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sábado, outubro 31, 2020

Sean Connery

 O actor escocês, e quanto gosto ele tinha em ser escocês, Sean Connery deixou hoje o mundo dos vivos na provecta idade de noventa anos e deixando uma longuíssima carreira da qual pode ter justificado orgulho e que fizeram dele um dos melhores actores de sempre.
Deixando de lado, por agora, os filmes de James Bond que o celebrizaram como inérprete maior do personagem criado por Ian Fleming como não recordar alguns dos grande filmes em que Sean Connery participou e que fazem parte da grande Hostirua do Cinema.
- O Dia mais Longo.
- Crime no Expresso do Oriente
- O Vento e o Leão
- O Homem que queria ser Rei
- Uma Ponte longe Demais
- O Nome da Rosa
- Caça ao Outubro vermelho
- A Casa da Rússia
-  O Rochedo
- Os Intocáveis
São apenas alguns dos mais notáveis de uma filmografia riquíssima.
Participou ainda no terceiro episódio da saga Indiana Jones interpretando , de forma notavelmente bem humorada, a personagem de pai do arqueólogo mais aventureiro de que jamais se ouviu falar mas foi como James Bond que ganhou o seu lugar no Olimpo do cinema.
- Dr No (Agente Secreto) de 1962
- Ordem para Matar de 1963
-  007 contra Godfinger de 1964
-  Operação Relâmpago de 1965
-  Só se Vive duas vezes de 1967
- Os Diamantes são eternos de 1971
São os seis filmes da filmografia oficial de James Bond que Sean Connery interpretou a que se juntaria
- Nunca mais digas nunca de 1983 fora da série oficial.
E foi como 007 que o actor se tornaria uma lenda do cinema e eternamente recordado por esse papel que pese embora os actores que posteriomente viriam a interpretar o personagem leva a que se confunda James Bond com Sean Connery.
Depois Falamos.

sexta-feira, outubro 30, 2020

Sábio

O eng Eurico de Melo, falecido em 2012, foi um dos poucos sábios que tive o prazer (e a honra) de conhecer, de com ele conversar nalgumas ocasiões e de lhe ouvir em espaços diversos intervenções políticas em que vinha sempre ao de cima uma sabedoria, uma sensatez e um experiência de vida que fizeram dele uma das grandes referências do PSD e do próprio Estado democrático.
Colaborador leal e ministro dos governos de Francisco Sá Carneiro, conselheiro privilegiado e vice primeiro ministro de Aníbal Cavaco Silva, Eurico de Melo foi o caso raro de num país em que a importância vem dos cargos nunca precisar de cargo nenhum para a sua voz ser ouvida, respeitada e muitas vezes temida.
Porque sem renegar a sua condição de militante fundador do PSD, e também da secção de Guimarães ao lado do Dr. Fernando Alberto Ribeiro da Silva, foi sempre um homem de pensamento livre que nunca temeu expôr as suas opiniões mesmo sabendo que elas poderiam desagradar ao próprio partido ou aos seus líderes.
Afinal aquilo que está na génese e devia estar na prática, mas tantas vezes não está, dos partidos democráticos.
Recordo-me a título de exemplo que por 2002 ou 2003, já não consigo precisar a data exacta, o governo liderado por José Manuel Durão Barroso a par de tentar tirar o país do pântano em que Guterres o deixara estava a tentar levar a cabo algumas reformas bem necessárias ao desenvolvimento do país e entre elas uma reforma da administração local que criou comunicades urbanas, comunidades intermunicipais e por aí fora.
Era uma reforma polémica, contestada por muita gente no mundo autárquico e não só dado não descortinarem as vantagens reais de que se podia revestir, e que motivou acesos e acalorados debates de norte a sul do país.
O grande impulsionador dessa reforma, e profundo entusiasta dela, era o então secretário de estado da administração local Miguel Relvas que a defendeu com unhas e dentes mesmo sabendo do ceptismo que acerca dela existia mesmo dentro do próprio PSD onde muitos militantes se sentiam desconfortáveis perante as alterações previstas.
Foi então que o eng Eurico de Melo, que ao tempo já não tinha nenhum cargo executivo no partido, entendeu pronunciar-se sobre a citada reforma dizendo que era a reforma de um secretário de estado mas não a reforma de um governo!
Creio que as palavras se não foram exactamente estas foram no mesmo sentido.
E marcavam a diferença indelével entre o que ele considerava uma grande reforma e uma reforma de importância relativa porque a primeira seria sempre de todo um governo enquanto a segunda seria apenas de um membro desse governo.
Nunca me esqueci dessas palavras e da sabedoria que delas emanava.
E neste anos todos que se lhes seguiram, e já foram dezassete ou dezoito, sempre que estou perante uma reforma ou um projecto qualquer, ainda que "pintada(o)" com cores magníficas que lhe dão uma aparência irresístivel, interrogo-me sempre se será a reforma de um governo ou apenas de um seu membro.
E este exemplo vindo das palavras sábias do eng Eurico de Melo não tem aplicação apenas no universo político porque é muito mais abrangente do que isso.
Depois Falamos.

quarta-feira, outubro 28, 2020

Sugestão de Leitura

Se os eleitores americanos assim o quiserem, e tudo indica que querem, este terá sido o último livro que li sobre a repugnante personagem chamada Donald Trump e a tragicomédia em que se tornou a sua passagem de quatro anos pela Casa Branca.
"Debaixo de Fogo" de Michael Wolff é a segunda parte do best seller "Fogo e Fúria", em que era descrito o caótico primeiro ano de Trump como presidente, e versa o período seguinte da presidência e tudo aquilo que já era revelado no primeiro livro não só se confirma como ainda agrava mostrando o maior centro do poder mundial nas mãos de um incapaz, egocêntrico e egoista, absolutamente incompetente para as funções que exerce.
Simplesmente assustador.
E portanto espera-se que na próxima terça feira os eleitores americanos, mais os cinquenta e tal milhões que votaram antecipadamente, livrem o seu país e o mundo desta figura paranóica e tornem a leitura deste e de outros livros sobre a presidência Trump apenas assunto para os historiadores ou para todos aqueles que queiram tomar consciência daquilo de que o mundo se livrou.
Se os eleitores, espero bem que não, decidirem de outra forma então não é difícl prever que muito mais livros sobre este assunto surgirão.
A ver vamos.
Depois Falamos.

terça-feira, outubro 27, 2020

12 Razões

Terça feira da próxima semana, e não esquecendo os mais de 50 milhões de americanos que já votaram antecipadamente, os Estados Unidos da América vão escolher o seu  presidente para o quadriénio 2021-2025.
É uma escolha que diz respeito aos Estados Unidos e aos americanos mas dada a importância do país no contexto mundial (com o devido respeito por esse país os EUA não são o Burundi) é uma eleição a que o resto do mundo não pode ficar indiferente porque as consequências de reeleger Donald Trump ou eleger Joe Biden são substancialmente diferentes e terão umas repercussões económicas, geo estratégicas, ambientais e muitas outras que serão impossíveis de ignorar.
E por isso não sendo eleitor nos EUA mas tendo uma distância inultrapassável do "orgulhosamente sós" que alguns parece quererem ressuscitar a propósito de opiniões de que não gostam,sobre a presidência de Trump, venho aqui reiterar tudo quanto escrevi sobre o assunto nos últimos cinco anos (sim, já em 2016 tinha "apoiado" a candidatura de Hillary Clinton) e manifestar o mais veemente desejo de que Joe Biden vença a eleição e atire Trump para o caixote do lixo da História que é o único lugar à dimensão da sua personalidade.
E desejo a derrota de Trump por doze razões essenciais embora existam seguramente mais algumas.
1) Trump é um trapaceiro com uma carreira profissional assente em duvidosos negócios imobiliários, inúmeros processos judiciais, falências fraudulentas e outras nem tanto. É o tipo de sujeito a quem ninguém compra um carro usado para usar um exemplo já utilizado em presidenciais americanas.
2) Trump é um mentiroso a quem o New York Times já compilou mais de dez mil mentiras (!!!) enquanto presidente das quais a do estado de prontidão da vacina contra o covid-19 não será das menores nem das mais insignificantes.
3) Trump é um malcriado de que as suas declarações sobre Hillary Clinton ou a forma descortês e grosseira como se portou na reunião com a rainha Isabel II são apenas dois dos milhares de exemplos possíveis.
4) Trump é um caloteiro que deve ao fisco do país de que é presidente mais de 400 milhões de dólares conforme ele proprio admitiu em recente entrevista televisiva à CBS.
5) Trump é um ignorante incapaz de identificar a localização da Coreia do Norte num mapa ou saber a diferença entre Inglaterra e Reino Unido.
6) Trump é um racista que não alugava casas a negros nas suas empresas imobiliárias, não queria negros a trabalhar nos seus casinos e nunca se demarcou claramente dos autores dos incidentes raciais que nos últimos anos tem assolado o seu país.
7) Trump é xenófobo como o comprovam as suas repetidas declarações contra os imigrantes e a sua obsessão tresloucada em construir um muro entre os Estados Unidos e o México.
8) Trump é misógeno e o seu comportamento para com as mulheres, incluindo a primeira dama, ao longo dos anos é de molde a envergonhar qualquer pessoa que não o próprio sendo conhecidos vários episódios desde o estalo dado num elevador à própria mulher até às declarações sobre qual a parte da anatomia feminina pela qual as mulheres gostavam de ser agarradas.
9) Trump é incompetente e são disso exemplos a forma como não preparou as cimeiras com Putin e Kim Jong Un, como não lê nenhum dossier sobre que assunto for, como se mostra incapaz de manter a atenção por mais de dez minutos em qualquer tipo de reunião, como promove diplomacias paralelas através do genro e ao arrepio da Secretaria de Estado.
10) Trump é nepotista não tendo qualquer prurido em nomear a filha e o genro para altos cargos na Casa Branca, ao arrepio de possuirem competências específicas para os cargos para que foram nomeados, bem como outros membros da família para cargos diversos.
11) Trump é intriguista promovendo constantes intrigas entre membros da administração, caluniando-os e depreciando-os , sendo de longe o presidente americanos que mais demissões provocou entre o seu staff e aquele que mais gente demitiu por caprichos pessoais que iam da forma como os colaboradores  olhavam, falavam ou com quem se relacionavam.
12) Trump é batoteiro e o exemplo maior dessa batotice foi a forma como ganhou as presidenciais de 2016 com a ajuda de hackers russos próximos do governo de Putin como ficou sobejamente demonstrado nas investigações do procurador especial Robert Mueller.
Tudo isto são factos comprovados sobre a personalidade do maior equivoco de sempre dos eleitores americanos e que foi o pior presidente de que os EUA terão memória em muitos e muitos anos.
Esperemos que na próxima terça feira seja posto ponto final na tragicomédia Donald Trump.
Depois Falamos

P.S. Já sei que alguns "Trumpeteiros" gostam muito de falar no crescimento económico e diminuição do desemprego na parte inicial do seu mandato. Se isso aconteceu com semelhante incompetente quanto melhor teria sido com um Presidente digno desse nome e desse cargo.

Açores: O Recomeço?

As eleições regionais dos Açores no passado domingo  tiveram como pequeno vencedor, mas grande derrotado, o PS que ao perder a maioria absoluta perdeu também a maioria de esquerda no Parlamento regional sujeitando-se agora, curiosa e saborosa ironia, a que uma geringonça de centro direita lhe arrebate o poder.
E portanto para lá das patéticas, hipócritas e amnésicas declarações dos socialistas regionais, acompanhadas por um Bloco de Esquerda que para pouco mais do que para capacho serve e por um António Costa que com a falta de vergonha que o caracteriza se agarra agora à matemática que destruiu em 2015, declarando que ganharam as eleições e portanto lhes compete formar governo o que fica é a certeza que está nas mãos do centro direita acabar com 24 anos de governação socialista no arquipélago e encetar um novo ciclo de poder.
Não será fácil.
Porque implica juntar num projecto comum cinco partidos -PSD, CDS, PPM, Chega e Iniciativa Liberal- que tendo seguramente pontos de vista comuns em muita coisa terão também assinaláveis divergências nalguns outros que poderão complicar o entendimento para dar corpo a uma nova maioria.
Mas quem se puser de fora desse acordo, e o líder regional do PSD -José Manuel Bolieiro- já disse estar disposto a falar com todos sem excepção, ficará com o pesado ónus de impedir a mudança e servir como o "idiota útil" que vai permitir a continuação de um governo socialista que todos em campanha consideraram não servir os Açores e todos prometeram substituir.
Constituir um govero de centro direita nos Açores pode significar não só um recomeço para o arquipélago, depois de mais de duas décadas de estafado governo socialista, como também um importante sinal para o todo nacional com vista a futuras eleições legislativas que o calendário aponta para 2023 mas o andamento das coisas pode antecipar face às linhas de fractura na falecida geringonça.
PSD, CDS, PPM, Chega e Iniciativa Liberal tem uma oportunidade única de começarem a dar a volta a um texto que está alevar pelo mau caminho já habitual nos governos socialistas que nos arruinaram em fases diferentes das últimas décadas.
Esperemos que saibam estar à altura da responsabilidade, tenham o bom senso de se entenderem e não inviabilizem a mudança por questões menores e que o país não perceberá.
Depois Falamos.

segunda-feira, outubro 26, 2020

Balanço do Dérbi

Sendo um dérbi, por excelência, aquele jogo que mais se gosta de ganhar mas também aquele que mais se teme perder devo confessar que olhava para este Vitória-Braga com muita expectativa mas também com uma razoável dose de preocupações face ao que tenho visto às duas equipas nesta Liga e aos dois clubes nestes últimos quinze anos.
Grosso modo um Braga forte, estruturado, com uma plataforma de ambições bem altas, com equipas e planteis de muito boa qualidade face a um Vitória imerso em sucessivos anos zero, em mudanças radicais nos planteis e na própria estrutura directiva (4 presidentes em 16 anos contra apenas um do rival) o que leva a que nos últimos 25 jogos entre ambos o Vitória tenha vencido apenas cinco!!!
Todo o contrário de décadas e décadas anteriores a 2004.
O jogo confirmou as preocupações.
Uma entrada forte do Braga, a dominar todos os capítulos do jogo, com uma pressão alta que asfixiava o meio campo do Vitória e um ataque que ia pondo sucessivos problemas ao último reduto vitoriano enquanto do outro lado do terreno a defesa bracarense chegava e sobrava para as encomendas.
O Braga fez um golo e ameaçou fazer mais enquanto o Vitória em toda a primeira parte apenas teve um lance de relativo perigo com Bruno Duarte a finalizar ao lado do poste esquerdo da baliza bracarense o que prenunciava um resultado que podia atingir números desagradáveis como aquele que mandou embora Pedro Martins.
Num jogo completamente diferente do do Bessa o Vitória alinhou com uma equipa igual o que contribuindo para fortalecer automatismos e rotinas de jogo , bem como para estabilizar uma equipa tipo, tem o risco de perante um adversário bem diferente para melhor as coisas não correrem tão bem em termos de resultado final.
Como não correram.
Mikel denotou as já conhecidas limitações a sair com a bola jogável, Rochinha tema tendência normal para cair nos flancos, André André jogou longe dos avançados e tudo isso contribuiu para que o Vitória não tivesse jogo interior como também para que o adversário assegurasse com alguma facilidade a supremacia na intermediária que depois convertia em lances de perigo enquanto os dianteiros do Vitória assinaram uma primeira parte de muito pouca inspiração.
Por outro lado a inexistência (até pode ser que exista no plantel mas ainda não se afirmou) de um clássico "10" que leve a bola para o último terço do terreno e assista o ponta de lança ou finalize ele próprio, a exemplo do que tão bem fazia João Carlos Teixeira, também não tem ajudado em nada os processos ofensivos do Vitória.
Na segunda parte o panorama alterou-se de forma algo significativa com o Braga a manter um bom nível mas com o Vitória a melhorar bastante o seu desempenho muito por força do adiantamento de linhas, da forma como Quaresma pegou no jogo e desenvolveu vários lances (e remates) de perigo e do aparecimento de Marcus Edwards que na primeira parte não tinha sido visto.
O Vitória dominou largos períodos, criou lances de relativo perigo especialmente nos tais remates de Quaresma, mas manda a verdade que se diga que os contra ataques adversários foram bem mais perigosos e o Braga teve duas clarissímas oportunidades que Galeno por egoismo e Schettine por mérito de Bruno Varela não conseguiram transformar em golos.
João Henriques, pese embora a desvantagem no marcador foi adiando as mexidas na equipa e apenas aos 72 minutos fez a primeira, e algo estranha, alteração ao tirar um médio mais ofensivo-André André- para meter um médio mais defensivo-Poha- que ainda por cima não é famoso pela qualidade do passe quando se esperava a entrada de um médio com características bem diferentes como André Almeida ou até o recém chegado Miguel Luís.
Com o jogo a caminhar para o fim há uma entrada violenta de Carmo sobre Edwards e do sururu (bem típico dos dérbis) resultante saem três cartões vermelhos directos deixando o Vitória a jogar dez contra nove nos minutos finais o que levou o treinador vitoriano, aos 86 minutos, a prescindir do lateral Sílvio por troca com o ponta de lança Holm e um minuto depois a trocar Rochinha por Miguel Luís sem que a equipa tivesse tirado qualquer benefício das trocas.
É verdade que o banco do Vitória não tinha muito mais opções efectivas (já o Braga fez entrar Musrati, João Novais, André Horta, Schettine e Tormena deixando ainda sem serem utilizados Gaitan e Abel Ruiz...) mas a não utilização de André Almeida continua a  não ser entendível seja sobre que perspectiva for.
Nos instantes finais o Vitória tentou pressionar por todas as formas mas em vantagem numérica optar bastas vezes pelos passes de longa distância em vez de levar a bola de pé em pé não se revelou boa opção e o Braga mesmo em desvantagem numérica foi resolvendo as situações sem problemas de maior acabando por vencer com justiça.
As preocupações, essas, vão continuar pelo menos mais algum tempo.
Porque o plantel do Vitória é grande em quantidade mas a qualidade nalgumas posições é de molde a causar grandes preocupações que ,por exemplo, se verão reflectidas na ausência de Jorge Fernandes nos próximos jogos.
Mas até Janeiro nada há a fazer que não seja tirar o máximo destes jogadores e aproveitar os que jogam na equipa B e podem ajudar como são os casos de Estupinan e Romain Correia.
Fábio Veríssimo é um mau árbitro e quanto a isso nada há a fazer.
Esteve bem no cartões vermelhos, não cometeu erros de relevo mas teve em termos disciplinares uma dualidade de critérios que prejudicou claramente o Vitória porque em lances iguais teve procedimentos diferentes sendo exemplar o caso de André Castro que apenas aos 67  minutos viu o amarelo à sétima ou oitava falta que fez.
Mas não foi pelo árbitro que o Vitória perdeu.
Depois Falamos

P.S O Braga jogar o mais ttradicional dérbi de Portugal todo vestido de azul é simplesmente ridículo!
Os estilistas da Liga e os "marketeiros" dos clubes tem uma enorme falta de respeito por tudo que é tradição.

sexta-feira, outubro 23, 2020

"Capitães" e Outras Histórias

O meu artigo desta semana no zerozero.pt

Gradualmente, ao sabor dos tempos e do mercantilismo desenfreado que o assaltou, o futebol vai perdendo algumas das suas  tradições, algumas das suas referências, algumas das místicas que lhe davam uma aura muito própria.
Foi a publicidade nas camisolas, foram as transferências a meio da época, foi a criação de sociedades anónimas desportivas, fo o “naming” dos estádios, foi a introdução do VAR e foram algumas outras coisas que tornam o futebol actual cada vez menos parecido com o do século passado.
Ao sabor desse mercantilismo, desse autêntico “vale tudo” que se vai instalando, também a função de “capitão” de equipa foi perdendo importância, simbolismo e o peso muito próprio que o ser “capitão”  dava a jogadores que tinham de ser especiais para merecerem essa honra.
Recordo no Vitória alguns “capitães” de equipa históricos aos quais se associava , colava até, a imagem do próprio clube tal a identificação que promoviam entre os adeptos e a equipa e eram especialmente admirados e respeitados pela forma como exerciam essa função.
António Peres, Abreu e Flávio Meireles são três dos muitos exemplos que podiam ser dados dos tais “capitães” que marcaram uma era e ainda hoje são recordados pelo seu amor ao clube e pela forma como lideravam a equipa dentro do campo sendo verdadeiras extensões do treinador.
Claro que eles, como outros, chegaram a “capitães” depois de vários anos com a camisola vestida sendo que Abreu e  Flávio foram “feitos” no clube enquanto Peres veio para o Vitória muito jovem e aqui fez toda a sua carreira.
Ou seja para ser “capitão” do Vitória tinha de se ter um histórico no clube e não era chegar, ver e logo...capitanear como agora se vai tornando vulgar um pouco por todo o lado que não no próprio Vitória onde o “capitão” André André já tem uns anos de casa e de bons serviços prestados.
Nesse capítulo, e embora estando bem longe de o assunto me preocupar minimamente, devo dizer que estranhei bastante ver Otamendi capitanear a equipa do Benfica no jogo com o Lech Poznan cerca de um mês depois de ter chegado ao clube e quando estavam em campo jogadores com maior antiguidade clubística.
Num clube que teve capitães históricos como Mário Coluna (talvez o mais emblemático de todos), como Humberto Coelho ou como Manuel Bento (mas também Eusébio, Néné, Veloso, Luisão, etc) faz alguma impressão ver a braçadeira envergada por alguéma acabado de chegar e que ainda poucos anos atrás era uma referência do Porto que é de há muito o maior rival do Benfica.
E por falar em coisas estranhas aí temos mais um capítulo da triste novela Marega com um qualquer orgão disciplinar a punir o Vitória com uma pesadíssima multa de cinquenta e cinco mil euros mais três jogos à porta fechada com o sádico pormenor de esses jogos apenas poderem ser cumpridos depois do regresso do público aos estádios!
Mas mais estranho ainda, depois do folclore nacional em volta do coitadinho do Marega alvo de suposto racismo no estádio D.Afonso Henriques, é que a montanha pariu um ratinho minúsculo por duas razões:
A primeira é porque depois de imenso alarido, do Presidente da República ao Primeiro Ministro passando por outros governantes, por uma imensidão de comentadores (a esmagadora maioria dos quais nem viu o jogo), por líderes de vários partidos e por todo o bicho careta que quis protagonismo à volta do caso a investigação indiciou apenas TRÊS pessoas como suspeitas de actos racistas caindo assim pela base a tentativa de envolver as claques vitorianas, o todo dos adeptos, o próprio clube e até a comunidade num manto vergonhoso de racismo.
TRÊS arguidos que até estavam numa bancada a cem metros do local onde estava o coitadinho do Marega. Fantástico!
A segunda razão é que o severissímo castigo agora aplicado nada tem a ver com atitudes racistas mas sim com detalhes “técnicos” que a seguir se explicitam:
 
-Sancão acessória de realização de um jogo à porta fechada por violação do dever de garantir o cumprimento das regras e condições de acesso e permanência de espectadores no recinto desportivo;
- Sanção acessória de realização de um jogo à porta fechada por apoio a Grupo Organizado de Adeptos (GOA) não registado;
- Sanção acessória de realização de um jogo à porta fechada por violação do dever de zelar pelo comportamento dos GOA.
 
Ou seja mais ou menos algumas das razões que tem levado a sucessivas interdições do estádio da Luz que nunca foram cumpridas porque o diligente TAD sempre as anulou como naturalmente irá fazer em relação ao castigo aplicado ao Vitória.
Em suma esta estranha história em torno das atitudes do jogador Marega promete não ficar por aqui. Mais capítulos virão...
Finalmente é estranho que a Liga, depois da FPF nos jogos da selecção, ande a autorizar jogos com público às “pinguinhas” como supostos testes para o regresso dos espectadores aos estádios.
Depois do Santa Clara-Gil Vicente anunciam-se agora o Santa Clara-Sporting, o Tondela-Portimonense e o Farense-Rio Ave da próxima jornada desconhecendo-se quais os critérios que levaram à escolha desses e não de outros jogos bem como quais as razões que impedem que todos os jogos sejam alvo desse tipo de teste que seria bem mais conclusivo porque abrangeria o todo nacional.
Para lá de um “pequeno “ detalhe que parece não preocupar a Liga.
Ao permitir que uns jogos tenham público e outros não está a violar o princípio da igualdade entre todos os clubes e consequentemente a ferir a verdade desportiva das competições que devia ser a sua preocupação maior.
Vale que estamos em Portugal e no futebol português.
Onde já não vale a pena ficarmos admirados seja com o que for!

Castigo

Agora que na sequência da "Cabala Marega" se quer aplicar ao Vitória um castigo inaudito (curiosamente por razões que nada tem a ver com as alegadas aitudes racistas) cabe perguntar se este desmiolado não vai ser igualmente castigado.
Pelas provocações aos adeptos do Vitória, por deliberadamente ter corrido dezenas de metros para ir festejar o golo juntos dos adeptos vitorianos, numa clara atitude provocatória, quando tinha os adeptos do seu clube a meia dúzia de metros, por ter as atitudes incitadoras de violência que a fotografia documenta.
Já que o árbitro não teve a coragem de o expulsar do relvado, depois das pantominices que protaagonizou e que obrigaram à paragem do jogo por mais que uma vez, seria bom que aqueles que se arvoram em paladinos da Justiça dessem o exemplo e punissem também quem não está isento de pesadas responsabilidades em tudo que aconteceu.

Hipocrisia

 "Num momento tão crítico, Rui Rio deixou cair o interesse nacional"

Se há coisa para que já não tenho paciência é para a repetida hipocrisia do PS. 
Gostava que este Carneiro de serviço a essa hipocrisia dissesse quantos orçamentos de Estado votou o PS favoravelmente quando estava na oposição.
Em especial  quantos orçamentos de Estado votou favoravelmente nos dificílimos anos da troika que veio para Portugal,recorde-se, graças à tremenda irresponsabilidade governativa do PS. 
Nesse tempo do bota abaixo descontrolado, raivoso e a raiar a canalhice quis lá o PS saber do interesse nacional que agora candidamente vem evocar. 
Mais: Será que este recadeiro do chefe ainda se recorda de esse mesmo chefe ter dito que se o OE dependesse dos votos do PSD o governo acabava? 
O actual PS além de profundamente hipócrita é cada vez mais tóxico para uma democracia de que se acha dono. 
E fedorento. 
Cada vez mais fedorento!

Muito Obrigado

Concluída a minha sexagésima primeira volta em torno do sol quero agradecer de forma muito sensibilizada a todos quantos quiseram juntar-se a esse final de etapa fazendo chegar por vários meios o sinal da sua amizade.
A todos procurei agradecer mas sei que não foi possível esse agradecimento a todos chegar por razões que apenas a tecnologia poderá explicar.
Tem sido gratificante fazer uma viagem já longa em tão boas companhias que certamente me acompanharão na sexagésima segunda volta hoje iniciada
E por isso aos que já agradeci e muito em especial aqueles a quem não o consegui fazer aqui fica o meu MUITO OBRIGADO.

quarta-feira, outubro 21, 2020

5 Notas Finais

O Boavista-Vitória da passada segunda feira, terminado com um precioso triunfo vitoriano, merece algumas notas finais a acrescentar aquilo que já foi dito sobre esse clássico do futebol português.
1) É um jogo em que o triunfo vale mais que três pontos face ao histórico dos confrontos entre os dois clubes  pelo que ao vencer a partida o Vitória conseguiu o seu mais importante objectivo à entrada de um ciclo que se adivinha difícil. Não fez a exibição que se sabe ao seu alcance mas garantiu os três pontos e isso era o essencial para este jogo.
2) João Henriques tendo pegado na equipa uma semana antes, após o insólito e muito mal explicado abandono do rapaz que o antecedia no cargo, olhou o jogo de forma pragmática sabendo que em oito dias não poderia colocar a equipa a actuar conforme a sua ideia de jogo e por isso importava explorar o potencial individual existente  e aquilo que de bom a equipa vinha fazendo nalguns aspectos.
3) O Vitória fez uma primeira parte de nível muito aceitável dominando o jogo e não dando ao adversário grandes hipóteses de contrariar esse domínio. Fez um golo, podia ter feito mais um ou outro, e o resultado ao intervalo era justo. Na segunda parte o Boavista "cresceu", subiu as suas linhas causando perturbações ao meio campo do Vitória, e a equipa vitoriana recuou em demasia mas sem dar ao adversário grandes hipóteses de virar o jogo ao ponto de Bruno Varela se ver obrigado a fazer apenas uma defesa e de relativa dificuldade.
4) Talvez por não conhecer ainda (em oito dias era impossivel) o plantel na perfeição o treinador João Henriques não foi feliz nas substituições que nada trouxeram de positivo à equipa e terão contribuído, especialmente a saída de Edwards, para que o domínio boavisteiro na segunda parte não fosse contrariado. Seguramente que as próximas semanas permitirão ao técnico ficar com uma visão global de todo o plantel e aperfeiçoar todos os aspectos da sua intervenção no jogo.
5) Zié Ouattara teve uma estreia promissora, a equipa tem a defesa menos batida do campeonato, Marcus Edwards já deu um ar da sua graça, Jorge Fernandes tem estado muito bem no comando da defesa, Quaresma assume um protagonismo no jogo que beneficia a equipa, André André tem estado  bem nas operações de meio campo. São ilacções positivas que se tiram deste jogo, ou que ele confirmou, e que permitem expectativa sinteressantes para as próximas jornadas.
Até porque o plantel tendo lacunas também tem potencial e há jogadores que até agora não foram utilizados, ou pouco o foram , que podem trazer acréscimos de qualidade.
Agora importa olhar para o próximo jogo com ambição total.
Porque é daqueles que também vale mais que os três pontos.
Depois Falamos

P.S. Espero que João Henriques na análise que estará a fazer do plantel, e até levando em linha de conta os tais jogadores que ainda não foram utilizados, olhe seriamente para Óscar Estupinan que incompreensivelmente treina à parte. É jogador do clube, está inscrito na liga, fez uma boa época na Turquia, é ponta de lança dos que marca golos e pode reforçar a posição 9 que está claramente aquém das necessidades. E por isso, tal como temos a melhor defesa, também temos o pior ataque da Liga a par de Gil Vicente, B SAD e Rio Ave. E dos pontas de lança que "contavam" para o rapaz que foi embora não vamos poder esperar muitos golos. Bruno Duarte fará alguns mas Holm e Foster, jovens com potencial, ainda não tem a experiência necessária pelo que é prematuro exigir-lhes que se tornem de imediato os goleadores de que a equipa necessita.

segunda-feira, outubro 19, 2020

Sugestão de Leitura

Aníbal Cavaco Silva teve sempre o bom hábito de depois de cessar funções públicas escrever livros nos quais prestava contas do que tinha feito, da razão das suas opções, das políticas que seguira e porque razão o fizera.
Assim foi depois de deixar o cargo de ministro das finanças em 1980, de primeiro ministro em 1995 e de Presidente da República em 2016 publicando várias obras sobre as funções que exercera.
Este livro que agora publica já não é bem um prestar de contas mas muito mais um recordar das funções desempenhadas, de algumas obras marcantes dos seus três governos e das razões ideológicas que nortearam a sua acção política.
Bem como da inspiração que Francisco Sá Carneiro para ele constituiu ao longo da sua vida pública.
A primeira parte do livro, a mais interessante porque aborda a fundamentação ideológica da sua acção governativa, descreve com algum detalhe princípios daquilo que considera como uma social democracia moderna e que passaram ,ao longo de dez anos, por matérias tão importantes como a concertação social, a protecção da saúde, a independência da comunicação social, a equidade na tributação de rendimentos, a igualdade de oportunidades, a defesa do ambiente e do ordenamento do território, a solidariedade e a justiça social, a economia de mercado e a iniciativa provada.
Na segunda parte recorda algumas obras e iniciativas importantes do seu governo como a conclusão da auto estrada Porto-Lisboa, o centro cultural de Belém, a Fundação de Serralves, o Alqueva, as pontes Vasco da Gama entre Loures e Alcochete e de S.João e Freixo entre Porto e Vila Nova de Gaia, a Via do Infante, a Expo 98, a erradicação de barracas em Lisboa e no Porto, a vinda para Portugal da Auto Europa, a ampliação do aeroporto Sá Canrneiro, o projecto das Aldeias Históricas entre outras obras marcantes e que mudaram o país para muito melhor.
Os dez anos de governo de Aníbal Cavaco Silva foram os melhores depois do 25 de Abril porque foram  aqueles em que Portugal mais se desenvolveu, prosperou e atenuou o seu crónico atraso face aos países mais desenvolvidos da Europa face às políticas social democratas que os executivos levaram a cabo.
E é particularmente importante recordá-lo porque posteriores governos do PSD  liderados por José Manuel Durão Barroso, Pedro Santana Lopes e Pedro Passos Coelho (este em especial) tiveram como prioridade quase absoluta recuperar o país do descalabro herdado das governações socialistas de António Guterres e José Sócrates (este em especial) e quando o conseguiram viram-se arredados do poder pelo golpe de estado patrocinado por Jorge Sampaio e pela geringonça de António Costa vendo-se assim impossibilitados de governarem num clima económico bem mais favorável do que aquele que encontraram.
E se o tivessem podido fazer acredito que Portugal estaria hoje bem melhor.
Depois Falamos.

Dérbi?

Serão os jogos entre Vitória e Boavista um dérbi?
Duvido.
O grande dérbi do futebol português, o mais antigo e mais clássico de todos eles, é o Vitória Sport Clube versus Sporting Clube de Braga e quanto a esse não há a menor duvida que assim é e pode enfileirar no lotes dos grandes dérbis que fazem a glória e o fascínio do futebol.
É um "dérbi" entre duas comunidades vizinhas que dura há mais de mil anos e que nos últimos quase cem teve no futebol a sua expressão mais mediática mas não única.
Agora com o Boavista a história é diferente.
Durante muitos anos jogar com os axadrezados era como jogar com a Académica, o Belenenses, o Marítimo, o Farense ou qualquer outro clube sem o interesse acrescido de jogar com Sporting, Porto ou Benfica e muito menos com o grande rival de "Trás Morreira" como na brincadeira se chama ao Braga.
Tudo mudou em dois anos consecutivos por obra de um vigarista chamado António Garrido que em duas arbitragens desgraçadas prejudicou amplamente o Vitória, beneficiou largamente o Boavista e contribuiu para criar entre os dois clubes e respectivas massas adeptas uma animosidade que nunca mais acabou.
Em 1974/1975 na última jornada do campeonato o Vitória recebia o Boavista com dois pontos de avanço e bastava o empate para finalizar a prova no quarto lugar que dava acesso à taça UEFA.
Garrido não quis.
E com dois golos em foras de jogo não assinalados o Boavista venceu por 2-1 e logrou o apuramento europeu à custa do Vitória e do...carro do árbitro queimado nos incidentes que se seguiram ao fim do jogo e que só terminaram com intervenção de forças militares perto da meia noite muitas horas depois de o jogo terminar.
Na época seguinte Vitória e Boavista encontraram-se na final da taça de Portugal, disputada no estádio das Antas, e surpreendentemente arbitrada pelo mesmo António Garrido que não era o árbitro escalado mas que mexeu os cordelinhos para passar a ser e concretizar uma das maiores vigarices que alguma vez vi num estádio de futebol.
O Boavista ganhou (desta vez com golos limpos) por 2-1 mas o patife de apito na boca sonegou ao Vitória três grandes penalidades a última das quais (sobre Almiro) foi mesmo à frente da bancada onde eu estava e se aquilo não era penalti não há penaltis no futebol.
Em dois anos o Vitória perdeu, graças a um árbitro que nunca o devia ter sido, dois apuramentos europeus e uma taça de Portugal a favor do Boavista e a partir dessa final de taça nunca mais as coisas foram iguais entre clubes e respectivos adeptos.
A que acresce o facto de a partir de 1980 com duas lideranças fortissímas nos clubes, Pimenta Machado no Vitória e Valentim Loureiro no Boavista , a tensão entre ambos andar sempre perto dos limites e os triunfos de um perante o outro serem especialmente significativos e valorizados porque para lá da disputa entre clubes havia um "duelo" pessoal entre presidentes.
São muitos os episódios a ilustrarem esses tempos, desde as palhaçadas do guarda redes Alfredo que custaram seis jogos de interdição ao Vitória até ao guarda chuva com que Marinho Peres foi agredido no Bessa sem esquecer uma tumultuosa saída de campo do guarda redes William , um golo de antologia de Romeu ou aquele inolvidável golo de chapéu marcado por Pedro Mendes a Ricardo ,no Bessa , com um remate desferido ainda no meio campo vitoriano.
Os jogos entre Vitória e Boavista poderão não ser um dérbi, no sentido clássico do termo, mas são jogos que que qualquer um dos clubes gosta especialmente de ganhar face à tal tensão existente entre ambos desde 1976 e essa famigerada final de taça.
Espero que hoje ao entrarem em campo os jogadores do Vitória e o seu treinador, João Henriques, se lembrem disso.
Se lembrem que ganhar ao Boavista vale três pontos e mais qualquer coisinha.
Depois Falamos.

domingo, outubro 18, 2020

Liga Europa

A Liga Europa é uma espécie de parente pobre da Europa dos ricos -Liga dos Campeões- onde vão parar as equipas que não ganharam o campeonato e aquelas que caem da Liga dos Campeões por nesta prova não terem conseguido seguir em frente.
Nas quarenta e oito equipas que passaram à fase de grupos, quer por apuramento directo quer por ultrapassarem as pré eliminatórias e o play off, há desde ilustres desconhecidos a equipas com pergaminhos consolidados das quais o Milan com o seu brilhante palmarés na Liga dos Campeões será a mais ilustre mas do qual também fazem parte outros antigos campeões europeus como Benfica, PSV, Feyenoord ou Celtic.
Em suma há equipas para todos os gostos das quais sairá o vencedor da prova sendo que para lá dos citados ex campeões europeus há ainda equipas de grande valia como Arsenal, Roma, Nápoles entre outros.
Quanto às duas equipas portuguesas ainda em prova-Benfica e Braga- é de esperar que passem a fase de grupos porque os adversários que lhes saíram em sorte são de molde a permitir que em condiçoes normais isso seja possível.
A equipa de Lisboa terá o Standar de Liége, o Rangers e o Lech Poznan como adversários e pese embora o valor de cada uma delas o apuramento está perfeitamente ao seu alcance se não tiver deslizes como com o Paok.
Quanto ao Braga terá no Leicester o mais forte adversário, não poderá subestimar o AEK enquanto do Zorya Luhansk não deverão vir grandes problemas.
Mas nunca fiando.
Depois Falamos.

Futebol

Ontem tive oportunidade de assistir via sport-tv, a um dos maiores dérbis do futebol inglês protagonizado pelos dois maiores clubes de Liverpool que chegaram a esse jogo com o Liverpool sendo campeão em título e o Everton liderando o campeonato.
O dérbi de Merseyside nem precisade desses condimentos para ter a emoção e a rivalidade de sempre mas eles também ajudaram a que a expectativa em torno do jogo fosse enorme e os noventa minutos não desiludiram.
Grande jogo de futebol, grandes jogadas e grandes golos, com emoção até final face à evolução do marcador que manteve os telespectadores presos ao ecran até ao ultimo segundo tal a incerteza quanto ao resultado.
Marcou primeiro o Liverpool, empatou o Everton, voltou a marcar o Liverpool e voltou a empatar o Everton para já nos instantes finais o Liverpool voltar a marcar (o golo que lhe daria o triunfo) mas a intervenção do VAR manteve o empate.
Intervenção errada creio eu porque o fora de jogo marcado a Mané não existiu dado que a única parte do corpo que estava em fora de jogo era o cotovelo e como com essa parte não se pode jogar a bola também não pode ser considerado em termos de fora de jogo.
Pelo menos foi assim que os comentadores da sport-tv caracterizaram a jogada e creio que com razão.
Isso não obstou a que tivesse sido um grande jogo que vi com o interesse com que não consigo ver jogos do nosso campeonato com excepção, óbvia, daqueles em que participa o Vitória.
Depois Falamos.

sexta-feira, outubro 16, 2020

Liga dos Campeões

Nestes tempos tão atípicos, em que uma pandemia transtornou a vida a pessoas, organizações, empresas, clubes e por aí fora, o futebol vai também pagando a sua factura no combate ao covid-19 com a realização de jogos à porta fechada, o encavalitar de umas competições e o adiamento de outra spara tempos que se desejam mais tranquilos.
Até a prova raínha do futebol mundial a nível de clubes, a Liga dos Campeões, tem visto o seu normal curso perturbado e o seu mediatismo algo perturbado porque as pessoas tem outras preocupações bem maiores do que acompanhar competições futebolísticas.
Foi assim que sem o esplendor habitual se realizou um destes dias o sorteio da fase de grupos com os agrupamentos que o quadro evidencia e que proporcionarão a já habitual previsão quanto aos apurados para a fase seguinte.
Então aí vai.
O grupo A parece de fácil previsão com o actual campeão europeu, Bayern de Munique, e o Atlético de Madrid a merecerem amplo favoritismo que os outros dois clubes se encarregarão de tentarem contrariar. Mas seria motivo de surpresa que se apurasse outro que não os dois referidos.
No grupo B o Real Madrid passará e depois a disputa será muito interessante entre Inter, Shaktar e Borússia Monchengladbach, Ligeiro favoritismo para os italianos.
No grupo C, o dos treinadores portugueses, favoritismo para Porto e Manchester City e depois Olympiacos e Marselha tentarão a sua sorte mas creio que sem grandes hipóteses.
No grupo D creio que Liverpool e Atalanta passarão sem grande dificuldades pese embora a presença do "senhor" Ajax.
No grupo E favoritismo total para Sevilha e Chelsea sendo a incógnita saber qual o escalonamento de ambos na classificação. Os outros não me pare terem qualquer hipótese.
O grupo F é dos mais equilibrados com Zenit, Dortmund, Lazio e Brugge a disputarem o apuramento que pode sorrir a qualquer um deles. Penso que o Dortmund é o mais forte, e por isso passará, e logo a seguir a Lazio de Roma.
O grupo G será um quase passeio para Juventus e Barcelona e proporcionará o reencontro de Ronaldo e Messi o que é sempre um aliciante maior para qualquer jogo. Dínamo de Kiev e Ferencvaros (um histórico húngaro de regresso aos grandes palcos) disputarão o terceiro lugar do grupo. 
No grupo H claro favoritismo para PSG e Manchester United mas o Leipzig não pode nem deve ser subestimado porque quem o fizer corr eo risco de uma desagradável surpresa.
Em suma para a fase seguinte aposto em:
Bayern, Atlético de Madrid, Real Madrid, Inter, Porto, Manchester City, Liverpool, Atalanta, Sevilha, Chelsea, Dortmund, Lazio, Juventus, Barcelona, PSG e Manchester United.
Daqui a umas semanas saberemos.
Depois Falamos.

Alentejo

 Nestas eleições os autarcas alentejanos tinham duas escolhas.
Eram aliás os únicos em cuja CCDR havia possibilidade de optarem depois do vergonhoso negócio entre Costa e Rio que transformaram as eleições em quatro CCDR numa penosa fantochada.
De um lado o presidente da CCDR/Alentejo nos últimos cinco anos-Roberto Grilo-autor de uma gestão de excelência, competente e isenta, que por isso viu a candidatura subscrita por autarcas de todos os partidos incluindo o PS.
Do outro lado um comissário político do PS- Ceia da Silva- que se candidatava para defender os interesses políticos e autárquicos socialistas como os próximos cinco anos demonstrarão exuberantemente.
Num universo eleitoral de 1288 eleitores venceu Ceia da Silva por uma diferença inferior a 100 votos ( conseguindo apenas 518 dos 615 votos do PS na região) mas registando-se mais de 250 votos brancos que foram os responsáveis pelo seu triunfo.
De facto o PCP numa mescla de rigidez ideológica bafienta com interesses pessoais de alguns baronetes locais do partido, defendeu o voto em branco como forma de protesto contra o processo de eleição levando a que cerca de metade dos seus autarcas tenha seguido essa orientação ( os outros perceberam muito bem o que estava em causa e terão votado massivamente em Roberto Grilo) "votando" assim no candidato contrário aos interesses das suas autarquias.
Pode dizer-se que nesta votacao o PCP ofereceu ao seu principal adversário no Alentejo a corda com que este o vai enforcar como as autárquicas de 2021 e 2025 se encarregarão de provar!
O Bloco Central de interesses obteve no Alentejo a cereja no topo de um bolo de falta de vergonha como foi está falsa eleição dos presidentes da CCDR que mais não passou do que a nomeação por Costa e Rio dos presidentes das CCDR dando depois ordens aos seus autarcas para neles votarem. No Alentejo , por força da coragem de Roberto Grilo, a história podia ter sido bem diferente e ter sido dada uma lição aos que se acham donos disto tudo.
Foi pena.
Por Portugal que está cada vez mais perto de ser a Venezuela europeia por força do "Maduro" que nos governa e de quem não sabe ser-lhe alternativa.

quinta-feira, outubro 15, 2020

Potência

Portugal é de facto uma potência do futebol mundial.
Digo-o com convicção, e sem qualquer ironia, face ao que tem sido o trajecto da nossa selecçãoo desde 2000 com presença em todos os campeonatos da Europa e campeonatos do Mundo com dois títulos ,  um vice campeonatos e lugares honrosos em vários desses campeonatos.
Assente no talento de futebolistas de altíssima qualidade  como Figo, Ricardo Carvalho, Deco, Rui Costa, Maniche, Pauleta, Vítor Baía, Pepe, João Moutinho, Fernando Couto, Ricardo Quaresma, Bernardo Silva e alguns outros entre os quais, e acima de todos, o génio que é Cristiano Ronaldo a selecção construiu um trajecto de vitórias e exibições que a tornam temida por qualquer selecção do futebol mundial e que lhe permitem jogar em qualquer estádio para ganhar como ainda por estes dias se viu em Paris jogando frente ao campeão do mundo.
E por isso jogue quem jogar as vitórias aparecem e a selecção não só se apura para as fases finais como participa nelas como candidato a vencê-las.
Frente à Suécia, outrora um adversário temível, Portugal fez mais uma boa exibição vencendo por números confortáveis e dando um passo importante para defender o seu título na Liga das Nações.
Sem Ronaldo, impossibilitado pelo covid-19 de estar presente, apareceram outras soluções com particular destaque para o emergente Digo Jota que fez dois excelentes golos e mostrou bem a razão de ter sido contratado pelo Liverpool actual campeão de Inglaterra.
Dá gosto ver Portugal jogar.
E mais daria, se possível, caso se percebesse a segunda titularidade consecutiva de um jogador cujo rendimento em campo não só é fraquissímo como ainda atrapalha o jogos dos colegas nalgumas situações.
Dos tais "mistérios" que persistem em não abandonar a equipa de todos nós.
Depois Falamos.

segunda-feira, outubro 12, 2020

Sugestão de Leitura

Este livro, da autoria de Gonçalo Pereira Rosa e José Paulo Fafe mas no qual participam muitos outros ex jornalistas do semanário "Tal e Qual", é uma memória de um jornal que marcou uma época e foi diferente de todos os outros.
Uma época em que o termo jornalismo também significava investigação e em que os jornais estavam muito menos enfeudados ao poder político e económico do que estão hoje como é comummente sabido por quase todos.
Nele se recordam algumas das grandes investigações do "Tal e Qual", alguns dos "furos" conseguidos, muitas das irritações provocadas a sucessivos governos que lidavam mal com a irreverência de um jornal sempre à coca da melhor notícia.
Fui durante muitos anos um leitor regular do jornal, ao longo das várias fases da sua vida, e este livro em que reencontrei textos de que ainda tinha memória e outros que foi saboroso voltar a lembrar foi quase o reencontrar de um velho amigo que já não via há muitos anos.
Pena que fosse apenas em livro e não nas páginas do jornal mas as coisas são o que são e o tempo do "Tal e Qual" já lá vai sem retorno previsível.
Também por isso vale a pena lê-lo.
Porque dele emana jornalismo como hoje é cada vez mais difícil de encontrar.
Depois Falamos.