos em que o desequilíbrio é maior.
O grupo E tem dois colossos, Bayern e Barcelona, um Benfica que tentará disputar o segundo lugar com os catalães no pós Messi enquanto o Dinamo de Kiev ficará em quarto lugar salvo grande surpresa oriunda de um dos mais fortes.
O grupo F tem no Manchester United o favorito enquanto Atalanta e Villarreal lutarão pelos dois lugares seguintes com o Young Boys a assistir.
O grupo G, com o devido respeito pelos seus integrantes, mais parece da Liga Europa do que da Liga dos Campeões. É um grupo muito aberto sem previsão de claros favoritos. Lille, Sevilha, Salzburgo e Wolfsburgo lutarão pelo apuramento com levíssimo favoritismo de franceses e espanhóis.
O grupo H tem Chelsea e Juventus como claros favoritos enquanto a Zenit e Malmo restará lutarem pelo terceiro lugar.
Em suma apostaria que para a fase seguinte se apurarão directamente os seguintes clubes:
Manchester City, PSG, Liverpool, Atlético de Madrid, Borússia Dortmund, Sporting, Inter, Real Madrid, Bayern, Barcelona, Manchester United, Atalanta, Lille, Sevilha, Chelsea e Juventus.
Lá par Dezembro saberemos até que ponto estas previsões bateram certo.
Depois Falamos.
terça-feira, agosto 24, 2021
Braga
Este é o jogo em que o triunfo vale mais que três pontos.
No mais antigo e mais importante (à beira dele há outros que não passam de rivalidades de bairros da mesma cidade) dérbi de Portugal o triunfo do Vitória será o regresso a uma normalidade que tem andado arredia mas que importa retomar.
Vamos a isto Vitória.
Depois Falamos.
Xerifes
Assistindo do sofá , pela primeira vez desde 1976, às eleições autárquicas consigo ter uma visão mais distanciada dos 308 combates políticos (obviamente que muito mais de alguns municípios que me interessam particularmente ) que se travam pelo país fora.
E a primeira constatação que faço é a de não me lembrar de a um mês de eleições se assistir a tão pouca actividade política, tão pequena presença dos candidatos junto dos eleitores, tanta falta de sessões de esclarecimento.
Uns outdoors, uns flyers, uns panfletos e pouco mais.
É Agosto dirão uns.
É a pandemia dirão outros.
É tudo isso mas é também o crescente desinteresse dos portugueses pelo fenómeno político que os leva a alhearem-se das eleições e a contribuírem para taxas de abstenção em crescendo que em nada beneficiam a democracia.
A segunda constatação é a da presidencialização da política.
Costumo dizer que em Portugal o presidencialismo está em todo o lado, da política ao desporto passando pelo associativismo, menos na Constituição da República.
E as autárquicas são um grande exemplo disso com as campanhas para as câmaras (para as juntas de freguesia é bastante diferente apesar de tudo) a centrarem-se na figura do presidente recandidato e dos aspirantes ao lugar subalternizando por completo os restantes membros das listas.
O que corresponde, é verdade, à estratégia de uma identificação clara por parte dos eleitores de quem são as pessoas que se propõe gerir os destinos dos municípios mas também ao entendimento muito pessoal do que é o poder local por parte de muitos, felizmente não todos, presidentes de câmara.
Que se acham os autênticos xerifes do seu território municipal, onde apenas a vontade deles impera (uma espécie de Reis Sol na versão loja dos 300) , em que só a campanha personalizada deles importa e onde as estruturas locais dos partidos são menosprezadas e apenas servem de estribo para ajudarem o xerife a montar a cavalo!
Porque uma vez lá empoleirado essas estruturas mergulham em quatro anos de quase absoluta penumbra sem actividade política própria e sem outras posições públicas que não sejam os louvores à liderança do xerife e à defesa da sua gestão camarária.
E isto também não é bom para a democracia como é bom de ver.
Assunto a que voltarei um destes dias.
Depois Falamos
segunda-feira, agosto 23, 2021
"Trumpalhada"
O normal num presidente dos Estados Unidos que termina o seu tempo na Casa Branca é retirar-se para a sua casa, dedicar-se à edificação da sua biblioteca presidencial e aparecer esporadicamente numa ou noutra iniciativa do seu partido em especial nas convenções de escolha de futuros candidatos.
Mas isso é o que fazem as pessoas normais que ocuparam o cargo.
Trump, como se sabe, não pode ser incluido nesse lote.
E por isso continua a vaguear pelos Estados Unidos a espalhar a sua azia pela mais que merecida derrota eleitoral, a fazer comícios não se sabe bem para quê (há quem diga que quer se rnovamente candidato em 2024 o que seria mais uma originalidade do personagem) , a aproveitar todos os pretextos para atacar a administração que lhe sucedeu.
Um caso patético.
Um destes dias, com a falta de coerência e de vergonha que o caracterizam de há muito, resolveu aproveitar um desses comícios desta feita no Alabama, para defender agora o que vigorosamente combatera enquanto presidente ou seja a vacinação massiva contra o covid 19!
Dizem as crónicas que ficou muito admirado, chateado, aborrecido por ter sido intensamente vaiado pelos seus apoiantes que não percebiam a mudança radical de opinião quanto ao assunto talvez esquecidos que se trata de um troca tintas profissional.
Caso para dizer que cá se fazem, cá se pagam.
Depois Falamos.
Público
8935 espectadores, 29,64% da lotação do estádio (o máximo permitido no actual contexto são 30% como é sabido), dos quais algumas dezenas eram apoiantes do Vizela mas a esmagadora maioria do Vitória deram a este embate entre duas equipas do Minho, que outrora foram do mesmo concelho , uma cor e um calor de que o futebol andava necessitado.
E o Vitória também.
Porque com o apoio dos seus adeptos a equipa vale mais, a motivação é maior, a pressão sobre os adversários tem outra intensidade como foi bem vísivel especialmente no segundo período.
Num tempo em que os jogos caseiros de Benfica , Sporting (com alguma surpresa admito) e Braga (sem surpresa nenhuma) tem estado claramente abaixo dos mínimos permitidos a massa associativa vitoriana tem dado uma resposta exemplar ao nível daquilo que é, afinal, a nossa História quase centenária.
Para a semana no maior derbi de Portugal, mais uma vez entre duas equipas minhotas, o Vitória vai a Braga esperando-se que os seus adeptos não sejam sujeitos às condições e preços a que foram na semana passada os sportinguistas.
Porque se forem há sempre uma segunda volta para retribuir "gentilezas"...
Depois Falamos.
domingo, agosto 22, 2021
Eficácia
Não fico eufórico depois do triunfo de hoje tal como não fiquei aflito com os dois maus resultados anteriores que desencadearam uma onda de algum pessimismo especialmente naqueles que preferem ver o copo meio vazio ao invés de o verem meio cheio.
Hoje o Vitória conseguiu aliar a eficácia do resultado à qualidade da exibição que era precisamente aquilo que lhe tinha faltado nas duas jornadas anteriores e impulsionado pelo talento de Marcus Edwards conseguiu a primeira goleada da presente edição da liga.
Mas não se pense que foi fácil.
O Vizela não tem os valores individuais do Vitória mas é uma equipa sólida, bem treinada , que ofereceu muita resistência e até marcou primeiro num lance anulado por fora d ejogo milimétrico mas que existiu.
Seria uma injustiça, como tantas vezes nos acontece, porque o Vitória dominou por completo o jogo especialmente na segunda parte e o Vizela raramente incomodou Trmal e os 63% de posse de bola, os oito cantos contra dois, os treze remates contra quatro são prova disso.
A verdade é que pese embora esse domínio o Vitória apenas conseguiu marcar depois da entrada de Edwards aos 62 minutos que deu cabo da defensiva vizelense e teve presença activa nos três primeiros golos especialmente no último que ele próprio se encarregou de marcar.
Um triunfo importante que vai dar confiança à equipa e uma motivação redobrada para dérbi do próximo domingo.
Em termos individuais, e para lá da grande exibição de Edwards, destaque para o regresso de Estupinan assinalado com um golo, a grande intensidade que Rafa Soares deu ao seu jogo, a serenidade de Handel,a forma como Trmal esteve lá nas poucas vezes em que foi preciso, as boas entradas em jogo de Tiago Silva e Ruben Lameiras e uma boa exibição de Sacko que parece em excelente momento de forma.
Mas a equipa esteve globalmente bem e espera-se que o confirme nos próximos jogos.
Hugo Miguel com ajuda do VAR fez um trabalho positivo o que nele já não é nada mau.
Depois Falamos.
sábado, agosto 21, 2021
Marcelada
https://expresso.pt/politica/2021-08-19-PR-condecora--mais--26-militares-de-Abril-com-a-Ordem-da-Liberdade-1ad61186
Aproveitando o mês de Agosto, em que as pessoas estão entretidas com as férias e nada receptivas a questões políticas, o Presidente da República condecorou à sucapa mais um contentor de militares de Abril com a "Ordem da Liberdade.
Em Fevereiro já tinha condecorado 27 militares e agora foram mais 26 num ritmo que fará do actual PR o campeão das condecorações exactamente ao contrário do que ele tinha prometido aquando da sua primeira eleição.
Mas porquê agora?
E com tanto secretismo?
Muito simples.
Porque entre os condecorados com a "Ordem da Liberdade", repito, está o sinistro Duram Clemente um dos cabecilhas da tentativa de golpe de 25 de Novembro de 1975 que visava instaurar em Portugal uma ditadura marxista e acabar com a Liberdade e a Democracia conquistadas em 25 de Abril.
Pois foi esse pulha que Marcelo teve a distinta lata de condecorar.
Dando a "Ordem da Liberdade" a um patife que tudo fez para com ela acabar e que só foi impedido pela acção dos militares defensores do Estado de Direito e muito em especial pelos Comandos de Jaime Neves.
Morreu gente de bem para impedir que os amotinados, entre os quais esse Duran Clemente (e noutros concedorados, como Mário Tomé, é fácil encontrar apoiantes activos da tentativa de golpe), mergulhassem Portugal numa ditadura e esta condecoração é uma afronta a essa gente que deu a vida pela defesa da liberdade e da democracia.
Esta condecoração só tem uma vantagem; Representa o enorme equívoco que a presidência de Marcelo Rebelo de Sousa constitui desde o primeiro momento e ameaça ser até ao último.
Eleito por uma parte do país para ser Presidente de todos os portugueses tem orientado toda a sua acção para ser apenas o presidente daquela parte que nele não votou.
Disputará com Jorge Sampaio o bem duvidoso título de pior presidente da História da democracia.
Com sérias possibilidades de vencer essa disputa.
Depois Falamos.
Bem
Vi hoje no Canal 11, verdadeiro serviço público no que ao futebol diz respeito, o jogo entre a Oliveirense e o Vitória B ganho pela equipa de Oliveira de Azemeis.
Diga-se desde já que o resultado foi injusto porque a equipa vitoriana fez o suficiente (menos os golos...) para pelo menos empatar um jogo muito bem jogado e que não ficaria mal se fosse disputado por duas equipas da primeira liga.
Gostei francamente da equipa vitoriana.
Jogou bem, como equipa, com um futebol vistoso e criando lances de ataque bem gizados e que mostram trabalho de laboratório.
Sendo, contudo, bem claro que são jovens com potencial, com talento, dos quais o Vitória pode esperar bons frutos mas aos quais tem de ser dado tempo para ganharem a exepriência que manifestamente ainda não tem.
Aliás com um pouco mais de experiência a equipa não teria sofrido os dois últimos golos em que veio ao de cima alguma ingenuidade defensiva.
Dois excelentes golos de Helder Sá (espectacular mesmo) e Nélson da Luz e indicações muito positivas de todos os utilizados.
Uma palavra especial para o jogador angolano chegado na época passada a Guimarães.
Já adaptado, bem entrosado com os colegas, fez uma boa exibição marcando um golo e fazendo duas assistências excelentes que os colegas não conseguiram concretizar.
Pode bem vir a ser uma opção para Pepa se Marcus Edwards sair.
Há nele detalhes que lembram Hernâni quando chegou ao Vitória.
Uma coisa tenho como certa: Esta Liga 3 vai fazer muito bem aos jovens talentos do Vitória.
Depois Falamos.
Sugestão de Leitura
A história de vida de Vera Lagoa (Maria Armanda Falcão) cruza os dois regimes que os portugueses conheceram no século.
Ditadura e Democracia.
Vera Lagoa lutou contra o primeiro e lutou pelo segundo assumindo sempre um papel de alguém determinado, corajoso, sem medo e sem qualquer problema em afronta ros poderes dominantes nesses dois regimes.
Sendo mais conhecida durante a ditadura como cronista social dos grandes eventos, estilo que inaugurou na imprensa portuguesa ao serviço do extinto "Diário Popular", também esteve ao lado de Humberto Delgado e dos combatentes contra a ditadura tendo , até, sido casada com José Manuel Tengarrinha que fou durante anos deputado e dirigente do MDP/CDE.
Em democracia lutou contra as tentativas de levar Portugal para uma ditadura de esquerda, combateu o Conselho da Revolução, esteve ao lado de Mário Soares no PREC, apoiou Francisco Sá Carneiro e a AD e mais tarde os governos de Aníbal Cavaco Silva.
Mas foi como directora do jornal "O Diabo" e como organizadora da manifestação do 1 de Dezembro que durante anos desceu a Avenida da Liberdade em Lisboa que Vera Lagoa se tornou mais conhecida e deu o seu contributo maior na defsa da democracia.
Tudo isso e muito mais para ler nesta excelente biografia escrita por Maria João da Câmara.
Depois Falamos.
sexta-feira, agosto 20, 2021
Reencontro
A última vez que Vitória e Vizela se encontraram num jogo de primeira divisão foi na época de 1984/1985 com as equipas a serem treinadas pelo belga Raymond Goethalse por José Romão e o "onze" inicial vitoriano composto por Neno, Costeado, Tozé, Valério , Teixeirinha, Laureta, Isima, Paquito, Tincho, César e Roldão tendo sido também utilizados Miguel e Rui Vieira e não saindo do banco Jesus, Hilário e Sérgio.
Tincho, Roldão e César marcaram os três golos vitorianos (sem resposta vizelense) num tempo em que ambas as equipas pertenciam ao concelho de Guimarães (e usavam ambas o então estádio municipal) pelo que foi um derbi concelhio.
Passados trinta e seis anos as duas equipas voltam a encontrar-se na primeira divisão (já se tinham encontrado em 2006/2007 mas na segunda liga com triunfos repartidos), onde os dois confrontos de 84/85 se saldaram por dois triunfos o Vitória, num tempo em que já não são do mesmo concelho e com o Vizela a concluir um longo périplo pelos escalões inferiores apenas tendo regressado ao primeiro escalão esta época.
Mas tudo isto é História.
Domingo é outro jogo a que o Vitória chega pior classificado que o Vizela (o que à terceira jornada não tem qualquer significado) fruto da derrota caseira com o Portimonense e do empate no Estoril enquanto o seu adversário perdeu em Alvalade na jornada inaugural mas depois venceu o Tondela em Paços de Ferreira.
Favorito?
O Vitória.
Joga em casa, tem melhor equipa e pese embora o valor do Vizela, muito bem treinado por Alvaro Pacheco, qualquer outro resultado que não o triunfo vitoriano seria não só uma grande surpresa mas também um sinal de alerta para os responsáveis vitorianos.
Agora de ser favorito a ganhar vai alguma distância.
E é essa distância que se espera seja transposta pela equipa vitoriana de forma concludente e mostrando todo o potencial que inegavelmente tem.
Depois Falamos.
Os Estádios
São estes os dezoito estádios em que se joga a nossa Liga.
Dezassete pertencem ao clube que lá joga ou ao município em que está implantado e depois há o caso do Jamor que sendo um estádio nacional é utilizado por essa aberração chamada B SAD que nem tem estádio, nem adeptos e que num país com regulamentos a sério jamais seria autorizado a competir numa liga profissional.
Olhando os restantes dezassete constata-se que quatro dos estádios mais modernos do país, construídos para o Euro 2004, se encontram arredados da principal competição futebolistica do país.
O estádio do Algarve onde nenhum clube algarvio quer jogar, o estádio de Aveiro que acolhe um Beira Mar ( e uma finais de supertaça...) longe dos seus melhores tempos, o de Coimbra onde a Académica tenta ano após ano o regresso à primeira liga e o de Leiria onde a União ,tal como o Beira Mar, anda longe dos seus tempos aureos e dos escalões principais do nosso futebol.
Dos dezassete que tem utilização por quem de direito e não por um sem abrigo temos seis estadios do Euro: D. Afonso Henriques, Municipal de Braga, Dragão, Bessa, Alvalade e Luz.
São seis estádios que conheço muito bem (em bom rigor muito bem conheço cinco porque ao de Braga só fui uma vez) e que tem todas as condições necessárias a uma competição do mais alto nível.
Dos restantes há alguns a que nunca fui como sao os casos de Portimão, o de S. Miguel, o António Coimbra da Mota no Estoril e o Municipal de Arouca mas que não são, em nenhum dos casos, estádios de primeira linha. São relativamente antigos e sem grandes condições para os espectadores.
Os Barreiros no Funchal e o "Cidade de Barcelos" são dois estádios de relativamente pequena dimensão mas com boas condições e onde se vê bem futebol com especial relevo para o madeirense que depois das obras de modernização ficou com excelentes condições.
Os estádios de Moreirense, Vizela e Tondela são os mais pequenos da Liga enquanto Paços de Ferreira continua com obras de ampliação que lhe permitirão equipara-se aos estádios d eme´dia dimensão da nossa Liga.
Resta o Municipal de Famalicão, porventura o mais antiquado de todos, que face ao entusiasmo dos famalicenses pelo seu clube e à boa média de assistências bem merece obras de modernização que o tornem num estádio com boas condições para os espectadores.
Em suma creio que o nosso principal campeonato, embora aqui e ali algumas infraestruturas precisem de serem modernizadas, conta com bons estádios.
Não será por eles, estádios, que se deixará de assistir a bom futebol.
Depois Falamos.