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segunda-feira, agosto 31, 2020

Estrada Nacional 2

A moda, se assim lhe podemos chamar, começou nos Estados Unidos da América com a mítica "Route 66" que ao longo de quase quatro mil quilómetros liga Chicago no Illinois a Santa Mónica na Califórnia e que muito anterior ao tempo das auto estradas se tornou num percurso fundamental a ligar as duas costas desse imenso país.
E com base em toda a mitologia, e todo o saudosimo, criados em volta dessa estrada foram-se popularizando outros percursos como a "Interstate 80" que liga Nova Iorque a S. Francisco num percurso de quatro mil e setecentos quilómetros que é também ele percorrido por muitos saudosistas desse tempo.
Em Portugal está agora na moda, e muito bem diga-se de passagem, percorrer a antiga estrada nacional 2 que liga Chaves a Faro permitindo a quem nela circula conhecer o interior do país e disfrutar de paisagens, monumentos e gastronomia que valem bem a pena fugindo à quase obrigatoriedade da monotonia das  auto estradas e das suas carissímas áreas de serviço.
De Chaves até Faro ou de Faro até Chaves, é indiferente, vale a pena guardar uns dias de férias para fazer essa viagem.
Há um "outro" Portugal que espera por nós.
Depois Falamos.

Pântano

Marcelo ataca Graça Freitas e a DGS: "Não se conhecem as regras do Avante a 5 dias da festa"

O que quer esconder a DGS?
Em que país estamos quando uma directora geral se acha no direito de responder ao Presidente da República?
Por onde anda o governo nesta questão? 
Que é feito da ministra da saúde que tutela a DGS? 
O primeiro ministro em termos de saúde terá mais alguma prioridade do que insultar médicos e enfermeiros e dizer disparates sobre o que falta e não falta no SNS? 
O pântano está ai ao virar da esquina.

Congresso

O partido Aliança vai realizar no final de Setembro, se a evolução da pandemia não o impedir ( e convém lembrar que embora não esteja representada no Parlamento a Aliança cumpre escrupulosamente todas as leis que lá são aprovadas sem reivindicar estados de excepção), o seu segundo congresso.
Fá-lo cerca de dois anos após a sua legalização e num cenário político interno e externo que não é o mais favorável.
Interno porque o partido não conseguiu cumprir nenhum dos seus objectivos eleitorais  dado não ter eleito representação no Parlamento Europeu, na Assembleia Regional da Madeira e na Assembleia da República que foram os três actos eleitorais em que participou neste quase dois anos de vida.
Há razões para isso mas não é agora o tempo de falar nelas.
Externo porque se assiste a um enfraquecimento do centro direita  como jamais se vira até hoje e que leva a que todos os partidos à direita do PS mesmo juntos numa grande coligação (que a Aliança propôs há mais de ano e meio já prevendo o que iria acontecer e não se enganou) não conseguiriam hoje ter uma maioria que lhes permitisse governar, a salvo de golpes geringonçistas, caso existissem eleições antecipadas.
É um congresso num tempo difícil mas as coisas são o que são e há que lhes fazer frente.
Não será certamente um congresso com a dimensão e a espectacularidade do primeiro, realizado em Évora em Fevereiro de 2019, mas será igualmente importante porque nele se elegerão os orgãos nacionais, se definirá uma linha estratégica, se tomarão decisões quanto às presidenciais e se procederá à eleição do novo líder do partido dado que o seu fundador, Pedro Santana Lopes, decidiu não se recandidatar.
E substituir um líder, e ainda por cima um líder que é o fundador do partido e cuja imagem está fortemente associada à do próprio partido, é uma tarefa de enorme responsabilidade e que se sobreporá seguramente a todas as outras escolhas que o congresso irá fazer e que são muito importantes.
É importante escolher os orgãos nacionais, nuns casos renovando mandatos e noutros trazendo outras pessoas, é importante escolher a linha estratégica para os próximos anos nomeadamente na abordagem às autárquicas, é importante definir a posição do partido quanto às eleições presidenciais e ao candidato que apoiará.
Do meu ponto de vista, e sem nisso misturar opinião pessoal sobre o mandato do actual Presidente, creio que a Aliança institucionalmente  não terá outra opção sensata que não passe pelo apoio à recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa.
Mas o Congresso é soberano e tomará as decisões que muito bem entender.
Nessa e noutras matérias.
Não sei, ainda, se poderei estar presente em Torres Vedras para assistir aos trabalhos do Congresso como é meu desejo.
Mas sei que não me envolverei de forma rigorosamente nenhuma na questão da sucessão do líder do partido!
Há candidatos já no terreno, e por todos sem excepção tenho estima pessoal e a consideração devida a quem partilhou lealmente combates tão difíceis quanto gratificantes, poderão ainda aparecer um ou outro mas nessa matéria e enquanto militante do partido limito-me a desejar a todos a melhor das sortes na expectativa de que o Congresso escolha aquele que for, de facto, a melhor opção para o futuro da Aliança.
Depois Falamos.

Eça


Às vezes interrogo-me sobre o que escreveria Eça de Queiroz, se por artes mágicas pudesse vir ao tempo presente, sobre Portugal, sobre Lisboa e sobre a política e a sociedade.
Prosador maior da lingua portuguesa, em minha opinião, e tendo caracterizado de forma soberba a sociedade do seu tempo como avaliaria hoje os políticos que nos governam , os banqueiros que nos desgovernam, o mundo das artes, do espectáculo, da comunicação social.
Se reescrevesse a sua principal obra, "Os Maias" , adaptando-a aos século em que vivemos em quem se basearia dos protagonistas actuais para criar o "João da Ega",o "Conde Gouvarinho", o "Dâmaso Salcede", o "Eusebiozinho", o "Palma Cavalão", a "Condessa de Gouvarinho", o "Tomás de Alencar", o " Manuel Vilaça", os "Cohen" entre tantas outras personagens inesquecíveis. Já para não falar no "Carlos Eduardo da Maia" e na "Maria Eduarda da Maia".
Uma coisa sei: Teria muita dificuldade em encontrar alguém com base no qual pudesse criar o "Afonso da Maia".

Calendário Liga 2020/2021

VITÓRIA SC - Belenenses
Rio Ave - VITÓRIA SC
VITÓRIA SC - Paços de Ferreira
Boavista FC - VITÓRIA SC
VITÓRIA SC - SC Braga
Gil Vicente - VITÓRIA SC
VITÓRIA SC - Sporting CP
CD Tondela - VITÓRIA SC
VITÓRIA SC - Portimonense
Santa Clara - VITÓRIA SC
VITÓRIA SC - FC Porto
VITÓRIA SC - Nacional
Moreirense - VITÓRIA SC
VITÓRIA SC - SC Farense
Famalicão - VITÓRIA SC
VITÓRIA SC - Marítimo
SL Benfica - VITÓRIA SC

Calendário

No campeonato jogam todos contra todos,a duas voltas, e por isso o calendário tem uma importância relativa embora não negligenciável.
Numa primeira apreciação ao que toca ao Vitória há que salientar alguns pontos.
Começa em casa com adversário acessível e os três primeiros jogos,pese embora a ida a Vila do Conde, não parecem especialmente difíceis.
Depois a ida ao Bessa, recepção ao Braga, ida a Barcelos e recepção ao Sporting começam a dificultar e será um primeiro momento da verdade quanto às ambições.
Depois mais alguns jogos equilibrados em termos de dificuldade a que se segue a recepcao ao Porto e depois outros jogos menos difíceis com a ida ao Benfica a terminar a primeira volta. 
Em termos gerais parece-me um bom calendário em termos de equilíbrio em que apenas destoa um pouco as idas a Braga, Sporting e Porto na segunda volta porque são saídas sempre complicadas.
Mas o desenrolar da prova dirá de sua justiça quanto ao calendário.

P.S. A curiosidade de esta fotografia mostrar a disputa de bola entre dois jogadores do Vitória mas de equipas diferentes. Foi obtida no treino de hoje entre as equipas A e B.

Dúvidas e Incertezas

O meu artigo desta semana no zerozero.pt

Com a realização do respectivo sorteio pode dizer-se que está dado o início à época 2020/2021 num tempo em que são mais as dúvidas que as certezas e maior o receio do que a confiança sobre como a época se irá desenrolar.
Começa a época mal.
Porque o referido sorteio, uma vez mais, pouco tem a ver com a verdade desportiva da competição e muito com os interesses de alguns clubes que beneficiam de clausulas especiais quanto aos seus jogos.
Entendo, desde sempre, que sendo  uma competição em que todos jogam contra todos num campeonato a duas voltas não devia existir nenhum tipo de condicionalismo à altura em que os jogos se realizam e devia ser realizado um sorteio puro sem qualquer tipo de excepções a não ser aquelas que fossem inultrapassáveis por questões fundamentadas de segurança dos jogos.
Como, por exemplo, dois clubes do mesmo concelho não poderem jogar em casa no mesmo dia mas poderem fazê-lo na mesma jornada desde que em dias diferentes.
Agora excepções por causa de participações em  competições europeias, seja liga Europa seja Liga dos Campeões, não fazem qualquer sentido e criam desde logo um nicho de clubes que são  diferentes dos outros perante os regulamentos e essa diferença depois repercute-se na arbitragem, no VAR, na disciplina, na comunicação social e até nas reuniões da Liga e da FPF com o primeiro ministro !
Na Europa não é assim mas Portugal é um país em que o feudalismo custa a erradicar.
Começa mal, também, com o formato em que a Liga vai fazer disputar a sua taça restringindo-a a oito clubes em função da classificação das Ligas lá para o final do ano.
Porque uma entidade como a Liga Portuguesa de Futebol Profissional, que alberga todos os clubes que disputam as duas ligas profissionais, tem a estrita obrigação de tratar todos os seus associados por igual e mais ainda numa competição por ela organizada.
E se o regulamento normal, com as quatro séries, já deixava muito a desejar porque era feito para favorecer os três do costume o regulamento de excepção ainda é pior porque marginaliza a maioria dos clubes pertencentes ao organismo.
Muito claramente, e percebendo bem o problema de datas que esta época tem, mais valia não realizar esta edição da taça da liga do que fazê-lo de uma forma discriminatória em relação a tantos clubes.
São dois maus sinais a balizarem uma época sobre a qual pendem muitas interrogações nomeadamente em torno do esforço que vai ser pedido aos jogadores assoberbados com a disputa das competições internas e em muitos casos das competições europeias de clubes e de selecções.
E neste último caso convém não esquecer que esta época se disputa a Liga das Nações e lá para Junho/Julho a fase final do Europeu e os Jogos Olimpicos que a pandemia impediu que fossem este ano em ambos os casos.
Cada vez mais jogos, clubes e selecções, mas os jogadores são sempre os mesmos e com o esforço que lhes é exigido a ser cada vez maior ao sabor da incontrolável ganância por dinheiro da FIFA da UEFA, dos patrocinadores e por aí fora...
E no fim da linha os clubes a suportarem as consequências de tudo isso!
Mas aquilo que neste momento suscita mais dúvidas e mais incertezas quanto à próxima época prende-se com a presença do público nos estádios face à evolução da pandemia e aos cuidados de segurança a ter.
Nalguns paises europeus começa a ensaiar-se o regresso dos espectadores, embora em número necessariamente reduzido, enquanto noutros nem nisso se pensa variando as posições em função dos números da pandemia.
Em Portugal não se sabe ,ainda, como será embora a tendência pareça apontar para a continuação dos jogos à porta fechada já que o futebol (e outras modalidades desportivas) não parecem gozar do estatuto de excepção atribuido a eventos políticos, espectáculos tauromáquicos e concertos de alguns artistas.
Sabendo-se agora que o país voltará a entrar em estado de contingência a 15 de Setembro, precisamente cinco dias antes de começar o campeonato, com todas as restrições que isso implica parece claro que o regresso dos espectadores aos estádios não estará para breve com tudo que isso significa para adeptos e clubes.
Adeptos que estão privados de ver as suas equipas desde há muito tempo e assim irão continuar por prazo indefinido e clubes que sofrerão as inevitáveis quebras de receitas oriundas dos bilhetes e dos lugares anuais que não venderão e  do merchandising que não comercializarão.
2020/2021 começa sob negras núvens de dúvidas e incertezas sobre a forma como as competições se irão desenrolar.
Ao menos que seja, em termos de jogo jogado, uma boa época com grandes jogos e uma verdade desportiva bem maior do que o habitual. 
Não seria pedir muito se não estivessemos em Portugal.

Sorteio

Sorteado hoje o calendário da I Liga e II Liga para 2020/2021
Mais um sorteio que em vez de ser completamente aberto, como em qualquer campeonato que goste de ser levado a sério, está cheio de condicionantes algumas das quais verdadeiramente ridículas e outras defendendo os do costume. 
Enquanto a generalidade dos clubes continuar a aceitar excepções no sorteio não pode depois admirar-se de haver excepções na arbitragem, no VAR, na disciplina, na comunicação social e sempre a favor dos mesmos.
P.S. Só um exemplo do ridículo das condicionantes. Vitória e Braga não podem jogar em casa na mesma jornada. Mas Vitória e Moreirense podem! Ou seja dois clubes do mesmo distrito não podem mas dois do mesmo concelho sim.

quinta-feira, agosto 27, 2020

Factos

O número de infectados com covid-19 em Portugal e na Europa está a aumentar o que tem levado vários governos a medidas de emergência.
Em Portugal soube-se hoje que o governo vai decretar o estado de contingência a partir do dia 15 sob o (falso) pretexto do regresso às aulas. 
A verdade é que face à situação exigiam-se medidas imediatas e não diferidas no tempo por três semanas. 
Mas o governo tem medo de as tomar no imediato por óbvio receio a ter de impedir a realização de um evento partidário. 
Uma vez mais a saúde pública preterida face aos interesses partidários mesquinhos do PS e de António Costa.

P.S. Nada tenho contra a Festa do Avante que é, sem sombra de dúvida, um importante evento cultural para lá da sua legítima componente política. Pena que a teimosia do PCP a tenha transformado num motivo de polémica e ameaça à saúde pública.

Perigo

A semana passada o primeiro ministro entretenha-se a insultar os médicos, a garantir milhões de vacinas ( que ainda não existem convém lembrar)gratuitas e a assistir sem máscara à final da Champions. 
Esta semana é anunciado o regresso ao estado de contingência, diferido no tempo ao sabor das conveniências do PS e do governo, perante um agravar da situação da pandemia.
Um governo que navega ao sabor do vento e das conveniências acaba por ser mais perigoso que a pandemia.

Vandalismo

Mais um cartaz do Chega vandalizado. 
Este em Viana do Castelo. 
Tal como noutros pontos do país em que se tem verificado episódios destes.
E isto não é obra de cidadãos que acordem mal dispostos e resolvam ir vandalizar outdoors.
É obra de grupos organizados da extrema esquerda totalitária, que detesta a democracia e convive pessimamente com as diferenças de opinião, que sob a capa falsa do anti fascismo, do anti racismo e de outros anti anda por aí a atacar a democracia. 
E sobre isto bem gostava de ouvir os pastorinhos do regime. 
Mas Marcelo, Costa, Ferro e outros preferem ajoelhar perante a necessidade dos votos à esquerda do PS do que tomarem posição clara sobre tudo que ponha a democracia em causa.

Países

As elites podem ir ao futebol e sem máscara.
O povo,esse, vê na televisão.
Os profissionais de saúde, que supostamente tiveram como prémio a vinda para Portugal da prova que levou os foliões da foto ao estadio da luz na noite de ontem, esses também vêem os jogos na televisão e ainda são insultados pelo casca grossa que é primeiro ministro.
Portugal é um pequeno país.
Mas ainda cabem nele vários países. 
Desde o velho Portugal ao Portugal de Marcelo ,Costa e Amigos.

Derrotadas

Hoje um piloto português de motociclismo ganhava a sua primeira corrida de GP a categoria máxima da modalidade que está para as motos como a F1 para os carros.
Foi um momento de grande emoção ver (na sport-tv) a bandeira nacional a subir no mastro de honra, Miguel Oliveira no lugar mais alto do pódio, e ouvir o hino nacional a tocar. 
As televisões nacionais (RTP,SIC,TVI, CM TV, RTP 3, SIC-N e TVI24) fizeram gala de não transmitirem esses momentos (podiam tê.lo feito com permissão da sport-tv) limitando-se a passarem a notícia em rodapé e com considerável atraso.
As televisões do "Cavani", do "Jorge Jesus", do "Marega", de "Alcochete" falharam redondamente e mais uma vez mostraram que para elas desporto são três clubes e o resto é paisagem. 
Hoje Miguel Oliveira e o desporto português tiveram uma grande vitória. 
As televisões uma imensa derrota.

Vitória

Não sou, nem de perto nem de longe, um apreciador de motociclismo e em toda a minha vida terei visto uma dúzia de corridas na televisão e umas duas ao três ao vivo quando faziam parte do programa do saudoso circuito de Vila do Conde.
Mas não me passa ao lado, nem sou insensível, à magnifíca carreira que Miguel Oliveira tem feito e que o levou ao patamar mais alto do motociclismo disputando actualmente o Mundial de GP que está para as motos como o Mundial de F1 para os carros.
Hoje Miguel Oliveira venceu pela primeira vez uma prova de Moto GP!
Fazendo uma corrida de trás para a frente e entrando para a última volta na terceira posição o que lhe garantiria a primeira subida ao pódio na categoria máxima do motociclismo.
E assim foi.
Mas não na terceira posição e sim como vencedor da prova depois de na última curva ter feito uma ultrapassagem tão genial quanto inteligente aos dois pilotos que seguiam à sua frente e que estavam tão "entretidos" na luta pelo primeiro lugar que seguramente se esqueceram de olhar para os retrovisores e verem onde vinha o terceiro classificado.
E assim conseguiu a sua primeira vitória na categoria e logo uma vitória com laivos tão espectaculares.
Foi emocionante o fim de corrida, foi emocionante a volta de honra com a bandeira de Portugal desfraldada, foi emocionante vê-lo no lugar mais alto do pódio com a bandeira nacional a subir no mastro de honra enquanto se escutava o hino nacional.
Um grande dia para o desporto português e para Miguel Oliveira.
Outros virão seguramente.
Depois Falamos.

Campeões

Gary Lineker dizia que futebol são onze contra onze e no fim ganham os alemães! 
Hoje assim foi uma vez mais e,há que dizê-lo, com inteira justiça. 
Porque ao longo dos 90 minutos o Bayern foi sempre a melhor equipa, a mais organizada e disciplinada, aquela que demonstrou uma cultura táctica e uma ideia de jogo assente em sólidos princípios que tem décadas no clube e no futebol alemão.
E isso bastou para ser superior a uma equipa que tem bons valores, ninguém o discute, mas que provou à exuberância que não chega despejar contentores de dinheiro e contratar vedetas a peso de ouro para ganhar a Liga dos Campeões.
É certo que o PSG também teve oportunidades de marcar mas um Manuel Neuer ao seu nível chegou para tods as encomendas enquanto os alemães davam a clara sensação de que se fosse preciso marcar mais...marcavam. 
Sagra-se assim o Bayern um justo campeão europeu com onze vitórias em onze jogos , marcando 43 golos (sete ao Totenham, oito ao Barcelona...) e sofrendo apenas 8, juntando o ceptro europeu aos já conquistados campeonato e taça da Alemanha.
E quando é o melhor a ganhar o futebol tem apenas que se sentir satisfeito!

Vitória 74/75 (2)

Em texto anterior referi a excelência do plantel do Vitória em 1974/1975, o grande campeonato feito, o recorde de tendo ficado em quinto lugar ter conseguido em simultâneo ser o melhor ataque da prova, o que nunca tinha acontecido nem voltou a acontecer e o conjunto de patifarias que lhe foram feitas e que impediram classificação bem melhor e apuramento europeu.
Hoje recordo os vinte e dois jogadores desse plantel, o facto de serem dezassete portugueses e cinco brasileiros, o exemplo de desses vinte e dois existirem oito oriundos da formação do Vitória dos quais seis eram nascidos em Guimarães o que demonstra bem que a aposta na "prata da casa" já teve muito sucesso.
Na baliza três nomes:
Rodrigues: Foi um dos melhores guarda redes da História do Vitória. Bom debaixo dos postes, bom a sair da baliza,grande presença fisica foi o mais utilizado nessa época. Deixou sempre a sensação de que ainda podia ter ido mais longe porque qualidades não lhe faltavam mas a motivação é que foi desaparecendo. Curiosamente também tinha jeito para jogar a ponta de lança tendo-o feito nalguns jogos de reservas.
Sousa: Era o guarda redes dos voos espectaculares, das defesas "impossíveis" , dos jogos em que engatava e ninguém o conseguia bater. No Vitória nunca se impôs totalmente e foi sempre mais o segundo guarda redes que um titular indiscutível.
Barreira: Oriundo da formação e natural de Guimarães era o terceiro guarda redes e no Vitória nunca passou disso. Viria a fazer carreira em clubes da região como Fafe e Aves.
A defesa contava com nomes consagrados e com outros que viriam a fazer boas carreiras no futebol português.
Ramalho: Um defesa direito com um pulmão inesgotável que atacava e defendia com eficácia. Não era um dotado em termos técnicos mas compensava isso com uma enorme entrega ao jogo.
Artur: Oriundo da formação e natural de Guimarães era daqueles jogadores que qualquer treinador gosta de ter no plantel. Jogava como central, como lateral ou como médio com uma entrega inexcedível e sendo um marcador implacável dos adversários. Ficou célebre a forma como marcou João Alves, o "luvas pretas", em jogos com o Boavista.
Rui Rodrigues: Foi um dos jogadores com mais classe pura que alguma vez passou por Guimarães. Central de grande técnica, visão de jogo e capacidade colocação de bola (fazia passes de quarenta metros com mais precisão que alguns fazem de quatro) era um líbero excepcional e que fez uma bonita carreira no futebol português. Fez um golo nesta temporada.
José Torres: Outro oriundo da formação e natural de Guimarães era um central de marcação de bons recursos e grande empenho em todos os lances. Jogou catorze épocas no clube incluindo as de formação.
José Carlos: Também ele oriundo da formação, mas natural de Âncora, era um central de marcação de grande qualidade e que dava tudo em cada lance. Fez toda a carreira no Vitória embora a tivesse visto interrompida pela prestaçao do serviço militar em África que o fez perder três épocas.
Baltemar Brito: Chegou nessa época ao futebol português, onde faria uma longa e bonita carreira, mas foi um dos três jogadores que não participou em nenhum jogo do campeonato.
Osvaldinho: Veio do Alentejo para Guimarães e fez uma bela carreira no Vitória. Lateral esquerdo dotado de grande rapidez e uma enorme capacidade fisíca era dono do corredor esquerdo.Nesta época fez os seus dois jogos pela selecção A.
Alfredo: Vimaranense e fruto da formação era um jogador polivalente que tanto alinhava como lateral de qualquer dos lados como a extremo. Jogou vários anos no Vitória antes de iniciar um périplo por vários clubes nacionais. Fez um golo nesta temporada
No meio campo jogavam alguns grandes nomes da história vitoriana.
Abreu: Vimaranense, terá sido a par de Pedro Mendes o melhor jogador alguma vez saído da formação do Vitória. Médio de excelente técnica e visão de jogo jogava preferencialmente sobre a meia esquerda e marcava o ritmo de jogo da equipa. Não sendo um goleador marcava sempre alguns golos por época. Nesta facturou por seis vezes. Foi internacional A pelo Vitória.
Custódio Pinto: Terá sido dos melhores cabeceadores de sempre do futebol português. Jogava atrás do ponta de lança e era exímio nos lances de bola parada. Fez toda a carreira em dois clubes, Porto e Vitória, e terminou-a em Guimarães com vinte e nove golos marcados em quatro épocas o que para um médio desses tempos era bom. Nesta época, a ultima da carreira, fez seis golos.
Almiro: AInda hoje permanece na memória de quem o viu jogar como um dos melhores brasileiros que vestiu a camisola do clube. Médio de ataque, de excelente técnica, percorria todo o terreno com uma energia inesgotável para um físico franzino como o dele. Marcou um golo nesta temporada.
Pedroto: Chegou nessa época ao Vitória e fez apenas seis jogos mas iniciou uma longa relação profissional com o clube que ainda hoje se mantém. Médio de boa técnica e pontapé forte e colocado faria várias excelentes épocas em Guimarães.
Ernesto: Jogava no meio campo, senhor de boa técnica e combativo, fez três épocas no VItória mas esta foi aquela em que foi menos utilizado e sairia no fim da mesma.Ainda assim esteve m 11 jogos.
Zequinha: Natural de Guimarães e "produto" da formação era um médio ala dotado de velocidade, técnica, visão de jogo, drible e com tudo para fazer uma grande carreira. Mas nunca fez do profissionalismo uma opção de vida porque preferiu licenciar-se em Medicina e seguir uma carreira de médico dentista pelo que terminou a carreira ainda jovem. Tal como Barreira e Brito também não jogou no campeonato mas alinhou em jogos da taça de Portugal. De salientar a curiosidade de também ter sido um excelente jogador de andebol no Vitória.
O ataque, esse, fica para a lenda vitoriana.
Jeremias: Com Paulinho Cascavel e Edmur constitui o trio dos melhores pontas de lança de sempre do clube. Grande porte atlético, excelente técnica, era letal frente à baliza. Grandes jogos, golos espectaculares e uma qualidade que assustava os adversários. Os seis jogos de castigo te-lo-ão impedido de nesta época ultrapassar os 18 golos no campeonato e os dois na taça.
Tito: O goleador que ainda hoje detém o recorde de golos com a camisola vitoriana. Autêntico "rato de área" era um finalizador temível e fez com Jeremias uma dupla de sucesso marcando 17 golos no campeonato e três na taça. No pódio dos goleadores do campeonato ficou em terceiro lugar  atrás de Jeremias e de um inalcançável Hector Yazalde. Foi também a única vez em que um quinto classificado teve os segundo e terceiro goleadores da prova.
Romeu: O "cenoura",oriundo da formação e natural de Âncora como o primo José Carlos, era um extremo rápido, combativo (às vezes em demasia...), bom driblador e marcador de golos. Neste campeonato fez onze e foi o terceiro marcador da equipa atrás de Jeremias e Tito. No final da época sairia para o Benfica, voltaria dois anos depois a Guimarães permanencendo outros dois no clube e voltria a sair desta feita para o Porto. Jogaria ainda no Sporting, no Salgueiros e terminaria no Amora. Nesta época de 74/75 seria também internacional A.
Jorge Gonçalves: Chegara ao Vitória em 1970 e impusera-se como ponta de lança de excelentes recursos.Não teve sorte. Uma grave lesão no joelho em 1972/1973 manteve-o afastado dos relvados por longos meses e quando regressou já não era o mesmo pese embora todo o seu empenho. Nesta temporada participou em apenas quatro jogos e fez um golo, que valeu uma saborosa vitória em Espinho, saindo do clube no final da época.
Pedrinho: Um extremo brasileiro que chegara ao Vitória vindo do Gil Vicente  e onde permaneceu quatro épocas. Rápido, bom driblador foi um dos principais municiadores de Jeremias e Tito. Marcou quatro golos nesta temporada.
E foram estes os vinte e dois jogadores que escreveram uma bela página na História do Vitória. Que podia ter sido mais bela ainda não fora as injustiças, roubos e aldrabices que contra ela foram praticadas.
Uma palavra final para o treinador, Mário Wilson, sem qualquer dúvida o responsável pela qualidade do futebol e pelos resultados da equipa. Anos depois viria a sair do Vitória de forma lamentável mas isso não invalida tudo de bom que fez no clube.
Depois Falamos.

Vitória 74/75 (1)

Para a minha geração, e obviamente para as gerações mais novas, quando se fala de grandes equipas do Vitória há uma tendência natural para considerar que a de 1986/1987 treinada por Marinho Peres foi a melhor de sempre do clube por força das exibições, dos resultados, do terceiro lugar e do percurso europeu.
As gerações anteriores ainda viram jogar excelentes equipas, com realce para as de Edmur, Ernesto e Carlos Alberto (eu essas não vi)num tempo em que o futebol era muito diferente, mas nestes últimos 50 anos a tendência é realmente para considerar  a de 86/87 como a melhor.
Devo dizer que tenho dúvidas se terá sido a melhor deste meio século.
Porque há pelo menos outras duas que bem podem reivindicar esse estatuto honorário.
A de 1968/1969 treinada por Jorge Vieira que ficou em terceiro lugar a três escassos pontos de ser campeã nacional, e que jogava um futebol de excelência, e a de 1974/1975 treinada por Mário Wilson e de que vou falar neste texto.
Porque me parece importante relembrar uma equipa que em muitas questões foi um exemplo.
Porque jogava excelente futebol, porque ainda hoje detém o recorde de ter sido a única equipa a classificar-se em quinto lugar no campeonato e simultaneamente ter o melhor ataque da prova (64 golos), porque nos vinte e dois jogadores utilizados dezassete eram portugueses e cinco brasileiros, porque nesses vinte e dois se dava o facto de oito serem oriundos da formação e seis deles nascidos em Guimarães.
Foi também uma equipa a quem o famigerado "sistema" fez um conjunto de patifarias que ficaram para sempre na memória dos vitorianos e uma delas perdura como um dos episódios mais lembrados da História do nosso futebol.
A primeira prendeu-se com o goleador Jeremias.
O Vitória estava a fazer um grande campeonato, a discutir o primeiro lugar e na primeira jornada da segunda volta a equipa deslocava-se ao pelado de Espinho para um jogo que se previa difícil mas o árbitro tornou pior ao expulsar Jeremias aos 26 minutos (supostamente por palavras) deixando o Vitória com dez jogadores e a perder por 0-2 ao intervalo.
A equipa fez uma segunda parte sensacional, venceu por 3-2 mas o pior estava para vir quando o conselho de disciplina puniu Jeremias com seis (!!!) jogos de castigo. 
A cidade saiu à rua, fizeram-se manifestações com milhares de pessoas mas de nada adiantou e nesses seis jogos sem o goleador a equipa perdeu dois, empatou outros dois e atrasou-se na tabela classificativa.
A segunda foi na Taça de Portugal.
Nos oitavos de final, disputados no fim de semana seguinte a um polémico fim de campeonato (lá iremos), o Vitória encontrou o Porto dando-se a curiosa circunstância de ambos os clubes terem os estádios interditos pelo que o jogo se disputou em terreno neutro mais propriamente na Póvoa de Varzim.
Foi um grande jogo de futebol, num estádio a abarrotar, com várias alternâncias no marcador e que terminou empatado a três golos pelo que houve a necessidade de jogo de desempate a meio da semana. 
E ai, contrariando o desejo do Vitória de voltar a jogar na Póvoa, a FPF marcou o jogo para Braga fazendo a vontade ao Porto que disputado numa quarta feira a meio da tarde e com uma arbitragem que cometeu vários erros graves, lesando sempre o Vitória, terminou com a eliminação dos vitorianos por 2-3.
O Porto chegou a 3-0 antes do intervalo e depois numa segunda parte de enorme entrega o Vitória, desfalcado por lesões e castigos, ainda fez dois golos por Tito mas não foram suficientes.
Mas a patifaria das patifarias nessa época (na época seguinte viria uma ainda maior com o mesmo protagonista e face ao mesmo adversário) foi mesmo no último jogo do campeonato frente ao Boavista.
O Vitória entrou para essa partida em quarto lugar, e com dois pontos de avanço face ao adversário ,e bastava-lhe empatar o jogo para lograr o mais que merecido apuramento europeu depois de uma época brilhante.
Infelizmente com as duas equipas entrou em campo um trio de arbitragem chefiado pelo famigerado António Garrido e o resto da história é sobejamente conhecido passando por um cerco ao estádio por milhares de vitorianos em fúria, por um carro queimado e por uma intervenção do COPCON depois de horas de cerco para retirar o árbitro do estádio perto da meia noite.
E por isso essa grande equipa do Vitória que no terreno de jogo foi bem melhor que o quinto lugar obtido viu o "sistema" roubar-lhe uma bem melhor classificação, uma possível ida em frente na Taça e um mais que merecido, repito, apuramento europeu.
Para mim essa equipa de 1074/1975 fois das melhores de sempre do Vitória e não teme comparações com nenhuma outra.
Depois Falamos.

Cavani

Costuma-se dizer que vender a pele do urso antes de o caçar pode dar muito mau resultado. 
E embora neste caso seja pelo menos discutível sobre quem fez figura de urso a verdade é que parece estarmos perante um desses casos que confirma o ditado popular.
Sendo igualmente certo que não há nenhum clube da primeira linha europeia ( e mesmo da segunda...) que ande um mês a negociar com um jogador veterano, e que está mais perto da reforma do que de outra coisa qualquer, para no fim perceber que apenas serviu para aumentar a capacidade negocial do jogador junto de terceiros. 
Que sirva de lição ao clube e a uma comunicação social que uma vez mais se cobriu de ridículo pela forma como tratou o , pelos vistos, não assunto.