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terça-feira, janeiro 31, 2017

Muito Bem

A propósito da magnifica vitória do Moreirense, na taça CTT, Guimarães soube dar ao país uma bela lição de desportivismo e fair  play reafirmando, ao mesmo tempo, que por cá as coisas são bem diferentes daquilo que se vê noutros lados.
Desde logo pelo excelente relacionamento entre os dois principais clubes do concelho que se estende aos adeptos sendo muitos aqueles que são em simultâneo associados de ambos e mais ainda os que tem o "outro" clube como o da sua simpatia a seguir ao "seu".
E isso foi patente no estádio Algarve, na festa em Moreira de Cónegos e na cidade de Guimarães.
Depois os festejos e a homenagem na recepção na Câmara tiveram também momentos importantes e que constituíram em si um belo exemplo de como em Guimarães somos diferentes.
Quer no discurso de Vítor Magalhães (também ele um ex presidente do Vitória) realçando a unidade entre todos os clubes do concelho, e a satisfação de todos pelo triunfo do Moreirense, manifestando o desejo de que o Vitória vença a Taça de Portugal e traga para Guimarães outro troféu esta época quer na presença de Júlio Mendes,presidente do Vitória, na sessão solene de homenagem aproveitando para entregar a Vítor Magalhães uma lembrança assinalando a satisfação do Vitória pela conquista do clube vizinho.
Foi muito bonito.
E creio que irrepetível em qualquer outro concelho deste país que tenha mais que uma equipa a disputar competições profissionais de futebol.
Seja em Lisboa, seja no Porto, seja no Funchal.
Há,pois, que elogiar com satisfação,  quer as palavras de Vítor Magalhães quer a atitude de Júlio Mendes.
Ambos prestigiaram os seus clubes e ambos contribuíram para elevar o nome de Guimarães e deixar bem claro que neste concelho sabemos bem quem são os "nossos" e quem são os adversários quando não os inimigos.
Agora esperemos que em Maio o Vitória faça a sua parte conquistando a Taça de Portugal e permitindo que todos os vimaranenses possam novamente unir-se no festejo de uma conquista que, junto à do Moreirense, fará de 2017 um ano absolutamente extraordinário para o desporto vimaranense.
Depois Falamos.

P.S Naturalmente que também merece louvor o convite da Câmara para que o Vitória se associasse à festa do Moreirense.

Moreirense

O meu artigo desta semana no Duas Caras

O meu artigo de hoje é, com todo o gosto e muita satisfação à mistura, sobre a histórica vitória do Moreirense na taça CTT depois de um percurso extremamente meritório e que o consagrou como a melhor equipa desta edição da prova.
São triunfos como este, de equipas a quem à partida ninguém atribuía um pingo de favoritismo, que dão ao futebol o seu encanto tão especial e o tornam na modalidade mais popular de todo o planeta.
São conhecidas as críticas de muitos, entre os quais me incluo, ao modelo de organização da taça da Liga, agora baptizada como taça CTT por força do principal patrocinador, devido a um regulamento absurdo e a uma escolha insensata da “final four” antes de serem conhecidos os finalistas da prova.
Regulamento absurdo porque prevê que a prova tenha quatro grupos na sua fase final, cada um deles encabeçado por um dos quatro primeiros classificados do campeonato anterior (e em norma três deles são sempre os mesmos…) com um ordem de jogos que lhes é favorável e que visa facilitar o acesso à “final four” dos chamados “grandes” mais o tal quarto classificado que pouco varia de ano para ano.
Escolha insensata do local porque ela foi feita sem se saber quem eram os quatro semi finalistas e isso levou a que ontem duas equipas cujos estádios distam 30 quilómetros e pertencentes a dois concelhos vizinhos tenham sido obrigadas a uma final numa noite de domingo (!!!) a seiscentos quilómetros de casa.
Em suma, e indo direito ao cerne do assunto, é uma prova desenhada para ser ganha por Benfica, Porto ou Sporting (curiosamente os dois últimos nunca a ganharam…) e eliminar o mais possível as possibilidades de aparecer um qualquer “pé descalço” a intrometer-se numa festa que se quer exclusiva dos tais três clubes mais os patrocinadores da prova.
E por isso até ontem apenas três clubes a tinham ganho com uma esmagadora maioria de vezes por parte do Benfica (sete triunfos), com algumas peripécias caricatas à mistura como uma célebre arbitragem de Lucílio Baptista numa final entre Benfica e Sporting, e um triunfo para cada por parte de Vitória de Setúbal e Braga com a curiosidade adicional de os três vencedores anteriores mais o Moreirense integrarem os participantes da final four deste ano.
Que ficará agora para a história como a final four disputada pelos quatro clubes que até hoje venceram a competição!
O triunfo do Moreirense foi justíssimo.
Começou por ficar num grupo com Porto, Belenenses e Feirense no qual não só ninguém lhe atribuía qualquer tipo de favoritismo como não faltava quem o considerasse como a equipa mais fraca de todo o grupo.
A verdade é que começou por vencer em Vila da Feira, depois empatou em casa com o Belenenses e chegou à última jornada sabendo que se vencesse o Porto em Moreira de Cónegos ficaria apurado para a “final four” o que quase todos consideravam impossível.
Venceu.
E apurou-se para a ultima fase da prova onde chegou uma vez mais sem qualquer tipo de favoritismo e sendo visto apenas como um pró-forma que o Benfica teria de ultrapassar para chegar à final.
Voltou a vencer contra todas as expectativas.
Com uma excelente exibição, uma estratégia de mestre montada por Augusto Inácio, uma clareza no marcador que ninguém julgava possível e uma humildade e uma entrega ao jogo que foram a sua arma decisiva.
Uma vez apurado para a final, depois de deixar pelo caminho Porto e Benfica, o Moreirense começou a ser levado mais a sério e aí já não aparecia ninguém a negar que teria as suas hipóteses de vencer o troféu.
Mesmo assim talvez não tenha sido levado tão a serio como merecia…
E a verdade é que na final Augusto Inácio deu toda a sensação de ter surpreendido Jorge Simão com a estratégia montada e que permitiu ao Moreirense controlar o jogo, manter o ritmo que lhe convinha e neutralizar os pontos mais fortes de um adversário que pareceu sempre atordoado face aquela equipa desinibida e ganhadora que lhe apareceu pela frente.
Um vencedor justíssimo repito.
Como vimaranense e como vitoriano (porque em Guimarães somos de facto únicos e quando um clube do concelho ganha…ganhamos todos) fiquei muito satisfeito com este triunfo do Moreirense.
Que é o segundo clube de Guimarães mas chegou e sobrou para os dois clubes de Braga nesta “final four”.
Espero agora que o Vitória traga para Guimarães a taça de Portugal permitindo assim a Guimarães um ano desportivamente histórico.

P.S. Foi pena que nenhuma das rádios locais de Guimarães tenha estado no estádio do Algarve a relatar o jogo.
O Moreirense é um clube de Guimarães e merecia isso.
Há Guimarães para lá do Vitória.


segunda-feira, janeiro 30, 2017

O Nosso 14

O onze inicial do Vitória frente ao Marítimo teria forçosamente de se ressentir de um elevado número de ausências de jogadores que tendo sido sempre primeiras opções de Pedro Martins não estariam à sua disposição para este jogo.
João Pedro e Soares transferidos, Marega num demorado regresso da CAN, João Aurélio castigado e Rafael Miranda lesionado eram baixas a mais para um plantel que não é abundante em opções.
Mesmo assim não foi apenas por isso que deixamos de ganhar este jogo mas também pelas oportunidades que não aproveitamos.
Individualmente.
Douglas: Tarde de pouco trabalho. Pena que continue a irritar os adeptos com as demoras na reposiçao de bola.
Bruno Gaspar: em grande forma mais uma bela exibição.
Josué: Os avançados maritimistas não deram trabalho e ele também não complicou.
Pedro Henrique: Excelente jogo a defender(salvou um golo cantado) e bem nas subidas ao ataque.
Konan: Muito activo foi dos que mais atacou.
Zungu: Uma exibição discreta mas eficaz e sem cometer erros
Bernard: Por ele passou boa parte do bom futebol que o Vitória jogou fruto da dinâmica que imprimiu à sua actuação.
Hurtado: Começou bem mas foi desaparecendo. Bem substituido.
Rafinha: Pintou de "magia" alguns lances dando cabo da cabeça aos seus marcadores. No ultimo minuto teve jogada de antologia a que só faltou o golo.
Texeira: Combativo procurou oportunidades mas sem sucesso. Estranhíssima a sua substituição com o jogo empatado e sem mais nenhum avançado no banco.
Hernâni: Esteve em excelente nível protagonizando os melhores lances ofensivos. Foi duramente marcado perante complacência do apitador. Ele e bruno Gaspar formam uma das melhores alas direitas dos últimos anos.
Foram suplentes utilizados:
Rafael Martins: Entrou cheio de vontade de mostrar serviço e teve clara oportunidade para o fazer mas isolado atirou muito por alto.
Tozé: Boa entrada em jogo dinamizando a equipa e empurrando-a para o ataque com bons passes.
Alex: Pouco minutos em campo.
Não foram utilizados:
João Miguel Silva, Prince, Ruben Ferreira e Joseph.

Melhor em campo: Hernâni

Foram dois pontos perdidos na luta por algo mais que um quinto lugar que a nós vitorianos sabe sempre a pouco.
Amanhã à meia noite ao fechar o mercado se poderá fazer uma previsão mais fundamentadas sobre se esse algo mais ainda é possível ou se já estamos no lugar em que vamos ficar.
Aguardemos...
Depois Falamos

Fantástico Moreirense.

Não sou do Moreirense desde pequenino.
Isso sou do Vitória e depois, um pouco mais velho, do Desportivo Francisco de Holanda (hoje Xico Andebol) que são os meus clubes de coração.
Mas sempre simpatizei com o Moreirense, como é fácil de constatar pelo que escrevi neste blogue ao longo dos anos, e desde que não seja com o Vitória quero que ganhe todos os seus jogos e consiga excelentes classificações.
E esteja sempre na primeira liga.
Porque é bom para o Moreirense, bom para Guimarães e bom para o Vitória por razões tão simples de perceber que me dispenso de as explicar.
De resto acredito que a maioria esmagadora dos adeptos do Moreirense simpatizam com o Vitória tal como os do Vitória com o Moreirense sendo conhecidos imensos casos de adeptos que são sócios de ambos os clubes.
Porque somos todos de Guimarães e em Guimarães sabemos quem são os "nossos", ainda que duas vezes por ano (no mínimo) se "separem as águas" e cada um faço por si, e quem são os adversários e inimigos que não suportam a ideia de o nosso concelho ter duas equipas na primeira liga do nosso futebol.
Estou pois muito satisfeito com este triunfo do Moreirense na taça CTT.
Pelo mérito de que se revestiu, pelo prestigio  que traz ao clube e a Guimarães, pelos adversários que derrotou na final four.
Espero agora que o Vitória consiga vencer a Taça de Portugal proporcionando a Guimarães um ano que desportivamente ficará para a História.
Depois Falamos.

Bom Começo!

As autárquicas estão aí.
Pé ante pé foram chegando e agora a oito meses, mais coisa menos coisa, da eleição é tempo de quem tem unhas tocar viola e fazer-se à estrada a caminho dos votos que elegerão os autarcas para o próximo quadriénio.
O PSD Esposende deu no passado sábado o seu pontapé de saída para a campanha autárquica juntando no pavilhão municipal de Fão quase 1500 pessoas num jantar que servia em simultâneo para homenagear antigos autarcas e antigos dirigentes do partido e para o actual presidente de câmara anunciar a sua recandidatura a um novo mandato.
E há que dizer que foi um bom começo.
Sala completamente cheia e muita gente que não pôde estar presente por não haver mais lugares, uma excelente decoração do pavilhão na qual avultavam (e foram muito apreciados) dois enormes paineis com a imagem de Francisco Sá Carneiro, muito entusiasmo em volta do presidente e novamente candidato,Benjamim Pereira, e do presidente do PSD ,Pedro Passos Coelho, um jantar comício "à antiga" que encheu a alma dos social democratas presentes e certamente muito contribuiu para a sua motivação para a campanha que aí vem.
Gostei francamente do que vi.
Em termos de trabalho, de organização, de motivação e criatividade.
Como gostei,à imagem do que acontecia no passado, de ver muitas intervenções no período a elas destinado.
Falou um dos fundadores do PSD de Esposende, falou Alberto Figueiredo(a referência maior dos ex autarcas do PSD no concelho) em nome dos homenageados, falou o presidente da concelhia da JSD André Queirós, falou o presidente da distrital José Manuel Fernandes, falou Benjamim Pereira e encerrou Pedro Passos Coelho.
Discursos todos eles curtos, incisivos, passando as mensagens que eram importante passar e bem adequados ao evento em que foram proferidos.
Um excelente momento do PSD.
Há que continuá-lo.
Em Esposende, no resto do distrito e no país.
Depois Falamos

Foi Pena

Vindo de um sempre agradável triunfo em Braga o Vitória sabia que no seu estádio não teria tarefa fácil face a um Marítimo que desde a contratação de Daniel Ramos tem vindo a fazer uma trajectória claramente ascendente.
E os primeiros minutos do jogo confirmaram isso mesmo.
Um Marítimo bem organizado, com processos defensivos bem oleados e uma capacidade de fazer pressão alta que embaraçou, e muito (o pontapé de saída foi vitoriano mas nos dois primeiros minutos a bola não passou para o meio campo maritimista), o processo de construção ofensiva do Vitória.
Depois a equipa conseguiu contornar essas dificuldades iniciais e foi tomando conta das operações pese embora o serem perceptíveis as dificuldades resultantes da ausência de quatro titulares (duas delas...definitivas) com tudo que isso significa em termos de rotinas e processos de jogo.
A verdade é que também isso foi parcialmente superado e a equipa acabou por fazer uma das suas melhores exibições no que toca a futebol jogado de pé para pé e construção de lances de envolvimento através de sucessivas trocas de bola.
A isso o Marítimo contrapôs uma "receita" já muito vista esta época em Guimarães por parte de quem nos visita e que consiste no anti jogo do guarda redes, na simulação de lesões e tudo o mais que permita parar o jogo e quebrar o ritmo ao adversário.
Batota em suma.
Mesmo assim o Vitória conseguiu dominar o jogo e criar várias oportunidades de golo que os postes e a falta de pontaria dos jogadores vitorianos impediram de se concretizar e dar ao marcador a expressão que seria mais justa.
Sendo igualmente verdade que nos últimos quinze minutos os insulares também tiveram três soberanas ocasiões que por falta de pontaria em dois casos e um soberbo corte de Pedro Henrique noutro impediram que chegassem a uma vantagem que seria escandalosamente injusta.
Em suma um empate num jogo que podíamos perfeitamente ter ganho e dois pontos perdidos que farão falta na luta por um lugar acima do quinto em que nos encontramos neste momento.
Sobre o árbitro Rui Costa, cúmplice no anti jogo, de uma tolerância escandalosa no jogo faltoso do Marítimo sem sanção disciplinar, com o erro grave de não marcar claro pénalti por falta sobre Hernâni e a distinta lata de dar quatro minutos de tempo de compensação quando se justificava o dobro, direi apenas que o dia em que se retirar da arbitragem será um dia feliz para o futebol.

O Anti Jogo

O meu artigo de hoje no site zerozero.
O Anti Jogo
Sobre um problema do futebol de que o Vitória tem sido vítima jogo após jogo.
Depois Falamos

sexta-feira, janeiro 27, 2017

Géneros...

Há aspectos em que a sociedade portuguesa continua dolorosamente atrasada face ao que se vê noutros países da União Europeia, e não só, face à participação das mulheres na vida política e até associativa.
Durante muitos anos fui dos que pensei, com alguma ingenuidade confesso, que a representatividade feminina nos partidos, nos orgãos de Estado, na vida associativa se devia fazer exclusivamente com base na valia e qualidade das próprias e não em função de leis que embora bem intencionadas são elas também uma forma de descriminação.
Hoje já não penso assim.
Porque embora continue a achar que fazer leis para garantir a representação de um género em função do outro continua a não ser o caminho mais desejável para uma paridade que ainda vem longe também considero que sem essas leis o caminho ainda seria mais lento, mais difícil, mais preenchido de obstáculos.
Por uma questão de mentalidades.
Porque muito boa gente, ocupando cargos de grande responsabilidade, continua a achar ( e a ela se referir) que a chamada lei das quotas é uma lei para garantir que nas listas há pelo menos um terço de mulheres .
Quando não é.
O que a lei diz é que qualquer um dos géneros, masculino ou feminino, tem de ocupar um terço dos lugares e não apenas o género feminino como muitos pensam.
Pensam e praticam!
E por isso o caminho a percorrer ainda é longo e recheado de dificuldades postas por formas de pensar que embora retrógradas e ultrapassadas ainda vão fazendo..."lei" em muitos lugares da nossa vida associativa.
Olhe-se para as instituições culturais, para os clubes desportivos, para os partido políticos naquilo em que não são obrigados por lei, e constata-se que o papel das mulheres na ocupação de cargos continua muitíssimo aquém do que seria desejável .
Há um longo caminho a fazer ainda.
Do qual ninguém se deve sentir dispensado.
Depois Falamos

Águia

Em que pensará esta águia?
Na figurinha que uma familiar fez ontem?
Ou no perigo de tentar fazer ninhos no Algarve?
Depois Falamos

Final Minhota


Depois de disputadas as meias finais da competição , neste novo modelo de "final four", são já conhecidos os finalistas que no domingo disputarão a final da taça CTT.
Na quarta feira tinha-se apurado o Sporting de Braga e ontem foi a vez do Moreirense marcar o seu lugar no jogo derradeiro.
Ambas as equipas o conseguiram com justiça, sem dificuldades de maior, desembaraçando-se dos adversários com relativa facilidade e mostrando que foram as duas melhores da competição e por isso dela são finalistas.
Contra factos não há argumentos.
No jogo de ontem, e depois de uma primeira parte de algum ascendente do adversário, o Moreirense fez uma segunda parte de grande qualidade através de processos defensivos eficazes e jogadas de contra ataque absolutamente mortíferas que renderam dois golos e podiam ter rendido alguns mais se o acerto no remate ou no último passe tivesse sido outro.
É certo que o adversário também teve as suas oportunidades, incluindo duas bolas nos postes, mas isso não belisca em nada a justiça do triunfo "cónego" até porque o oponente beneficiou largamente da mais que habitual tolerância da arbitragem que lhe poupou dois cartões vermelhos (por segundo amarelo) a jogadores que amplamente o mereceram.
Temos , pois, uma final Moreirense vs Braga.
Para grande pesar (sem aspas) da LPFP, dos CTT, da RTP (os comentadores de ontem estavam simplesmente desolados), de "A Bola", do "Record" (a capa de hoje é vergonhosa) e de mais alguns orgão de comunicação social que já davam como certo o triunfo na prova de quem nem à final vai.
Esta final entre duas equipas minhotas, uma de Guimarães e outra de Braga, nenhuma delas a maior do distrito e ambas muito longe de serem as que no distrito mais adeptos arrastam( o que se compreende no caso do Moreirense que é o segundo clube do concelho onde tem sede o maior clube do distrito) realça a idiotice de se marcar o local da "final four" antes de se saberem quais os clubes envolvidos.
Porque é absurdo que os adeptos dois dois clubes tenham de atravessar o país para assistirem a um jogo que podia, e devia, ser muito mais perto.
Bastaria que depois de se saber quem eram os quatro apurados se tivesse marcado a fase final para Aveiro,Coimbra ou Leiria onde há estádios perfeitamente à altura.
Assim a final entre dois clubes que nos jogos entre eles no campeonato nunca encheram os respectivos estádios (bem longe disso...) ameaça, mas é bem feito, ser uma final com bancadas muito pouco preenchidas.
Nada que a LPFP não mereça.
Depois Falamos.

P.S. E claro que espero que o Moreirense traga a taça para Guimarães.

quinta-feira, janeiro 26, 2017

Grande Vitória

Esta época nem tenho escrito muito sobre a principal equipa de basquetebol do Vitória nem sequer tenho acompanhado a sua carreira de tão perto quanto gostaria.
Mas estou naturalmente atento e interessado no magnifico campeonato que estão a fazer e que é bem evidente na tabela classificativa que encima este texto.
Naquele que está a ser um dos melhores campeonatos dos últimos anos, face ao equilíbrio existente entre os seis primeiros, o Vitória ocupa meritoriamente o segundo lugar da tabela, vai com sete vitórias consecutivas e será no play off um dos mais fortes candidatos ao titulo nacional.
Com um orçamento de migalhas face aos de  Porto e Benfica, com quem se bate de igual para igual e a ambos tendo vencido nos jogos em casa (embora face ao Benfica a casa fosse em...Famalicão), o Vitória dá aos seis adeptos toda a esperança de depois de dois vice campeonatos poder trazer para Guimarães o primeiro título nacional de basquetebol.
É verdade que não somos favoritos, face à referida disparidade de orçamentos que se reflecte directamente nas opões ao dispor de Fernando Sá e dos seus colegas ao serviço dos outros clubes, mas somos candidatos e os homens que comandam o basquetebol vitoriano já deram sobejas provas de serem capazes de conseguirem pequenos milagres.
E por isso acredito que Pedro Guerreiro, Fernando Sá, Luís Pimenta Machado e restantes técnicos e dirigentes da secção serão capazes de darem aos nossos jogadores as condições mínimas para lutarem efectivamente pelo titulo.
Será "apenas" um milagre um bocadinho maior do que outros que já fizeram e renderam ao Vitória duas Taças de Portugal, um troféu António Pratas e uma Proliga.
Acredito nesta equipa.
Considero-a uma das melhores de sempre.
Como acredito que no dia em que o Vitória quiser olhar o basquetebol como uma prioridade estratégica da sua afirmação no desporto nacional,e agir em consonância, então o que pediremos a Fernando Sá não serão apenas titulos mas sim a hegemonia no basquetebol português!
Ele e a sua malta são homens para isso!
Depois Falamos.

Nostalgias...

Sem razão especial para isso há muito tempo que não passava na rua Sá da Bandeira (Porto) na parte em que se situa o velho teatro com o mesmo nome, o café "Brasileira" e outros edifícios bastante conhecidos.
Durante cerca de três anos ,entre 1989 e 1992, fui frequentador quase diário dessa zona do Porto dado a empresa em que trabalhava (Ocidental Seguros do então grupo Banco Comercial Português)  ter a sua sede nortenha precisamente ao fundo dessa rua e daí a minha familiaridade, e até empatia, com esse espaço urbano.
Um destes sábados, a propósito de uma festa do colégio em que anda o meu neto realizada precisamente no teatro Sá da Bandeira, voltei a descer a rua até aos espaços que outrora frequentava e onde já não passava, como anteriormente disse, há alguns anos.
E foi com uma nostalgia triste que deparei com a imagem que foto acima documenta.
Onde outrora funcionara uma das primeiras agências que o BCP abriu no Porto (rés do chão) e a sede nortenha da Ocidental (andares superiores) está hoje um edifício devoluto e com tapumes de cimento a impedirem o acesso.
Fiquei com pena de ver um lugar onde trabalhei durante três anos naquele estado.
Pena que associo ao que o BCP era e já não é e ao estado em que se encontram em Portugal a maioria das empresas de banca e seguros longe, muito longe, do desafogo com que operavam há vinte e tal anos atrás.
Nostalgias...
Depois Falamos.

Figuras Nacionais ?

Um destes dias em conversa com pessoa perfeitamente identificada com o PSD e com a realidade autárquica do distrito de Braga analisávamos as próximas eleições e as soluções que o partido, município a município, apresentará aos eleitores.
E concluímos sem grande dificuldade que estando na maioria das câmaras encontrada a pessoa que liderará a candidatura restam,contudo, três ou quatro casos em que são perceptíveis as dificuldades em encontrar a pessoa certa.
E a minha interlocutora alvitrou, então, que nesses municipios onde parece não haver um candidato(a) evidente melhor seria o PSD recorrer a uma figura nacional para resolver um problema que as estruturas locais parecem ter dificuldade em dar solução.
Discordei.
Por duas razões essenciais .
A primeira é porque não há nenhuma figura nacional que se queira meter numa candidatura a uma câmara do distrito de Braga.
Ainda se fosse a Braga, capital do distrito, ou a Guimarães por todo o simbolismo que o concelho encerra, talvez aparecesse um voluntário. Felizmente em ambos os casos o assunto está muito bem resolvido pelo que se dispensa o voluntariado.
A segunda é porque não há figuras nacionais!
Não há figuras nacionais?
Não. Não há.
Olhemos para o panorama.
O presidente do partido é uma figura nacional mas é candidato a primeiro ministro e não a edil.
Os ex presidentes do partido são figuras nacionais,é verdade, mas nenhum será autarca.
Marcelo é PR, Cavaco foi PR, Balsemão abandonou a politica há mais de trinta anos, Fernando Nogueira fez o mesmo há mais de vinte, Durão Barroso foi presidente da comissão europeia e agora está na Goldman Sachs, Pedro Santana Lopes é Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Manuela Ferreira Leite está reformada e Luís Filipe Menezes afastado por vontade própria de candidaturas autárquicas.
Todos são figuras nacionais mas nenhum é sequer equacionável como candidato autárquico.
E o que resta?
O que resta que o povo possa considerar como uma figura de dimensão nacional cuja candidatura valorizaria a sua Câmara  e o levaria a conceder o seu voto?
Restam ex governantes que foram tratar da sua vida, restam ex dirigentes travestidos em comentadores que na maioria das vezes aproveitam os seus tempos de antena para zurzir preferencialmente o PSD, sobram actuais dirigentes que na sua esmagadora maioria não tem notoriedade que corresponda minimamente ao que se entende como "figura nacional".
Ou seja não resta nada.
Ou melhor: Resta o bom senso.
De em cada câmara encontrar o militante ou o independente (em último recurso) mais bem posicionado para discutir a vitória nas urnas encabeçando uma candidatura do PSD e com total respeito pela história do partido em cada um dos municipios.
E é esse o desafio que cada concelhia deve encarar de frente.
Encontrar o melhor sem egoismos pessoais, sem excessos de amizade, sem cedências ao facilitismo e ao "nacional porreirismo"que possam levar alguns a considerarem que uma candidatura é apenas para cumprir calendário ou que qualquer solução serve por mais aberrante que seja em relação ao que é uso e costume do PSD.
Não é.
E se nalgum caso ameaçar ser então os orgãos distritais e/ou  nacionais terão de intervir.
Considero, há muito, que as autárquicas de 2017 podem trazer ao PSD no distrito de Braga resultados excelentes ou até excepcionais face ao panorama a que se vai assistindo quer pela boa governação dos municípios que gere quer pela quase total desorientação do PS nos "seus" .
Mas há que lutar por isso.
E não esquecer que só se ganham eleições depois de contados os votos!
Depois Falamos

quarta-feira, janeiro 25, 2017

Zé do Século

Há muitos anos atrás não havia internet, televisões privadas, rádios locais e outras formas de comunicação que permitissem aos vitorianos acompanharem os jogos fora do Vitória que não fosse acompanhando a equipa (também não havia as auto estradas de hoje...) ou ouvindo os relatos radiofónicos na Emissora Nacional (depois Antena 1), na Rádio Renascença ou no Rádio Clube Português.
À noite, num programa da RTP chamado "Domingo Desportivo", lá davam dois ou três resumos dos jogos da jornada normalmente de Benfica e Sporting pelo que só quando o Vitória ia aos estádios desses clubes tínhamos direito a ver um resumosinho do nosso clube.
No tais relatos radiofónicos (relatos em cadeia assim se chamavam) quando o Vitória não jogava com esses dois clubes tínhamos direito a uma intervenção inicial com a constituição das equipas, às entradas do locutor quando acontecia um golo e a um curto comentário final porque como todos os jogos se disputavam ao mesmo tempo a prioridade ia sempre para os dois clubes de Lisboa.
Em suma quase nada por quem ansiava por saber...tudo.
Como quase todos os jornais , nomeadamente os desportivos, só saíam no dia seguinte a única forma de driblar a curiosidade e saber pormenores era precisamente com a excepção à regra, O Norte Desportivo, que se publicava no Porto ao fim da tarde e chegava a Guimarães por volta das dez da noite num dos últimos comboios que faziam a ligação entre as duas cidades.
Morava nesse tempo na rua de Gil Vicente.
E a curiosidade era tanta que ainda miúdo de 12 ou 13 anos dirigia-me, depois de jantar, para um pequeno quiosque situado frente a uma entrada lateral da igreja de S. Domingos, na rua de D.João I, que estava aberto ao domingo à noite chamado "Zé do Século" (pertença de um antigo ardina e cauteleiro muito conhecido na cidade) e lá esperava que uma vez chegados os jornais à Tabacaria Marinho no Toural esta procedesse à distribuição pelos quiosques que estavam abertos e cujos proprietários lá iam levantar os exemplares pedidos.
E se às vezes a espera era curta, dez ou quinze minutos, noutros casos era bem mais longa porque o jornal não tinha chegado no comboio das dez e qualquer coisa e por isso vinha no ultimo que chegava uma hora depois.
E eu lá ficava pelo quiosque, com mais meia dúzia de curiosos (quase todos muito mais velhos que eu) das novidades vitorianas, ouvindo as animadas conversas sobre o Vitória e com elas aproveitando para aprender enquanto o "Norte Desportivo" não chegava.
Raramente dava opinião, e não era o único porque um ou outro pouco mais velhos  também preferiam escutar os que tinham outras idades, perante quem sabia naturalmente muito mais que eu mas ouvia com atenção, aprendia e quando dizia alguma coisa era pela "certa".
Passaram mais de quarenta anos sobre essas noites de domingo no "Zé do Século".
Entretanto os meus pais mudaram de casa, para bastante mais longe do quiosque, as fontes de informação foram-se diversificando e essa "tertúlia" espontânea ficou definitivamente para trás como tantas outras coisas.
Hoje é tudo mais fácil
Televisões ,rádios locais e nacionais, jornais on line, internet é tudo ao momento e a informação tornou-se fácil e acessível a todos.
Ainda bem que assim é.
Mesmo quando alguma arrogância, a pseudo sabedoria ,o atrevimento típico da idade de alguns jovens os faz pensar que já sabem tudo e que podem ensinar ao mais e muito mais velhos o que é o Vitória, a sua História e as suas tradições.
Confesso que perante algumas coisas que ás vezes leio pelas redes sociais me lembro sempre dessa tertúlia no "Zé do Século" em que os que sabiam falavam e os que queriam aprender ouviam.
Outros tempos mesmo...
Depois Falamos

terça-feira, janeiro 24, 2017

Faltam Quatro !

Ainda falta uma semana para encerrar o mercado de transferências pelo que seria insensato fazer neste momento um balanço definitivo sobre se para o Vitória este Janeiro foi desastroso, a exemplo dos anteriores, ou se pelo contrário reforçou as possibilidade de a equipa lutar por um terceiro lugar que está ao seu alcance se para isso forem tomadas as decisões correctas.
Mas pode fazer-se um ponto da situação com base quer nas entradas e saídas quer nas lacunas que o plantel evidenciou na primeira volta do campeonato.
Começando por estas, que deviam ser as primeiras a serem "atacadas", era opinião corrente entre  os adeptos e os críticos de futebol que o plantel do Vitória necessitava de três reforços para atacar com sucesso a segunda volta do campeonato e reforçar a sua candidatura europeia.
Havia relativo consenso na necessidade de um defesa esquerdo face às modestas actuações de Ruben Ferreira e ao talento "verde" de Konan e de um trinco experiente que pudesse ser alternativa a Rafael Miranda quando este não pudesse actuar por lesão ou abaixamento de forma.
Depois para o terceiro reforço as opiniões dividiam-se quanto à necessidade de um número "10" face ao não rendimento de Bernard e à irregularidade de Hurtado ou de um ponta de lança que pudesse complementar ou substituir Soares dado que Texeira ainda não provou as capacidades goleadoras necessárias.
Eram pois necessário três reforços.
Até agora não veio nenhum.
Mas entretanto, e contra todas as expectativas e promessas (mas disso falaremos a 1 de Fevereiro) a equipa viu-se subitamente amputada de dois jogadores titularíssimos e ,portanto, peças nucleares do funcionamento do conjunto.
Primeiro saiu, de forma imprevista, João Pedro que cinco meses atrás era emprestável ao Porto B e agora para alguns se transformou numa transferência por excelentes verbas ( se a ignorância matasse...) e agora Soares cuja saída se previa como inevitável desde que o Porto olhou para ele com um mínimo de interesse.
Nem vou comentar, agora, as verbas e condições anunciadas pelos jornais para a transferência de Soares, nas quais manifestamente tenho o direito de não acreditar mas referirei que para o seu lugar já foi anunciada a contratação de Rafael Martins que deixou boa imagem nas passagens por Moreirense e Vitória FC e nem tanto nas duas épocas no Levante da segunda divisão espanhola.
E portanto, se com  bastante  optimismo à mistura acreditarmos que Rafael Martins substituirá Soares(o que não invalida que financeiramente tenha sido um negócio muitíssimo abaixo do real valor do jogador) ficam por preencher quatro vagas no plantel.
Os três reforços que já se sabiam necessários mais o substituto de João Pedro.
Esperemos que até 31 de Janeiro essas vagas sejam colmatadas por verdadeiros reforços de molde a que o Vitória possa solidificar a sua candidatura ao terceiro lugar e aos possíveis milhões da Champions que certamente pagarão com grande folga o investimento que agora se faça.
Depois Falamos.

Folhas Caídas

O meu artigo de hoje no Duas Caras

Há expressões curiosas para caracterizarem situações da vida política.
“Folhas caídas” é uma delas.
Confesso que não a conhecia mas com ela simpatizei mal me foi explicado o seu sentido que em si contém uma história curiosa e de alguma forma adaptada a nuances bem actuais da vida política vimaranense.
No programa “Contraponto” do passado sábado, na Rádio Fundação, um dos temas propostos para debate aos comentadores era o discurso do presidente da câmara no jantar de reis do Partido Socialista de Guimarães e muito especialmente o anúncio “sui generis” da captação para a candidatura socialista de presidentes de junta do PSD.
Digo num aparte que cada um tem as suas prioridades e enquanto outros municípios vizinhos se dedicam a captar investimento e população em Guimarães privilegia-se a captação de autarcas de outros partidos!
Enfim…
Pois nos momentos que antecediam o programa e naquelas conversas ainda fora do estúdio (às vezes tão ou mais interessantes que as que decorrem no programa) o meu amigo Torcato Ribeiro do PCP contou-nos que o falecido líder comunista Álvaro Cunhal se referia aqueles que abandonavam o partido, muito em especial aos que o faziam para concorrerem por outros partidos, como as “folhas caídas”.
Achei a definição genial.
Porque de facto para as árvores viverem, terem saúde e se manterem viçosas tem de proceder a uma regeneração contínua das suas folhas mantendo as que estão em bom estado e deixando cair as que estão danificadas, podres ou atingidas por qualquer forma de imprestabilidade que as torna inúteis.
Na política passa-se o mesmo.
Periodicamente acontecem transferências de autarcas de uns partidos para os outros, sempre no sentido do poder e nunca no sentido contrário, que os “aliciadores” veem como reforço dos seus quadros mesmo que isso signifique o desprezo pelos que já lá estavam enquanto os “aliciados”, normalmente gente fraca nas convicções e duvidosa na coerência, tentam justificar com a estafada e mentirosa desculpa da defesa do interesse das populações e a consonância de hoje com projectos políticos com que não se identificavam ontem.
Quando em bom rigor a sua preocupação primeira, quando não única, é apenas manterem-se em cargos remunerados e para isso não se importam de darem o dito por não dito, de apoiarem o que anteriormente rejeitavam.
Devo dizer, em opinião meramente pessoal, que cada vez que isso acontece no PSD com gente a sair para outro partido, na esmagadora maioria das vezes para o PS, fico extremamente satisfeito com isso.
Desde logo porque se trata de alguém que efectivamente não merecia estar no seio de um partido onde ninguém é obrigado a permanecer mas cuja permanência deve obedecer a regras de coerência e lealdade que os transfugas não estão obviamente à altura de cumprir.
Depois porque prefiro mil vezes um “traidor” identificado do que um “espião” oculto atendendo aos danos que um já não causa e o outro ainda pode originar com a sua permanência onde não é digno de permanecer.
Acho que a democracia no seu continuo aperfeiçoamento deve zelar por uma cada vez maior transparência nas relações entre partidos, políticos e eleitores que eliminem todos os factores de desprestígio para a vida democrática como as “folhas caídas” inequivocamente são.
E uma das formas de isso acontecer seria a lei proibir que quem numa eleição foi candidato por um partido na eleição seguinte pudesse ser candidato por outro ou por ele apoiado de forma mais ou menos velada.
Até lá, ou forma semelhante de purificar a vida democrática, espero que as “folhas caídas” continuem a contribuir para que a “árvore” seja cada vez mais forte, mais saudável, mais atractiva para quem dela queira fazer opção.

Separar as Águas

Para  quem vai tendo a paciência de me ler não é novidade que abomino o personagem Donald Trump, as suas ideias e valores  e a galeria de horrores que escolheu para o acompanharem no governo dos Estados Unidos e que são cada um pior que o anterior.
De igual forma considero que o sistema eleitoral americano é caduco e injusto porque permite que seja eleito um candidato que teve menos de três milhões de votos do que o seu opositor face a um conjunto de regras que vem do século 19 e que hoje não fazem qualquer sentido.
Finalmente considero que as primeiras decisões de Trump enquanto presidente apenas confirmam os piores receios que a sua histriónica campanha eleitoral já tinha despertado quanto a recuos tremendos no ambiente, na saúde, no livre comércio entre outras. 
E só tomou posse há cinco dias...
Mas chegados aqui é tempo de separar águas .
Começando pelo sistema eleitoral que é o mesmo há dois séculos, que permitiu eleger grandes presidentes como Obama, Clinton, Reagan, Kennedy, Roosevelt entre  outros  e que é igual para todos os candidatos que ao concorrerem aceitam as regras do jogo por mais injustas que às vezes se tornem como Hillary Clinton e Al Gore bem podem testemunhar.
É o sistema que os americanos tem como seu e por mais discordâncias e objecções que desperte continuará a ser até que um dia resolvam adequá-lo ao século 21.
E por isso a eleição de Trump foi democrática, foi legítima e ele é por direito próprio presidente dos Estados Unidos até ao final do seu mandato ou até que um "impeachement" lhe dê o mesmo destino de Richard Nixon.
Daí o achar ridículas, patéticas e sem qualquer sentido as manifestações que se andam por aí a fazer contra a sua eleição e contra o seu direito a ser presidente como se os estados de alma e as convicções dos manifestantes europeus em geral ,e dos manifestantes portugueses em particular, contasse alguma coisa para a livre decisão dos americanos em elegerem Trump.
Preocupemos-nos com o que temos de nos preocupar que já não nos faltam, na Europa e em Portugal, motivos para manifestarmos as nossas discordâncias!
Depois Falamos