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sábado, agosto 31, 2019

Sorteio Liga Europa

A Liga Europa é a segunda competição da UEFA, bem atrás da Liga dos Campeões na valia dos clubes e nas receitas que gera, mas nela acabam por ter assento equipas que normalmente estariam na prova maior mas por esta ou aquela razão foram relegadas para a competição secundária digamos assim .
É uma competição, diga-se de passagem, bem mais a jeito das equipas portuguesas do que a liga dos Campeões onde a correr muito bem uma equipa portuguesa não pode, salvo grande surpresa, chegar mais longe do que os quartos de final.
Na Liga Europa as aspirações podem ser bem outras mesmo com a presença dos tais clubes que normalmente estariam na outra prova.
Como são os casos de Manchester United, Arsenal, Roma ou o próprio Porto que é cliente habitual da Champions mas que na Liga Europa, que já venceu por duas vezes, podem ter fortes aspirações.
Previsões de apuramento?
São muito mais difíceis que na Liga dos Campeões mas ainda assim arriscamos:
No grupo A Sevilha e Qarabag.
Grupo B Dinamo de Kiev e Malmo
Grupo C Krasnodar e Getafe.
Grupo D PSV e Sporting
Grupo E Lázio e Céltic
Grupo F Arsenal e Vitória
Grupo G Porto e Feyenoord
Grupo H CSKA e Espanhol
Grupo I Wolfsburgo e Saint Etiénne
Grupo J Roma e Borússia Monchengladbach
Grupo K Braga e Wolverhampton
Grupo L Manchester United e Partizan.
No que toca às equipas portuguesas acrescentaria o seguinte.
O Porto, "despromovido" da Liga dos Campeões, é claramente favorito no seu grupo mas tem de ter cuidado porque quer os holandeses do Feyenoord quer os suíços do Young Boys são também equipas com aspirações. Já os escoceses do Rangers, agora regressados a estas andanças, me parecem a equipa mais fraca do grupo.
O Sporting terá no PSV o principal adversário e em condições normais serão apurados mas não podem facilitar com o Rosenborg sob pena de desagradável surpresa.
Já as duas equipas minhotas terão tarefas bem mais difíceis.
Acredito que Braga e Wolverhampton serão apurados no seu grupo mas Slovan de Bratislava e especialmente Besiktas podem ser ossos muito duros de roer e pôr em causa o apuramento da equipa portuguesa.
Ao Vitória saiu-lhe a "fava" nos sorteios europeus de equipas portuguesas mas ainda assim pode e deve acalantar esperanças de passar.
O Arsenal é inalcançável e fazer um ponto que seja nos dois confrontos será magnifico.
Mas o Standard de Liége é equipa ao alcance de um Vitória que jogue o seu normal e nos dois confrontos com o Eintracht poderá jogar-se a sorte vitoriana nesta edição da Liga Europa.
Sendo certo que com as recuperações de Wakaso e André André (Joseph só para o ano) e as contratações de Lucas Evangelista e Leo Bonatini o treinador Ivo Vieira fica com um leque de soluções que lhe permitem ter uma equipa competitiva e com várias soluções para cada posição.
O apuramento é difícil, bastante difícil diria, mas é possível.
Se a equipa acreditar e o treinador estiver à altura do desafio todos os sonhos são possíveis.
Depois Falamos.

P.S. Claro que se o horário dos jogos em Guimarães for alterado para horas normais da Liga Europa , e abandonadas as inacreditáveis  horas já divulgadas, as possibilidade do Vitória aumentam um bom bocado. Porque a força do Vitória também reside no apoio único dos seus adeptos.

Sorteio Liga Campeões

Sorteadas as competições europeias é tempo de aqui alinhavar as habituais previsões sobre quem vai seguir em frente e quem vai ficar pela fase de grupos.
Creio que este sorteio arrumou tão bem os grupos que em bom rigor não haverá espaço para grandes surpresas à excepção daquele sortilégio tão próprio do futebol que às vezes se encarrega de desfazer aquilo que parece mais lógico.
Vamos então às previsões:
No grupo A claramente PSG e Real Madrid a discutirem os dois primeiros lugares (e ,sabe-se lá, também...Neymar) tala diferença para os dois restantes emblemas.
No grupo B a superioridade de Bayern e Tottenham é por demais evidente restando ao Olympiacos( de Pedro Martins) e ao Estrela Vermelha lutarem pelo máximo de pontos possível.
O grupo C é um dos poucos onde poderá haver alguma indecisão.
O Manchester City vai apurar-se mas depois o segundo clube a apurar-se será discutido entre o Shakhtar de Luís Castro e o Atalanta que se estreia na Liga dos Campeões.
No grupo D apuram-se Juventus e Atlético de Madrid.
No grupo E tudo aponta para Liverpool, campeão europeu em título, e Nápoles.
No grupo F o Barcelona é claro favorito e depois Borússia Dortmund e Inter discutirão o segundo apurado com vantagem, assim me parece para os alemães.
O grupo G é, de longe, o mais equilibrado de todos e o único onde, em teoria, qualquer uma das quatro equipas se pode apurar dado serem de valor equivalente.
Talvez Leipzig e Benfica mas podem muito bem ser Lyon e Zénit.
No grupo H creio que o Chelsea, pese embora o titubeante arranque na sua liga, será apurado e depois Ajax e Valência lutarão pelo outro lugar.
Em suma aposto que nos oitavos de final teremos PSG, Real Madrid, Bayern, Tottenham, Manchester City, Atalanta, Juventus, Atlético de Madrid, Liverpool e Nápoles, Barcelona e Dortmund, Leipzig, Benfica, Chelsea e Ajax.
Lá para Dezembro saberemos.
Depois Falamos

sexta-feira, agosto 30, 2019

Bom

O Vitória teve um sorteio da fase de grupos da Liga Europa muito complicado ( era difícil ser pior) mas por paradoxal que pareça creio que clube e adeptos tem muito boas razões para estarem satisfeitos.
É evidente que será extremamente difícil ficar apurado, disso ninguém duvida, mas o clube não sendo candidato a vencer a Liga Europa  tem tudo a ganhar em disputar seis jogos com boas equipas que darão aos seus jogadores a possibilidade de jogarem a um nível competitivo que raramente encontram no nosso campeonato.
Uma grande equipa inglesa, uma boa equipa alemã e uma boa equipa belga terão a vantagem de proporcionarem os tais seis jogos de intensidade que por cá não existe, significam deslocações curtas e fáceis de fazer  e ainda a  possibilidade do apoio de muitos portugueses que vivem nesses países e dos vitorianos que se desloquem de Portugal aproveitando o tal facto de as viagens não serem muito longas.
Gostei do sorteio.
E embora tivesse a secreta "fézada" de que iríamos encontrar o Manchester United (seria fantástico recebê-los em Guimarães e ver o Vitória actuar no "Teatro dos Sonhos" chamado Old Trafford) ir a Londres defrontar o Arsenal no "Emirates" será igualmente a oportunidade de ver a nossa equipa actual num dos melhores estádios do mundo contra uma equipa que é toda uma instituição no futebol inglês e mundial.
Significa tudo isto que o Vitória vai fazer seis jogos para cumprir calendário?
Só quem não nos conhecer pode pensar isso.
Ciente das dificuldades, com imenso respeito pelos adversários, o Vitória vai disputar jogo a jogo, ponto a ponto a possibilidade de seguir em frente.
Para já teremos seis excelentes jogos para desfrutar.
A seguir...logo se vê!
Depois Falamos.

segunda-feira, agosto 26, 2019

Orgulho

Há um ano atrás a Aliança não existia como partido político!
Estava, de norte a sul, no processo de recolha das assinaturas indispensáveis à sua legalização o que viria a conseguir em tempo verdadeiramente recorde.
Hoje, com apenas dez meses de vida, a Aliança concluiu a entrega das listas de candidatos a deputados que lhe permitirá concorrer em todos os vinte e dois círculos eleitorais das próximas eleições para a Assembleia da República.
Isto depois de já ter a sua implantação em todos os distritos e nas duas regiões autónomas, de ter realizado um congresso que não teme comparações com qualquer congresso dos grandes partidos que andam nisto há mais de quarenta anos e de ter concorrido às eleições europeias.
Tudo em menos de dez meses.
É um motivo de justificado orgulho para um partido que não tem subvenções do Estado, que é alvo de uma discriminação vergonhosa por parte das televisões (tal como outros novos partidos diga-se em abono da verdade) e de  jornais a que alguns chamam de referência e que até para recorrer a tostões do que outros tem aos milhões encontra inexplicáveis dificuldades.
Mas conseguimos!
Conseguimos!
Dezoito distritos, duas regiões autónomas, Europa e Resto do Mundo e a todos esses círculos a Aliança vai concorrer.
Nuns lados fazendo as listas sem especiais dificuldades, noutros com dificuldades maiores mas em todos, atempadamente, a Aliança concluiu os seus processos de candidatura e apresentou-os em tribunal dentro dos prazos legais.
Nalguns círculos bem antes dos tais partidos que andam nisto há mais de quarenta anos.
E por isso os militantes da Aliança podem ter orgulho no seu partido e a certeza de que, agora que os candidatos vão para o terreno da pré campanha e depois da campanha com grande entusiasmo e fortes convicções, vão continuar a terem boas razões para se orgulharem do partido que ajudaram a construir.
Pessoalmente estou muito orgulhoso da Aliança.
Desde o presidente Pedro Santana Lopes ao mais desconhecido, mas nem por isso menos importante, dos militantes
Dos coordenadores distritais e das suas equipas, dos cabeças de lista e restantes membros das listas, dos mandatários distritais e dos directores de campanha que todos juntos conseguiram este pequeno "milagre" de em tempo útil apresentarem as vinte e duas listas e permitirem ao partido competir voto a voto pela confiança dos portugueses.
Juntos conseguimos.
E agora vamos continuar a  trabalhar por um futuro melhor.
Depois Falamos

domingo, agosto 25, 2019

Bruno Lage

Não tenho, como é mais ou menos sabido, qualquer simpatia pelo Benfica.
Não conheço, pessoalmente, Bruno Lage nem nunca dele tinha ouvido falar até na época passada ter sido chamado a substituir um Rui Vitória muito desgastado pela contestação interna (sobre a justiça dela já me pronunciei noutras oportunidades) e conseguido dar tal reviravolta na situação que acabaria por ganhar o campeonato.
Demonstrando aí a sua insofismável valia como treinador.
Que penso hoje ninguém porá em causa.
Mas em simultâneo com a demonstração das suas qualidades como treinador Bruno Lage foi demonstrando outro tipo de qualidades, raras no nosso futebol, e que motivam este texto que hoje escrevo sobre ele.
Sensatez, fair play, respeito e consideração pelos adversários, discurso coerente sobre alguns dos males que afligem o nosso futebol como a clubite exacerbada ou a violência de algumas claques.
Ainda ontem no final do Benfica-Porto registei a forma como foi cumprimentar Sérgio Conceição (duvido muito que em circunstâncias opostas o mesmo acontecesse) , como elogiou o mérito do Porto no triunfo e elogiou a tática do treinador adversário e a postura do mesmo na conferência de imprensa que momentos antes tinha dado.
Invulgar e a merecer claro elogio.
Porque é de gente assim que o futebol português precisa até para contrabalançar a insensatez e a verborreia de muitos responsáveis dos clubes que estão na razão directa dos níveis de conflitualidade que o nosso desporto infelizmente atravessa.
Depois Falamos.

P.S. Há que reconhecer, por ser da mais elementar justiça, que já o seu antecessor no Benfica (Rui Vitória) procurou sempre seguir esses mesmos caminhos.

Mulheres

A vida pública, e não apenas a política, tem tratado mal as mulheres portuguesas.
Não lhe conferindo a representatividade, os cargos, as oportunidades na justa proporção dos seus méritos e do indiscutível peso demográfico que de norte a sul do país elas tem e lhes devia dar uma justa visibilidade .
E já nem me refiro aos tempos anteriores ao 25 de Abril (de que andam por aí alguns saudosistas ao que parece) em que as mulheres não votavam e para se deslocarem ao estrangeiro tinham de ser portadoras de autorização escrita do marido nos casos em que ele existia.
Entre muitas outras discriminações igualmente revoltantes.
A verdade é que o 25 de Abril mudou mais facilmente os regime e as leis do que as mentalidades e por isso as mulheres continuaram a não ver o seu papel reconhecido, a não terem as mesmas oportunidades que os homens , a assistirem ao inacreditável princípio de para trabalho igual salários diferentes.
Situação que ainda hoje se mantém apesar de alguma evolução.
Na vida política, para não  fugir à regra, a situação assumiu foros de tal escândalo face à diminuta participação feminina nos diversos orgãos de soberania que os legisladores se viram obrigados a fazerem uma lei da paridade (lei da paridade e não lei das mulheres como tantas vezes se ouve e lê vindo de quem interpreta mal o seu espírito) que obrigasse a que houvessem mais mulheres a participarem na vida política.
Sendo certo que uma lei desse tipo implica sempre alguma forma de discriminação há que reconhecer que se assim não fosse a evolução das coisas teria sido muito mais lenta do que aquilo a que se tem,  apesar de tudo, assistido.
Ainda assim constata-se que tantos anos após Abril só houve uma mulher presidente da Assembleia da República (Assunção Esteves do PSD em 2011) e a primeira mulher a liderar um partido com representação parlamentar (Manuela Ferreira Leite do PSD em 2008) aconteceu apenas 34 anos depois da conquista da Liberdade e da Democracia.
Curiosamente nenhuma delas militante daqueles partidos de esquerda e extrema esquerda que se acham a vanguarda de todo e qualquer processo evolutivo!
Nas legislativas de Outubro deste ano uma vez mais na constituição das listas de candidatos a deputados, nuns caso face à obrigatoriedade das leis e noutros no critério de elaboração, se assiste a uma participação feminina que não atingindo a paridade absoluta, ou até ultrapassando-a a seu favor o que não seria nenhum escândalo, vai permitir trazer para a política mais mulheres o que é sempre de registar com entusiasmo.
No caso da Aliança, que acaba de chegar mas está a fazer um grande (e creio que bem sucedido) esforço de fazer diferente fazendo melhor há dois casos que assinalo com particular gosto.
O facto de termos cinco mulheres a encabeçar listas distritais como são os casos de Maria João Gaspar em Vila Real, Ana Mendes na Guarda, Joana Ferraz em Leiria, Ana Camilo Martins em Castelo Branco e Ana Rosado Fonseca em Évora o que não sendo números que nos orgulhem, porque preferiríamos um maior equilíbrio (que chegou a ser possível mas depois se gorou), são ainda assim números perfeitamente aceitáveis num partido que concorre às suas primeiras eleições legislativas.
E o caso particular de Braga em que a Aliança compôs a sua lista com treze mulheres e onze homens (o que não sendo caso único de maioria feminina é ainda assim... raríssimo) sem qualquer perda de qualidade, competências próprias ou representividades concelhias com esse critério definido pelo cabeça de lista em consonância com a estrutura distrital e a concordância de primeira hora do presidente do partido.
São pequeno sinais, é certo, mas é nos detalhes que se vão fazendo as diferenças.
E a Aliança veio, que ninguém o duvide, para fazer diferente.
Depois Falamos.

sábado, agosto 24, 2019

Sugestão de Leitura

Norman Mailer é um dos maiores escritores da literatura norte americana, autor de alguma obras primas como "OS Nus e os Mortos " (provavelmente a sua obra maior), e galardoado com vários prémios entre os quais avultam dois Pulitzer.
Muhammad Ali (antes Cassius Clay) e George Foreman foram dois dos maiores pugilistas da história do boxe, porventura os maiores, e ambos se sagraram campeões mundiais de pesos pesados que é o maior galardão da modalidade.
Em 1975, na cidade  de Kinshasa no Zaire de Mobutu, travaram um combate pelo título mundial de pesos pesados que ficou nos anais do boxe como um dos mais extraordinários de sempre e que em torno dele viu construir uma lenda que não esmorece face à espantosa vitória de Ali sobre o favorito Foreman.
Quando um combate entre duas lendas, num cenário "sui generis" como a capital do Zaire, merece o
olhar narrativo de um génio da escrita só podia resultar uma obra prima como este "O Combate"que publicado em 1975 no Estados Unidos chega apenas agora a Portugal ("curtos" 44 anos depois...) numa edição a não perder.
Porque é um livro sobre boxe em que se fala de muito mais do que de boxe.
Depois Falamos

segunda-feira, agosto 19, 2019

Exemplar

Nos últimos anos,e muito bem, FIFA, UEFA, FPF e LPFP tem vindo a desencadear uma série de acções em prol do fair play no futebol e condenando todas as manifestações de violência, xenofobia e racismo. Ontem no estádio D. Afonso Henriques passou-se algo de bem pior que todos esses fenómenos largamente condenáveis quando a claque do Boavista passou parte do jogo a entoar canticos de provocação ao jogador vitoriano Rochinha a propósito da morte da sua Mãe. 
Leram bem, infelizmente, porque foi isso mesmo. Provocar um jogador adversário com cânticos insultuosos quanto à Mãe falecida.
Isto é gravíssimo e exige que da parte dos órgãos disciplinares do nosso futebol seja aplicado um castigo absolutamente exemplar ao Boavista e aos seus adeptos.
Porque se não for então ficará provados que as campanhas pelo fair play não passam de treta!
Da parte do Vitória,que é impensável fique calado perante isto, exige-se uma firme tomada de posição de solidariedade com o seu jogador , de repúdio absoluto pelo sucedido e de exigência ao Boavista de um pedido formal de desculpas. 
E se tal pedido não acontecer então o VSC, mesmo arrostando o pagamento de multas, não deve voltar a vender um único bilhete que seja para jogos no nosso estádio com esse clube.

domingo, agosto 18, 2019

Regras

 
Os partidos políticos democráticos tem regras, estatutos, regulamentos, orgãos eleitos por voto secreto. 
Depois há os outros, os não democráticos e defensores de ditaduras, os que fazem eleições de braço no ar e purgam os que discordam.
Mas esses não interessam para o caso e a História se tem vindo a encarregar de os empurrar para a mais absoluta irrelevância em quase todo o mundo.
Uma das regras de um partido democrático é que quando se concede a alguém a prerrogativa de fazer escolhas tem de se aceitar a consequência ,ou seja, as próprias escolhas sob pena de se andar a brincar com coisas sérias.
Normalmente é aos lideres que se concede essa prerrogativa e embora nenhum líder esteja imbuído do dogma da infalibilidade é óbvio que cada um faz por escolher o melhor possível por razões que me dispenso de explicar tão evidentes são. 
Isso não significa que todos os militantes tenham de estar de acordo com as escolhas porque a democracia é assim mesmo e permite liberdade de opinião.
Mas significa que concordando ou não os militantes tem o dever de aceitarem escolhas aprovadas nos orgãos legítimos do partido e a obrigação de trabalharem para que o partido tenha sucesso. No limite terão o direito de nada fazerem mas aí se incluindo o não estorvarem nem prejudicarem o esforço eleitoral em curso.
E depois, em tempo de rescaldo eleitoral, terão sempre a oportunidade de exprimirem as suas opiniões nos orgãos próprio do partido.
São as regras próprias da vida em democracia e dentro dos partidos democráticos. Claro que quando a discordância é manifestada com o partido em "combate" político, a menos de dois meses de eleições, e através de tomadas de posição na comunicação social está-se a ultrapassar uma "linha vermelha" do respeito pelo partido,pelos orgãos, pelos militantes e pelos candidatos em acção que no mínimo merece severa censura e completo repúdio político.

P.S. O futuro nos dirá até que ponto tudo isto não será, nalguns casos, uma mera "jóia" a pagar pelo regresso ao sítio de onde vieram.

quarta-feira, agosto 14, 2019

Convincente

O percurso do Vitória nestas pré eliminatórias da Liga Europa tem sido absolutamente convincente.
Quatro jogos disputados a que correspondem quatro vitórias com o excelente saldo de catorze golos marcados e nenhum sofrido.
Se a isso juntarmos o triunfo sobre o Feirense, na taça da liga, poderemos contabilizar cinco triunfos em jogos oficiais o que terá de ser sempre considerado como muito positivo.
Não é, contudo, razão para euforias.
O Feirense é uma equipa da II Liga e os dois adversários europeus dificilmente conseguiriam, se jogassem nesse escalão, evitar a descida de divisão de tão "macios" que competitivamente se mostraram.
É certo que o Vitória nestes jogos não pôde contar com jogadores que se sabem importantes, como Wakaso e André André, ou que se espera que o venham a ser como André Pereira e Mikel, mas mesmo com esses é evidente que ainda há uns retoques a dar nomeadamente do meio campo para a frente.
Seja como for começamos bem a época e isso certamente dará uma motivação adicional à equipa.
Depois Falamos

terça-feira, agosto 13, 2019

Hierarquia

Para os adeptos dos clubes existem sempre muitas formas, e algumas bem rebuscadas, de afirmarem a dimensão do seu clube perante os rivais procurando demonstrar que as suas cores são mais vitoriosas e mais importantes do que as dos outros.
E os critérios são mais que muitos.
Numero de títulos, de taças, de anos consecutivos no pódio, de tris, tetras e pentas , de pontos conquistados, de vitórias alcançadas,de campeonatos disputados, de médias de assistências e sabe-se lá que mais.
Mas uma coisa é o fervor clubístico dos adeptos e outra(embora por vezes coincidam)  a realidade dos números que não mentindo permitem aferir de "quem é quem" no computo de todas as equipas que ao longo dos anos disputaram o principal campeonato do nosso futebol.
E os números dizem que o clube com mais títulos é o Benfica, a que corresponde com naturalidade o maior número de pontos, o que o torna o clube mais vitorioso do nosso futebol em termos nacionais (porque em termos internacionais o Porto tem um palmarés muito superior) enquanto que no ranking dos vinte clubes mais pontuados, nos oitenta e cinco campeonatos disputados, os encarnados tem a companhia de Porto e Sporting no topo do ranking.
Nesta escala há curiosidade de o Vitória, que ainda não foi campeão nacional, aparecer destacado como quarto clube à frente de Belenenses (outrora considerado "grande") , do velho rival Sporting de Braga, do clássico Vitória Futebol Clube e do Boavista que também já conquistou um título nacional.
De realçar ainda a curiosidade de entre clubes há muito arredados da primeira divisão como Salgueiros, Beira Mar ou Farense aparecer a fechar o ranking, na vigésima posição, a CUF de saudosa memória, que embora afastada do principal campeonato desde 1976 conseguiu nas suas vinte e três presenças (das quais 22 consecutivas) uma pontuação que lhe permite ainda hoje permanecer no top 20.
E estes são são, do meu ponto de vista, os dois principais critérios para avaliar a dimensão dos clubes.
Títulos e pontos alcançados.
Depois Falamos

sexta-feira, agosto 09, 2019

Liga 2019/2020

O meu artigo desta semana no zerozero.

Está prestes a terminar a longa provação dos amantes de futebol, a que nenhum jogo de preparação ou torneio de pré temporada consegue pôr termo, com o início de mais um campeonato no fim de semana que agora começa.
Depois de um defeso longo, embora este ano encurtado pela Liga das Nações de boa memória, está a chegar a prova rainha do nosso futebol com o entusiasmo, as paixões e as desilusões que todos os anos provoca nos muitos milhões de portugueses que sempre acompanham com entusiasmo a carreira das suas equipas.
Esta nova época não fugirá à regra.
E também à regra não fugirá o facto de num futebol com cada vez menos sabor a novidade os candidatos ao título serem Benfica e Porto, com o Sporting uma vez mais à espreita mas a ter de olhar para trás com muita atenção e os dois maiores clubes do Minho, Vitória  e Sporting de Braga, a perfilarem-se como os mais sérios candidatos a figurarem juntamente com os outros três clubes nos cinco primeiros lugares do campeonato.
Daí para baixo a luta será por uma posição tranquila e pela fuga à sempre desagradável descida de divisão.
Futebolisticamente falando creio que o Benfica é o principal candidato ao título.
É o campeão, perdeu Félix e Jonas (mas este já andava a meio gás há muito tempo) e não contratou grandes reforços mas Bruno Lage tem vindo a demonstrar uma capacidade e uma sensatez que permite aos encarnados entrarem na prova confiantes até porque tem uma fornada de jovens prometedores em busca de afirmação.
A supertaça com o Sporting, embora num cenário em que tudo lhe correu bem e tudo correu mal aos leões, foi exemplificativa disso.
O Porto, que na temporada passada chegou a ter sete pontos de avanço e parecia ter a Liga no “papo”, entra neste campeonato num cenário de alguma incerteza.
Saíram jogadores importantes (Felipe,Militão, Herrera, Brahimi) e outros menos importantes mas que davam solidez e soluçoes (Maxi, Hernâni, André Pereira) mas também entraram reforços em número significativo faltando agora saber como se vai processar o entrosamento num plantel que tem um treinador que não é conhecido pela paciência.
Quanto ao Sporting parece-me claro que não tem uma equipa ao nível dos outros.
E se Bruno Fernandes sair, cenário muito provável pese embora se ter frustrado a hipótese Inglaterra, então parece-me liquido que o Sporting apenas poderá ambicionar um para ele frustrante terceiro lugar e sempre atento aos dois maiores clubes minhotos.
Vitória e Braga entram na Liga sob perspectivas diferentes.
O Braga , que tem vindo a fazer épocas consecutivas de bons resultados e boas classificações, nunca escondeu o objectivo de subir patamares e disputar o título objectivo que francamente me parece continuar a não estar ao seu alcance na época que agora se inicia.
Poderá, isso sim, entrar na luta pelo terceiro lugar de forma aberta mas acima disso ainda não será em 2019/2020.
O Vitória ,a estrear novo presidente e nova sad, terá de olhar a Liga com o objectivo de sempre (conquista de um lugar europeu) mas consciente de que só em circunstâncias muito favoráveis poderá ambicionar mais que o quinto lugar e só em circunstâncias muito excepcionais poderá atingir mais que isso.
A equipa tem estado muito bem na pré temporada vencendo todos os jogos da Liga Europa e o jogo da Taça da Liga mas é evidente que ainda precisa de alguns reforços para poder sustentar ambições compatíveis com o seu historial e com o apoio que a sua massa adepta lhe dá em todos os jogos.
Todos os restantes clubes terão como sua ambição maior, salvo alguma agradável surpresa, fazerem um campeonato tranquilo e assegurarem a manutenção o mais rapidamente possível podo-se ao abrigos dos sobressaltos e angústias das últimas jornadas.
Role a bola que é o tempo dela.

P.S : A LPFP é que começa a época em muito má forma.
Depois de anunciar o fim dos jogos à segunda feira, excepto para equipas envolvidas em competições europeias, consente que logo na primeira jornada se dispute um Vitória Futebol Clube vs Tondela dois clubes que não estão na Europa.         .
E já agora é difícil de perceber que jogando o Vitória na Letónia numa quinta feira para a Liga Europa tenha visto o seu jogo da taça da liga disputar-se na segunda feira anterior e a sua estreia no campeonato marcada para a noite do domingo seguinte.
Aqui sim faria sentido o Rio Ave-Vitória ser na noite de segunda feira.
Mas a Liga anda muito distraída em relação a alguns clubes está visto.

segunda-feira, agosto 05, 2019

Esmagador

Vi, pela televisão, a final da supertaça da forma como gosto de ver futebol quando não é o Vitória a estar em campo; indiferente ao resultado e vendo o jogo pelo jogo, apreciando os lances, o desempenho colectivo das equipas e a labuta individual de cada jogador.
E desde já há que dizer que o triunfo do Benfica foi tão claro quanto justo premiando aquela que foi, de longe, a melhor equipa em campo ao longo de 90 minutos de delícia  para os benfiquistas e de puro horror para os sportinguistas.
E nada o fazia prever em bom rigor.
O Sporting,ainda com Bruno Fernandes, apresentou um onze muito próximo dos que utilizou na época passada (novidade foram Neto e Thierry Correia) o que dava garantia de rotinas e conhecimento de processos enquanto o Benfica estreava Nuno Tavares e  Raul Tomás mas, essencialmente, já não tinha Félix, Jonas e Salvio o que faz a sua diferença convenhamos.
E curiosamente o início do jogo até parecia confirmar um Sporting mais forte com três claras oportunidades de golo negadas de forma superior pelo guarda redes benfiquista que a entrarem teriam escrito outra história do jogo.
Mas não entraram.
E o Benfica, sempre com uma pressão alta que perturbou todas as tentativas leoninas de sair a jogar, foi tomando conta das operações e depois de chegar ao golo percebeu-se que o triunfo dificilmente lhe fugiria face a um Sporting cada vez mais desorientado e perdido no terreno.
E não fugiu.
Atingiu números raros para o velho dérbi mas que foram inteiramente justos e prenunciam um Benfica a entrar moralizado na Liga enquanto o Sporting vai ter muito que trabalhar (e contratar) se não quiser mais uma época de frustração em termos de título.
E num jogo de grande rivalidade, intenso mas geralmente correcto dentro das quatro linhas, o abraço final de Nuno Tavares a Thierry Correia (na foto acima) foi uma forma bonita de acabar o jogo e ,espera-se, de trazer pela via dos jovens jogadores uma nova fase no fair play desportivo em jogos deste género.
Depois Falamos

sexta-feira, agosto 02, 2019

Milhões

Ando há largas semanas, como todos os portugueses mesmo aqueles que ao assunto nada ligam, a ouvir falar de milhões e milhões que os clubes portugueses estão a encaixar com a venda de alguns dos seus jogadores.
Seria,aliás, impossível desconhecer o assunto tal o bombardeamento de que todos somos alvo por parte da comunicação social especialmente no que toca a um jovem transferido para Espanha e que desencadeou em seu torno uma completamente ridícula histeria comunicacional.
Naturalmente que como português fico muito satisfeito por entrarem no país essas enxurradas de milhões que tanto jeito darão à nossa economia e nem quero minimamente questionar, como o faz a dirigente socialista Ana Gomes, de que árvore das patacas cai dinheiro em quantidades tão insólitas face aos negócios em epigrafe.
Mas gostaria, como português, contribuinte e desportista de saber que percentagem desses milhões vai ser afectada à redução dos monstruosos passivos desses três clubes que estão na razão directa do fosso competitivo existente em Portugal entre eles e todos os restantes.
No futebol e nas outras modalidades.
Porque se a clubes como o Vitória, o Braga, o Moreirense, o Famalicão ou o Gil Vicente (para citar apenas os cinco primodivisionários do distrito de Braga) fosse permitido endividarem-se em centenas de milhões ,sem a preocupação de terem de os pagar em prazos comuns a qualquer devedor, não tenho dúvidas que qualquer um deles, para não dizer todos, ganhariam facilmente títulos no futebol e noutras modalidades e sempre precisarem dos "apoios" desta vida de que alguns usufruem desde sempre.
E nesta matéria, como noutras, é mais que tempo de exigir que a Lei seja igual para todos.
Depois Falamos