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domingo, maio 31, 2020

Papa

O Papa Francisco tem sido ao longo destes tempos de pandemia uma voz sensata, lúcida, extremamente responsável e de uma enorme humanidade fazendo muitas vezes o contraponto à insensatez e irresponasabilidade, nalguns casos pura idiotice, de líderes políticos que manifestamente não estão à altura dos acontecimentos.
Hoje na sua mensagem aos peregrinos na praça de S.Pedro, em Roma, uma vez mais disse aquilo que tem de ser dito pondo os nomes às coisas  e escalonando uma hierarquia de prioridades absolutamente correcta.
É evidente que a economia é muito importante e todos o sabemos.
Mas antes da economia estão as pessoas e tratar a saúde das pessoas tem de ter, sempre, absoluta prioridade sobre a economia ao contrário do que pensam idiotas maiores, como Trump e Bolsonaro, e alguns idiotas menores que também gostam de se mostrar como grandes defensores do primado da economia sobre as pessoas.
Hoje o Papa Francisco fez uma intervenção marcante.
Espera-se que seja ouvido.
Mesmo por aqueles que estão com as orelhas a arder.
Depois Falamos.

sábado, maio 30, 2020

Liberdade e Verdade

Não vou cair no que seria o enorme exagero de considerar que em Portugal a Liberdade está em risco, porque (ainda) não está, mas há sinais na atmosfera política e mediática que não são nada tranquilizadoras para quem tem o desejo de viver num estado democrático com regular funcionamento de todas as instituições.
Incluindo o valor fundamental que é a existência de uma comunicação social livre, isenta e independente do poder político.
E , aí sim, há coisas que estão a correr francamente mal.
Desde logo o facto de por dificuldades essencialmente económicas terem, nos últimos anos, fechado vários jornais com o que isso representa de perda em termos de espaço de informação e de pluralismo opinativo.
Depois a situação actual.
Em que por força dos efeitos da pandemia, em tempos mais recentes, mas também da proliferação das redes sociais, dos jornais on line, dos sites de informação a imprensa escrita (mas também rádios e até televisões) foram sentindo problemas financeiros em crescendo o que os tornou cada vez mais vulneráveis ao poder económico e dentro do poder económico aquele que é controlado pelo poder político.
E nessa matéria o PS, que teve desde sempre uma enorme apetência pelo controle da comunicação social, está actualmente  em roda  livre (face à debilidade da oposição) numa tentativa desenfreada de controlar tudo e todos.
Desde logo pelo poder do dinheiro.
E nesse poder realçam-se os quinze milhões de euros para subsidiar a comunicação social, ou seja para a tornar dependente de um governo perante o qual se posicionam de mão estendida, com a  fatia leonina a ir para SIC e TVI (tendo já o controle da estatal RTP o governo faz o pleno das televisões porque também para a CM TV vai uma tranche) mas abrangendo a quase totalidade da comunicação social com as honrosas excepções dos jornais on line "Observador" e "Eco".
E é com esse controle tutelar do governo que se assistem a problemas com os programas das jornalistas Sandra Felgueiras e Ana Leal cujas reportagens incómodas para o governo foram silenciadas em fases diversas.
É com ele, controle, que se assiste a um proliferar de comentadores políticos de esquerda e ao enxamear das redacções com jornalistas ideologivamente de esquerda e extrema esquerda com a consequente repercussãono pluralismo e isenção informativa.
E por isso o alinhamento dos telejornais é cada vez mais favorável ao governo e à esquerda que o apoia enquanto outras forças políticas com ou sem representação parlamentar são relegadas para posições secundárias ou nem aparecem na maior parte dos serviços noticiosos.
Isto ao mesmo tempo em que a líder do Bloco de Esquerda tem um mediatismo televisivo absolutamente escandaloso, muito superior ao que a dimensão do partido justificaria e aparecendo em quase todos os telejornais por tudo e regra geral por nada.
Não admirando pois, mas merecendo severa censura pelo escândalo que constitui, a romaria de membros do governo por programas de entretenimento, das "Cristinas " aos "Gouchas", num massacre televisivo próprio de um regime totalitário mas indigno de uma democracia.
Não esquecendo, porque não é assunto menor, a presença obsessiva nos telejornais do Presidente da República e do Primeiro Ministro que estão (ou pelo menos parecem) em permanente e descarada campanha eleitoral própria de uma qualquer Venezuela mas indigna de Portugal.
Em Portugal a Liberdade não está em risco.
Mas é legítimo pensarmos, enquanto cidadãos, que a Verdade está sob grave ameaça com laivos de totalitarismo a penderem sobre ela.
Depois Falamos.

quinta-feira, maio 28, 2020

Critério

Confesso que estou de alguma forma ansioso pelo regresso do campeonato.
Não por razões desportivas, que estarão bastante arredadas do que se vai passar, mas pela mais simples de todas as razões e que é aquela que nos diz que quanto mais depressa recomeçar mais depressa acaba este simulacro de futebol que nos vão impingir.
Agravado pelo facto de estando em Portugal ser sempre de recear todo o tipo de influências extra desportivas em torno do que devia ser apenas um desporto bem visíveis, aliás, na forma como foi decido recomeçar a prova, doa a quem doer, na célebre reunião de S.Bento.
Mas está decidido e por isso recomeçará.
Espera-se é que com critérios imutáveis ao longo das dez jornadas.
Já vivemos a rábula de concentrar as equipas numa região (Algarve ao que foi posto a correr pelos vários interessados...), depois passou-se à rábula dos seis estádios ( D.Afonso Henriques, Municipal de Braga, Dragão, Alvalade, Bessa e Luz) e agora ,pelos vistos, vai ser nos estádios quase todos com excepção de Belenenses e Santa Clara e a incógnita Moreirense.
Muda-se de planos como quem muda de camisa, era para ser assim e afinal vai ser assado, um desnorte que faz temer o pior quanto à organização das dez jornadas.
Há contudo um critério que tem de ficar claro como a àgua desde o início e que não pode ser minimamente alterado sob pena de tudo isto se transfomar numa palhaçada sem conserto.
Se a primeira jornada após o recomeço se vai disputar sem público nas bancadas as restantes nove tem de se disputar exactamente nas mesmas condições aconteça o que acontecer em termos de combate à pandemia.
Se a legalidade regulamentar já é muito discutível nas presentes condições mudar esse critério depois de disputadas algumas jornadas seria um verdadeiro crime contra o futebol e o fim de já diminuta verdade desportiva da competição.
Mas como estamos em Portugal as razões para estar de pé atrás são infelizmente bastantes.
Depois Falamos.

Provincianismo.

Quem circula numa das principais vias de acesso a Esposende depara-se com este outdoor, propriedade do município, e que se insere na campanha de prevenção e esclarecimento contra o corona vírus. 
Retrata cinco atletas esposendenses, de diferentes modalidades, que representam vários clubes.
Claro que só sabe isso quem os conhecer pessoalmente porque nem são figuras mediáticas como os futebolistas, por exemplo, nem são fáceis de reconhecer dado estarem com máscara e por isso a sua identidade fica reservada apenas a quem realmente souber quem são.
Era fácil ter feito diferente e ter feito melhor.
Ou colocando cinco atletas esposendenses com camisolas dos principais clubes do concelho ( e não há falta deles)  ou vestindo camisolas das selecções nacionais porque felizmente Esposente tem internacionais suficientes para encherem um outdoor.
Assim é que não.
Porque quem passa pelo outdoor, e especialmente se não conhecer o seu significado e os retratados, apenas reconhece a camisola de um clube que nada tem a ver com Esposende e cuja imagem não tinha de ser para ali chamada por razão absolutamente nenhuma.
Há decisões para as quais, mesmo quando se trata de escolher imagens para um banal outdoor, se deve deixar em casa o afecto clubista.
Depois Falamos

quarta-feira, maio 27, 2020

Quinta Substituição

Graças à pandemia que por aí anda o futebol esteve parado durante meses e só agora, fruto da imposição de FIFA e UEFA que tinha de se jogar de qualquer maneira custasse o que custasse, é que está a retonmar as competições um pouco por todo o lado.
Claro que isso vai obrigar, porque os dias só tem 24 horas, as semanas sete dias, e os meses trinta ou trinta e um dias, a que o futebol entre pelo Verão com os campeonatos a terminarem lá para o final de Julho e as competições europeias em Agosto.
São muitos os receios, de quem percebe de futebol e não apenas de cifrões, que esta prolongada paragem e a consequente sobrecarga de jogos tenham um efeito muito negativo no estado fisíco dos jogadores nomeadamente em termos de lesões musculares de que, aliás, o regresso da Bundesliga já foi exemplo.
E por isso a FIFA, desta vez com o pronto acordo do "International Board" quase sempre lento a autorizar alterações às regras, decidiu que até ao final desta atípica época as equipas poderiam fazer cinco substituições, ao invés das três tradicionais, procurando assim minimizar os tais problemas físicos dos atletas.
Deixando a adopção dessa regra ao critérios das ligas nacionais mas esclarecendo que essas substituições se poderão apenas fazer em três períodos do jogo e no intervalo do mesmo sendo permitido que cada clube tenha no banco até nove jogadores.
Daqui decorrem pelo menos duas consequências:
A primeira é que os campeonatos começaram com umas regras e vão acabar com outras o que em termos de verdade desportiva deixa bastante a desejar. 
Como acontece, aliás, com esta decisão de algumas equipas jogarem em campo neutro jogos que deviam fazer em casa própria.
A outra consequência é que esta medida vai favorecer , como de costume, as equipas mais fortes e lesar os interesses desportivos das que não tem os mesmos recursos porque é perfeitamente evidente que as equipas que lutam para os primeiros lugares tem um plantel mais forte que as que jogam para outros patamares e isso tornar-se-á um factor de cada vez maior desiquilibrio quanto maior for o número de jogadores que umas e outras puderem utilizar.
Mas importa a quem manda é que se jogue.
E por isso role a bola porque, em bom rigor, a verdade despotiva no futebol português é coisa que preocupa bem pouco os tais que mandam.
Depois Falamos.

Sete Anos

Tenho visto pelas redes sociais uma onda de recordações face ao triunfo do Vitória na final da Taça de Portugal faz hoje sete anos. 
Um triunfo natural num jogo em que o Vitória foi quase sempre melhor que o Benfica (e que grande equipa o Benfica tinha nessa época) e venceu com todo o mérito.
São recordações que raiam o saudosismo e apenas isso me leva a este comentário.
Como qualquer vitoriano fiquei muito feliz com esse triunfo e recordarei sempre a inolvidável festa que os vitorianos fizeram no Jamor.
Mas nada começou nem nada acabou nesse dia!
Foi um passo no crescimento do clube, foi a prova de que é possível sermos melhores que os tradicionalmente melhores, foi o troféu mais importante da nossa História que se veio juntar a outros troféus muito importantes ganhos no futebol, voleibol e basquetebol, essencialmente, e que provam a força do ecletismo no ADN Vitória. 
Discordei por completo que se atribuisse à praça fronteira do estádio o nome de "Praça 26 de Maio" porque entendi, e continuo a entender, que era uma parolicezinha que nos reduzia a pequeno clube delirante por ter ganho uma final de taça( à sexta tentativa convém recordar) quando somos, isso sim, um clube que pode ganhar mais taças e um dia ganhará o campeonato. 
Tenho muito orgulho nesse triunfo de 2013 (até porque há lá um bocadinho "meu") mas como vitoriano quero é pensar no futuro.
 No que temos para ganhar e vamos ganhar de certeza absoluta.

Mistérios

Não há telejornal que não fale do que se passa no Estados Unidos e no Brasil em termos de covid-19. Trump e Bolsonaro são, por culpa própria, alvos fáceis e os seus paises os dois que a nível mundial tem mais infectados. 
Mas a Rússia é o terceiro com um número quase igual ao do Brasil e menos 65 milhões de habitantes.
E dela e de Putin não se fala.
Mistério.
Tal como aquele assunto "importantissímo" de um conselheiro de Boris Johnson que quebrou o confinamento para ir ver os filhos e é notícia constante nos telejornais (o Reino Unido é o quinto país em infectados) enquanto as "cavaladas" do primeiro ministro espanhol e do seu vice do Podemos, altamente responsáveis pelo insucesso no combate à pandemia, são constantemente ignoradas pese embora o país vizinho estar em quarto lugar no malfadado ranking. 
Ou seja para a nossa Comunicação Social governantes de direita tem de ser massacrados todos os dias enquanto os governantes de esquerda e os seus erros tem de ser branqueados constantemente. Ricos 15 milhões de euros que já rendem em pleno.

P.S. Não vale a pena virem-me com tretas quanto a simpatias por Trump e Bolsonaro. Quem ler esta página sabe o que penso de ambos. Não ando é a dormir.

Cão

Tenho muito respeito pelo cargo de Presidente da República. Mais do que por alguns que o ocuparam e ocupam. 
E por isso, bem ao contrário do que me apetecia dizer, comento apenas o seguinte: O governo socialista de Portugal acaba de meter mais oitocentos e cinquenta milhões de euros no BES bem ao contrário do que nos tinha sido prometido pelos socialistas em campanha eleitoral de que evidentemente já não se lembram. 
O governo socialista de Portugal vai meter mais mil e duzentos milhões de euros na TAP porque o governo socialista promoveu em 2015 uma reversão da privatização ideologicamente imbecil e financeiramente ruinosa tornando-nos a todos, sem nos perguntar opinião, accionistas desse buraco negro financeiro com asas.
O governo socialista de Portugal gastou quinze milhões de euros a comprar o silêncio da comunicação social acerca de assuntos que não lhe interessam remetendo a liberdade de imprensa neste país para uma situação cada vez mais parecida com a que se viveu em 1975 nos tempos do PREC. 
Fruto da pandemia há hoje centenas de empresas que fecharam, milhares de portugueses que perderam o seu emprego, outros milhares que viram os seus salário reduzidos por força do "lay off" e com o Estado atrasado a pagar a parte que lhe compete, cada vez mais gente a recorrer a apoios sociais. 
Sobre tudo isto não se pronuncia o porta voz do Governo...perdão o Presidente da República preferindo vir apelar a donativos por parte de uma sociedade já exausta financeiramente e sobre quem faz recair o ónus de uma ajuda que deve ser inteiramente da responsabilidade de um governo que de forma irresponsável, incompetente e ruinosa gasta centenas de milhões onde não tinha que os gastar. 
E por isso Senhor Presidente da República permita-me que lhe sugira, com todo o respeito que tenho pelo cargo, que sendo Vossa Excelência um mediático frequentador de praias da próxima vez que for dar o seu megulhinho aproveite e...vá dar banho ao cão!

domingo, maio 24, 2020

"Exemplos"


Nestes tempos complexos em que há responsáveis a incitarem as pessoas a sairem de casa, a irem aos restaurantes, a comprarem no comércio tradicional e a normalizarem a frequência das praias ao mesmo tempo que outros alertam para o risco de um novo confinamento caseiro os cidadãos Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa não encontraram melhor entretenimento do que, também eles, irem à praia e fazerem ampla publicidade disso.
Acontece que esses cidadãos ocupam os cargos de Presidente da República e de Primeiro Ministro razão pela qual qualquer atitude, qualquer declaração, qualquer postura funcionam como um exemplo para um larguissímo espectro dos seus concidadãos o que os devia levar a ponderarem com o máximo de sensatez qual passo que dão nestes tempos tão especiais que vivemos.
Mas infelizmente não ponderam no sentido de servirem o interesse público como é seu dever.
Pensam apenas na sua popularidade, nos seus interesses eleitorais, nas suas tácticas políticas, na melhor forma de tentarem convencer quem os vê (e fazem tudo para serem vistos nomeadamente pela comunicação social) que são uns tipos "porreiros" iguais à generalidade dos cidadãos nos direitos e nos deveres.
E se nos direitos são, sem dúvida, já nos deveres a coisa fia mais fino porque são obrigados , pelo menos, ao dever do bom exemplo enquanto ocuparem os cargos que actualmente ocupam mas infelizmente essa não parece ser preocupação.
Porque conhecendo Portugal e os portugueses, sabendo bem qual é ultima palavra dos "Lusíadas" , deviam saber que para muitissíma gente verem o PR e o PM na praia é mais um poderoso incentivo para eles próprios os imitarem e também às praias se dirigirem pensando mais na tal igualdade de direitos do que na própria saúde.
E os tempos não estão, ainda, para essa descontracção e esse facilitismo.
E é pena que Portugal não possa contar com o seu PR e o seu PM para serem um bom exemplo para os seus concidadãos.
Depois Falamos

sábado, maio 23, 2020

Pré Campanha

Depois do supermercado a rua.
Em mais uma acção de abandalhamento do cargo de Presidente da República ao sabor do interesse eleitoral do recandidato mas contrário aos interesses do país que nada ganha com este tipo de banalização do mais alto cargo do Estado.
Com o "pormenor" de a comunicação social estar presente.
O que anula por completo a tese benigna, e peregrina, dos defensores deste tipo de atitude banalizadora que a atribuem à espontaneidade e naturalidade tipícas da personalidade de Marcelo Rebelo de Sousa e não a acções premeditadas e possuidoras de um populismo indefensável para quem preside a um país.
A verdade é que se a imprensa ,que não consta que mesmo reforçada com 15 milhões de euros tenha dotes adivinhatórios, estava presente num tempo de lazer do Presidente é porque alguém a informou a que horas e em que sítio ele ia encenar este acto.
Que tem de ser visto como uma acção de pré campanha dirigida aos eleitores tipo deste Presidente e desta forma de exercer o cargo.
O resto é treta.
Depois Falamos.

sexta-feira, maio 22, 2020

Sugestão de Leitura

Normalmente quando faço sugestões de leitura elas versam livros que acabei de ler e que penso poderem ter interesse para os seguidores deste blogue.
Neste caso chamo-lhe sugestão mas podia perfeitamente chamar-lhe aviso porque o que sugiro é que não percam um minuto das vossas vidas a ler semelhante porcaria, desculpem o termo, porque não merece minimamente a pena.
Tinha resolvido lê-lo, porque é um livro cuja importância num determinado período da História é inegável, mas desde a primeira página tornou-se um longo sacrifício que só à custa de muita teimosia e enormes bocejos foi possível terminar.
Bastará dizer que comecei a lê-lo vai para cinco anos (!!!), aproveitei todos os livros que me apareciam à frente para o pôr em segundo plano e só agora o terminei muito por força do confinamento caseiro ,do tempo disponível em quantidades nem maiores que o habitual e de estar farto d eo ver na estante onde tenho os livros que ainda não li.
Já se sabia que as ideias contidas no livro são horríveis e estiveram na origem de uma imensa tragédia a nível mundial mas para lá disso o estilo de escrita é tão mau, mas tão mau, que lê-lo é quase um castigo.
Por isso, já sabem, aproveitem a sugestão e não o leiam.
Não vale a pena.
Depois Falamos.

As Voltas da Liga

O meu artigo desta semana no zerozero.
Uma das vantagens de viver a vida com alegria e optimismo, quanto baste como é obvio, é o ela dar-nos a possibilidade de em quase tudo podermos ver um lado positivo e agradável ainda que num computo geral muito negativo.
Pese embora a crescente leviandade com que muitos portugueses vão saindo do desconfinamento provocado pela pandemia, estimulados é certo por discursos errados de quem devia ter a preocupação suprema de só fazer discursos certos, a verdade é que o país atravessou momentos muito difíceis e que condicionaram a vida das pessoas a muitos níveis.
Um deles foi o futebol.
Campeonatos parados, clubes em grandes dificuldades para cumprirem compromissos, receitas televisivas em “quarentena”, uma enorme indecisão sobre o que fazer quanto às provas interrompidas, decisões a variarem de país para país , sombras negras a adensarem-se sobre o futuro do futebol face  ao não se saber se e quando poderá voltar à sua normalidade.
Num cenário tão feio será caso para o leitor se interogar sobre o que poderá ter existido de positivo, no que ao futebol concerne, num período tão complexo e que ainda por cima não está acabado.
A resposta é simples.
Foram dois meses, mais coisa menos coisa, sem aturar quezílias entre alguns clubes, sem aturar alguns presidentes e alguns directores de comunicação, sem ter todos os telejornais de todas as televisões infestados por notícias sem qualquer interesse sobre alguns clubes como se fosse impensável um telejornal sem estar pintado de vermeljho, azul e verde, foi a santa paz de os programas dos cartilheiros terem sido suspensos e não termos de aturar essa mistificação ordinária de chamar programas sobre futebol a programas que são sobre três clubes.
Foram meses dolorosos por tudo e também pela falta do futebol que interessa (o que se joga dentro dos relvados) mas foi simultaneamente um tempo de paz e de alguma desintoxicação daquilo que o futebol tem e que não devia ter.
Mas tudo que é bom acaba.
E o principio do fim do aquela reunião em S.Bento a que uns foram e outros não, e os que foram ao invés de tratarem daquilo a que se tinham comprometido foram mas é tratar da respectiva vidinha para grande indignação dos que não foram e se sentiram enganados.
E recomeçaram as inevitáveis polémicas sem as quais o futebol português perderia uma das suas caracteristicas distintivas que, infelizmente, só o prejudica.
A seguir vieram as polémicas dos estádios com um clube a querer decidir quem jogava aonde como se o futebol português fosse uma coutada da sua pertença ( e em muitas coisas até é mas falta quem tenha a coragem de o denunciar e mais ainda de lhe fazer frente) e os restantes clubes uns vassalos de sua excelência.
Naturalmente que a arbitrariedade com que a Liga (ou alguém por ela) decidiu acabar abruptamente com um dos seus campeonatos ao mesmo tempo que prossegue com o outro também gerou uma justa indignação (e consequente polémica) nos clubes da II liga que não percebem a razão da discriminação nem porque razão são “filhos de um deus menor” dentro de uma Liga quea todos devia tratar por igual.
Decidir de forma totalitária que sobem Nacional e Farense e descem Cova da Piedade e Casa Pia, quando dentro do terreno de jogo podia nem ser assim, ao mesmoo tempo que na primeira liga se permite discutir título, apuramentos europeus e manutenções no escalão só acontece num futebol terceiro mundista e numa liga sem autoridade, sem rumo e que nem os interesses dos seus filiados defende convenientemente.
Como se percebeu, aliás, na tal reunião de S.Bento em que o presidente da Liga só foi convidado à ultima hora e quase por caridade!
E por isso não admira que a Liga esteja uma vez mais em convulsão, a dar voltas e reviravoltas que já lhe foram vistas no passado, com uma contestação em crescendo a Pedro Proença que poderá muito bem ser derrubado na Assembleia Geral de 9 de Junho próximo.
O pretexto, sim não passa de um pretexto, terá sido uma carta enviada por Proença ao Presidente da República e ao Governo pedindo apoio para a possibilidade de as dez jornadas que faltam serem transmitidas em canal aberto por razões, absolutamente plausiveis e justificadas, de defesa de saúde pública evitando com isso grandes concentrações de adeptos em cafés e restaurantes para verem os jogos em canais codificados.
Caiu o “Carmo e a Trindade” porque Proença não tinha perguntado aos clubes aquilo que achavam da proposta.
Que em nada os afectava, diga-se de passagem, e ainda contribuia para defender a saúde dos seus adeptos algo com que , pelos vistos, alguns clubes nada se importam imersos no poder ditatorial de quem os dirige.
As questões de fundo são, como é fácil de perceber, bem outras.
Uma tem a ver com o modelo de governação da Liga em que definitivamente os clubes tem de decidir se querem um presidente com poder, com autoridade, que os represente a todos por igual em matérias de fundamental interesse para o futebol como, por exemplo, a centralização da negociação dos direitos televisivos ou se querem um “pau mandado” que seja um eterno joguete entre Benfica e Porto (o Sporting aqui parece-me contar quase nada...) procurando conciliar os interesses quase sempre antagónicos de ambos e fazendo dos outros meros comparsas de uma história para a qual pouco ou nada contam.
Outra tem a ver com o próprio dirigismo nos clubes, com o perfil de quem a eles preside, com o entendimento que tem do que deve ser o futuro do futebol e com o papel que acham que a Liga nele deve ter .
Tenho um “ velho “ amigo, profundo conhecedor da realidade do futebol português, que me diz com muita piada que no tempo da ditadura os clubes eram geridos em democracia e agora em tempo de democracia os clubes são geridos em ditadura.
Não serão todos, é evidente, mas serão uma grande parte.
E nessa parte se incluem os que de facto mandam no futebol português.
É, se calhar, uma bela explicação para tudo a que vimos assistindo e vamos continuar a assistir sabe-se lá até quando.

Obsessão

Tenho alguma dificuldade em perceber a obsessão em torno de André Ventura. 
Comentadores políticos, cronistas de jornais, frequentadores das redes sociais , cultores do politicamente correcto parece que não lhes correm bem os dias se não "malharem" quanto puderam no André Ventura e no Chega. 
Uma obessesão que ronda a paranóia.
Digo-o com o à vontade de quem não votou no Chega,nem nunca votará porque a minha área política é outra, mas lhe reconhece o absoluto direito a existir e a fazer política. 

Que se saiba a Constituição não proibe partidos de direita que aceitem e pratiquem o jogo democrático.
Mas esses que pregam a democracia, mas roçam o totalitarismo nos comentários sobre Ventura, acham que direitos, direitos só a esquerda tem e nesses direitos inclui-se o insultar, caluniar e difamar quem não pensa como eles. 

Por exemplo associando Ventura e o Chega a Hitler e ao nazismo.
Nunca vi André Ventura defender Hitler ou o nazismo. 

Até porque sendo um democrata de direita naturalmente repudiará qualquer forma de totalitarismo.
 Mas conheço partidos em Portugal com representação parlamentar e dirigentes políticos portugueses que defenderam Estaline e Mao Tse Tung, dois criminosos como Hitler, e regimes comunistas tão sanguinários, assassinos e violadores dos direitos humanos como o nazismo.e não vejo em torno deles a obsessão de purificação da democracia que vejo injustamente, ainda por cima, contra André Ventura. E isso revela uma enorme falta de coerência. 
Para lá de uma hipocrisia indissociável de patéticos complexos de superioridade assentes sabe-se lá em quanta ignorância.
 E termino dizendo o seguinte: 
Não gostaria de ver Portugal governado por partidos nos extremos do sistema político. 
Mas preferiria sempre viver num Portugal governado por André Ventura do que num Portugal governado por Jerónimo de Sousa ou Catarina Martins.

Rapina


Esta imagem copiada da página "O Melhor do Vitória" ilustra a saída de quatro jogadores da formação do Vitória para o Benfica. E sobre isto direi apenas o seguinte:
1) Os clubes formadores estão cada vez mais indefesos perante estes assaltos permanentes e sem legislação que os defenda por parte de clubes que não respeitam nada nem ninguém.
2) É pena que o Benfica não limite a rapina à ave que tem como emblema e se dedique à própria actividade de rapinar em paralelo com os insultos que o seu presidente dirige aos presidentes de outros clubes que não lhe fazem os fretes de que tanto gosta.
3) É triste que estas crianças, porque de crianças se trata, não tenham pais que estejam mais interessados na sua educação cívica e escolar, na sua formação como jovens que serão os cidadãos do amanhã, do que em transformá-los sucessivamente em seus abonos de família, complemento salarial e PPR. Pensarão, na sua ganância irresponsável, que todos irão ser os Cristiano Ronaldo do futuro. Estão enganados!
4) O Vitória tem de se defender deste tipo de actuações lesivas do seu interesse e do investimento que faz na formação. E na ausência de legislação adequada tem, pelo menos, que deixar bem claro que quem abandonar o clube nestas condições ficará com as portas fechadas para todo o sempre. É que não faltam exemplos de quem tenha feito isto e pasados um anos tenha reaparecido por cá depois de descartados por quem os rapinou.
5) Neste exemplo fala-se do Benfica pela quantidade de jogadores que envolve. Mas ainda há dias o Porto fez a mesmissíma coisa com outro jovem do Vitória.. São farinha do mesmo saco.

terça-feira, maio 19, 2020

Centenário

Comemoraram-se ontem os 100 anos do nascimento de Karol Wojtyla que o mundo inteiro viria a conhecer como o Papa João Paulo II. 
Sucessor de João Paulo I, cujo papado durou apenas trinta e dois dias e cuja morte alimenta suspeitas nunca esclarecidas, não foi um doutrinador de excelência como Bento XVI nem um reformador como o Papa Francisco mas foi inquestionavelmente uma das figuras maiores do século XX pela influência religiosa, política e humana de que se revestiu o seu pontificado.
Polaco, pondo termo a centenas de anos em que o sucessor de Pedro era forçosamente italiano, vindo detrás da então existente "Cortina de Ferro" (assim baptizada por Winston Churchill outra figura maior do século passado) João Paulo II teve um papel importantíssimo na devolução da democracia aos paises tiranizados pelas ditaduras comunistas controladas pela União Soviética, a começar pela sua Polónia através apoio que deu ao sindicato "Solidariedade" liderado por Lech Walesa, enterrando no caixote do lixo da História a desdenhosa frase de Estaline sobre quantas divisões (militares ) tinha o Vaticano querendo com isso dizer que o Estado Papal não tinha qualquer poder de facto.
João Paulo II provou que tinha e muito ao ponto de a própria União Soviética (saborosa ironia) não ter resistido aos ventos da História que o Papa tão bem se encarregou de ajudar a soprar.
Mas se a sua acção "política" foi importante creio que João Paulo II ficará para a História essencialmente como o Papa que deu novos mundos à Igreja através de sucessivas viagens( foi o primeiro Papa a fazê-lo de forma sistemática) de evangelização por todo o  mundo , católico e não católico, sempre recebido por enormes multidões entusiasmdas e tornando-se assim num decisivo embaixador da sua Fé junto de milhões de pessoas que o recebiam com o entusiasmo com que se recebem as grandes estrelas do desporto ou as pop star da música.
À sua maneira, com a sua elevada dose de humanismo e simpatia pessoal, com o exemplo que deu nos anos finais da vida de aceitação do sacrifício de continuar em funções com vísiveis limitações fisícas, pode dizer-se que Joao Paulo II foi um revolucionário ao serviço de uma Revolução que tornou o mundo melhor.
E agora, cem anos decorridos sobre o seu nascimento, é oportuno recordar isso.
Depois Falamos