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Treinador

Escusado será dizer, porque quase toda a gente sabe, que o treinador tem um papel muito importante no sucesso ou no inêxito de uma equipa pelo que a escolha do mesmo é sempre um momento decisivo no início de qualquer temporada de qualquer equipa. 
Quer quando se contrata um novo treinador quer quando se renova contrato com o que está em funções.
Num país em que há quase dez milhões de entendidos em futebol que gostam muito mais dos seus clubes do que do futebol propriamente dito é impossível agradar a todos, clube a clube,na hora de escolher mas há naturalmente critérios que pesam na hora da decisão.
Curriculo, experiência, postura, modelo de jogo preferido, liderança, habilitaçõese e uns tantos mais que seria fastidioso estar a enumerar.
Sendo certo que a exigência para quem vai treinar uma equipa dos distritais, do futebol de formação ou da primeira liga é naturalmente muito diferente e corresponde a perfis necessariamente diversos de caso para caso.
E mesmo no escalão máximo é evidente que o perfil do treinador de um candidato ao título tem de ser diferente do treinador de quem joga para a manutenção.
Pessoalmente, e no que ao Vitória  diz respeito, sempre preferi treinadores experientes.
Homens com experiência de muitas batalhas, de muitos balneários, que conheçam bem o nosso futebol e saibam que treinar em Guimarães e no Vitória é treinar numa realidade cuja exigência é idêntica à que encontram ao treinarem um candidato ao título.
Que percebam que orientar o Vitória é encontrar o permanente desafio de jogar ao ataque em quase todos os jogos e não montarem equipas "fechadinhas" que espreitem bem o contra ataque porque isso é modelo de sucesso em quase todos os clubes portugueses mas não no Vitória nem naqueles com que queremos disputar lugares.
E por isso olho sempre de pé atrás, mas sem qualquer preconceito, para aqueles entusiasmos de alguns adeptos vitorianos por jovens treinadores que fazem brilharetes em clubes mais pequenos que o Vitória como se ter sucesso nesses clubes significasse automaticamente ter sucesso no Vitória.
E sem preconceito porque já houve casos de treinadores que ao virem para o Vitória encontraram o maior clube das suas carreiras até esse momento, com Rui Vitória e Manuel Cajuda como exemplos maiores em tempos recentes, e aqui tiveram grande sucesso mas também houve outros que tinham tido sucesso em clubes mais pequenos e que no Vitória não tiveram correspondência nos resultados como foram, por exemplo, os casos de Paulo Sérgio e Ivo Vieira também em tempos deste século.
E houve outros como Quinito e Inácio que depois de treinarem Porto e Sporting (e Inácio até foi campeão) vieram para o Vitória e aqui rubricaram percursos muito bem sucedidos que ainda hoje perduram na memória dos vitorianos.
Há exemplos para tudo mas pessoalmente, repito, prefiro treinadores experientes e calejados, conhecedores da nossa realidade e não valorizando minimamente a questão de serem jovens porque quem tem de correr são os jogadores e no treinador o que interessa é a competência.
Não sei se João Henriques vai ou não continuar na próxima época.
É uma ponderação que a SAD estará certamente a fazer e os jogos que faltam até final da época ainda poderão ser decisivos quanto a isso.
Até lá há que o deixar trabalhar com tranquilidade.
Se as coisas correrem muito bem e a opção for pela continuidade o Vitória já terá treinador para a próxima época. 
Se o balanço for negativo e a SAD optar pela mudança então espero, e desejo, que o próximo treinador seja dentro desse perfil que claramente prefiro.
Competente, experiente, conhecedor de realidades idênticas ou superiores à nossa e que venha treinar um clube que ainda não foi campeão mas que tem uma exigência e uma ambição idênticas aqueles que o são.
E se ele perceber o quanto o "ainda" irrita os vitorianos e quiser assumir o desígnio de tentar acabar com ele...melhor!
Depois Falamos.

Normal

Hoje as selecções de topo, como Portugal, tem muito pouco tempo para treinarem devidamente e prepararem os seus jogos.
Com jogadores nos melhores clubes europeus ,e portanto a disputarem campeonatos muito competitivos, o pouco tempo que tem dá apenas para treinos de recuperação mais um ou dois técnico/tácticos e depois jogar , viajar, voltar a jogar.
O que impede que as equipas tenham o entrosamento, a mecanização, as rotinas necessárias a serem competitivamente mais sólidas.
Quando a isso se juntam três jogos sem seis dias com viagens para Turim (onde disputou o jogo em "casa"), para Belgrado e para o Luxemburgo e a opção do treinador em mudar cinco,seis jogadores de jogo para jogo não admira por aí além que Portugal tenha entrado mal no jogo de hoje e até tenha permitido ao adversário adiantar-se no marcador.
Depois os golos de Diogo Jota, Ronaldo e Palhinha repuseram a normalidade mas há que dizer que Portugal, embora tenha melhorado na segunda parte, não fez uma exibição compatível com a qualidade dos seus jogadores e com o seu estatuto de campeã europeia.
É verdade que Anthony Lopes apenas fez uma defesa difícil e que Ronaldo e Diogo Jota podiam entre eles terem feito mais dois ou três golos, mas não fizeram,com o "capitão" a desperdiçar duas oportunidades que normalmente são golo certo e o jogador do Liverpool a rematar à barra.
Em suma uma exibição muito fraca na primeira parte e claramente melhor na segunda com Renato Sanches a fazer um grande jogo bem acompanhado por Nuno Mendes e por Diogo Jota.
Garantidos os três pontos há que ter a noção que para a fase final do Europeu é preciso muito mais e bastante melhor.
Depois Falamos.

Autárquicas (4) Gaia

Vila Nova de Gaia é uma realidade que já conheci muito bem, fruto dos seis anos que lá trabalhei com Luís Filipe Menezes, mas que hoje admito conhecer pior porque de lá saí vai para dez anos e entretanto muita coisa mudou.
Lá tive responsabilidades de direcção em três campanhas autárquicas (2005 e 2009 com LFM e 2013 com José Guilherme Aguiar) e isso permitiu-me conhecer muito bem a realidade de um concelho que em 1997 Menezes encontrou no terceiro mundo e em 2013 deixou na primeira linha dos municípios portugueses como um verdadeiro caso de sucesso.
E foi precisamente a sua saída, depois dos tais quatro mandatos de grande sucesso que levou o PSD local a um verdadeiro "hara quiri" político nas autárquicas de 2013 ao não ser capaz de se unir em torno de uma candidatura única (de José Guilherme Aguiar) o que teve como consequência o surgir de duas candidaturas da área laranja uma "oficial" liderada por Carlos Abreu Amorim e outra "oficiosa" liderada por José Guilherme Aguiar que transformaram o que seria um triunfo fácil do PSD (cada uma das candidaturas elegeu três vereadores) numa derrota impensável face a um PS que jamais pensou poder ganhar Gaia e que elegendo "apenas" cinco vereadores acabou por ter de chegar a um entendimento com os vereadores eleitos pela candidatura independente.
Em 2017 o PS esmagou.
Elegeu nove vereadores e venceu todas as juntas de freguesia num triunfo que atingou marcas que nem a maior maioria de Menezes, a de 2009, conseguira muito contribuindo para isso a enorme debilidade da candidatura apresentada pelo PSD que em bom rigor ninguém via como alternativa real ao poder instalado.
E 2021?
O PS tem uma enorme maioria em todos os orgãos autárquicos, governa todas as juntas de freguesia com a importância eleitoral que se sabe isso representar e o presidente-Eduardo Vítor Rodrigues- candidata-ae ao terceiro e úlimo mandato o que em bom rigor significa que essa junção de factores torna o PS praticamente imbatível.
E num cenário desses o que restaria à oposição fazer?
Considerando que PCP e BE são completamente irrelevantes em Gaia apenas a coligação PSD/CDS, que durante 16 anos governou o município, se pode considerar como alternativa e por isso a ela (caso continue junta) caberia apresentar uma candidatura que ganhasse terreno no curto prazo e fosse vencedora no médio prazo.
Dando de barato que o PS não conseguirá repetir os números de 2017, porque há o desgaste de oito anos de poder, o caminho seria apresentar a tal candidatura  para o futuro que agora ganhasse vereadores, deputados municipais e algumas juntas de freguesia para em 2025, quando o PS tiver de mudar de candidato a presidente, ser uma alternativa ganhadora.
Em teoria devia ser assim.
Mas com o PSD de Rui Rio a lógica é uma batata e por isso o candidato em 2021 será António Oliveira um ex futebolista e ex treinador que nunca teve qualquer intervenção política, nenhuma experiência autárquica, nenhuma ligação a Gaia e que à data da eleição terá sessenta e nove anos de idade!
Já para nem falarmos do que Rio sempre defendeu quanto a ligações entre política e futebol, e que agora parece ter esquecido de todo, a verdade é que se trata de uma candidatura inexplicável, com quase nulas hipóteses de algum sucesso e que se extinguirá na noite das eleições porque ninguém no seu pefeito juízo admitirá que em 2025 ainda se repita.
Em suma o PSD desistiu, talvez por mais uma década, de tentar recuperar Gaia.
Depois Falamos.

Primeira Pessoa

Conheço ,dos ecrans apenas, a jornalista e apresentadora Fátima Campos Ferreira.
Como milhões de portugueses vi-a durante anos que pareciam sem fim a apresentar o "Prós e Contras" que se tornou num programa perfeitamente maçador pelo formato, pelos temas, pelos convidados que eram quase todas da famosa "bolha" lisboeta ao ponto de parecer uma autêntica "corneta do regime" que pouco dizia à generalidade das pessoas.
E por isso ao fim de alguns anos, em que a minha assiduidade de telespectador foi diminuindo,  deixei quase completamente de ver o programa podendo contar-se pelos dedos de uma mão as emissões que vi ao longo da última meia dúzia de anos.
Foi por isso que quando foi anunciado o seu termo não me admirei porque de facto estava esgotado.
Passados uns tempos recebi com alguma desconfiança, com receio que fosse mais do mesmo, a notícia de que a Fátima Campos Ferreira ia ter um novo programa que constaria de entrevistas a diversas personalidades e que se intitularia "Primeira Pessoa".
A verdade é que se trata de um excelente programa!
E depois de ver os dois ou três primeiros, porque para ter opinião não podia ser de outra forma, confesso que fiquei cliente porque a jornalista tem entrevistado personalidades mais ou menos conhecidas mas com a arte de as fazer falar de si próprias, das suas actividades, interesses e até famílias de uma forma intimista, emocional e que constitui um registo a que estávamos pouco habituados.
 E por isso um telespectador farto do "Prós e Contras" transformou-se num telespectador assiduo do "Primeira Pessoa".
E é com gosto que o registo.
Depois Falamos.

Reflexão

País de oito e oitenta, propenso aos entusiasmos súbitos e aos endeusamentos "honoris causa", Portugal viu por estes dias as suas redes sociais invadidas por um frenético entusiasmo a propósito do aniversário natalício de um conhecido empresário.
Naquilo que chegou a parecer um autêntico concurso de elogios, em que cada um procurava ser mais eloquente do que outro, tudo foi louvado sem poupança no grau nem moderação no ridículo que sempre caracteriza estas coisas em que a "manada" parece correr toda para o mesmo lado.
Era a capacidade empresarial, as benfeitorias sociais, as qualidades humanas, os benefícios proporcionados à sua terra e respectivos habitantes, as famílias que ajudou, os empregos que criou, enfim os elogios eram tantos que se nosso senhor Jesus Cristo fosse dado a invejas era capaz de ter uma pontinha dela.
E os elogios vinham indiscriminadamente de quem o conhece, de quem não o conhece mas ouviu falar, de quem nunca ouviu falar mas leu qualquer coisa no Facebook e não quis deixar de seguir a "moda" e de uns tantos mais que nisto de concursos de louvaminhices ninguém pode ser excluído.
Não conheço pessoalmente o empresário em causa mas conheço razoavelmente a sua obra empresarial, a sua participação na vida da sua comunidade, as acções sociais a que se devotou ao longos dos anos.
Mas não restrinjo a isso o conhecimento que tenho nem entendo que o Bem de hoje possa fazer evaporar o Mal de ontem como se nunca tivesse existido.
E por isso esta reflexão , que é mais uma reflexão do que outra coisa qualquer, sobre se os autores de tantos elogios, de tanta louvaminhice, de tanta idolatria conhecem a história toda ou apenas aquela que as modernas técnicas comunicacionais tornaram mais vísivel, mais relevante e mais apetecível.
Desconfio bem que a enorme maioria só sabe aquilo que lhes metem pelos olhos dentro.
Mas isso sou eu a reflectir...
Depois Falamos.

Ironia

O futebol tem ironias extraordinárias.
Esta de um árbitro que na sua vida profissional é polícia ter sido o "ladrão" (mais por culpa do fiscal de linha mas ele também podia ter visto tão claro o lance foi) de dois pontos a Portugal não é seguramente das menores dos últimos tempos.
Mas também a de num jogo de apuramento para o campeonato do mundo, a prova mais importante do futebol mundial, não existir VAR nem a tecnologia que permite apurar se a bola entrou totalmente na baliza é uma triste ironia de um tempo em que a UEFA e a FIFA gastam milhões e milhões com causas acessórias e poupam naquilo que é essencial como a verdade desportiva do futebol.
Um erro como o de hoje que prejudicou Portugal em dois pontos, que só o futuro dirá a falta que farão (esperemos que não façam), é completamente inadmissível.
Depois Falamos.

Bipolaridade

Foi o jogo das bipolaridades.
Em relação ao jogo com o Azerbeijão a selecção nacional apresentou-se com seis alterações na equipa inicial restando da partida de quarta feira Anthony Lopes, Rúben Dias, Cancelo, Bernardo Silva e Ronaldo e sendo agora titulares Fonte, Cédric, Danilo, Sérgio Oliveira, Bruno Fernandes e Diogo Jota numa "revolução" que mudou mais de meia equipa.
E há que dizer que Portugal fez uma boa parte.
Jogando bem, controlando o andamento, fazendo dois golos através de um inspirado Diogo Jota e superiorizando-se de forma clara a uma Sérvia cujo valor é indiscutivelmente superior ao do anterior adversário.
Saindo com uma vantagem de dois golos para o intervalo nada fazia prever o "apagão" que o onze nacional teve na meia hora inicial do segundo período que valeu aos sérvios um golo logo nos primeiros segundos (embora haja um possível fora de jogo no lance isso não invalida a desconcentração do processo defensivo da selecção nacional) e viria a vale o golo do empate num lance em que Portugal podia ter feito o terceiro golo na jogada imediatamente anterior.
Depois do empate Portugal recompôs-se, as entradas de Renato Sanches e Nuno Mendes ajudaram bastante a isso porque equilibraram a equipa e deram outra eficácia a defender e outro dinamismo a sair para o ataque, continuou em busca do terceiro golo que viria a obter em tempo de descontos por Ronaldo mas inacreditavelmente o trio de arbitragem não validou por considerar que uma bola que entrou totalmente na baliza mais de meio metro...não tinha entrado.
E assim Portugal, que podia ter saído de Belgrado com a questão do apuramento directo para o Mundial quase resolvida (eu sei que é algum exagero mas o grupo é o que é e as coisas são o que são), vai ter de jogar com máxima concentração na terça feira face a um Luxemburgo que acaba de vencer a República da Irlanda em Dublin para não ter mais más surpresas como a de hoje.
Bipolaridade das bipolaridades foi mesmo um árbitro que na sua vida profissional é polícia ter sido hoje (mais por responsabilidades dos fiscais de linha) o "ladrão" de dois pontos a Portugal.
Depois Falamos.

P.S. Incompreensível como em jogos de apuramento para o campeonato do mundo , a prova maior do futebol, não é utilizado o VAR nem sequer a tecnologia que permite apurar quando a bola ultrapassa a linha de baliza. A UEFA e a FIFA andam a poupar no essencial para gastarem no acessório.

Autárquicas (3) Sintra

Sintra será certamente um dos municípios em que as próximas autárquicas despertam maior atenção face à disputa que se antevê entre um político do passado-Basílio Horta- e um dos mais promissores políticos -Ricardo Baptista Leite- da nova geração.
Convém recordar que Sintra depois de longos anos de governação PS foi ganha pelo PSD em 2001 com a candidatura de Fernando Seara que sob o lema oficioso "o careca do Benfica" conseguiu uma vitória estrondosa face à recandidatura de Edite Estrela.
Cumpridos três mandatos Seara saiu e quando tudo indicava que o candidato seria Marco Almeida, seu vice presidente, a direcção política de Passos Coelho cometeu um erro estrondoso e vetou a sua candidatura (ao que parece por ter sido membro da direcção de Manuela Ferreira Leite) impondo Pedro Pinto como candidato.
Marco Almeida, e muito bem, decidiu avançar como independente contra o socialista e ex CDS Basílio Horta e perdeu por apenas 1738 votos (em 122.918 votantes) tendo a candidatura do PSD obtido 16945 votos que somados aos 31246 de Marco Almeida lhe dariam uma maioria absoluta.
E assim o PSD ofereceu a câmara ao PS.
Em 2017, já "amnistiado" pelo PSD, Marco Almeida liderou uma ampla coligação PSD/CDS/PPM/MPT mas obteve menos votos que na sua candidatura independente enquanto o PS conseguia mais 24.000 votos e conquistava a maioria absoluta.
Agora o PS recandidata Basílio Horte enquanto o PSD , depois de serem aventadas várias hipóteses que oscilavam entre  fantasias e possíveis realidades, aposta num dos seus mais prometedores e talentosos jovens quadros políticos o deputado Ricardo Baptista Leite.
Quanto a Marco Almeida, antes rejeitado por Passos Coelho por ter apoiado Manuela Ferreira Leite e agora rejeitado por Rui Rio por ter sido apoiado em 2017 por Passos Coelho ( se o PSD fosse uma obra de ficção seria seguramente um espantoso "best seller"...) parece ponderar nova candidatura independente o que em boa verdade não parece ser muito viável nem sequer boa ideia.
Em suma uma disputa eleitoral entre PS e PSD que promete e fará de Sintra um dos resultados a seguir com maior atenção na noite eleitoral
Depois Falamos.

André

A renovação do "capitão" André André é um passo importante no arrumar da casa com vista à preparação da próxima temporada.
Manter os essenciais, contratar cirurgicamente para as posições carenciadas e encontrar para os excedentários saídas definitivas , ou temporárias para os que não terão espaço no imediato mas poderão vir a ter no futuro, será certamente a linha de rumo.
No Vitória só D. Afonso Henriques é indispensável.
Depois Falamos.

quinta-feira, março 25, 2021

Imaginação

Em 1970 imaginava-se que os grandes aviões para transporte de passageiros teriam, cinquenta anos depois, um aspecto idêntico ao que a imagem documenta.
Infelizmente não tem.
Porque um avião metade avião e metade transatlântico, com piscinas, bares, bibliotecas e ginásios tornaria certamente mais agradáveis as longas viagens entre continentes e permitiria uma capacidade bem maior de transporte de passageiros.
Seria, isso sim, eocológica e economicamente inviável face à poluição que os seus vinte motores causariam e ao custo em combustível que seria certamente astronómico.
Mas não deixa de ser interessante imaginar até onde ia a imaginação dos projectistas há cinquenta anos atrás.
Depois Falamos.

Autárquicas (2) Porto

No Porto as autárquicas tem vencedor mais que previsto e qualquer outro resultado que não uma vitória clara de Rui Moreira seriam uma enorme surpresa.
Eleito em 2013, com o importante apoio do presidente cessante Rui Rio que não teve problemas em estar ao lado de um candidato independente contra o candidato do seu próprio partido (e com exemplos como este ainda gosta de falar de disciplina e lealdade dentro do PSD...) , voltaria a ser reeleito com tranquilidade em face de um mandato em que mais que fazer obra se assumiu como um voz de peso em defesa dos interesses da região e do Porto.
Nomeadamente com as reivindicações quanto à utilização do aeroporto Francisco Sá Carneiro pela TAP em que não receou enfrentar polémicas nem dizer verdades inconvenientes para o poder central.
Em 2021 recandidata-se para o seu último mandato, sendo um dos principais rostos da contestação à absurda alteração de lei eleitoral autárquica feita por PS e PSD com o nada democrático objectivo de dificultarem, e muito, as candidaturas de independentes, com uma elevada taxa de popularidade e uma satisfação indiscutível dos portuenses com o seu trabalho à frente da câmara.
O PS ainda não anunciou o seu candidato ( o que mostra bem a convicção com que enfrenta esta eleição...), o PSD teve de recorrer a um ex vereador de Rio depois da recusa de Paulo Rangel, o CDS apoia Rui Moreira e PCP e BE marcarão o ponto com candidatos que tem como grande objectivo o serem eleitos mas sem qualquer esperança de levarem companhia para as reuniões de câmara.
Em suma Rui Moreira vencerá , o PS manterá a longa seca que vem de 2001 quanto a presidir ao Porto e o PSD que não soube apanhar o "barco" Rui Moreira (por causa das birras do seu líder) não verá passar pela segunda autarquia mais importante do país a sua tentativa de recuperar terreno em relação aos socialistas.
Cada um , no Porto, terá a sorte que merece!
Depois Falamos.

Selecção

Como felizmente escrevo em absoluta liberdade de pensamento e não sinto nem nunca senti necessidade de dizer mal dos jogadores do meu clube a qualquer preço para servir "agendas" e propósitos que não tenho é com muita tranquilidade que depois de ver ontem a selecção digo que jogadores como Ricardo Quaresma, Jorge Fernandes e Bruno Varela podiam perfeitamente fazer parte do lote dos seleccionáveis.
Não fora Fernando Santos, quando se trata de jogadores do Vitória, sentir aquela estranha angústia do "...e quem tiro ?..."!
Depois Falamos.

Melhorar

Foi um jogo de sentido único em que a excelente exibição do guarda redes adversário, quase sempre em remates de meia distância, impediu Portugal de um triunfo por outros números enquanto Anthony Lopes teve uma noite perfeitamente tranquila.
Mas isso não esconde o facto de a selecção nacional ter feito uma exibição modesta, sem conseguir criar lances de golo para Ronaldo e André Silva poderem concretizar, com os laterais e os extremos a cruzarem quase sempre mal ( Quaresma em dez minutos faz mais e melhores cruzamentos do que selecção fez no jogo todo mas desde que veio para o Vitória pôs-se logo o problema do "...e quem tiro?...") e a equipa a não conseguir transformar posse em golos.
Três pontos mas muito a melhorar porque a Sérvia é bem mais forte do que este Azerbeijão.
E já nem falo de critérios de selecção a rever porque manifestamente não vale a pena.
Depois Falamos.

Momento Vitória

Não andam calmas as “águas” para os lados da cidade berço, em torno do seu principal clube, embora também não andem tão agitadas como uma leitura apressada das redes sociais pode fazer crer a quem conhecer menos bem o Vitória.
Já se sabe que é um clube onde tudo, mesmo aquilo que aparenta pouca importância, é vivido com invulgar fervor e intensidade a que quando os resultados desportivos não ajudam se acrescenta uma dose extra de alvoroço.
E é precisamente pelos resultados desportivos que começo esta análise.
Nomeadamente pelos do futebol, o verdadeiro “termómetro” do sentir dos adeptos, que não estão em linha com as aspirações e as tradições do clube e apontam para o insucesso na equipa B que não conseguirá subir à II Liga , pela de sub 23 abaixo do expectável embora tenha vindo a melhorar nos últimos meses e por uma primeira equipa que está abaixo daquilo que sempre se espera no Vitória.
Com alguma surpresa à mistura porque fez uma primeira volta de muito bom nível, ao longo da qual se manteve invicta nos jogos fora de casa, e dava a clara sensação de poder estar na luta pela Liga Europa que é o patamar mínimo para um clube como o Vitória.
Mas depois de encerrar essa primeira volta com um empate em casa do Benfica, o que é sempre um resultado positivo que me desculpem os sonhadores sem limites, parecendo lançada para uma segunda volta de sucesso a verdade é que a equipa se “apagou” quase por completo registando cinco derrotas, dois empates e apenas um triunfo nos oito jogos decorridos( considerando o jogo em atraso com o Farense) e com isso dizendo adeus à Liga Europa e pondo até em risco a partcipção na “Conference League” a que o sexto lugar dá acesso.
Há razões várias para isso desde o abaixamento de forma de uns jogadores, as lesões de outros, o mérito dos adversários, uma ou outra arbitragem menos postiva mas há que dizer, sem tibiezas nem meias palavras, que a grande responsabilidade está na própria equipa e no seu treinador que falharam várias vezes em momentos e em jogos em que não podiam falhar.
Erros individuais, erros colectivos, estratégia de jogo, “onzes” iniciais, substituições , atitude com que se abordou a primeira parte de alguns jogos tudo isso contribuiu para impensáveis derrotas caseiras com Rio Ave e Gil Vicente, empate caseiro com o Farense e forasteiro com B SAD e até uma derrota perfeitamente evitável em Paços de Ferreira.
E nisso foi ao ar uma dúzia de pontos, mais coisa menos coisa, que fazem toda a diferença entre lutar pelo quarto lugar ou tentar manter o sexto!
Que tem de ser o grande, e perfeitamente possível, objectivo para os dez jogos que faltam.
Um segundo motivo para intenso debate na “nação” vitoriana tem sido a antecipação de receitas a que procedeu a SAD, no valor de vinte milhões de euros, e que visa fazer frente aos momentos muito difíceis que vivem os clubes por causa da pandemia que os estrangula financeiramente.
Perda significativa de receitas por causa dos jogos à porta fechada (bilhética, lugares anuais, merchandising, atrasos no pagamento das cotas,etc) , atrasos no recebimento do pagamento de clientes diversos, acréscimo das despesas com as medidas anti covid no valor de centenas de milhares de euros, manutenção integral (aqui não há moratórias...) de impostos e seguros a pagar que no caso do Vitória ascendem a mais de sete milhões de euros anuais, necessidade de renovar contratos e contratar reforços para a próxima época, renegociação de compromissos vários que se torna sempre mais fácil com dinheiro na mão, urgência de obras no complexo com a construção do mini estádio e mais ou menos previstos pedidos de insolvência da SAD vindos de supostos credores cuja aparição neste momento é tudo menos inocente, terão levado a SAD do clube a optar por este recurso que sendo idêntico aquilo que outros clubes da nossa liga e de outros campeonatos tem feito não deixa ainda assim de carecer de uma cabal e completa explicação aos accionistas da SAD e aos associados do clube tão depressa quanto seja possível.
Por um dever de transparência da qual nunca se deve prescindir mas também para acalmar espíritos e cercear o mais possível algumas especulações , alguns boatos e algumas mentiras postas a correr com intuitos claramente destabilizadores e a que urge pôr cobro com os esclarecimentos devidos e necessários.
Finalmente a saída do director geral Carlos Freitas.
Antecipada por motivos de doença, que naturalmente se lamentam, mas que já estava prevista para o final da época por razões que apenas a SAD poderá explicar mas que não me parecem difíceis de descortinar.
Contratado logo após a vitória de Miguel Pinto Lisboa nas eleições de Julho de 2019 o director geral teve amplo espaço de actuação na implantação de um projecto desportivo que passava pela contratação de jovens talentosos em diversos mercados europeus que poderiam dar mais valia desportiva à equipa a que se seguiria uma mais valia financeira nas suas transferências para clubes de outra dimensão económica.
A verdade é que esse projecto, cuja bondade não se contesta, precisava de mais tempo do que aquele que o Vitória lhe poderia dar face à frustração dos adeptos e dirigentes (alguns que não todos...) por sucessivos “anos zero” que afastavam o clube dos seus objectivos de sempre, faziam-no perder terreno para o seu velho rival e o punham a competir por lugares com clubes que normalmente tinham de olhar muito para cima para verem o Vitória.
Essa morosidade, associada ao facto de a maioria dos jovens não se terem revelado até agora a mais valia que era suposto serem (o que não significa que alguns não o venham a ser), dos erros na contratação de dois dos três treinadores para esta época com Tiago Mendes a durar apenas três jogos na primeira equipa e o austriaco Dominik Glowogger a passar pelos sub 23 sem qualquer proveito e da pressa excessiva com que se desfez a base da equipa da época anterior com a saida de jogadores que fazem falta levaram a que a SAD sentisse a necessidade não de começar tudo de novo mas de rectificar o que entendia estar mal e seguir uma estratégia adaptada às circunstâncias.
E para isso Carlos Freitas, sem prejuízo da sua competência e do que de bom fez no Vitória, não seria a pessoa ideal o que levou à sua substituição sem qualquer problema ou quezília de parte a parte.
Resta agora salvar esta época em termos classificativos mantendo um desconsolador sexto lugar, que apesar de tudo nos abre portas europeias, e preparar a próxima para ser o “ano um” da reconquista do lugar que nos é devido e de um crescimento desportivo, associativo e patrimonial que nunca mais pode parar nem sofrer atrasos.
Ja basta o que basta...

Equilíbrio

Quando numa instituição, numa associação, num clube ou em qualquer outro tipo de organização social olhamos para algo que não nos agrada, que consideramos estar mal, que está a "pedir" mudanças existem muitas formas de dar o passo seguinte.
A primeira ,antes de dar o tal passo, é avaliarmos de forma criteriosa, rigorosa e responsável a medida daquilo que consideramos ser o problema para tentar perceber qual a  melhor forma de ele ser ultrapassado sempre com a preocupação de que o "doente" não morra da "cura" depois de estar ameaçado de morrer da doença.
E aí só há , basicamente, duas hipóteses.
Ou se considera que o problema não pode ser ultrapassado por quem está e aí há que tentar promover uma mudança total ou, em alternativa, se considera que quem está ainda pode resolver e aí as coisas mudam de figura.
Porque há várias possibilidades em aberto:
A primeira, e mais fácil, é optar pela via da crítica a esmo atirando a tudo que mexe e esperando que disso sejam tiradas as devidas conclusões por quem de direito.
Normalmente o resultado é criar ruído altamente improdutivo e que nada resolve.
A segunda, que já exige um esforço maior mais que não seja em termos de usar os neurónios para aquilo que eles realmente devem servir, passa por reflectir sobre os diversos aspectos do assunto em apreço e depois criticar de forma racional e assertiva aquilo que se  entende estar mal.
E aí já estamos a falar de um contributo para a resolução do problema.
A terceira é analisando o problema e reflectindo sobre as soluções dar um apoio mais ou menos activo a quem tem por missão resolve-lo tornando-se assim parte da solução, ainda que apenas por "magistratura de influência", e contribuindo para que o assunto seja bem resolvido.
É apenas uma questão de equilíbrio mas que pode fazer toda a diferença.
Depois Falamos. 

Autárquicas (1) Lisboa

Com as autárquicas ainda tão longe mas já tão perto (parece um contrasenso mas não é) vai sendo tempo de deitar um olhar curioso sobre o que poderá ser o combate nalgumas das principais autarquias do país começando pela capital.
Onde por vezes acontece que o resultado da eleição extravasa a fronteira da autarquia e tem impacto nacional como aconteceu em 2001 em que vitória da candidatura do PSD liderada por Pedro Santana Lopes teve como consequência a queda do governo de António Guterres.
Em 2021, uma vez mais, para lá da disputa do triunfo na autarquia jogam-se outras variáveis que vão da estabilidade da actual solução governativa , no curto prazo, às próprias lideranças futuras (aí mais no médio prazo) de PSD e PS.
É sabido que a pandemia favorece quem está no poder não só porque impede que as oposições façam campanhas normais mas também porque obrigou a que as câmaras estivessem na primeira linha da solidariedade e isso permitirá recolher trunfo eleitorais.
Especialmente em Lisboa onde Medina atirou milhões, como se não hovesse amanhã, para cima de associações, instituições, classes profissionais e ainda deu literalmente comer a muita gente necessitada através da serventia de largos milhares de refeições.
Claro que a par disso, e com a demagogia que faz parte do ADN socialista seja onde for, também se prestou a papéis absolutamente ridículos como o da entrega das botijas de gaz que apenas serviram para demonstrar a sua reduzida dimensão política.
A verdade é que parte em vantagem, pelo atrás exposto, mas isso não significa que chegue em primeiro lugar.
Terá à esquerda a concorrência de candidaturas do PCP e do BE, que não concorrem para ganhar mas lhe retiram votos que podem ser importantes, e à direita uma excelente candidatura liderada pelo PSD e por Carlos Moedas (integrando CDS, Aliança e outros partidos) que pode muito bem sair vitoriosa na noite eleitoral.
Carlos Moedas é um excelente candidato, com uma dimensão e uma experiência política ao mais alto nível que Medina não tem , e ao contrário do PS que tem fortes candidaturas à esquerda não sofre nenhuma concorrência significativa à direita.
A Iniciativa Liberal cometeu um "hara quiri", com a apresentação de um candidato que desistiu passados três dias, que a remeterá para a insignificância nesta eleição enquanto o Chega escolheu um candidato que pese embora a dinâmica de crescimento do partido (com eleitores tipo PCP que votam "cegamente " em quem o partido indicar) não augura nada de bom em termos de resultado.
Medina ou Moedas e Moedas ou Medina é a dúvida que existe.
Medina é favorito, mas terá de o provar, enquanto Moedas é uma forte alternativa mas para ganhar terá de fazer tudo bem feito (da campanha às listas) e ter uma pontinha de sote.
O resultado das autárquicas em Lisboa está, do meu ponto de vista, em aberto.
Depois Falamos.

Exemplar

O que se passou no sábado em Portimão entre Sérgio Conceição e Paulo Sérgio foi muito mau e merece punição exemplar dos orgãos disciplinares sem olharem a nomes, clubes e lobbys.
Tudo que se viu e ouviu, e pressentiu no que câmaras e microfones não apanharam no túnel, é uma vergonha e coloca o enfrentamento entre ambos ao nível de uma zaragata entre rufias inaceitável entre profissionais que tem como obrigação liderar grupos de trabalho numa modalidade altamente profissionalizada.
Sérgio Conceição , com notórias dificuldades em controlar o seu temperamento em situações deste género em jogos nacionais (porque nos da Liga dos Campeões curiosamente controla-se bastante melhor), foi expulso pela décima sexta vez (!!!) enquanto treinador o que indicia a existência de um sério problema a merecer apoio médico na área da psicologia.
Quanto a Paulo Sérgio foi expulso pela quarta vez ( e não pela primeira como disse no fim do jogo) o que também não é um número particularmente honroso mas longe do absurdo do seu colega de profissão.
A verdade é que no sábado ambos envergonharam o futebol , os clubes que representam e os adeptos respectivos que conseguem ver o futebol sem palas e pelo prisma da decência.

P.S. Por falar em decência achei curioso o FCP ser o único clube que nesta jornada se recusou a usar nas camisolas o "Não ao Racismo". Até me admirou o Marega não ter feito uma das suas birras e recusado jogar.

Excitações

Braga perde e António Salvador culpa a arbitragem (RTP)

Acho sempre imensa piada a estas excitações de António Salvador quando o Braga perde e ele entende que a culpa foi do árbitro.
Que naturalmente não existem quando o Braga deve ao árbitro resultados favoráveis como na semana passada em Famalicão em que beneficiou do penalti mais ridículo de todo o campeonato.
E acho piada porque ele arranja sempre uma panaceia salvadora (aí está um termo bem apropriado...) que no futuro irá resolver tudo que está mal e tirar o poder aqueles que há décadas o tem e fazer da liga portuguesa um modelo de seriedade desportiva.
Dantes, em circunstâncias análogas, evocava o mítico G-15 que seria a arma com a qual os desprotegidos da vida iriam fazer Justiça e arrasar os três "eucaliptos".
Agora lembrou-se que a negociação centralizada dos direitos televisivos é que será a arma nuclear ao serviço da Verdade desportiva e de campeonatos mais justos.
A verdade é porém outra.
O G-15 nunca existiu nem existirá porque a maioria dos presidentes dos outros clubes prefere viver ajoelhada à espera das migalhas que caem da mesa de SLB/FCP/SCP do que lutar seriamente pelos direitos dos seus clubes.
E um dos maiores responsáveis da sua inexistência é precisamente António Salvador que quando as coisas lhe correm mal se lembra do mitíco G-15 mas quando correm bem não esconde a ambição de integrar o reduzido lote dos "eucaliptos" como ficou bem demonstrado com as suas declarações despeitadas aquando daquela famosa reunião em S. Bento a que foram os presidentes da FPF, LPFP e dos três do costume.
Quanto à negociação dos direitos televisivos essa sim pode mudar alguma coisa mas será daqui a sete anos e até lá nada mudará como está bom de ver.
E sobre isso não se ouviu nenhum "grito de revolta" do presidente do Braga.
Talvez porque no seu intímo continue com o sonho impossível de o seu clube até lá ainda chegar a "grande" na acepção ridícula que no futebol português se dá ao termo.
Depois Falamos.

domingo, março 21, 2021

Sugestão de Leitura

Este é daqueles livros que se compra quase por acaso, porque se folheou na livraria e pareceu interessante, mas que depois de lido se revela um feliz acerto porque é todo ele interessantíssimo da primeira à ultima página.
Catherine Merridale faz uma viagem pela História da Rússia, desde os primeiros czares até Vladimir Putin passando por Lenine e Estaline, através da própria História do Kremlin uma fortaleza quase milenar e que foi repetidas vezes destruida e depois reconstruida.
Contando episódios da vida dos seus ocupantes, desde as grandes decisões históricas nele tomadas até pormenores da vida pessoal de muitos deles, referindo a importância do Kremlin em termos políticos, religiosos e de iconografia  o que a autora realmente acaba por narrar de forma magistral é a verdadeira história do poder na Rússia (e na União Soviética) , a forma como os seus detentores o conquistaram e exerceram.
Um livro fascinante que ao longo das suas 624 páginas (mais uma dezenas de páginas com anotações e bibliografia) nos permite uma extraordinária viagem por dentro do Kremlin e da Rússia ao longo de quase oitocentos anos e verdadeiramente essencial a quem quiser conhecer melhor a História do maior país do planeta Terra.
Depois Falamos.