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quarta-feira, julho 31, 2019

Sondagens

A atitude perante as sondagens, da generalidade dos agentes políticos, variam na proporção directa dos resultados que elas expressam.
Os que gostam dos resultados consideram-nos credíveis e os que nelas não encontram uma expressão conforme as suas expectativas acusam-nas de falta de credibilidade, de serem manipuladas e uns quantos defeitos mais.
Há para todos os gostos.
Por mim, que já vi de tudo nesta matéria de sondagens, considero-as um instrumento importante de análise política e um auxiliar importante da definição de estratégias desde que efectuadas com rigor e por entidades credíveis.
E quando acontece essas sondagens apontarem todas no mesmo sentido, embora com percentagens variáveis, então há que perceber que elas traduzem uma verdadeira tendência eleitoral e não um fenómeno episódico sem consequência futura.
Hoje em Portugal todas, mas todas mesmo, as sondagens apontam no sentido da maior derrota eleitoral de sempre da área do centro direita e um triunfo da esquerda e esquerda radical que lhes pode inclusivamente dar os até agora inimagináveis dois terços no Parlamento que permitirão uma revisão constitucional ao arrepio dos caminhos até hoje seguidos.
Preocupante.
E mais preocupante ainda porque na área do centro direita parece que ninguém, excepto a Aliança,percebeu o perigoso desiquilibrio para que o nosso sistema política caminha de forma acelerada.
A seu tempo cada um será responsabilizado por estratégias suicidas de recusa de uma coligação pré eleitoral que permitiria, no mínimo, impedir uma vitória esmagadora da esquerda  e não tornaria possível rever a Constituição à vontade do perigoso trio Costa,Catarina & Jerónimo.
Esse tempo pode  é ser tardio para Portugal.
Depois Falamos.

domingo, julho 28, 2019

Polémicas

O final das legislaturas, e por consequência o final do mandato dos deputados, traz sempre alguma crispação (nos partidos democráticos é claro porque nos outros a discussão é heresia) com a escolha das listas de candidatos a deputados.
Porque, regra geral, a percentagem dos que querem continuar é elevadíssima sendo muito poucos aqueles que pelo seu pé e de livre vontade decidem abandonar as lides parlamentares para darem lugar a outros.
E como os outros, os que querem entrar, são sempre muitíssimo mais do que aqueles que querem sair isso gera as tais discussões, os tais braços de ferro, o tal esgrimir de apoios e..."apoios" para nuns casos continuarem nas listas e noutros nelas conseguirem entrar.
Costumo contar nalgumas reuniões com militantes , agora que a Aliança vai concorrer às suas primeiras legislativas e é imperioso não importar erros de outros quadrantes, que quando fui eleito pela primeira vez deputado em 1999 encontrei em S.Bento alguns parlamentares de vários partidos que ainda hoje, vinte anos passados, lá estão e sem nunca de lá terem saído o que traduz bem o quão desactualizado está o nosso sistema eleitoral e o quão necessário é fazer a sua revisão.
E por tudo isto, e muito mais, os processos de escolha de candidatos a deputados são tão complexos e bastas vezes tão polémicos nos partidos democráticos em que a decisão é partilhada entre orgãos nacionais e orgãos distritais sem que por vezes consigam por-se de acordo o que gera tensões e quantas vezes mal estar.
Não me pronunciarei sobre o que se passa nos tempos que correm no PSD, no PS e no CDS.
O meu "problema" é a Aliança e aí, sem optimismos exagerados e desajustados, pode dizer-se que embora seja a primeira vez que o partido vai a legislativas e também a primeira vez que muitas pessoas se veem envolvidas em andanças deste nível as coisas estão a decorrer de modo perfeitamente satisfatório e o partido terá o processo eleitoral pronto bem antes da data limite a que a lei prevê.
Quanto ao resto, e ao que vai ser o produto final das listas noutros partidos, tenho apenas um desejo e um reparo.
O desejo de que todos os partidos contribuam para que um Parlamento cada vez mais depauperado na valia dos seus membros consiga estancar essa sangria de valores e tenha na próxima legislatura bancadas de gente competente, capaz e com a necessária mistura de parlamentares  experientes com a renovação (não apenas etária) sempre necessária.
O reparo, generalista, no sentido de lembrar que nos partidos democráticos os líderes que aproveitaram eleições para unirem os partidos tiveram muitas vezes sucesso eleitoral( Sá Carneiro, Mário Soares, António Guterres, Durão Barroso, Passos Coelho, etc) enquanto os que à boleia de actos eleitorais fizeram ajustes de contas( Vitor Constâncio, Manuela Ferreira Leite, António Costa,etc) tiveram como prémio a derrota nas urnas.
As lições que a História põe à nossa disposição se para ela quisermos olhar com olhos de ver.
Depois Falamos

quinta-feira, julho 25, 2019

Um Grande Desafio

O meu artigo desta semana no zerozero.

Depois da demissão, ainda hoje difícil de entender, dos órgãos sociais eleitos o ano passado em compita com uma lista liderada por Júlio Vieira de Castro, o Vitória escolheu no passado sábado a equipa dirigente que o vai conduzir até ao ano do centenário.
Como é sabido concorreram três listas, lideradas respectivamente por António Cardoso, Miguel Pinto Lisboa e Daniel Rodrigues tendo saído vencedora com clara maioria aquela que tinha Pinto Lisboa como primeira figura.
Um resultado que só surpreenderá quem conhecer muito mal as circunstâncias em que o Vitória existe e coexiste nos últimos largos anos.
Adiante.
Miguel Pinto Lisboa torna-se assim o vigésimo terceiro presidente do clube e apenas o segundo, em mais de cinquenta anos, a chegar ao posto cimeiro sem nunca ter passado por qualquer outro posto nos órgãos sociais do clube.
O que não sendo nada habitual também não é, por si só, facto que mereça especial preocupação.
Preocupação sim existe em torno do grande desafio que tem pela frente e que integra em si quatro objectivos que terá de vencer para que possa cumprir plenamente aquilo que todos os vitorianos esperam da sua acção.
O primeiro desafio, e de primordial importância, é unir a família vitoriana.
Cujas primeiras divisões remontam ao início do século e tiveram origem naquilo que foi feito a vários níveis para interromper a então já longa presidência de Pimenta Machado e substitui-lo por alguém mais de acordo com quem se queria ver livre do então presidente.
De lá para cá, com os três presidentes que se sucederam, as divisões não cessaram e todos recordarão sem grande dificuldade muitos dos episódios que as pontuaram nomeadamente em acesas assembleias gerais com inflamadas intervenções a favor e contra os presidentes em funções.
Cabe a Pinto Lisboa inverter este estado de coisas e promover a união na massa associativa através de decisões que mostrem de forma inequívoca que está empenhado nessa tarefa.
O segundo objectivo, e que bem ajudará ao primeiro, é pôr o clube a ganhar.
No futebol e nas modalidades.
Pondo a equipa A a competir pelo quarto lugar, criando condições para que a equipa B regresse à II Liga de imediato, fazendo com que a formação volte à competitividade que durante muito tempo a caracterizou.
E nas modalidades, assumindo que o eclectismo é traço fundamental no ADN vitoriano, apostando no voleibol e basquetebol (nessa modalidade, então, não haverá desculpas…) para que disputem aquilo que já disputaram e ganharam no passado e até para ganharem o que nunca ganharam como o título nacional no basquetebol que já por duas vezes andou perto.
A par da aposta na renovação no título nacional de pólo aquático como é evidente!
O terceiro objectivo é financeiro e passa por explicar aos associados, de forma clara e definitiva, qual é a situação financeira do clube e definir um caminho para continuar a reduzir o passivo de molde a que o clube liberte meios e se possa abalançar a outros voos nomeadamente de natureza patrimonial.
O quarto objectivo, que neste momento condiciona a vida do clube e preocupa os associados, prende-se com a participação na SAD e os caminhos de cooperação (ou não…) com o maior accionista.
E esses caminhos não poderão passar nunca, se é paz social que se deseja, por diminuir os poderes do clube junto da SAD e menos ainda por alienar acções do tipo A seja a que pretexto for.
Não tenho dúvidas que o sucesso da presidência de Pinto Lisboa passará pela forma como for capaz de resolver o imbróglio que herdou da gestão anterior atinente à relação entre clube, SAD e accionista maioritário.
Sem que com o que atrás foi dito queira responsabilizar a anterior direcção ou o accionista pela situação existente mas apenas constatar que existe um problema que tem de ser rapidamente resolvido a bem do Vitória.

P.S. Tal como “Os Três Mosqueteiros” eram quatro também os quatro objectivos são afinal cinco.
Sendo que o quinto é actual direcção organizar a comemoração do centenário do clube com a dignidade e o brilho que os nossos cem anos de História bem merecem.

terça-feira, julho 23, 2019

Olhar o Distrito

O meu artigo desta semana no jornal digital Duas Caras.

Em Portugal a divisão do país em distritos já para pouco mais serve do que para dar corpo aos círculos eleitorais com base nos quais se disputam as eleições legislativas e escolhem os deputados que ,em teoria (porque a prática não é tanto assim) , irão representar no Parlamentos os cidadãos que votam nesses círculos.
Fora isso, e depois da desgraçada medida que pôs fim aos governos civis que de alguma forma ainda davam uma certa consistência ao espaço distrital, faz cada vez menos sentido olhar para os distritos como uma organização administrativa que faça algum sentido.
Com as novas realidades que vão das áreas metropolitanas às associações de municípios é cada vez mais comum ver cada concelho trata da sua vida onde lhe dá mais jeito e já não no velho espaço distrital em que outrora se encontrava rigorosamente circunscrito.
Não valerá a pena discutir hoje a regra e esquadro em que foram criados os distritos, com uma falta de lógica de bradar aos céus nalguns casos, mas recordarei sempre as sábias palavras de D.Jorge Ortiga (arcebispo de Braga e Primaz das Espanhas) num tempo em que eu ocupava o cargo de governador civil e ele me dizia meio a sério meio a brincar que a diocese “dele” era maior que o “meu distrito”.
Porque Póvoa de Varzim e Vila do Conde fazem parte da diocese de Braga, e muito bem, mas administrativamente pertencem, e muito mal, ao distrito do Porto.
O que prova que a regra e esquadro da Igreja católica era bem mais acertados que os do Estado.
Mas as coisas são o que são, os distritos não fogem a essa regra, e por isso Braga estende-se das praias de Esposende até às montanhas de Cabeceiras de Basto no sentido Oeste-Este e da beleza idílica de Terras de Bouro aos concelhos industriais de Guimarães, Famalicão e Vizela passando pela cada vez mais cosmopolita Braga no sentido Norte-Sul.
Sem esquecer as regiões agrícolas de Vila Verde , Amares e Barcelos, a transição das regiões industriais para as agrícolas em Fafe, o mundo rural de Celorico de Basto e Vieira do Minho e uma Póvoa de Lanhoso a meio caminho entre os grandes centros urbanos de Braga e Guimarães e o parque natural (e nacional) da Peneda-Gerês.
Um distrito em que convivem diferentes realidades, problemas muitíssimo diversos, que requer a atenção do Estado em múltiplas frentes e que necessita de ter junto desse mesmo Estado interlocutores que conheçam muito bem essas diferentes realidades.
Porque sendo o terceiro distrito do país em termos de número de habitantes, que se aproximam cada vez mais do número mágico do milhão, naturalmente que todas as vozes são precisas, dentro de uma multiplicidade que a democracia proporciona, para promoverem uma defesa eficaz dos interesses dos catorze concelhos dos distritos.
Foi essa a minha primeira preocupação quando decidi aceitar o honroso convite do meu partido para encabeçar a lista de candidatos a deputados por Braga.
Em primeiro lugar perceber se me sentia preparado, vinte anos depois de ter sido deputado pela primeira vez, para voltar a defender com o mesmo empenho, o mesmo interesse, o mesmo conhecimento de causa uma realidade tão intensa e interessante como a do nosso distrito.
Nele tendo sempre residido, primeiro em Guimarães e actualmente em Esposende, mesmo que na actualidade também resida em Lisboa por força das responsabilidades nacionais que tenho no partido Aliança concluí que continuo a conhecer muito bem o distrito que representei em duas legislaturas como deputado e no qual ocupei o cargo de governador civil que me deu um conhecimento inigualável de todas as suas realidades.
Por aí tudo bem.
A segunda questão era saber se num partido tão recente, e portanto ainda numa fase de crescimento, conseguiria reunir em meu torno uma lista de candidatos que representassem bem a generalidade dos concelhos e que na sua diversidade de origens e ocupações profissionais constituíssem um mosaico tão representativo quanto possível da nossa realidade distrital.
Uns militantes do Aliança, outros independentes, uns vindos de outras forças partidárias e outros ainda que nunca tinham tido participação política de qualquer espécie que não fosse o exercício do direito (e do dever) de votarem.
Felizmente consegui e por isso tudo bem também nesse aspecto.
Considero, desta forma, estarem reunidas as condições para em 6 de Outubro a Aliança levar a votos uma lista que possa merecer a confiança dos eleitores do distrito de Braga e eleger deputados capazes de representarem bem o distrito e os seus habitantes.
Assim sendo...vamos a isto!

Eleito

 
Miguel Pinto Lisboa foi eleito no sábado passado presidente do Vitória Sport Clube.
Será o vigésimo terceiro da nossa História quase centenária e o segundo (o primeiro foi Vítor Magalhães), em mais de cinquenta anos, que chega ao cargo sem qualquer experiência anterior nos orgãos sociais nem actividade vitoriana minimamente conhecida.
O que não sendo nada normal para os padrões do clube também pode não ser defeito!
Os desafios que tem pela frente são claros.
O primeiro, e mais importante de todos por paradoxal que pareça, é unir a massa associativa em torno do Vitória e acabar com divisões que já vem do início do século e que tanto tem prejudicado o clube ao longo dos anos.
O segundo é tornar o futebol competitivo.
Na equipa A ninguém lhe exigirá o mínimo de responsabilidade, como é evidente, na disputa das eliminatórias da Liga Europa mas já quanto ao plantel que vai iniciar a Liga daqui a mês e meio tem de deixar a sua marca. 
Há tempo para isso.
No resto há que fazer a equipa B regressar ao segundo escalão e devolver ao futebol de formação uma competitividade que se tem vindo a perder nas duas últimas épocas.
Nas modalidades espera-se que consiga no basquetebol e no voleibol ter o Vitória a disputar o que já disputou no passado e dar às restantes modalidades condições de treino e de competição condignas com o emblema que representam.
O ecletismo tem de ser prioridade!
Finalmente, e este não será um desafio menor, tem de encontrar forma de clube, SAD e accionista maioritário trabalharem em conjunto para que o Vitória possa , em termos de futebol, dar um salto em frente devidamente estruturado e assumir o tal quarto lugar que para já só consegue de forma continuada...nas bancadas em termos de média de assistência.
Depois Falamos

terça-feira, julho 16, 2019

Polícia Amigo

O meu artigo desta semana no jornal digital Duas Caras.

Tenho a certeza absoluta que ser agente da autoridade é uma profissão dificílima de exercer, seja onde for , face aos condicionalismos que a envolvem e ao exercício de algo- a autoridade- que desagrada a muito boa (e outra nem tanto) gente.
Seja nas ditaduras, onde a rejeição dos agentes assenta ora no exercício de uma autoridade sem limites ora na rejeição da própria ditadura, seja nas democracias onde não falta quem entenda que tudo é permitido e ai de quem se lhe oponha.
Portugal não foge à regra.
Depois de quase cinco décadas de um regime ditatorial onde os excessos e atropelos foram mais que muitos, ainda assim nada que se compare com o que se passou em regimes fascistas ou passou e ainda passa em regimes comunistas, com o advento do 25 de Abril passou-se do oito para o oitenta e onde existia um temor mais ou menos reverencial às forças da autoridade (especialmente à famigerada Pide) passou a existir um absoluto desrespeito,quando não desprezo, por parte de muita gente que entendeu que com a Liberdade tudo era permitido.
Foram tempos difíceis para a PSP e para a GNR.
Onde qualquer tentativa de exercer a sua profissão por parte dos agentes, nem que fosse no passar de uma simples multa, era logo confundido com um acto de prepotência e a invocação do “fascismo” que essas forças de autoridade tinham defendido ao longo de meio século no quadro das hierarquias então existentes.
É evidente, e seria ingenuidade não o mencionar, que muitos desses ataques às forças da autoridade faziam parte da agenda política das esquerdas não democráticas que consideravam o enfraquecimento das forças de segurança como uma das estratégias de enfraquecimento do próprio Estado em nome da revolução proletária que defendiam.
É clássico que as esquerdas não democráticas procedam dessa forma, enfraquecendo a autoridade do Estado e por quem ela deve zelar, para uma vez conquistado o poder instaurarem ditaduras férreas e em que não há distinção em autoridade e repressão.
Basta olhar para a Europa do pós guerra!
Quarenta e cinco anos depois de Abril a situação não mudou muito.
Os partidos de esquerda, e muito em especial essa amálgama de esquerdistas sem abrigo chamada Bloco de Esquerda, não perde nenhuma oportunidade para criticar os agentes de autoridade, para questionar as suas formas de intervenção, para se colocar ao lado de supostas vitimas que em muitos casos não passam criminosos agressores, de exprimir opiniões (como essa caricata figura cujo nome nem quero mencionar que vivendo dos nossos impostos como assessor do BE queria acabar com a PSP e não sei quantos mais disparates )o mais negativas possível quanto à PSP e GNR.
Já para não falar do tempo em que no Parlamento (eu assisti) o guru do BE, também conhecido por Francisco Louçã, defendia convictamente que as forças de segurança deviam andar desarmadas(!!!) talvez para não incomodarem muito os pobres criminosos cujos “gritos de dor” (foi a expressão usada) deviam ser percebidos pela sociedade.
Uma miséria.
Os agentes de autoridade em Portugal não são perfeitos.
Cometem erros, praticam aqui ou ali excessos, nem sempre   exercem a autoridade da forma mais conveniente.
Mas são confiáveis.
Muito mal pagos, obrigados a pagarem o seu fardamento e mais umas alcavalas inaceitáveis, com meios muito aquém do que seria desejável, em muitos casos ocupando instalações que deviam envergonhar o Estado, cumprem a sua missão com estoicismo, coragem e enorme espírito de sacrifício.
Numa profissão em que todos os dias correm o risco de porem a vida nos pratos da balança.
E tantas vezes aturando com uma paciência de louvar os impropérios, os insultos, as inconveniências de quem não tem na educação e no civismo os pontos mais fortes da sua personalidade ou de quem quer transferir para a acção policial as responsabilidades dos erros por si próprio,cidadão,cometidos.
Por isso acho da mais elementar justiça que cada cidadão de bem, que anda na comunidade animado de intuitos positivos, que defende os seus interesses mas respeita os interesses dos outros, que entende o exercício da autoridade como uma forma de regular a vida em sociedade, olhe para os polícias como amigos que nos ajudam a viver com mais segurança e maior tranquilidade no nosso dia a dia.
Porque por mais que alguns partidos da esquerda não democrática queiram criar confusão entre Bem e Mal a verdade é que a Polícia está do lado do Bem, defende-o e é essencial a um Estado democrático de direito!
E nos tempos que vivemos, em que patrulhas da PSP são recebidas à pedrada em bairros problemáticos da área metropolitana de Lisboa sem que isso gere nalguns a mesma indignação que uma ou duas bastonadas a “mais” dadas por um polícia normalmente geram, pareceu-me importante reafirmá-lo.

quinta-feira, julho 11, 2019

Enlouqueceram?

Passe a publicidade devo dizer que gosto muito dos artigos da Nike.
Da qualidade, do desenho, da criatividade na concepção dos mais diversos tipos de equipamentos, (nem tanto do preço é verdade) que a põe na primeiríssima linha dos fabricantes de artigos desportivos do mundo inteiro.
Possivelmente no primeiro lugar mesmo.
Pese embora a sua passagem pelo Vitória tenha ficado longe daquilo que eu esperava em termos de criatividade e concepção dos equipamentos.
Tenho também uma velha (desde Cruyff jogador)  simpatia pelo Barcelona que tenho expresso em várias postagens neste blogue, ao longo dos anos, e que não será novidade para quem me lê com alguma regularidade.
As cores e o equipamento tradicional do Barcelona propiciaram ao longo dos anos, à Nike, a possibilidade de conceber alguns espectaculares equipamentos do clube que ficarão para a história como ,por exemplo, o do centenário.
Mas nos últimos anos gosto cada vez menos da forma como o tradicional equipamento tem sido tratado.
E se já não gostei nada do ano em que as listas passaram a horizontais, ou da multiplicidade de listas que caracterizaram alguns deles, não sei francamente que dizer quanto ao desta época que está retratado acima.
Um Boavista "blau grana"?
E não me venham com marketing, inovação, captação de novos mercados, bla,bla,bla.
O equipamento do Barcelona não pode ter nada a ver com isto.
Falta saber quem enlouqueceu: Se os responsáveis da Nike que deram luz verde a esta camisola se os directores do Barcelona que a aceitaram.
Até pode vender muito, admito, mas é francamente horrível.
Depois Falamos

Retrocesso

Quando li na imprensa vimaranense de hoje que as diversões das Gualterianas, este ano, irão fiar instaladas na Alameda Alfredo Pimenta confesso que tive de reler a notícia para confirmar que não era nenhuma daquelas brincadeiras do 1 de Abril.
Passo a explicar.
Embora tenha nascido no Hospital da Misericórdia, mesmo à beirinha do castelo, posso dizer que nasci na então rua dr Alfredo Pimenta (assim se chamou durante muitos anos aquela via) porque lá vivi até aos nove anos e mesmo depois de com os meus pais ter ido morar para a Rua de Gil Vicente e posteriormente para a Urbanização da Quintã continuei a ser visita quase diária daquela rua porque lá viviam os meus avós.
E portanto conheço muito bem aquela artéria desde o tempo em que onde é agora o parque de estacionamento subterrâneo e o estádio do Vitória existia uma enorme quinta com exploração agrícola e pecuária.
A quinta do Proposto penso que se chamava assim.
E por lá vi passar muita coisa.
As diversões das Gualterianas nos anos sessenta, a feira semanal, uma central de camionagem, um enorme espaço vazio onde se jogava a bola e andava de bicicleta, o poiso temporário de circos que vinham à cidade, uma praça de touros desmontável na Gualterianas em frente ao actual quartel de bombeiros.
Hoje a Alameda Alfredo Pimenta é uma das principais vias da cidade, passagem prioritária para veículos dos bombeiros que tenham de se dirigir para o centro da cidade e por onde circulam  diariamente centenas ou milhares de veículos.
Voltar a colocar lá, cinquenta anos depois, as diversões das Gualterianas é um retrocesso inexplicável e certamente um transtorno de monta para todos quantos tem de circular por aquela avenida.
Já para não falar dos constrangimentos aos veículos dos bombeiros em tempo de fogos.
Uma decisão que me parece completamente errada.
Depois Falamos

terça-feira, julho 09, 2019

Roteiros

O meu artigo desta semana no jornal digital Duas Caras.

A três meses de eleições legislativas, em que como é normal em democracia será avaliada a acção de um governo (embora o actual resulte de algo que nunca tinha sido visto em Portugal e que pelos vistos já gera arrependimentos nalguns dos protagonistas) , os diversos partidos políticos já estão embrenhados nas suas acções de pré campanha.
Para lá do governo que anda em campanha, mais do que a governar, desde o primeiro dia em que iniciou as suas funções.
Também por isso será avaliado.
No caso da Aliança, que depois da estreia nas europeias (essas eleições tão sui generis...) vai agora enfrentar as suas primeiras eleições verdadeiramente nacionais, o caminho até seis de Outubro está claramente definido desde há muito.
Depois de ter aprovado as suas linhas de orientaçao programáticas, com base nas quais seria elaborado o programa eleitoral, o partido publicou dias atrás (e pese embora a sua juventude foi o primeiro a fazê-lo!) o seu programa eleitoral assente nas seguintes traves mestras:
·         Saúde
·         Demografia/Natalidade/Família
·         Coesão Territorial
·         Combate à Corrupção
·         Crescimento e Competitividade
·         Política de Renovação e Ética
·         Reciprocidade para com o Estado
·         Segurança
·         Educação
·         Combate à Pobreza
·         Mar, Inovação e Cultura
·         Sociedade Digital e Segura
·         Ambiente e Alterações Climáticas
·         Portugal no Contexto Global
Um programa ambicioso, bem estruturado e que dá resposta a muitas das carências e necessidades de Portugal visto na sua realidade e longe dos holofotes propagandísticos com que o governo gosta de encadear os menos atentos.
E porque as pessoas estão sempre no centro das preocupações da Aliança, que existe precisamente numa perspectiva de as servir, o presidente do partido está agora e nas próximas semanas a correr o país de norte a sul num conjunto de roteiros temáticos que abrangem muitas dessas áreas para que no programa eleitoral são propostas soluções.
São oito roteiros no seu total.
No primeiro, sob o tema “Combater um Estado poluído”, o ambiente e as alterações climáticas foram o centro das preocupações num percurso que passou pelos distritos de Faro, Castelo Branco e Setúbal.
O segundo, em curso, tem como tema “Combater um Estado Doente” e passará pelos distritos de Lisboa, Braga e Vila Real.
Depois virá o “Combater um Estado (In)Diferente”, o “Combater um Estado Árido”, o “Combater um Estado Poucochinho”, o “Combater um Estado Empenado”, o “Combater um Estado Mal Educado” e o “Combater um Monstro chamado Estado”.
Que versarão muitos dos temas do programa eleitoral e permitirão ao presidente do partido visitar todo o país indo de encontro às pessoas, às instituições e a realidades que tantas vezes passam despercebidas ao comum dos cidadãos.
Pôr a política ao serviço das Pessoas é aquilo que mais motiva a Aliança.
O programa eleitoral e estes roteiros são a prova disso!

P.S. Fiquei sinceramente satisfeito por ver dois amigos, o André Coelho Lima e a Mariana Silva, integrarem em lugar de eleição certa as listas dos seus partidos.
O André como cabeça de lista do PSD em Braga e a Mariana como número quatro da CDU em Lisboa.
São o reconhecimento merecido de dois percursos de mérito e a certeza de que contribuirão para um Parlamento diferente para melhor.
Espero, se for essa a vontade dos eleitores , poder juntar-me a eles nesse desafio de fazer mais e melhor pelo distrito e pelo país

sexta-feira, julho 05, 2019

Listas

Fazer listas de candidatos a deputados, seja ao Parlamento Europeu seja(muito em especial) à Assembleia da República, é seguramente das tarefas mais difíceis, ingratas e geradoras de incompreensões que a direcção de um partido político tem de levar a cabo.
Porque é impossível agradar a todos os candidatos a candidatos.
Ou até aqueles que não sendo candidatos tem a legítima opinião sobre cada lista, cada candidato escolhido, cada representação do seu distrito expressa na escolha.
Porque fazer escolhas significa optar, significa pôr este à frente daquele e aqueloutro acima ou abaixo de um outro qualquer, significa agradar a poucos e desagradar a mais que muitos, significa concluir a "obra" sabendo que nesta matéria não há "obras" perfeitas.
Até porque no caso dos partidos com representação parlamentar há muitos anos, e portanto com histórico de resultados, optar significa escolher um número "x" para serem eleitos, um número "y" para ficarem na zona cinzenta e um número "z" para não serem eleitos.
E isso gera incompreensão, indignação, revolta e sabe-se lá que mais naqueles que não obtém o desejado passaporte para S.Bento.
Até porque, e isso não é uma questão menor, há sempre uma gestão de egos a fazer naqueles que não vão ser eleitos (e nos que vão ser eleitos também) mas não querem prescindir dos seus cinco minutos de fama efémera.
E isso significa quererem ficar o mais acima possível nas listas distritais que vão eleger deputados ou até encabeçarem listas em distritos de eleição impossível mas em que ser cabeça de lista afaga o ego e dilui a tristeza da não eleição.
A propósito recordarei sempre a frase de um ex líder do PSD, hoje dedicado à alta finança internacional, quando me dizia que em cada escolha ganhava um potencial ingrato e dez descontentes pela certa.
E é verdade.
Por isso, não há como fugir a essa questão, fazer listas é optar. Tomar decisões. Avaliar méritos pessoais e mais valias eleitorais.
E depois fazer as listas o melhor possível.
A Aliança está a fazer as suas listas de candidatos ao Parlamento pela primeira vez dado que tendo sido fundada em Outubro de 2018 são estas as primeiras eleições nacionais que vai ter pela frente.
E está a fazê-las em todos os distritos, regiões autónomas, Europa e Resto do Mundo assumindo a responsabilidade de escolher, de optar, dando às estruturas distritais e regionais uma larga margem de autonomia na escolha de candidatos e no seu escalonamento nas respectivas listas.
Na Aliança valorizamos as Pessoas.
E por isso  não pedimos às estruturas que as coloquem nas listas a serem submetidas à direcção nacional do partido com base  num  critério alfabético, porque isso seria um desrespeito para com as Pessoas que jamais cometeríamos, mas sim em função das suas competências, da sua mais valia eleitoral e de um conjunto de critérios que cada estrutura deverá aplicar.
Não podia ser de outra forma.
Depois Falamos

quinta-feira, julho 04, 2019

O Muro e o Povo

Um conjunto de deputados que não merecem o salário que ganham ao fim do mês, e que sai dos nossos impostos, entreteve-se recentemente no Parlamento a aprovar votos de condenação ao que aconteceu na ponte 25 de Abril há vinte e cinco anos atrás.
A motivação essa é a de sempre ou seja um ódio incontrolável ,e que o passar do tempo não dissipa, a Cavaco Silva e às cinco derrotas que ele infligiu à esquerda em eleições legislativas e presidenciais.
Quatro delas por maioria absoluta convém recordar.
E por isso os senhores deputados do PS (com as honrosas excepções de Ascenso Simões e Fernando Rocha Andrade), da CDU, do BE e do PAN não arranjaram melhor assunto para tratar do que perderem tempo com o acto inútil, ridículo e vexatório (para eles é claro) de aprovarem um voto de condenação ao governo que em 1994 (!!!) se encontrava em funções como se porventura com essa idiotice conseguissem mudar o curso da História de forma que lhes fosse mais agradável.
Mas não é.
E se na esquerda e extrema esquerda não democrática já é normal o reescrever a História e o apagar das fotografias de quem caiu em desgraça não deixa de ser penoso ver o PS, outrora o partido de Mário Soares, alinhar nestas tristes cenas ao lado daqueles que sempre o combateram e que da Liberdade tem uma visão muito...própria.
Deixo por isso uma sugestão a esses partidos que não tem respeito por ninguém nem sequer por quem pagando impostos os sustenta:
A 9 de Novembro comemoram-se trinta anos sobre a data em que o povo alemão derrubou o Muro de Berlim, esse símbolo de opressão, ditadura e morte construido pela União Soviética e pelos seus satélites da então RDA, permitindo que a democracia e a liberdade alastrassem pelo leste da Europa até então submetida a ferozes ditaduras Marxistas-Leninistas
Que tal o PS, CDU, BE, PAN apresentarem então um voto de congratulação pela queda do muro (afinal foi o povo que tanto dizem defender que o derrubou) e pela instauração da democracia nos países até então submetidos a ditaduras?
Tenho a certeza que PSD, CDS e o futuro grupo parlamentar da Aliança votarão favoravelmente e será bonito ver o Parlamento congratular-se unanimemente com uma causa tão cara a quem defende a Democracia e a Liberdade.
Aguardo para ver...
Depois Falamos