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quinta-feira, abril 30, 2020

Futebol

Certamente confortado pelos resultados da reunião de ontem o governo decidiu autorizar que no final de Maio a primeira liga regresse para cumprir as dez jornadas finais da prova. 
Claro que uma coisa é autorizar o regresso da competição e outra bem diferente os detalhes em que ela vai regressar.
Sabendo-se que serão jogos à porta fechada (que é a negação do futebol mas isso são detalhes...) ficam as outras questões pendentes. 
Subidas e descidas como irão ser processadas se a II liga , ao que tudo indica não irá ser reatada? Vai a classificação da II liga ser homologada como está com promoção de Nacional e Farense? E da II Liga haverá descidas para o Campeonato de Portugal? As dez jornadas vão ser disputadas onde e como? Não podendo haver jogos nas ilhas, devido às exigências de quarentena dos governos regionais, Marítimo e Santa Clara farão todos os jogos no continente o que colide com o regulamento da prova. Ou não?
E os clubes da II liga, competição tão profissional como a primeira, vão aceitar calados esta discriminação? De que forma defendeu a LPFP os interesses destes seus filiados? E como vai ser com os contratos de jogadores e treinadores que terminam a 30 de Junho? Vão ser prorrogados? E se os próprios não quiserem? 
Futebol sem público é uma aberração; Mas uma final da Taça de Portugal, a que alguns "líricos" chamam a festa do futebol jogada à porta fechada é a aberração suprema e caracteriza bem o desnorte que por estes dias reina por aí.
Num país em que sem contemplações se acabaram as competições de futebol de formação e não profissional, em que de uma penada acabaram os campeonatos de andebol, basquetebol, voleibol e hóquei em patins, vai-se reatar a primeira liga apenas porque tem que ser , as televisões mandam e os clubes estão tesos.
A saúde essa que se lixe.
Creio que decidir reatar o campeonato é uma decisão tomada de costas para o futebol e de frente para o dinheiro.
Lá para Julho, na Avenida dos Aliados ou no Marquês e nas ruas de muitas cidades deste país (menos Guimarães em qualquer dos casos), quando centenas de milhares de adeptos se juntarem para festejar um mero título de campeão todos nós nos interrogaremos para andamos meses a fazer o sacrifício de estarmos confinados em casa.
Portugal é cada vez mais uma brincadeira de mau gosto e o futebol o seu retrato mais perfeito.

Agradecer

Estes três foram à reunião com o primeiro ministro incumbidos pelos seus colegas da Liga (NOS e PRO) de os representarem e darem força às posições do futebol. 
Os clubes da II Liga podem agradecer-lhes desde já a valia da sua intervenção. 
Os outros 15 da primeira liga é só terem a paciência de esperarem mais um pouco e logo verão o que lhes toca em sorte. 
Pode ser que aprendam, de uma vez por todas, que estes três só querem saber da vidinha dos clubes deles.
Querem lá saber dos outros e do próprio futebol.

Cavadelas

Como no meu partido as pessoas são livres de terem opinião sem incorrerem no desagrado do "chefe", nem eu no partido estaria se assim não fosse, e sabendo-se que a democracia não está suspensa por mais que isso agradasse a alguns aiatolás do governo e que em volta dele giram não há inconveniente em escrever o que a seguir se segue.
Até porque com o estado de emergência a terminar ( veremos o resultado...) e o progressivo regressar a uma normalidade que se espera que seja normalidade mesmo volta a haver espaço para o debate político e para o confronto de ideias.
Este intróito todo para dizer uma coisa simples e fácil de confirmar.
Com os governos de António Costa pode bem dizer-se que aparecendo crises é cada cavadela cada minhoca.
Ou, por outras palavras, cada ministro do sector em crise mostra uma completa incapacidade para o exercício de funções.
Com a tragédia dos incêndios de Pedrogão veio ao de cima a completa impreparação da ministra Constança Urbano de Sousa para o exercício do cargo de ministra da administração interna tanta as asneiras feitas que levaramà sua inevitável remodelação.
Com o roubo das armas de guerra em Tancos apareceu outro ministro incompetente na forma como geriu todo o processo , para lá de suspeitas ainda não esclarecidas sobre quem sabia o quê em todo o sórdido assunto, que levou com a inevitável "guia de marcha" (apropriada para um ministro da Defesa) na tentativa de estancar a polémica sobre o assunto.
Com a actual crise de saúde pública provocada pelo covid-19 a ministra da saúde já fragilizada por anteriores erros , más decisões e declarações incompreensíveis fez até agora o suficiente para estar na "pole position" para a inevitável remodelação do pós crise que "premiará" a sua absoluta falta de competência para o exercício daquele cargo.
São "apenas" três exemplos mas que mostram bem a forma como António Costa não sabe formar um governo com as pessoas certas nos lugares certos e que fazem recear que uma próxima crise num qualquer outro sector venha a provar que também aí o ministro foi mal escolhido.
 Pobre país!
Depois Falamos

Liga

Pessoa amiga, sempre bem informada, fez-me chegar este recorte de jornal de há duas semanas que noticia uma reunião por video conferência entre a direcção da Liga e os presidentes dos clubes em que o presidente da Liga foi mandatado para conjuntamente com o presidente da FPF reunirem com o governo para o sensibilizarem para os problemas do futebol que dias atrás o primeiro ministro desvalorizara. 
O Presidente do Belenenses SAD sugeriu, sem oposição, que nessa reunião com o governo também estivessem os presidentes de Porto, Sporting e Benfica para darem "peso" às reivindicações a serem apresentadas.
Como acabaria por acontecer.
Daqui se podem tirar três conclusões que considero irrefutáveis. 
A primeira é que o silêncio dos presidentes sobre a reunião se deve ao facto de a presença nela de Pinto da Costa, Frederico Varandas e Luís Filipe Vieira ter sido pedida por eles próprios.
 A segunda é que não foi a FPF que escolheu os clubes que estiveram na reunião mas sim que se limitou a aceitar naturalmente a sugestão vinda da Liga,
 A terceira é que os presidentes dos clubes tem tão pouca confiança no peso institucional de Pedro Proença que acharam melhor ele ser acompanhado pelos três presidentes referidos o que mostra bem o conceito em que o presidente da Liga está junto dos clubes. 
Em conclusão, sobre tudo que tenho vindo a escrever sobre o assunto, continuo a pensar que quem devia ter estado nessa reunião eram apenas FPF e LPFP. 
Mudou , e muito, foi o contexto em que se pode interpretar a presença dos três presidentes de clube que, como atrás está escrito,foi da exclusiva responsabilidade dos seus pares. 
O que também diz muito sobre o estado actual do futebol português a nível de clubes. 
Quer nas relações entre eles quer quanto a quem escolhem para dirigir a Liga.
Mas isso sao outros contos.

terça-feira, abril 28, 2020

Muito Bem

Concluída a reunião que nunca devia ter existido, e que se saldou por um conjunto de banalidades (ou seja não serviu para nada)a avaliar pelas declarações feitas, há que dizer o seguinte:
Só um clube e só um presidente da primeira liga tiveram a coragem de publicamente discordarem da reunião face aos critérios de escolha dos participantes e criticarem quem a convocou. 
Foram o Vitória e Miguel Pinto Lisboa ! 
Confirmando que neste triste panorama do futebol em Portugal o Vitória Sport Clube é a unica instituição com capacidade de ser independente dos favores dos chamados "grandes", das colocações de jogadores oriundos da famosa "lavandaria" , de traçar um percurso próprio e de ter dirigentes que não vistam camisolas coloridas por baixo da camisola do próprio clube. 
E por isso nas declarações o presidente vitoriano foi ao cerne da questão que é porque razão foram convidados uns e não foram convidados outros, porque razão a LPFP começou por ser marginalizada e só posteriormente incluida nos participantes. 
O Braga, cujo presidente adora protagonismo, desta vez pronunciou-se através de uma fonte incógnita do clube não contra a reunião mas contra o facto de o Braga não ter sido para ela convidado o que mata definitivamente o G-15 face à mentalidade evidenciada. 
Os outros clubes da primeira liga comeram e calaram porque senão levavam "tautau" dos "papás" e o risco de não levarem mais umas migalhas sobrantes no início da próxima época. 
Foi mais um dia triste, muito triste mesmo, para o futebol português.
Por culpa do governo, da FPF, da LPFP e de Benfica, Porto e Sporting.
A nós, vitorianos, resta-nos a consolação de haver sempre alguém que resiste, haver sempre alguém que diz não. 
E hoje o Vitória e Miguel Pinto Lisboa estiveram à altura das suas responsabilidades.

Filhos e Enteados

Publiquei este artigo em "A Economia do Golo"
Não gosto de António Costa.
Não gosto da sua política, da forma como governa, do governo que formou com ministros que em boa parte se tem revelado um fracasso.
Mas também não gosto dele pessoalmente.
Acho-o arrogante, hipócrita, desprovido de escrupulos, mentiroso e com tiques de dono disto tudo.
Postas as coisas com clareza, como sempre gostei, considero que a reunião que vai fazer hoje com o presidente da FPF, com o presidente da LPFP (que foi convidado à última hora mas aceitou porque não passa de um pau mandado do presidente do seu clube) e com os presidentes de Benfica, Porto e Sporting é uma canalhice feita ao futebol da qual ele é o principal responsável embora existam outros com grau de responsabilidade menor.
Que são os restantes que vão estar presentes.
E é uma canalhice porque fazendo sentido o governo reunir com as instâncias do futebol para decidirem do recomeço, ou não, dos campeonatos essa reunião se deveria fazer exclusivamente com a FPF que tutela todo o futebol e com a LPFP que representa todos os clubes profissionais e organiza os campeonatos não fazendo qualquer sentido a ela anexar clubes.
Tal como o governo faz, por exemplo, na concertação social onde reune com as centrais sindicais e não apenas com alguns sindicatos, com a confederação do comércio e não apenas com algumas associações comerciais, com a CIP e não com apenas algumas empresas.
Ao chamar a FPF, a Liga mais tarde e por arrasto da FPF ao que se lê, e ao escolher três clubes (não por acaso os que entre si terão mais de 85% dos adeptos de futebol no país, ou seja, mais votos em eleições legislativas) o governo está a passar duas mensagens que consubstanciam a tal canalhice.
A primeira é que só lhe interessa falar com os chamados "grandes", os mais fortes e com mais adeptos (leia-se votos) enquanto os restantes não passam de verbos de encher que apenas servem para compor jornadas da prova.
A segunda é a reconhecer explicita e definitivamente que no futebol português há filhos e enteados algo que árbitros, VAR, orgãos disciplinares e comunicação social há muito praticavam mas tem agora o reconhecimento oficial do governo.
E ao fazer assim, ao mostrar interesse pela opinião de três e um soberano desprezo pela dos restantes, o governo está a marginalizar, discriminar e humilhar todos os restantes clubes com uma arrogância e uma prepotência que se entenderiam numa ditadura mas não se aceitam num regime supostamente democrático em que todos deviam ser tratados por igual. Nos direitos e nos deveres.
E na consideração já agora.
Ao proceder desta reprovável forma o governo está a passar, e só não o entenderá quem não quiser ou for demasiado estúpido para compreender coisas tão simples, uma certidão de óbito à já quase inexistente verdade desportiva das competições profissionais de futebol.
Pois quando é o próprio governo, com a miserável cumplicidade de FPF e LPFP, a dizer que apenas três clubes contam quem é que doravante se vai preocupar com os interesses e direitos dos outros quando em confronto com qualquer um desses três?
É evidente que ninguém. Porque se já antes era o que era como será agora com a benção do governo a essa separação entre filhos e enteados.
Não se esgota porém em António Costa e no governo a responsabilidade por esta reunião vergonhosa.
Desde logo a FPF que a partir de hoje , ao aceitar participar na reunião e ao que parece a ter uma palavra a dizer quanto aos convites, deixa de poder ser vista como um orgão isento e acima dos clubes para passar a ser "madrinha" de três e parte activa na política de filhos e enteados que nos remete para o terceiro mundo do futebol.
A LPFP que supostamente representando todos os clubes esquece os "enteados  aceitando participar ao lado dos "filhos" numa reunião que devia envergonhar todos quantos tivessem vergonha na cara e estivessem na direcção do organismo para servir os clubes e o futebol e não para serem correia de transmissão dos seus (três) clubes.
Finalmente Benfica, Porto e Sporting, que aceitando o convite em vez de remeterem a sua representação para a LPFP, provam uma vez mais que como noutras questões (direitos televisivos por exemplo) querem é tratar da vidinha deles estando-se nas tintas para todos os outros de quem só se lembram para aquelas  negociatas de jogadores em que quase sempre são os únicos a ganhar.
É a reunião da vergonha entre os sem vergonha.
E os outros?
Os "enteados"'
Ao que se sabe estão calados.
Consentindo pelo silêncio nesta pouca vergonha e perdendo qualquer legitimidade de a partir daqui  se queixarem seja do que for.
Desde a a forma como os donos disto tudo vão resolver hoje o destino dos campeonatos até a futuras arbitragens, decisões dos VAR, castigos dos orgãos disciplinares e discriminações de televisões e jornais.
Porque também eles aceitam, quietos e  calados  ( e nalguns casos contentes até), que no futebol português há filhos e há enteados, e que é assim que as coisas devem ser, porque caso contrário insurgir-se-iam contra o que se vai passar.
Se alguma vez tive dúvidas que o 25 de Abril nunca chegou ao futebol  a partir de hoje tenho a certeza absoluta.
Não chegou!

Presidentes

Nos cinco anos e uns meses, duas legislaturas incompletas, em que fui deputado pelo PSD na Assembleia da República o Parlamento teve a presidi-lo duas figuras que muito diferentes em muita coisa foram presidentes que prestigiaram a instituição e a própria democracia.
António de Almeida Santos do PS e João Bosco Mota Amaral do PSD.
Dois verdadeiros senadores do regime democrático, com enorme experiência política e de vida, com cargos ocupados em vários orgãos de soberania que lhes permitiram um conhecimento das coisas e das causas que sempre aplicaram no mais elevado cargo parlamentar.
Mota Amaral mais formal, mais cumpridor até ao limite do regimento parlamentar, senhor de uma ironia fina e de um sentido de humor peculiar, rigoroso no funcionamento do plenário e respeitado por todos os grupos parlamentares.
Almeida Santos mais tolerante, com maior bonomia na condução dos trabalhos, mais propenso a desculpar falhas regimentais, também ele possuidor de um notável sentido de humor e obviamente merecedor de enorme respeito de todos os deputados.
Eram dois presidentes para os quais os deputados olhavam com enorme consideração.
Que vinha das respectivas, e notáveis,"folhas de serviço, da esmerada educação que a ambos caracterizava , da inteligência com que se relacionavam com toda a gente de todos os grupos parlamentares, do respeito natural que emanava das suas figuras.
Nunca precisaram de se irritar, de encresparem o diálogo fosse com quem fosse, de levantarem a voz para se fazerem ouvir.
Ambos foram dignos continuadores da uma lista de Presidentes que enobreceram aquela casa, desde o 25 de Abril, iniciada com Henrique de Barros na Assembleia Constituinte e terminada com Assunção Esteves, a primeira mulher a presidir ao Parlamento, em 2015.
De lá para cá tem sido um longo, desolador e vergonhoso hiato.
Que como tudo na vida terá o seu fim.
Depois Falamos.

Caras de Pau

Até 2015 alguns deles eram os guardiães da fé. 
Da fé no ex lider, na sua liderança, no dogmatismo absoluto das suas decisões. 
Mas depois o ex lider ganhou as eleições no país mas perdeu o governo na "bolha" lisboeta em que tudo se decide e ficou claro que a curto prazo se iria embora porque não estava, nunca esteve, agarrado a nada.
E a fé foi afrouxando e as "antenas" entraram em velocidade máxima tentando captar quem seria o novo líder merecedor de uma fé tão absoluta como no anterior.
Lá o descobriram.
E embora a liderança, o estilo, a eficácia eleitoral estivessem nos antipodas do ex lider o dogmatismo com que passaram a ser guardiães da nova fé não temia comparações com tantos "rasgar de vestes" na defesa da antiga.
E em nome dela, e do actual líder, passaram a estar sempre prontos a negar o ex lider como Pedro negou Cristo. E por razões não muito diferentes em boa verdade.
Conhecedores da velha máxima de "rei morto ,rei posto" eles estão sempre com o "rei" posto. Alguns  com grande capacidade de adaptação, chamemos-lhe assim, já mudaram de "rei" mais vezes do que mudam de camisa mas isso são detalhes que não os incomodam especialmente se o novo "rei" os receber como se fossem virgens impolutas em matério de contorcionismo.
Por estes dias o actual líder foi a um programa televisivo supostamente de humor.
E permitiu entre sorrisos muito bem dispostos que o humorista em perda se referisse ao legado do ex líder como um vírus (num tempo em que brincar com vírus não tem seguramente piada nenhuma) e ainda ajudou à festa referindo-se aos que lealmente (esses sim!) ajudaram o ex-lider num combate dificílimo por Portugal, num tempo em que alguns andavam de braço dado com os adversários desse combate, como uma pandemia interna que ele próprio andava a combater.
Perante este conjunto de alarvidades, que seguramente incomodaram muitos que nem do partido fazem parte mas tem respeito e gratidão pelo trabalho do ex líder enquanto primeiro-ministro, que fizeram os tais que até 2015 "matariam" por muito menos quem ousasse referir-se ao ex líder de forma menos correcta?
Ficaram calados como é evidente. Não houve um, que se saiba, que tivesse a dignidade de se demarcar daquele momento patético e ofensivo de uma memória que devia ser colectivamente preservada.
É preciso uma enorme cara de pau para aceitarem isso sem esboçarem uma reacção, esgrimirem um gesto digno, marcarem o respeito por si próprios.
Um que fosse!
Mas  a carne é fraca e as cadeiras do Parlamento muito confortáveis.
O resto é treta.
Depois Falamos.

Penoso

O rebaixamento da dignidade institucional dos respectivos cargos é simplesmente penoso.
 Presidente da República, Ministro da Defesa e Presidente da Câmara de Lisboa , depois do péssimo exemplo que foi a sessão comemorativa do 25 Abril no Parlamento não encontraram melhor para fazer do que praticarem um lamentável acto encenado de caridade televisiva distribuindo alimentos aos sem abrigo de Lisboa. 
Usar a miséria alheia para actos de promoção política pessoal é simplesmente miserável e uma enorme falta de respeito por aqueles que usam sem pudor nem respeito pela sua situação de desespero.
 Pregam os valores de Abril mas depois na prática fazem o que nem no Estado Novo se fazia.
 Portugal merece muito melhor que isto.

Repetição?

Há quem ache que a História não se repete e há quem ache exactamente o contrário.
Não sei se assim é ou se existe um meio termo entre as duas posições que de alguma forma permita conciliá-las até porque o passar dos tempos vai-nos apresentando situações que se não são uma repetição exacta do que já se passou são, ainda assim possuidoras de semelhanças várias.
É o caso das presidenciais de 2021.
Recuemos a 1976.
Poucos meses após o injustamente pouco celebrado 25 de Novembro, que garantiu a democracia, defrontaram-se nas eleições presidenciais de 27 de Junho de 1976 as áreas políticas que já se tinham defrontado ao longo do PREC com o culminar do confronto a suceder nesse citado dia 25 de Novembro.
De um lado António Ramalho Eanes apoiado por PSD, PS, CDS, MRPP e mais alguns pequenos partidos então existentes e do outro os derrotados do 25 de Novembro divididos pelas candidaturas de Otelo Saraiva de Carvalho e Octávio Pato, registando-se ainda uma candidatura algo "romântica" do almirante Pinheiro de Azevedo.
Eanes ganhou facilmente com 62% , ficando a seguir Otelo com 16%, Pinheiro de Azevedo com 14% (estando na altura hospitalizado após um enfarte) e Pato com uns melancólicos 7,5% dos votos expressos.
Quatro anos depois tudo foi diferente.
O PSD e o seu líder, Francisco Sá Carneiro, que em 1976 tinham sido os primeiros a apoiarem Eanes foram também os primeiros a afastarem-se dele promovendo a candidatura do general Soares Carneiro por considerarem que o mandato de Eanes não tinha correspondido às expectativas do eleitorado que o elegera em 1976 e, bem pelo contrário, significara uma aproximação aos derrotados de então.
O CDS, ao tempo coligado com o PSD na AD (Aliança Democrática) acompanhou-o nessa posição enquanto o PS vivia um drama interno com o seu líder, Mário Soares, a recusar-se a apoiar Eanes enquanto um grupo de dirigentes que ficou conhecido como o ex secretariado (Zenha, Sampaio, Guterres entre outros) se colocava ao lado do então presidente levando com eles boa parte do eleitorado socialista.
Na área da AD verificaram-se ainda duas candidaturas , as de Galvão de Melo e Pires Veloso, ambas com resultados insignificantes enquanto à esquerda Otelo repetia a candidatura mas ida a aura revolucionária teve apenas 1,49% enquanto o PCP escaldado pelo resultado de Pato candidatou Carlos Brito que depois de passar a campanha a atacar Soares Carneiro desistiria à boca das urnas a favor de Eanes. Uma estratégia que o PCP voltaria a usar por várias vezes em presidenciais seguintes.
Eanes foi reeleito com facilidade (entretanto dera-se o atentado de Camarate) com 56% contra os 40% de Soares Carneiro.
Ou seja trocando de eleitorado , sendo apoiado agora pelos que o tinham combatido antes, Eanes voltou a vencer.
Regressemos ao tempo presente e às presidenciais de Janeiro de 2021.
E face ao que tem sido o desenrolar do processo político dos últimos anos não custa a crer que Marcelo Rebelo de Sousa repita o percurso de Ramalho Eanes.
Eleito em 2016 essencialmente com o apoio do PSD e do CDS mais eleitorado moderado do centro captado à abstenção e ainda socialistas que não se reviam na candidatura  "misteriosa" de Sampaio da Nóvoa ou na "patetice" protagonizada por Maria de Belém, Marcelo praticamente desde o primeiro dia do seu mandato foi-se afastando do eleitorado que o elegera para, encostado de forma quase pornográfica ao governo, ir em busca dos votos de esquerda que lhe permitissem uma reeleição triunfante e por números históricos.
Com isso perdendo progressivamente o apoio do eleitorado que nele votara e no qual a desilusão é galopante.
Não sei qual será a posição dos partidos quanto ao apoio aos candidatos presidenciais de 2021.
Imagino que uns por obrigação, outro por agradecimento, outros por quererem estar na candidatura vencedora e outros ainda por tacticismo acabarão por apoiar Marcelo.
Mas desconfio que tal como Eanes, e para lá da posição oficial das direcções partidárias, Marcelo será reeleito trocando de eleitorado. Onde antes o centro direita, centro e centro esquerda tinham sido decisivos agora será o centro mais à esquerda e a própria esquerda.
A ver vamos.
Depois Falamos.

Cartoon

Não encontrei cartoon que retratasse melhor o que foi o processo de comemoração do 25 de Abril de 2020 no parlamento do que este.
Desde a raiva sectária e irracional com que Ferro Rodrigues impôs as comemorações , fossem como fossem e custassem o que custassem a leste do exemplo do que o Parlamento devia ter dado e não deu, até à inconsciência com que desnecessariamente se expuseram ao vírus, em nome de um cravo, pessoas que não deviam ter sido expostas.
O 25 de Abril é indiscutível.
Os promotores das comemorações destes ano não. Antes pelo contrário!
E a data fica a dever-lhes um péssimo serviço!
Depois Falamos

Discursos

Devo dizer que de uma forma geral gostei dos discursos que ouvi na sessão solene do 25 de Abril. 
Não estou de acordo na totalidade, divirjo de umas coisas nuns e de outras coisas noutros, mas creio que todos eles estiveram à altura do exigível e marcaram posições correctas. 
Prestaram bom serviço à data que se comemora. 
Em tempo: Os discursos que ouvi foram os de Rui Rio, Telmo Correia, André Ventura e João Cotrim de Figueiredo.
E rigorosamente mais nenhum. 
Felizmente o confinamento não me afectou o juízo!

Europas

O meu artigo desta semana no zerozero.

Passam os dias, passam as semanas, correm os meses e o mundo continua a combater o covid-19 sem ter nenhuma certeza quanto ao sucesso desse combate nem aos prazos nos quais poderá regressar a uma normalidade que nunca será a normalidade do pré pandemia mas algo de bem diferente.
Com a Europa e os Estados Unidos a registarem quase 90% das infecções e mortes por causa da pandemia ( o que não deixa de ser sintomático e a merecer outro desenvolvimento que não o de num artigo sobre desporto) é evidente que o sucesso do combate ao corona vírus passará pelo sucesso que esse continente e esse pais conseguirem nos seus esforços.
Deixando de lado os Estados Unidos, que é outra realidade económica, política e social a Europa , duramente castigada pela pandemia, tem sido incapaz de até agora concertar uma resposta comum ao combate que tem pela frente bem como um lamentável atraso nas medidas, e na sua dimensão,  que se entendem necessárias para combater a enorme crise económica que se prevê para o pós covid-19.
Não direi que é cada um por si mas pode bem dizer-se que a solidariedade entre países da União Europeia não foi a desejável o que obrigou a que outros protagonistas (Rússia e China ) aparecessem a ajudar os país mais fustigados como foi, por exemplo, o caso da Itália.
Se a Europa como continente, e a União Europeia como realidade política , não foram capazes de darem resposta cabal ao problema nem preparar o futuro, mostrando que há na Europa várias Europas, não seria muito de esperar que no que ao futebol concerne a UEFA fosse capaz de fazer muito melhor.
Porque a UEFA, como alguns governos, é excelente a navegar em “águas mansas” e fartura de meios económicos (quem não é ?) já quando as coisas se complicam, e muito como neste caso, tudo muda de figura e revela-se incapaz de não só propor soluções para o conjunto das suas federações como dirigir o “barco” em águas encapeladas.
E daí a desorientação que grassa quanto aos campeonatos nacionais, as competições europeias e a época de 2020/2021.
Sem grande esforço de memória todos nos recordamos que a UEFA, depois de reuniões por videoconferência com as federações nacionais, tomou basicamente duas grande decisões:
A primeira foi adiar  o campeonato da Europa para 2021 face às impossibilidades várias  que tornavam inviável que ele fosse disputado este ano.
A segunda, sobre o concluir das provas nacionais, foi decidir que... não decidia empurrando as decisões para as federações e ligas de cada país trocando assim uma decisão centralizada que mereceria o respeito de todos, porque igual para todos, por um “à vontade do freguês” que ameaça correr mal um pouco por todo o lado.
Mas, pior ainda, mal uma federação nacional decidiu de forma que à UEFA não agradou logo veio a terreiro criticar a decisão tomada nesse país (a Bélgica) e ameaçar com a exclusão dos seus clubes das provas europeias da próxima temporada.
Sintomático do desnorte que por lá grassa e mais uma prova do quão pouco democrática é a instituição que manda no futebol europeu.
E por isso se chegou a esta situação de num mesmo continente e numa mesma associação de federações haver um conjunto díspar de decisões.
A Bélgica decidiu dar o campeonato por terminado e homologar a respectiva classificação.
A Holanda decidiu dar o campeonato por terminado mas sem campeão, sem subidas e descidas, fazendo tábua rasa desta época desportiva. Há clubes que discordam e ameaçam recorrer aos tribunais pelo que ninguém sabe como o assunto irá acabar.
A Alemanha anuncia o retomar da competição para 9 de Maio, com jogos à porta fechada, mas sem se saber ainda todas as condições em que será disputado.
Em Itália, um dos países europeus mais castigados pelo vírus, quer-se terminar o campeonato até dois de Agosto mas o processo está   atrasado  por força de negociações entre sindicatos de jogadores e a Liga entre outros problemas não se sabendo como e aonde serão os jogos.
Em Inglaterra pretendem regresso dos jogos, à porta fechada, a 1 de Junho  com jornadas de dois em dois dias para não porem em causa os prazos para o começo da próxima época.
Em Espanha Federação e Liga querem o regresso aos treinos, sem apontarem datas para os jogos, mas é um dos campeonatos em que a oposição dos jogadores ao retomar da competição é mais forte pelo que neste momento as decisões ainda não estão tomadas.
Em França o modelo é outro; A Federação quer fazer disputar, no final de Junho, as finais da Taça e da Taça da Liga e posteriormente reiniciar o campeonato ainda em Junho ou logo no princípio de Julho.
E Portugal?
Se na Europa há várias Europas em Portugal não podia deixar de haver vários “Portugais”.
Para o futebol não profissional já houve uma decisão que passa por campeonatos suspensos e ausência de campeões e de subidas e descidas. É assunto arrumado.
Para o futebol profissional a decisão é radicalmente diferente e passa por acabar os campeonatos à viva força embora ainda sem datas para a disputa dos jogos, sem decisões sobre locais e apenas se sabendo que serão à porta fechada.
A Federação está a estudar o processo em todas as suas componentes com a abrangência necessária, o sindicato dos jogadores vem pondo algumas reservas ao regresso dos jogos sem estarem reunidas todas as condições de segurança (Que obviamente são impossíveis de garantir) enquanto o governo já deu “luz verde” ao regresso do futebol.
Os clubes, por seu turno, cada um faz como lhe parece melhor com uns já a treinarem , outros a programarem o regresso aos treinos e outros com os jogaodres e treinadores ainda de férias.
Há para todos os gostos.
É impossível , hoje, prever como tudo isto irá acabar nas várias  Europas e em Portugal.
Interesses desportivos, interesses televisivos, questões legais (como contratos de jogadores por exemplo) questões de segurança, combate ao vírus, conciliação de datas são um novelo complexo que não será fácil desenrolar e menos ainda quando os organismos com poder para isso, como a UEFA, estão a falhar rotundamente.
Deseja-se apenas que no corolário do processo não “morram “ alguns clubes, como se começa a temer em várias latitudes, porque em função do covid-19 já há mortes que cheguem e sobrem.
Quanto ao resto...andando e vendo!

Vírus Trump

Com os Estados Unidos perto de sofrerem mais mortos por causa do corona vírus em mês e meio do que durante vinte anos da guerra do Vietaname começa a não haver muito mais que dizer sobre o louco perigoso que em 2016 foi eleito para presidente do país.
Mentiroso compulsivo, irresponsável terminal, absolutamente incapaz de entender coisas simples, entre muitos outros defeitos ja todos sabíamos que eram o retrato fiel de Donald Trump.
Mas dia a dia, conferência de imprensa a conferência de imprensa, cada vez é maior a certeza do perigo público que ele constitui, em primeiro lugar para os próprios americanos, e de como a sua presidência vai ficar marcada por muitas dezenas/centenas milhares de mortes que se devem à sua estupidez e irresponsabilidade.
Agora, para lá de tudo mais, resolveu dar palpites sobre assuntos de que não entende rigorosamente nada (como quase todos) mas que revelam bem até que ponto o seu ego néscio o conduz.
A sugestão sobre injecções com desinfectantes para matar o vírus ou de banhos de luz ultra violeta para o mesmo fim não teriam piada no portfólio de anedotas de um comediante de feira como anedotas que fará proferidas numa conferência de imprensa do presidente dos Estados Unidos da América vista por muitos milhões de pessoas.
É que para além da ignorância, cretinice e estupidez do sujeito há ainda o risco adicional, já comprovado, de haver muita gente nos EUA (e cá também mas não falemos de coisas tristes...) que o leva a sério, nele acredita e corre assim o terrível risco de seguir as suas sugestões.
Mau demais para ser verdade.
Espero que em Novembro haja, ao menos, o bom senso de o atirar para o lixo.
É o lugar dele.
Depois Falamos.

Microclima

O futebol português é um microclima já todos o sabemos.
Felizmente para o futebol há poucos assim porque caso contrário a modalidade teria sérios problemas em subsistir e mais inda em ser o grande desporto de massas que não tem igual em todo o planeta em termos de popularidade.
Neste tempo de pandemia, para o qual ninguém estava preparado, é evidente que a forma de reagir varia de país para país, em termos de Europa, e de clube para clube no que a Portugal diz respeito e face à conhecida "criatividade" dos portugueses.
Uns clubes já treinam, outros prepararam-se para recomeçar os treinos, outros estão de férias e por aí fora naquela bandalheira tão típica do "xico espertismo" nacional.
Sabemos, também, que a verdade desportiva é uma preocupação menor dos responsáveis do futebol pelo que o facto de esta bandalheira por em causa a igualdade de todas as equipas não os preocupar por aí além (menos ainda o mau exemplo que dão ao país) face à pressa que tem de recomeçar o campeonato o mais depressa possível.
E por isso a tese do jogar à porta fechada é já incontornável e volta a ganhar força a ideia de juntar todas as equipas numa mesma região , no caso o Algarve vá-se lá saber porquê, para jogarem à presão as dez jornadas em falta.
Sobre isto tenho, e reitero, uma posição clara.
Entendo que só se deve jogar quando existirem todas as garantias de segurança face às possbilidades de infecção e isso implica ausência de risco e contágio e consequente presença de público nas bancadas.
Não sendo assim, e teimando-se nos jogos à porta fechada, então que se dê o máximo de normalidade possível permitindo que cada clube utilize o seu estádio e que os intervenientes do jogo possam regressas a suas casas com este finalizado.
Jogar em exclusivo numa região só no caso de ser na Madeira, como já tive oportunidade de escrever, porque é a única em que os riscos de infecção são menores face à condicionante geográfica e nela existem estruturas desportivas suficientes para garantir o apoio a todas as equipas e a realização de todos os jogos.
A não ser na Madeira porque há-de ser no Algarve e não no Minho? Ou no distrito do Porto? Ou no distrito de Lisboa? Em qualquer dessas alternativas há mais e melhores estádios para se jogar e mais e melhores relvados para as equipas treinarem.
O Algarve porquê? A quem interessa que seja lá? E interessa porquê?
Quando o Algarve até é em Junho e Julho uma das regiões mais quentes do país e portanto menos propensa ao treino e à competição
É inquinar pela dúvida , logo à partida, algo que já não será muito "saudável" por natureza.
Depois Falamos.

Dia do Livro

Hoje é dia mundial do livro e do direito de autor.
O dia do livro devia ser condignamente comemorado com a visita a uma livraria (Bertrand, FNAC, etc) , o folhear de uns quantos e depois comprar dois ou três para acrescentar a lote à espera de leitura que nestes tempos de confinamento tem reduzido drasticamente.
Mas não é possível pelas razões conhecidas.
Claro que  podia sempre comprá-los pela internet, como tantas vezes faço, que a entrega é rápida e o preço mais barato mas não é a mesma coisa de cumprir o ritual de entrar numa livraria, com cheiro a livros, e poder folhear uns quanto antes de tomar a decisão de comprar.
Ficará para mais tarde.
Porque se há coisa que me acompanhou quase toda a vida, mais propriamente desde que aprendi a ler, foi o gosto pela leitura e o prazer de frequentar livrarias para poder escolher os livros que fossem mais conformes com os meus gostos ao longo dos anos.
Nunca esquecerei os livros dos "Famosos Cinco" e do "Clube dos Sete" que foram as primeiras colecções que fiz (ainda hoje os tenho) e que me proporcionaram tantas e tantas horas de fascinante leitura mesmo quando lia cada um deles pela quarta ou quinta vez farto de saber como a história acabava.
E recordarei sempre, com a pena de já não existirem há muito, as duas primeiras livrarias da minha vida nas quais tantos livros comprei; a "Raúl Brandão" e a "Lemos" ambas em Guimarães e a curta distância uma da outra.
Da "Lemos" ,especialmente, recordo ainda hoje com nitidez o cheiro a livros proporcionado por três andares recheados de estantes repletas de livros de todos os géneros e onde era fácil perderem-se horas a folhear este, aquele, depois outro.
Foi uma enorme perda para Guimarães e para a Cultura o seu encerramento há já muitos anos.
Em suma os livros tem sido um companheiro fiel, constante e enriquecedor ao longo de toda a minha vida e assim continuarão a ser, sempre em papel que livros na net não leio, no futuro.
Escolhi para ilustrar este texto uma imagem de "Os Maias" que é seguramente o livro da minha vida.
Li, reli, voltei a ler e ainda hoje o folheiro e leio alguns trechos com alguma frequência.
Uma autêntica obra prima da literatura portuguesa.
Depois Falamos

Repugnante

Declarações de Ferro Rodrigues à TSF
“Vai ser obrigatório usar máscara?
- Não, nunca foi. Porque é que havia de ser neste plenário ? Se não foi nos plenários anteriores! Então nós íamos mascarados para o 25 de Abril? Eu diria, até um pouco a brincar -embora o momento não seja para grandes brincadeiras -, que houve muita gente mascarada de 'abrilista' durante estes anos todos e agora deitou as garras de fora”


Este ser repugnante é, para vergonha de todos nós, presidente do parlamento e segunda figura do Estado (Deus dê vida e saúde a Marcelo...) por obra e graça da maioria de esquerda.
Estas miseráveis declarações traduzem um soberano desprezo pelos mortos e infectados pelo covid-19, pelos restrições a que os portugueses estão sujeitos, pelas recomendações da DGS e ,acima de tudo, pelo mais elementar bom senso e pela obrigação de dar exemplo. 
São as declarações de um chefe de facção radical (saudades do MES?) que quer dividir o país em duas parte ao sabor do seu arcaico conceito de ideologia e que simultâneamente se acha um dos donos do 25 de Abril. 
Mais do que isso são a expressão de uma pensamento de arrogante elitismo que entende que há regras gerais para uns e regras com excepções para outros de que ele se acha parte integrante. 
É gente desprezível como este sujeito que dá mau nome à política e contribui para o seu desprestígio. Pena que o tipo não perceba que para além de lhe defender a saúde o uso de máscara até o favorecia. E muito!

Lockheed Tristar

Há muitos anos atrás viajei num avião como este.
O mesmo modelo, e a mesma companhia (Eastern Airlines), numa viagem entre Nova Iorque (Aeroporto de La Guardia) e Orlando com uma escala em Jacksonville de cerca de meia hora que deu para conhecer o aeroporto e nada mais.
Recordo até que a maioria dos passageiros nem se deu ao trabalho de sair do avião dado o escasso tempo de paragem mas cá por mim pensei que mais valia aproveitar esses minutos para ver o que não conhecia, ainda que apenas o interior de um médio aeroporto americano, do que ficar sentado a olhar pela janela.
E assim fiz. 
Confesso que de pouco me recordo a não ser que era noite e que a zona do aeroporto a que tinhamos acesso, dado estarmos em trânsito, tinha uns restaurantes de fast food e meia dúzia de lojas de cujo interior não guardo a mínima memória.
Ainda assim foi melhor que nada.
Depois Falamos.

Cartoon

Cartoon de Miguel Salazar.

Sobre o combate entre as Ordens na área da saúde (Médicos e Enfermeiros) e os ministérios das Finanças e da Saúde.
De um lado Miguel Guimarães e Ana Rita Cavaco e do outro Mário Centeno e Marta Temido.
Em causa as promessas governamentais por cumprir e a hipocrisia de agora se promoverem a heróis nacionais aqueles que anteriormente eram tratados quase como se fossem inimigos que importava abater a qualquer preço.
Um problema que há na Saúde mas também na Educação, na Defesa e noutros sectores.
Depois Falamos

Contrastes

Por exclusiva responsabilidade da maioria de esquerda no Parlamento, à qual gostosamente o PSD se juntou, com a benção da sinistra figura que a ele preside e com a conivência do Presidente da República a cerimónia comemorativa do 25 de Abril dividirá como nunca a sociedade portuguesa. 
Acredito que com a maioria cá fora a pensar bem ao contrário da maioria lá de dentro. 
Nas redes sociais, naturalmente, também a divisão é grande.
Sobre a cerimónia e sobre a avaliação das presenças e ausências. 
Nomeadamente dos ex Presidentes.
Sobre Ramalho Eanes, que estará presente embora discordando, nada de especial é dito.
Mas alguns, os sectários do costume, que compreenderam e aplaudiram a ausência de Jorge Sampaio, porque tem 80 anos faz parte dos grupos de risco, já sobre a ausência de Cavaco Silva que tem 80 anos e faz parte dos mesmos grupos de risco foi o habitual coro de críticas. 
Há fenómenos que nem a Medicina consegue explicar. 
Como, por exemplo, alguns conseguirem viver sem cérebro!