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segunda-feira, outubro 28, 2019

Sugestão de Leitura

Álvaro Cunhal foi uma das mais fascinantes personagens do século XX português quer pelo papel que desempenhou na luta contra a ditadura ,e depois em democracia, como pelo secretismo que sempre rodeou a sua vida.
Militante comunista desde muito jovem, três vezes detido e torturado pela Pide, passou longos anos preso, a maior parte dos quais em circunstâncias extremamente difíceis,  e apenas alcançou a liberdade aquando da célebre fuga do forte de Peniche rumo ao exílio na União Soviética e depois em França.
Este livro de Adelino Cunha, originalmente publicado em 2010 e agora reeditado com novos detalhes sobre a vida do líder comunista, baseado no depoimento de pessoas que com ele conviveram de muito perto e noutros testemunhos revela-se um documento precioso para conhecer melhor o Portugal do século passado visto  através dos olhos daqueles que o viveram na oposição ao Estado Novo.
Muito interessante e de leitura absorvente.
Depois Falamos.

"Habitual"

A história deste jogo em Alvalade é uma história já tantas vezes vista que se torna algo enfadonho estar a repeti-la uma vez mais.
Pese embora o Vitória vir de três derrotas consecutivas, duas para a Liga Europa e o descalabro de Sintra, a equipa aflita era o Sporting quer pelos resultados quer pela instabilidade interna pelo que os "leões" estavam a precisar de "oxigénio".
E já se sabe, de há largos anos a esta parte,  que quando ao Vitória aparece um aflito nunca o Vitória lhe nega ajuda (leia-se pontos) pelo que não era desta vez que ia fugir à regra e fazer uma desfeita ao adversário.
E não fez.
Como é habitual entrou bem no jogo, a dominar, remetendo o Sporting para uma posição de cautelas defensivas e rematando mais que o adversário fazendo prever uma tarde negra para as bandas de Alvalade.
E foi assim durante a  primeira meia hora com o golo a rondar, embora algo longe, a baliza dos visitados e sem estes conseguirem criar situações de perigo junto do último reduto vitoriano que ia chegando e sobrando para as (poucas) encomendas.
Até que chegou a hora de ajudar.
E numa perda de bola ofensiva o Sporting gizou um rápido contra ataque, bem finalizado por Jesé, e com a defensiva vitoriana a aplicar muito mal a táctica do fora de jogo.
Foi um duro golpe para aquela que vinha sendo a melhor equipa e que passados três minutos voltou a sofrer um golo com a defesa a dar "baldas" inaceitáveis permitindo que Acuna aparecesse isolado e a finalizar como muito bem quis.
Foi então tempo de superioridade leonina com o vitória a resistir como podia mas visivelmente abalado pelos dois golos sofridos de rajada.
Pensou-se que o intervalo trouxesse novidades mas não e o Vitória manteve o seu onze inalterável mas sem conseguir no inicio do segundo período ter o ascendente com que começara o jogo muito por força da subida de nível exibicional de alguns adversários com Vietto à cabeça.
à passagem da hora de jogo Ivo Vieira mexeu bem na equipa com a entrada de João Teixeira (boa exibição) e a saída de um exausto André Almeida e o Vitoria teve então o seu melhor período da segunda parte empurrando o Sporting para trás e criando algumas situações numa das quais Bonatini fez o golo.
Pensou-se aí que o Vitória ainda poderia chegar ao empate, ou quiçá mais, mas o terceiro golo do Sporting nascido de sucessivos erros do árbitro Soares Dias matou o jogo e permitiu o triunfo a quem no fundo acabou por o merecer.
E o Vitória regressou a Guimarães com a quarta derrota consecutiva no somatório de três competições!
Em termos individuais os melhores do Vitória foram João Teixeira, cuja entrada mexeu com a equipa para melhor, Davidson e a primeira parte de Lucas Evangelista.
Soares Dias, também ele, esteve dentro do habitual prejudicando sempre o Vitória.
No lance do terceiro golo não marca uma falta clara sobre Edwards no inicio da jogada, inventa uma falta contra o Vitória num lance normal e não pune a recarga de Coates em falta sobre Miguel Silva que já tinha a mão na bola.
Disciplinarmente esqueceu-se de mostrar dois amarelos a jogadores do Sporting especialmente a Doumbia quando rasteirou pelas costas Edwards.
É mais que tempo de o Vitória tomar uma firme e definitiva posição sobre este apitador de jogos.
Depois Falamos.

terça-feira, outubro 22, 2019

Sugestão de Leitura

Walter Isaacson é um genial escritor de biografias.
Talvez por isso se dedique a escrever a biografia de génios como Steve Jobs e Albert Einstein (que já aqui sugeri como excelentes opções de leitura) dois dos mais talentosos seres humanos que o mundo conheceu.
Mas quando escreve sobre Leonardo da Vinci fá-lo sobre aquele que porventura foi o mais extraordinário homem que alguma vez pisou o planeta Terra.
Um ser tão extraordinário, tão talentoso em tantas áreas, que não falta quem considere que se há extraterrestres entre nós então Leonardo era um deles tão extraordinário é o legado que nos deixou e que vindo de um "simples" homem é quase inacreditável.
Pintor genial (Mona Lisa, A Ultima Ceia,  A Virgem e o Menino com Santa Ana, entre tantas outras obras extraordinárias), escultor, engenheiro visionário, cientista, inventor de máquinas que apenas séculos depois vieram a ter concretização, estudioso da anatomia humana , arquitecto, foram tantas as áreas em que Leonardo foi genial que é difícil enumera-las.
Nesta obra Walter Isaacson conta-nos a vida desse fantástico personagem do Renascimento com um detalhe até então nunca visto permitindo que o leitor perceba na sua globalidade a genialidade de Leonardo da Vinci e o extraordinário legado às gerações futuras e à humanidade no seu todo.
São 672 páginas de uma leitura verdadeiramente fascinante e que recomendo vivamente.
Depois Falamos

Fantasias

Devo dizer que olho estes prémios , seja o melhor do mundo da UEFA seja a "Bola de Ouro" do France Football, com cada vez menor convicção de que eles premeiem realmente o melhor de todos tal a dificuldade de compreender os critérios de escolha
O ano passado surgiu uma efémera "moda Modric" que deu ao croata os dois troféus mas que tão depressa surgiu como rapidamente desapareceu ao ponto de nos trinta finalistas da "Bola de Ouro" deste ano nem sequer surgir pese embora ter feito toda a época a jogar no Real Madrid e na selecção do seu país.
Por isso quando vejo surgir na lista, e no que a portugueses toca, o nome de Félix ao lado de Ronaldo e de Bernardo Silva apenas apetece sorrir porque é mais que evidente que se os dois últimos estão lá com toda a justiça é igualmente evidente que o jogador do Atlético de Madrid não é dos trinta melhores do futebol mundial nem nada que se pareça.
Direi até que ainda bem longe disso!
E por isso outros critérios, bem menos perceptíveis, existirão para ser escolhido para os tais trinta finalistas dos quais sairá o vencedor do troféu.
O valor da transferência?
O facto de jogar na poderosa Liga espanhola e num clube que quer ombrear de todas as formas com o Real Madrid?
O ser agenciado por Jorge Mendes?
Seja um destes ou qualquer outro critério nenhum deles mascara a realidade de Félix não ser um dos trinta melhores jogadores do futebol mundial.
Pode um dia chegar lá, admito, mas o caminho a andar ainda é longo.
Depois Falamos.

Sugestão de Leitura

É , essencialmente, um livro sobre castelos e muralhas, cercos e combates que nas suas páginas vai fazendo a história de algumas das principais fortalezas de Portugal e através delas a História do próprio país ao longo da Idade Média.
É também um livro sobre a evolução da arquitectura militar, dos homens que mandaram fazer essas fortalezas e através delas exerceram o poder, a forma como eram atacadas e eram defendidas com passagem por alguns dos principais episódios militares e históricos da História de Portugal.
Em suma um livro extremamente interessante sobre um período decisivo da consolidação de Portugal como Nação.
Depois Falamos

terça-feira, outubro 15, 2019

Está Quase

No dia em que CR7 passou a CR700 , obtendo mais uma espantosa marca numa carreira que ainda promete muitas outras, Portugal saiu de Kiev vergado ao peso de uma derrota que não merecia mas que resultou da sua ineficácia ofensiva a par de fragilidades defensivas que não lhe são nada comuns.
Num estádio cheio de um público entusiasta, que nunca se cansou de apoiar a sua equipa,  a selecção portuguesa foi superior a uma boa selecção ucraniana mas traiu-se a si própria quando não conseguiu materializar em golos as várias oportunidades que teve (aquele portentoso remate de Danilo à barra merecia melhor sorte...) e deixou literalmente a Ucrânia aproveitar as tais falhas defensivas muito pouco comuns para marcar dois golos em quatro ou cinco remates que fez à baliza.
De qualquer forma o apuramento para o Europeu não está em risco porque seria preciso uma verdadeira hecatombe para Portugal não se apurar.
Dependendo de si próprio e defrontando as duas selecções mais fracas do grupo (Lituânia no estádio do Algarve e depois o Luxemburgo no Grã Ducado) Portugal tem tudo para poder defender o seu titulo europeu lá para a Primavera de 2020.
Se Portugal tivesse ganho ainda acrescentaria umas linhas sobre o onze inicial e as substituições (e não faltava que dizer) mas tendo perdido, e ainda por cima sem o merecer, mais vale não dizer nada.
Com uma excepção.
Mandem João Félix para a selecção de sub 21 que para já é o lugar dele.
Para esta está muito "verde".
Depois Falamos

segunda-feira, outubro 14, 2019

Ciclo


Com a reunião do Senado da Aliança no passado sábado encerra-se um ciclo de vida do partido e inicia-se outro . 
Como é normal em qualquer organização. 
Pela parte que me toca encerro também o ciclo de um ano como director executivo da Aliança cargo que passará a ser desempenhado pelo Bruno Ferreira da Costa.
Foi um ano gratificante, rico de experiências e de conhecimento de pessoas fantásticas, que me permitiu participar na construção do partido em todo o país.
É tempo ,pois, de fazer alguns agradecimentos perfeitamente devidos. 
O primeiro a P Santana Lopes pelo convite e pela confiança demonstrada.
Aos meus colegas dos orgãos nacionais do partido pela colaboração sempre prestada. 
A todos os coordenadores distritais com quem trabalhei e que foram importantíssimos para hoje termos um partido nacional.
Aos muitos militantes que de forma tão abnegada quanto desinteressada contribuiram para que o partido crescesse.
E depois alguns agradecimentos mais particulares. À Margarida Netto, à Cristiana Gonçalves, ao Tiago Sousa Dias, ao Ricardo Alves Gomes, à Joana Ferraz, à Alexandra G. Vales pelo apoio dado ao longo do tempo para as tarefas cuja responsabilidade me estava cometida. Também a Isabel Costa, a Maria João Ferreira, a Maria Teresa Araújo, a Madalena Sampaio, a Sónia Ferreira e a Alexandra Torres deram um apoio essencial.
 E, é claro,a Custódia Manuela Magalhães que foi e é o apoio de todas as horas. 
Encerrado este ciclo outro começa.
E enquanto um dos vice presidentes do partido continuarei a contribuir para que a Aliança cresça, se fortaleça e apareça aos olhos dos portugueses como uma alternativa de futuro. Porque "isto" está apenas no início.

Insólito

A pressa com que o Presidente da República encarregou o vencedor das eleições (desta vez venceu...) de formar governo é no mínimo insólita.
Desde logo porque o processo eleitoral ainda não está concluido faltando apurar os votos da emigração e eleger os respectivos quatro deputados para o quadro parlamentar ficar definitivamente composto.
Ora assim sendo desencadear o processo de formação do governo com base em resultados provisórios e sem levar em consideração o voto dos emigrantes  é ,para além de insólito e desrespeitador da expressão de vontade dos portugueses que vivem noutros países, motivo para questionar a plena constitucionalidade do acto.
Com uma agravante ainda.
Em 2015 votaram cerca de 28.000 emigrantes mas em 2019 com  alteração do sistema de voto já foram recepcionados mais de 130.000 votos prevendo-se que o número final possa chegar aos 150.000 ou mais.
Com mais de 100.000 votos a mais em relação a 2015 é igualmente legítimo pensar-se que partidos que ainda não elegeram deputados o possam fazer pelos dois círculos da emigração tal a diferença de votantes em relação ao habitual.
E por isso pode haver nenhum mas também pode haver mais um,dois, três ou até quatro partidos com representação parlamentar que à luz da Constituição tem o direito de ser ouvidos quanto à formação do governo.
E não serão, se conseguirem eleger deputados, graças à inexplicável pressa do Presidente da República.
Que depois não terá razão para ficar admirado se alguns dos seus eleitores não lhe renovarem a confiança face a estes excessos de cooperação com o governo.
Depois Falamos

quarta-feira, outubro 09, 2019

G-5

O Minho, leia-se distrito de Braga porque o distrito de Viana do Castelo nunca por lá andou, tem actualmente cinco clubes a disputar o campeonato nacional da primeira divisão o que acontece pela primeira vez na história do nosso futebol.
No passado, nomeadamente na década de noventa, já tinha sucedido que Vitória, Braga, Famalicão e Gil Vicente estivessem em simultâneo no escalão maior e até com bons proveitos resultantes dos entendimentos a quatro (eram os na altura célebres almoços de segunda feira...) que permitiram que esse "status quo" se mantivesse durante várias épocas.
Actualmente estão novamente os quatro clubes na primeira divisão que com o reforço do Moreirense faz a tal mão cheia que nunca até então tinha sucedido.
Dois clubes de Guimarães, um de Braga, um de Famalicão e outro de Barcelos permitem que as quatro grandes cidades do distrito estejam representadas ao mais alto nível e dão-lhes uma força nos orgãos de futebol que será uma idiotice desperdiçar.
Sem prejuízo dos naturais objectivos de cada um, com Vitória e Braga a lutarem pela Europa e Famalicão (pese embora o excelente arranque), Moreirense e Gil Vicente a terem como meta um campeonato tranquilo, creio existirem condições mais que suficientes para os cinco clubes se sentarem à mesa e assumirem o peso que o Minho pode e deve ter nas competições profissionais contribuindo assim para enfraquecerem a ditadura dos chemados "grandes".
Percebo, porque conheço a realidade, que o outrora promissor G-15 tenha falhado rotundamente.
Demasiados interesses em conflito.
Começando pelo bi clubismo de alguns dirigentes.
Mas não perceberei que pelo menos não se tente que este G-5 minhoto contribua para mudar alguma coisa.
É mais que tempo.
Depois Falamos

segunda-feira, outubro 07, 2019

Eleições

Se há algo que mais de 40 anos de vida política me ensinaram é não reagir a "quente" a resultados eleitorais. 
Quer favoráveis quer desfavoráveis.
De resto nessa matéria o país já viu esta noite sobejas demonstrações de quem não sabe ganhar e de quem ainda não percebeu que... perdeu. 
Por isso prefiro ficar por outro registo. Agradecendo em primeiro lugar a Pedro Santana Lopes pela confiança demonstrada ao longo deste ano de vida do Aliança e pelo honroso convite para liderar a lista de Braga. 
Tenho muita pena de não ter podido contribuir com outro resultado para o todo nacional da Aliança. Agradecer ao Carlos Vaz, mandatário distrital, à Custódia Magalhaes que foi uma excelente directora de campanha num cenário bem difícil e ao Rui Miguel Ribeiro que escreveu o programa para o distrito. Agradecer aos membros da lista que deram o seu contributo e não negaram empenho e esforço. Agradecer aos eleitores do distrito que acreditaram nas nossas propostas e nas pessoas que se propunham levá-las ao parlamento. 
O resultado ficou muito aquém das nossas expectativas mas essa análise fica para mais tarde. 
A "frio". 
Para já direi apenas que fizemos uma campanha de esclarecimento, com enorme respeito por todos os adversários, na qual realizamos mais de cem acções pelos catorze concelhos do distrito nas quais apresentamos um conjunto de ideias e propostas cuja oportunidade e validade não são minimamente afectadas pelos resultados eleitorais. 
O povo decidiu e há que aceitar democraticamente a sua decisão. 
Sem prejuízo de considerar que no distrito de Braga e em Portugal a Aliança merecia muito melhor resultado. 
Mas estamos em tempo de "modas" e não de Causas!

sábado, outubro 05, 2019

Casca Grossa

Já se sabe que para lá de falar correctamente a língua portuguesa o primeiro.ministro António Costa tem algumas outras lacunas de formação bem conhecidas.
Dificuldades com a Ética, desencontros com a Verdade, rejeição ao fair play e às boas maneiras, fragilidade do verniz democrático, tendência para a grosseria quando contrariado, insolência com quem dele discorda.
Ontem descobriu-se mais uma.
Agressividade descontrolada perante quem lhe lembra coisas de que não gosta!
Porque as palavras que o cidadão lhe dirigiu, que não foram insultuosas nem provocadoras ao contrário do que atabalhoadamente quis fazer passar mas apenas recordavam um terrível falhanço do Estado perante os seus cidadãos, não justificavam em circunstância alguma aquela reacção mais própria de uma desordem num tasco do que admissível em alguém que é primeiro ministro de um país e tem de democraticamente aceitar que haja quem discorde dele.
Mas quando se pensa que Costa bateu no fundo ele ainda consegue ser pior do que se supõe.
Porque passado o incidente, e sendo expectável que o estado de exaltação não fosse perpétuo, seria de esperar que caindo António Costa em si fizesse de imediato o que qualquer pessoa decente faria e que era pedir desculpa ao cidadão que tão miseravelmente tinha tratado.
Qual quê!
Em vez de assumir a responsabilidade no acontecido e pedir desculpa o primeiro ministro decidiu, cobardemente, arranjar uma inventona e atirar as culpar para cima de terceiros tentando transformar o seu acto de má educação num facto de campanha ao qual pudesse ir buscar os votos daqueles que acreditassem na patranha.
Um vergonha.
E uma indignidade que noutro país, com outra opinião pública, lhe custaria as eleições do próximo domingo.
Mas estamos em Portugal.
E por isso a única consequência do acontecido, para além da reacção frouxa de quem devia ter reagido duramente, foi assistirmos ao inenarrável espectáculo de alguns lacaios de Costa virem para a comunicação social e para as redes sociais secundarem a cobarde teoria do chefe sobre a inventona pensando que em termos de parvoíce seremos todos iguais a eles.
Não somos todos.
Mas infelizmente ainda há quem seja.
Depois Falamos.

Fado...

Lineker dizia que "futebol são onze contra onze e no fim ganham os alemães!".
E o que se viu na passada quinta feira no estádio D.Afonso Henriques não andou muito longe disso em boa verdade.
O Vitória fez uma bela exibição, criou oportunidades de marcar (entre elas uma bola no poste por Bonatini) em razoável número mas não foi eficaz na hora de concretizar e por isso perdeu um jogo que podia perfeitamente ter vencido.
Os alemães com a frieza que lhes é característica souberam suportar a superioridade vitoriana em largos períodos do jogo e depois aproveitaram um lance de bola parada (dá que pensar o número de golos que o Vitória sofre nesse tipo de lance) para fazerem o golo solitário que decidiu o jogo e ainda viram, no segundo período, Miguel Silva negar-lhes o aumento do marcador com defesas de excelente nível.
Segundo jogo na fase de grupos a corresponder a segunda derrota mas com o Vitória a deixar uma excelente imagem e a mostrar que ainda pode discutir o apuramento se os seus níveis de eficácia melhorarem de forma clara.
Em termos individuais destacaram-se Miguel Silva, Sacko, Mikel e Lucas Evangelista numa equipa que esteve globalmente bem.
Venha o Arsenal.
Depois Falamos

quinta-feira, outubro 03, 2019

Diogo Freitas do Amaral

Diogo Freitas do Amaral, hoje desaparecido, foi um dos fundadores do CDS (e seu primeiro líder) e também é considerado um dos "pais" fundadores da democracia portuguesa pelo papel que desempenhou a seguir ao 25 de Abril.
Num tempo muito difícil para os partidos não marxistas, nomeadamente o seu CDS e o PPD de Francisco Sá Carneiro ( o PS de Mário Soares proclamava-se de marxista !) , ajudou a estabilizar um regime que sem os centristas ficaria perigosamente inclinado à esquerda dado que a enorme maioria dos partidos existentes eram de esquerda e extrema esquerda.
Participou ao lado de Francisco Sá Carneiro e de Gonçalo Ribeiro Teles na AD (Aliança Democrática) de boa memória que conseguiu as duas primeiras vitórias eleitorais em legislativas de uma força política não socialista e que se veria gravemente abalada pelo atentado de Camarate e que nunca viria a recuperar das perdas de Sá Carneiro e Amaro da Costa.
Em 1986 foi protagonista, ao lado de Mário Soares, das mais disputadas eleições presidenciais de sempre que viria a perder por curta diferença mas nas quais se provou que o centro direita podia ser maioritário no país como Aníbal Cavaco Silva e o PSD viriam a provar no ano seguinte.
Desde essas eleições, e falhada uma nova passagem pela liderança do CDS onde não viria a conseguir resultados comparáveis com os do passado, Freitas do Amaral iniciou um trajecto de aproximação à esquerda e ao PS que culminaria com o ter sido ministro dos negócios estrangeiros do primeiro governo de José Sócrates.
Sem que episodicamente não se juntasse à sua antiga área política como o fez, por exemplo, nas candidaturas presidenciais de Cavaco Silva.
Dele fica a imagem de um dos políticos mais marcantes do regime democrático, a par de uma excepcional carreira como professor universitário de Direito (com vasta obra publicada),  e ainda percursos como escritor, romancista e historiador.
Depois Falamos.