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sábado, dezembro 31, 2016

Incontinência

Fazer oposição a um governo demagógico e desavergonhado, que conta com o beneplácito tolerante do presidente da república,com o "apagão" das centrais sindicais e com o apoio da maioria da comunicação social já não é, convenhamos, nada fácil para um partido que ganhou eleições e se viu arredado da governação por uma geringonça feita ao sabor exclusivo da sede de poder dos seus líderes.
Quando a isso se juntam as dificuldades próprias de fazer escolhas estando na oposição, com a carência de figuras verdadeiramente carismáticas que estejam disponíveis para liderar candidaturas às principais câmaras do país , ainda se torna mais difícil a tarefa de quem lidera o PSD.
Mas quando a tudo isso se junta um "ruído" interno desnecessário e despropositado, feito fora de tempo e sem qualquer interesse para o partido, por parte de figuras que ou pelos cargos ou pelo mediatismo ou por ambas as coisas deviam ter mais sensatez e mais contenção então a tarefa de liderar atinge uma complexidade extrema.
Já todos sabemos que o PSD tem um problema com a candidatura a Lisboa depois de Pedro Santana Lopes ter revelado a sua compreensível indisponibilidade para a candidatura.
Mas o ruído que alguns responsáveis da concelhia de Lisboa tem feito também não ajuda nada a encontrar uma solução.
Primeiro foi um vice presidente da concelhia lisboeta, com lugar seguro entre os 1500 mais conhecidos militantes do PSD, que para assegurar os seus cinco minutos de fama teve o inaudito atrevimento, mesclado de insensatez e tendência para o disparate,de vir a público desafiar o líder do partido para se candidatar a Lisboa.
Um episódio lamentável a todos os títulos.
Deu ao ilustre militante o protagonismo que certamente desejava mas não resolveu nenhum problema ao partido.
Hoje foram conhecidas declarações do presidente da mesma concelhia, que sei ser pessoa inteligente e sensata e por isso me admiraram, dizendo que se dependesse dele o candidato já estaria escolhido.
Acredito que sim.
Mas não depende dele nem a candidatura a Lisboa alguma vez dependeu de um presidente da concelhia, como o próprio muito bem sabe (foi sempre matéria em que a palavra decisiva foi dos líderes do partido), e por isso as suas declarações apenas servem para realçar a delicadeza (e alguma fragilidade) do partido no assunto.
Também elas não resolveram nenhum problema e apenas serviram para uma vez mais concentrarem as atenções numa matéria em que aquilo que mais se deseja é discrição e bom senso de molde a que seja encontrada a melhor solução.
Acho que em Lisboa, e no país, todos aqueles que tem responsabilidades de escolha de candidatos deviam reflectir seriamente na inutilidade do ruído em torno de algumas candidaturas e deixarem decidir quem tem de decidir.
Sem prejuízo da liberdade de opinião nem do debate interno mas também sem dar mais trunfos a um adversário que já tem tantos.
Depois Falamos

P.S. Vir a público afirmar que congresso antecipado só se o líder se demitir é contribuir também para o ruído. E uma tentativa de ressuscitar a prática das "passadeiras vermelhas" que as eleições directas enterraram para todo o sempre!

Cinema

Gosto muito de ir ao cinema.
Direi, até, que com o ver futebol e ler completa o trio dos meus entretenimentos favoritos que pratico sempre que tal me é possível.
No caso particular do cinema posso dizer que sou espectador há mais de cinquenta anos, começando pelas saudosas matinés de sábado no Teatro Jordão e no cinema S. Mamede (em Guimarães) e por um mês de Julho passado habitualmente na Póvoa de Varzim em que as idas ao Cine Teatro Garrett, ao Póvoa Cine e mais tarde ao Estúdio Santa Clara eram pontos obrigatórios nos tempos que não eram passados na praia.
É pois um hábito que me acompanha pela vida e que anos atrás, durante vários anos, foi incrementado por muitas e muitas idas aos cinemas do Arrábida Shopping em Gaia (os meus preferidos) ver e rever filmes que ora estreavam ora eram repostos depois de anos atrás terem tido sucesso.
Hoje vou pouco ao cinema.
Não porque não haja bons filmes, boas actrizes e bons actores, boas histórias que valem a pena ver.
As salas são boas, os ecrans de qualidade, o som moderno.
O público é que piorou.
E muito !
Fruto da educação "moderna" que muitos (não) tem em casa há uma faixa etária que é simplesmente insuportável como companhia episódica durante a exibição de um filme.
Falam em voz alta, atendem telemóveis, actualizam a página de facebook durante a exibição do filme, proferem obscenidades a coberto da escuridão da sala e, o que mais me incomoda, transformam uma sala de cinema numa imensa manjedoura de pipocas em que o ruído da respectiva mastigação quase se sobrepõe ao som do filme.
E alguns até se levantam com o filme a decorrer para irem comprar pipocas!
Já não tenho paciência para isso.
E por isso não vou.
Certo de que nunca compreenderei as faltas de educação nem a importação da maldita moda das pipocas para salas de cinema.
Afinal no teatro, na ópera ou num concerto de música clássica é impensável a sua ruminação.
E do meu ponto de vista o cinema merece tanto respeito como esses espectáculos.
Feitios...
Depois Falamos

Dever Cumprido

O Vitória não é favorito a ganhar a Taça CTT mas tem de ser obrigatoriamente candidato a fazê-lo ainda para mais com um grupo acessível que lhe permite essa expectativa.
Hoje em Vizela, na primeira jornada do seu grupo, a equipa vitoriana conseguiu um triunfo suado que a mantém como candidata mas deixou sinais claros de que terá de fazer mais e melhor face a Paços de Ferreira e Benfica para aspirar a estar presente na final four do Algarve.
A equipa, uma vez mais, não entrou bem e fez uma primeira meia hora muito cinzenta em que sendo a melhor equipa (também era o que mais faltava não o ser face a um adversário do escalão secundário...) pouco fez para aspirar chegar ao golo que não fossem os habituais pontapés longos para as costas da defesa tentando explorar a velocidade de Hernâni ,Marega e Soares.
Ou seja...muito pouco!
Para isso muito contribuíram as discretas exibições de Bernard e Mbemba com o primeiro a não agarrar no jogo e o segundo a não agarrar mais uma oportunidade dada por Pedro Martins.
E quando o Vizela, num lance feliz, abriu o marcador as coisas ainda ameaçaram piorar não fora pouco depois o Vitória ter chegado à igualdade numa finalização hábil de Hernâni que repôs justiça no marcador face ao que até então se tinha visto.
Depois a equipa foi melhorando e na segunda parte já esteve mais perto do seu real valor empurrando o adversário para trás e construindo algumas oportunidades de golo fruto das boas exibições de Marega e Hernâni, da boa entrada em jogo de Zungu que trouxe mais dinâmica e das subidas de Konan que permitiram lances de envolvimento que na primeira parte pouco se tinham visto.
E antes do quase habitual golo "fora de horas" de Hurtado ainda houve tempo para um lance de grande perigo junto da baliza vitoriana (lembrando a velha máxima de que quem não marca...sofre) e para um claro penálti contra o Vizela que Soares Dias viu e não quis marcar o que também é habitual naquela imitação muito imperfeita de árbitro.
Em suma um triunfo justo pela margem mínima, face a um Vizela bem organizado e onde actuaram três ex vitorianos (Diogo Lamelas, Tiago Ronaldo e Helinho), mas que sendo perante um adversário de escalão inferior devia ter sido com outro à vontade por parte da equipa vitoriana.
Soares Dias, já os vitorianos o sabem há muito, como árbitro não presta.
Hoje limitou-se a confirmá-lo.
Com prejuízo do Vitória que é outra coisa a que todos os vitorianos já estão nele habituados.
Depois Falamos

Rogue One

Sou há quase quarenta anos um fan incondicional da saga Star Wars.
Que vi e revi no cinema, na televisão e em CD já não sei quantas vezes.
Mas sou um fã conservador, apegado ao Star Wars original ( Guerra das Estrelas- O Império Contra Ataca- O Regresso de Jedi) com as personagens "fundadoras" da série (Darth Vader, Luke e Leia Skywalker, Yoda, Hans Solo, Obi Wan Kenobi, C3PO e R2D2, etc) e por isso foi com alguma desconfiança, mesclada com entusiasmo, que assisti anos atrás ao lançamento pela "LucasFilm" dos três primeiros episódios (A Ameaça Fantasma- Ataque dos Clones- Vingança dos Sith) com a introdução de novas personagens, novos enredos e uma tecnologia que nada tinha a ver com os três primeiros filmes.
A verdade é que com um ou outro pormenor dispensável (Jar Jar Binks à cabeça...) os três filmes integraram-se bem na saga, trouxeram novas abordagens ao conflito entre o Império e a Aliança Rebelde, e por isso os receios revelaram-se infundados.
Muito porque todos eles foram supervisionados por George Lucas o "pai" de Star Wars.
Entretanto a Disney comprou a LucasFilm e o sétimo episódio (O Despertar da Força) já foi por ela realizado mas em absoluto respeito pelos enredos anteriores e dentro daquilo que George Lucas definira originalmente como uma história em nove partes.
Nesse sentido em 2107 será lançado o Episódio VIII e mais tarde,sem data nem ano conhecidos, o episódio IX que encerrará, assim se espera, a saga.
Acontece que um gigante da diversão como a Disney quer rentabilizar o dinheiro que investiu na marca Star Wars e por isso não se limitará aos nove filmes, ao imenso merchandising, aos espaços Star Wars nos seus parques temáticos e quer fazer mais filmes ainda que que laterais, digamos assim, à tal história em nove partes.
E é assim que surge "Rogue One- Uma História de Star Wars"  que não é um filme da saga Star Wars embora para ela contribua e a ela vá buscar personagens e parte do enredo.
Confusos?
Também eu estava antes de ver o filme.
E essa confusão ainda aumentou algo na primeira parte (vi-o num cinema daqueles que tem intervalo a meio do filme) porque me parecia que de Star Wars tinha pouco (nem o famoso genérico musical de abertura dos "verdadeiros" Star Wars tem) embora sabendo que o guião apontava para o filme se situar entre o III e IV episódios e de alguma forma explicar como a Aliança Rebelde se apoderara dos planos de construção da "Estrela da Morte" que é precisamente onde começa toda a saga com o ataque à nave onde a princesa Leia viajava com os referidos planos.
Mas a segunda parte foi completamente diferente,para bem melhor, e deu ao filme o "direito" de se considerar um verdadeiro Star Wars.
Porque começa logo com a reaparição de Darth Vader a mais icónica figura de toda a saga e que já não era visto desde o episódio VI.
E depois aparecem temas musicais de Star Wars, nomeadamente a "Marcha do Império", há uma fugaz mas encantadora aparição de C3PO e R2D2 o androide e o robot que atravessam todos os episódios da saga e o filme termina com a Princesa Leia (a de 1977) a receber os planos da "Estrela da Morte".
Uma delícia para os fans de Star Wars!
Espero agora é que o entusiasmo da Disney por novos filmes extra os nove episódios seja controlado e não venha a desvirtuar Star Wars com um excesso que tire à saga todo o seu encanto original que a transformou em algo único na história do cinema.
Depois Falamos

quinta-feira, dezembro 29, 2016

Transferências

Não sou nada entusiasta do mercado de transferências de Janeiro.
Em boa verdade creio que apenas serve para encher  os bolsos aos empresários e comissionistas, melhorar os contratos de alguns futebolistas e aumentar as assimetrias entre clubes com o fortalecimento dos que tem dinheiro e enfraquecimento dos restantes.
Que são a grande maioria.
Por outro lado, e com as devidas excepções, creio que Janeiro dificilmente traz melhorias qualitativas à equipas, especialmente nas transferências internacionais em que os jogadores precisam de algum tempo para adaptação aos novos países e quantas vezes a um futebol bem diferente.
Por mim preferia que em Janeiro apenas pudessem ser inscritos futebolistas desempregados e quanto ao resto quem tinha trabalhado bem na pré época, em termos de construção de plantel, era recompensado e quem tivesse trabalhado mal...que lhe servisse de lição.
Creio que isso contribuiria, e muito, para a salvaguarda da verdade desportiva das competições e para a estabilidade com que os treinadores trabalham nos clubes.
Infelizmente não é assim.
E por isso nestes últimos dias quem se der ao trabalho de ler a imprensa desportiva (e não só) fica saturado de tanto milhão que parece andar no ar , de tanta transferência dada como certa, de tanto negócio em perspectiva.
A 1 de Fevereiro, uma vez mais, perceber-se-à que eram muito mais as vozes que as nozes e que as alterações no plantel dos clubes não foram tantas como as noticiadas antes e durante a reabertura do mercado futebolístico.
No que toca ao Vitória, que é o que realmente me interessa, há que reconhecer que os últimos "Janeiros" não nos deixaram boas recordações porque por norma o clube saiu desse período mais fraco e com "menos "argumentos" para discutir as posições cimeiras da classificação que são as únicas compatíveis com o nosso historial e a nossa dimensão enquanto clube.
Aguardemos para ver o que nos reserva o Janeiro de 2017.
Para já os jornais já nos "venderam" Josué, Soares e talvez Rafinha enquanto noticiam um possível negócio de milhões(para o Porto) na hipotética ida de Marega para a China o que a confirmar-se na sua totalidade seria um verdadeiro "hara quiri" quanto às nossas ambições desportivas.
Devo dizer que não acredito em tudo que se noticia.
Marega não depende do Vitória, Josué poderá ser uma transferência aceitável e até compreensível, mas quanto a Soares e Rafinha creio que se manterão no clube porque as suas saídas debilitariam imenso a equipa e deixar-nos-iam muito enfraquecidos face aos clubes com que disputamos actualmente as posições europeias.
A ver vamos...
Depois Falamos.

Feira de Gado

Não.
Não me admira que o ministro Santos Silva tenha dito o que disse porque ao cidadão Santos Silva, várias vezes ministro de diferentes pastas, já todos sabemos que falta a educação, o bom senso e o tento na língua que deviam caracterizar quem exerce tão elevadas funções públicas.
É o mesmo que no governo do Mestre (deles) Sócrates já dizia que adorava "malhar" na direita.
Entre outras aleivosias que tem caracterizado a sua carreira política e que são típicas de quem se considera a si próprio uma mente tão superior, olha o exercício político com tal arrogância, que se acha um predestinado capaz de ser ministro da Educação, da Cultura, da Defesa e dos Negócios Estrangeiros como se porventura fosse um especialista em todas essas áreas.
Quando não passa de um tarefeiro ao qual serve qualquer poleiro.
Rima e é verdade.
Posta pois de lado a possibilidade de o ministro ter um pingo de vergonha, e sabendo-se que o primeiro ministro nem sabe o que o termo significa, o que resta para nos admirar em todo este caso?
"Apenas" a reacção, ou melhor dizendo a falta dela, dos visados pela curiosa expressão "feira de gado".
Que foi na generalidade dos casos um silêncio cobarde, um assobiar para o ar a fazer de conta que não tinham ouvido, um desvalorizar do assunto que lhes ficou, a todos, muito mal!
Nem quero imaginar o vendaval político que por aí andaria se fosse um ministro do anterior governo a comparar a concertação social a uma feira de gado.
O PS exigia a demissão do ministro, o BE e o PCP a demissão do governo, a CGTP e UGT convocavam meia dúzia de greves gerais em sectores que aborrecessem (e prejudicassem) o mais possível os cidadãos, os comentadores e paineleiros arrasariam o ministro e exigiriam ao primeiro ministro que remodelasse o governo.
Nos tempos geringonçeiros que vivemos foi como se não se tivesse passado nada.
Tudo se aceita, tudo se perdoa, tudo se desculpa, tudo que seja desagradável se faz de conta que não aconteceu.
Na realidade o ministro foi grosseiro, desagradável, arrogante e desrespeitador ao comparar a concertação social com uma feira de gado.
Mas há que dizer, com tristeza, que a reacção dos parceiros sociais foi absolutamente...bovina.
E quando assim é...
Depois Falamos

P.S. De notar que o ministro já pediu desculpa do excesso de linguagem.
Mas não do conceito que a ele deu origem!

terça-feira, dezembro 27, 2016

Escolhas de 2016

O meu artigo de hoje no "Duas Caras"

Quando os anos se aproximam do seu final é um hábito arreigado o fazerem-se escolhas daquilo que de mais importante se passou no decorrer dos 365 dias e que de alguma forma marcou esse período.
Nessa perspectiva escolhi seis assuntos que do meu ponto de vista marcaram 2016.
Três políticos, dois desportivos e um ligado à música.
Começando pela política nacional creio que o acontecimento mais relevante do ano foi a eleição de Marcelo Rebelo de Sousa como presidente da República confirmando que ao contrário do que alguns dizem Portugal não é um país que vota “fatalmente” à esquerda.
Depois de dez anos de presidência de Aníbal Cavaco Silva o país votou de forma clara noutro ex presidente do PSD para o mais alto cargo da nação o que mostra bem que em cada momento os portuguese sabem escolher quem melhor os pode representar.
Na política internacional destacaria dois momentos:
Um é a eleição de António Guterres para secretário-geral da ONU.
Dando sequência a dez anos de excelente trabalho no alto comissariado para os refugiados, contrariando a moda que queria que o SG fosse mulher e do leste europeu, o ex primeiro-ministro soube no tempo de campanha convencer os países, e especialmente os que integram o Conselho de Segurança, que ele era a pessoa certa para o exercício do cargo.
E conseguiu.
Sendo o primeiro português no mais alto cargo internacional o que tem de ser considerado como excepcional face ao país de que é natural e que sendo credor de um importante papel mundial em séculos passado é hoje praticamente irrelevante.
O outro facto internacional que merece destaque é a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos.
Uma eleição “sui generis”, só possível num sistema eleitoral como o americano em que o eleito teve quase menos três milhões de votos que a derrotada, e em que Trump além de Hillary Clinton derrotou também as sondagens, os comentadores e todas as previsões.
Espera-se agora, mas com pouca esperança, que o presidente seja melhor que o candidato o que não deveria ser nada difícil mas o que as escolhas para o governo tem vindo a demonstrar que não é nada provável.
No desporto destaco também dois momentos:
Um é a conquista do Europeu pela selecção nacional de futebol.
Com o sabor particularmente agradável de ganhar a final face à França, tantas vezes a “besta negra” da nossa selecção, país organizador da prova perante o gáudio e a alegria imensa de todo um povo (terá sido para os nossos emigrantes em França um dos momentos mais alegres das suas vidas) e a incredulidade horrorizada dos franceses que julgavam a final como “favas contadas”.
Foi também a conquista internacional que faltava à brilhantíssima carreira de Cristiano Ronaldo que tendo ganho tudo a nível de clubes ainda lhe faltava um grande êxito internacional pela selecção.
O outro momento que destaco é a conquista da medalha de bronze nos Jogos Paralímpicos por Manuel Freitas Mendes.
O primeiro vimaranense e vitoriano a ganhar uma medalha olímpica saiu do anonimato para a primeira fila dos grandes atletas portugueses fruto de um trabalho, uma dedicação, um espírito de sacrifício que tiveram no Rio de Janeiro o merecido prémio e o tornaram num justo ídolo para todos os seus concidadãos.
E um exemplo de que vale a pena lutar por um sonho.
Finalmente o momento ligado à música.
E que é de todos os que escolhi o único em que o fiz pela lado mais negativo e do qual 2016 não deixará boas memórias.
Neste fatídico ano deixaram-nos David Bowie, Prince, Leonard Cohen e George Michael.
Quatro enormes talentos, quatro músicos que deixaram uma obra que será recordada, quatro “baixas” para o mundo da música e das artes para as quais não há remédio.
E alguns deles ainda muito novos para tão triste desenlacem.

Ter Razão

Pedro Passos Coelho tem hoje três problemas para resolver que lhe estão a custar popularidade nas sondagens mas dos quais a sua forma de ser, e de encarar a realidade do país, não lhe permitem escapar seja de que forma for.
O primeiro é falar Verdade.
E isso em Portugal, ainda por cima num cenário comunicacional em que a esquerda prepondera, tem graves custos de popularidade porque há muita gente que prefere boas notícias,embora falsas, do que aquelas que lhe mostram a realidade.
O segundo é não ser capaz de se rir com a situação do país e falar aos portugueses com  ar sorridente como se vivêssemos na Suécia, na Dinamarca, ou em qualquer outro país que não tenha um resgate financeiro duríssimo pendente dos "humores" de uma pequena agência de rating Canadiana.
O terceiro é ,embora tenha jeito para cantar, não querer fazer parte de um enorme coro que se entretém a cantar melodias de embalar,muito  agradáveis ao ouvido embora sem correspondência com a realidade, com letras escritas em S.Bento e melodias compostas em Belém e que tendem a fazer com que os portugueses acreditem que vivem no melhor dos mundos.
Passos Coelho não é cínico, hipócrita e desavergonhado como o primeiro ministro nem usa de um certo maquiavelismo simpático como o Presidente e por isso não goza de cotas de popularidade e simpatia,incluindo nas sondagens, destes dois ilustres personagens embora seja dos três aquele que tem a visão mais correcta da realidade e a lucidez de perceber que uma vez mais o presente está a comprometer o futuro.
Como não acredito que ele deixe de falar verdade, se consiga rir com o desgraçado estado do país ou alguma vez alinhe no coro da irresponsabilidade, terá de continuar a lutar com as armas que tem para convencer os portugueses que o governo da geringonça está a levar o país por muito mau caminho.
A História se encarregará de provar que ele tem razão.
Ao PSD compete apenas dar-lhe tempo para que essa mesma História prove o acerto das suas posições.
Depois Falamos

O Poder na Rua


O meu artigo de hoje no ZeroZero

 O Poder na Rua

Depois Falamos

sábado, dezembro 24, 2016

Feliz Natal

Para todas as amigas e amigos, leitoras e leitores, comentadoras e comentadores deste blogue os votos de um Feliz Natal.
Depois Falamos

O Nosso 14

Com a nona vitória nos últimos onze jogos a equipa vitoriana mantém-se numa interessante disputa a três pelo terceiro lugar , embora o quarto seja o objectivo plausível, e reforça indicações de que poderá fazer uma das suas melhores épocas do corrente século.
Em Arouca valeu pelo colectivo e a ele somando os rasgos individuais construiu um triunfo justo e indiscutível.
Individualmente:
Douglas: Jogo tranquilo com pouco para fazer.
Bruno Gaspar: Mais uma excelente exibição sendo um dos melhores vitorianos.
Josué: Com classe assinou exibição muito tranquila.
Pedro Henrique: Eficiente na resolução dos poucos problemas que teve.
Konan: Bom jogo revelando claro aumento dos índices de confiança.
João Aurélio: Cumpriu com eficiência
João Pedro: Mais discreto do que o habitual.
Bernard:Muito discreto nunca agarrou no jogo. Oxalá tenha reparado na exibição do ex colega Crivellaro que fez um jogo digno de um verdadeiro nº 10.
Marega: Não marcou mas fez uma excelente exibição. Dois remates à barra, um lance genial a oferecer o golo a Hernâni e uma entrega a toda a prova.
Soares: também não marcou mas também fez uma bela exibição sendo permanente factor de desassogedo para a defensiva adversária.
Rafinha: Altos e baixo numa exibição que teve o momento alto no remate à barra.
Foram suplentes utilizados:
Rafael Miranda: Boa entrada em jogo disciplinando o futebol da equipa.
Hernâni: Também ele trouxe mais qualidade ao jogo de equipa dando sequência a bons lances de futebol ofensivo. No golo rematou de primeira à ponta de lança. Que não é.
Prince: Entrou para queimar tempo.
Não foram utilizados:
João Miguel Silva, Tozé, Alexandre Silva e Texeira

Melhor em campo: Marega

A equipa do Vitória, embalada por um conjunto de resultados positivos e pela disputa de lugares com equipas detentoras de orçamentos bem maiores, está a fazer um belo campeonato e a entusiasmar os seus adeptos que não lhe tem negado um apoio exemplar ao longo destas jornadas já disputadas.
E se em Guimarães isso é normal merece especial elogio a forma como os vitorianos se tem mobilizado e permitido que em vários jogos fora a equipa jogue em...casa.
Diria, pois, que o mais difícil está feito. Estruturar a equipa e ganhar o entusiasmo dos adeptos.
Em Janeiro espera-se que se consolide e potencialize tudo isso para uma segunda parte da época em que da Liga às Taças todos os sonhos são possíveis.
Depois Falamos

Limpinho

Acredito piamente que alguns adversários do Vitória, ao entrarem em campo nos seus próprios estádios,  olhando para as bancadas onde estão os adeptos vitorianos começam logo a perder o jogo nesse momento.
Porque impressiona ver tanta gente a permitir ao Vitória jogar em casa mesmo quando joga fora.
Ontem em Arouca, numa sexta feira fria de inverno e antevéspera de Natal,foi assim uma vez mais.
E foi no apoio dos adeptos que o Vitória começou a construir um triunfo inteiramente merecido sendo ao longo dos 90 minutos a melhor equipa em campo de forma absolutamente clara.
Não se pode dizer que tenha feito uma grande primeira parte, porque não fez ,denotando algumas dificuldades em pegar no jogo a meio campo e a construir lances de ataque com a bola rente à relva mas ainda assim foi a única equipa que procurou o golo e teve até uma grande oportunidade através de Rafinha que rematou à barra.
Na segunda parte o Vitória dominou por completo através de um futebol pressionante,boa circulação de bola, lances de envolvimento que permitiram a criação de boas oportunidades de golo que o guarda redes arouquense e os ferros em dois remates de Marega foram evitando durante algum tempo com manifesta injustiça para o que se estava a desenrolar.
Até que aos 80 minutos num espectacular lance de Marega, a que Hernâni deu o melhor seguimento, se fez justiça no resultado (não no marcador porque o Vitória merecia ter vencido por uma diferença maior) e a equipa vitoriana garantiu três preciosos pontos que a mantém na luta pelo quarto lugar.
Um triunfo inteiramente justo da melhor equipa face a um Arouca em que o bom futebol do nosso conhecido Crivellaro e a codícia de Jorginho foram pouco para a maior valia individual e colectiva do Vitória.
Carlos Xistra por ser Natal resolveu oferecer ao futebol a "prenda" de uma arbitragem sem casos nem erros o que é sempre positivo. Até por, no seu caso, ser uma raridade.

sexta-feira, dezembro 23, 2016

Um Senhor !

Conheci o Dr. José Araújo há muitos anos.
Era ele presidente da câmara de Terras de Bouro, cargo que ocupou de forma distinta e merecedora de grande reconhecimento popular ao longo de seis mandatos (vinte e dois anos)  do qual se afastaria por vontade própria, e uma figura de referência no PSD e no distrito pelas suas qualidades pessoais e obra feita à frente de um município,imenso no território e escasso na população, que ele trouxe da idade média para o século XX como muito bem referiria o seu sucessor.
Com ele mantive ao longo dos anos uma relação cordial e amiga, de respeito mutuo, por força das funções que ambos ocupamos no partido e no Estado e que proporcionaram múltiplas ocasiões de conversa e troca de opiniões.
Quis o destino (chamemos-lhe assim...) que em 2003 quando saí do governo civil de Braga tenha sido ele o meu sucessor e recordo bem as conversas que tivemos na transmissão de tarefas, a par de um almoço para que teve a gentileza de me convidar, e em que falamos com toda a franqueza sobre o que tinha sido a minha passagem pelo Governo Civil e os projectos que nele deixava a meio e sobre os quais lhe transmiti toda a informação possível.
O dr José Araújo viria a exercer o cargo de governador civil com a distinção, o "savoir fair" , a sensatez e a sabedoria que marcaram toda a sua vida pública o que em nada admirou todos quantos o conheciam.
Nos últimos anos vimos-nos menos vezes.
Ambos afastados de cargos partidários e de funções públicas  apenas nos encontrávamos em eventos ligados ao PSD e era oportunidade certa para dois dedos de conversa bem humorada, quase sempre sobre o cargo de governador civil que ambos ocupáramos e que ambos considerávamos ter sido um tremendo disparate a sua extinção, reforçando uma simpatia mútua já com décadas de existência.
Creio ter estado com o dr José Araújo pela última vez numa acção da campanha presidencial de Marcelo Rebelo de Sousa.
Soube hoje do seu falecimento na passada quarta feira.
Tarde para estar presente no seu funeral, como gostaria, mas a tempo de lhe prestar uma humilde homenagem nesta página.
O dr José Araújo foi um homem bom.
Na sua vida pessoal, na sua profissão, na amizade que generosamente distribuiu por tantos amigos.
E na vida política foi um Senhor.
Pela ética que caracterizou sempre a sua postura, pela nobreza com que defendeu o interesse público, pela gentileza que emprestava às suas relações com companheiros e adversários.
O PSD fica mais pobre e o distrito de Braga perde um dos seus autarcas de referência em 42 anos de democracia municipal.
Depois Falamos

Espaços

A recente necessidade de a equipa de basquetebol do Vitória ter de receber o Benfica no pavilhão de Famalicão (o que não a impediu de ganhar meritoriamente o jogo) , por ter o seu pavilhão ocupado com um campeonato nacional de kickboxing há muito agendado, vem confirmar uma decisão em tempos tomada e por a nu um problema estrutural do clube.
Começando por este último é evidente que o pavilhão do Vitória é, de há muito, insuficiente para dar respostas às necessidades que um clube eclético tem e que obriga a que de há anos a esta parte o Vitória se veja obrigado a alugar espaços diversos, com os custos que isso implica, para as suas principais modalidades poderem treinar os escalões de formação e até as equipas principais.
Só no basquetebol e no voleibol o clube movimenta muitas centenas de atletas, em todos os escalões masculinos e femininos, o que juntando-lhe as modalidades de luta obriga a um recurso ao tal aluguer de pavilhões para dar o normal funcionamento das modalidades.
É um problema que existe , que vai ganhando maior dimensão com o passar do tempo, e que mais dia menos dia obrigará a que se encontre uma solução que resolva um problema que está a condicionar o crescimento do clube e até a possibilidade de pensar a médio prazo, e de forma sustentada,em aumentar as modalidades que nele se praticam.
No tempo de Emílio Macedo da Silva o Vitória chegou a apresentar um projecto muito interessante que previa a construção de ginásios na zona das antigas piscinas e que permitiriam resolver em grande parte os problemas de treinos de algumas modalidades e até de competição de outras.
Infelizmente esse projecto, estrutural para o Vitória, não mereceu acolhimento da Câmara Municipal e foi abandonado com prejuízo da resolução dos problemas para que contribuiria e sem que alguma vez o Munícipio tivesse justificado plausivelmente a recusa nem avançado uma alternativa exequível.
A verdade é que o Vitória precisa de mais espaço para as suas modalidades e alguma solução terá de aparecer.
Quanto à decisão tomada, e que a actual situação de sobrelotação dos espaços apenas confirma, ela remonta a 2012 quando o Vitória teve a possibilidade de ficar com o andebol do DFH e até o futsal dos "Piratas de Creixomil" através da cessão dos direitos desportivos e com imediata participação nos campeonatos de primeira divisão em que esses clubes/modalidades se encontravam.
Na altura sendo vice presidente do clube, com toda a área desportiva a meu cargo(futebol e modalidades) , foi a mim que a questão foi posta e com toda a simpatia pelos proponentes tive de a recusar com a óbvia concordância do presidente Júlio Mendes.
Por várias razões:
A primeira foi que acabados de chegar à direcção do clube, com um mundo de problemas para resolver com o futebol e as modalidades que já tínhamos (e alguns bem graves) , não havia qualquer disponibilidade para vermos o Vitória absorver mais modalidades.
Mais salários, mais seguros,mais despesas de transporte e de logísticas várias era impensável.
E incomportável.
A segunda foi porque sabíamos que o problema dos espaços já se punha com muita acuidade.
E se é verdade que a absorção do DFH traria com ela o pavilhão desse clube (mais despesas de manutenção...) era igualmente verdade que esse pavilhão ficaria absorvido pelo andebol o que nos deixaria na mesma quanto a espaços.
O que com a eventual absorção do futsal ainda nos deixaria em piores condições.
A terceira teve a ver com o prestígio do Vitória.
Que se tivesse andebol e futsal teria de ser com equipas de primeira divisão, competitivas, que disputassem os primeiros lugares dos respectivos campeonatos como o fazem normalmente o basquetebol e o voleibol.
E isso, especialmente no futsal, custa muito dinheiro.
Que não havia.
E por isso recusamos ter mais modalidades, continuamos a apostar no futebol +2 (basquetebol e voleibol) como equipas profissionais do clube, e ainda hoje acredito piamente que foi a decisão certa em termos de sustentabilidade do Vitória.
Significa isto que no futuro o clube não deve estar aberto a ter mais modalidades?
Não.
Deve ter sempre essa hipótese em aberto.
Mas apenas para depois de ter a sua vida financeira estabilizada e quanto tiver o problema dos espaços resolvido.
Sem isso...nada feito.
É a minha opinião.
Depois Falamos

terça-feira, dezembro 20, 2016

Rumo ao Jamor

Ao contrário do que noticia a generalidade da comunicação social nacional, especialmente jornais e televisões, o que hoje se processou foi o sorteio dos quartos de final e das meias finais da Taça de Portugal e não a apresentação da final entre Sporting e Benfica!
Num lote de oito clubes sorteados do qual constavam, para lá dos "filhos queridos" da comunicação social (e não só...), mais três vencedores da prova (Vitória-Académica-Leixões)e três clubes que não as tendo ganho já disputaram finais (Chaves-Covilhã-Estoril), essa forma de noticiar o sorteio constitui um profundo desrespeito por seis clubes e uma forma miserável de fazer jornalismo que deve merecer o mais profundo repúdio de todos que não andem cegos pelo fanatismo clubista pelas duas agremiações de Lisboa.
A verdade é que houve sorteio para os quartos e meias finais.
E face aos jogos acima visíveis é claro que há jogos com favoritos claros e outros  de prognóstico bem mais difícil.
Creio que Vitória e Benfica, salvo grande surpresa, já terão lugar reservados nas meias finais enquanto nos outros dois jogos é mais de por uma tripla no totobola no caso do Chaves-Sporting e reconhecer um ligeiro favoritismo ao Estoril no confronto com a Académica.
O jogos a disputar em Trás-os-Montes é mesmo, e à partida, aquele que promete mais emoção e de resultado mais incerto face ao que te sido a carreira das duas equipas na presente temporada.
O Chaves a fazer um bom campeonato, no ano do regresso à 1ª Liga, e tendo na eliminatória anterior vencido o Porto e o Sporting ainda a lamber as feridas de insucessos recentes que levaram a Alvalade uma turbulência a fazer lembrar o passado.
Digamos que apesar de tudo há um leve, levíssimo, favoritismo do Sporting mas se vencer o Chaves não será motivo para nenhuma surpresa nem sequer para se falar de "tomba gigantes" que é uma figura que apenas serve, ao contrário do que possa parecer, para enaltecer os tombados!
Em suma creio que Vitória e Sporting numa meia final e Estoril e Benfica na outra será o mais provável face à lógica das coisas  mesmo considerando que o espírito de taça é bastante contrário às lógicas como as ultimas finais tem demonstrado.
Mas,bem claro fique, que desde que o Vitória passe não me importo nada de falhar todas as outras previsões!
Depois Falamos.

O "Drama" de Lisboa

Há cinco coisas que me parecem evidentes no que toca às autárquicas no concelho de Lisboa.
Primeira é que o PSD não só não tem candidato como provavelmente nem ideia tem de quem possa ser depois da renúncia, compreensível, de Pedro Santana Lopes.
Segunda é que alguns dos notáveis que mais tem criticado Passos Coelho estão a usar, de várias formas e feitos, este problema para minarem a liderança do partido e prepararem o caminho para eventuais candidaturas à presidência do partido.
Terceira é que nenhum desses notáveis é solução para o problema do candidato a Lisboa porque na sua maioria fogem de ir a votos com a própria cara como o diabo foge da cruz.!
Quarta é que um apoio do PSD a Assunção Cristas encerra riscos vários sendo que um dos maiores é que o tempo para esse apoio ser dado sem o PSD perder a face ...já passou.
Quinta é que raia o absurdo pensar-se (e então sugerir-se publicamente nem se fala...) que Passos Coelho deve ser o candidato a Lisboa porque o líder do PSD é candidato a primeiro-ministro e não a presidente de câmara por muito que isso agradasse aqueles que em nada o querem ajudar.
Postas as coisas desta forma, e como não me parece que Passos Coelho tenha o gesto clarificador de convidar os críticos a assumirem a candidatura (especialmente um que adora dar palpites televisivos sobre uma câmara que ele próprio deu ao PS e a António Costa em 2007), resta ao PSD ter a sapiência e o "savoir faire" de encontrar uma personalidade independente ou militante que pela sua abrangência e capacidade de ir buscar votos fora do universo eleitoral "laranja" garanta ao partido a possibilidade real de vencer a eleição.
Na certeza de que o tempo para encontrar essa personalidade não é muito e a partir de 1 de Janeiro começará a correr de forma frenética o que em boa verdade não ajuda muito a uma escolha que ainda não está feita.
É o problema de um partido a quem não faltam notáveis militantes sempre disponíveis para serem ministros e secretários de estado, deputados e eurodeputados, comentadores televisivos ou gestores de empresas públicas (incluindo a CGD) mas aos quais falta a coragem de irem a votos com a própria cara e mostrarem o que realmente valem perante o povo.
Depois Falamos

O Concelho das Maravilhas

O meu artigo de hoje no "Duas Caras"

Com a inexorável aproximação das eleições autárquicas, para as quais falta menos de um ano, intensifica-se a acção propagandística do PS de Guimarães em torno da acção de um município que lidera há já demasiado longos vinte e sete anos.
E essa acção de propaganda, muito centrada em mostrar “anacondas” onde há “minhocas” e no louvar aquilo que não está feito mas há-se ser um dia, pretendendo transmitir aos vimaranenses a ideia de que vivem num “concelho das maravilhas” tem contudo um choque frontal com a realidade que não deixa os propagandeadores em muito boa posição quanto à veracidade do que pretendem dar como realidade.
Podia aqui abordar temas vários, desde a candidatura a uma capital verde com rios multicolores ao sabor da poluição que neles é despejada à monumental embrulhada da Eco ibéria que ou muito me engano ou ainda vai parar aos tribunais com pesados pedidos de indemnização.
Fico-me, por hoje, “apenas” pela forma como a Câmara não soube resolver problemas que ela própria criou em volta de alguns espaços afectos à CEC 2012 e que se tornaram em autênticos “elefantes brancos” par aos quais a maioria socialista se mostra absolutamente incapaz de encontrar uma solução sustentada e duradoura.
Nem vou referir, por demasiado ridículo, o caso da chamada “residência dos artistas” na rua da Rainha, um imóvel comprado por mais de meio milhão de euros, que se encontra devoluto há quatro anos sem que alguma vez tenha servido para o fim para o qual foi comprado.
Mas vou referir o caso obsceno, pelos custos, da Plataforma das Artes.
Um espaço construído onde outrora funcionou o mercado municipal e onde, entre outras valências, está alojado o “centro internacional de artes José de Guimarães” em que supostamente devia estar em permanência uma exposição das obras desse renomado artista vimaranense que funcionaria como “âncora” de atracção de largos milhares de visitantes.
A verdade é infelizmente bem outra.
Nem as exposições são normalmente de obras de José de Guimarães, quando muito um depósito da sua colecção pessoal de arte, o que tem merecido fortes críticas de muitos que sentem ter “comido “gato por lebre quando a visitam nem os supostos largos milhares de visitantes alguma vez por lá apareceram a garantir a sustentabilidade do espaço.
O que origina que para 2017 a Plataforma das artes vá apresentar um custos de funcionamento de mais de um milhão de euros (!!!)para uma previsão de visitantes (muito optimista face ao verificado nos anos anteriores…) de 16.000 o que significa que cada visitante vai custar ao erário público cerca de 70 euros.
É inadmissível e inaceitável.
Que a falta de planeamento atempado, a falta de criatividade para encontrar soluções, o fazer agora e pensar depois como se vai sustentar um equipamento, resulte nesta pesada factura para o erário público através das reiteradas transferências de verbas do orçamento municipal para pagar a Plataforma das Artes.
Para isto a Câmara até agora não encontrou outra solução, bem à maneira socialista de gerir, que não fosse estender a mão ao Estado a pedir os subsídios que permitam a sustentabilidade do que ela própria já não mostrou ser capaz de encontrar formas de resolver.
Azar.
Porque socialistas a pedir a socialistas só podia ter o resultado que até agora teve.
Umas visitas de ministros e secretários de estado da Cultura, umas palmadinhas nas costas, uns elogios “chapa quatro” às obras construídas e à cultura que se faz em Guimarães, uma esmolazita para o ano que vem e promessas…promessas…promessas.
Ou seja…nada!
Costuma dizer-se que com papas e bolos se enganam os tolos.
Em 2017 os vimaranenses provarão que não são tolos!
Não só porque não lhes faltam razão para isso mas também porque ao fim de vinte e sete anos, com um poder socialista exausto e carente de ideias, é mais que tempo de mudar.


segunda-feira, dezembro 19, 2016

O Nosso 14

Num jogo em que o colectivo esteve de uma forma geral bem acabaram por ser as acções de inspiração individual de João Pedro, Rafinha (com importante ajuda de Bruno Gaspar) e Hernâni a resolverem para o lado do Vitória o desfecho final do encontro.
E com toda a justiça diga-se de passagem.
Individualmente:
Douglas: Uma tarde sem muito trabalho mas com algumas intervenções importantes. Tem é de uma vez por todas de acabar com as perdas de tempo nas reposições de bola em jogo. Não lhe ficam bem a ele nem ao Vitória.
Bruno Gaspar: Mais uma bela exibição de um jogador em excelente momento de forma. assistiu Rafinha no segundo golo e foi permanente factor de destabilização da defesa adversária.
Josué: Outra excelente exibição. Autoritário a comandar a defesa esteve muito bem em todos os lances de antecipação. Está um senhor central.
Pedro Henrique: Cumpriu sem problemas.
Konan: Melhorou em relação ao Bessa não porque o adversário fosse mais fraco mas porque se lhe notou mais confiança. Das pouca vezes que subiu ao ataque deixou a sensação de que devia subir mais vezes. Para já merece o lugar.
João Aurélio: Discreto mas eficiente continua a cumprir a sua "comissão de serviço" a trinco.
João Pedro: Um excelente golo (o seu primeiro pela equipa A em jogos oficiais) e mais uma exibição de bom nível de um jogador que já ganhou estatuto de imprescindível.
Hurtado: Muito discreto foi bem substituído.
Marega: Logo a abrir desperdiçou uma excelente oportunidade como não voltaria a ter outra ao longo do jogo. Muito empenho mas pouco discernimento numa exibição que ficou longe de outras que já lhe vimos fazer.
Texeira: Emparedado entre os centrais lutou muito mas viu-se pouco. Uma exibição discreta.
Rafinha: É rápido, é imprevisível, tem um excelente toque de bola e joga com os dois pés. Um cocktail que o transforma num "inimigo público" de qualquer defesa. Esteve em bom plano e marcou um golo espectacular.
Foram suplentes utilizados:
Hernâni: Tinha protagonizado um momento infeliz no jogo anterior e percebeu-se que entrou em campo decidido a fazê-lo esquecer. E conseguiu. Pelo grande golo, pela melhoria exibicional da equipa para a qual contribuiu e pelo gesto humilde pedir desculpa aos adeptos.
Bernard: Boa entrada em jogo de um jogador que paulatinamente se vai aproximando dos níveis de que nos recordávamos. Foi, junto com Hernâni, um dos responsáveis pela melhoria da equipa nos ultimos vinte e cinco minutos.
Prince: Poucos minutos em campo e sem motivo de saliência.
Não foram utilizados:
Miguel Silva, Mbemba, Tozé e Bruno Mendes

Melhor em campo: Bruno Gaspar

Com alguns jogadores em subida de forma(Hernâni, Bernard, Tozé), com um banco que começa a ter soluções uma vez debeladas algumas mazelas e com uma Liga bastante disputada como esta está a ser o Vitória em Janeiro vai ter de decidir o que quer da vida.
Ou lutar pelo quarto lugar,e para isso não pode sair ninguém e dá jeito ir buscar mais dois ou três jogadores, ou então contentar-se com o quinto para o qual o actual plantel deve chegar.
Se, repito, não sair ninguém!
Depois Falamos.

Meritório

Não era um jogo fácil.
Desde logo porque já não há jogos fáceis mas também porque o posicionamento a meio da tabela do adversário esconde a realidade de uma equipa que vem fazendo boas exibições ao longo da temporada e que é treinada por um técnico com provas dadas como é o caso de José Couceiro.
E o Vitória sabendo disso abordou o jogo de forma concentrada, sem dar facilidades e mostrando que pretendia dominar o jogo desde o pontapé de saís.
E a verdade é que o fez.
Sem produzir uma grande exibição conseguiu controlar o jogo, empurrar o Vitória FC para a sua rectaguarda e construir algumas ocasiões de golo ao sabor de uma dinâmica de jogo que foi superior à das ultimas partidas.
Fez um excelente golo,por João Pedro, falhou um golo "cantado" por Marega e foi para intervalo com um resultado adequado ao que se passara ao longo dos 45 minutos.
Na segunda parte, e pese embora a natural tentativa de reacção dos sadinos, a toada manteve-se sempre com o Vitória a dominar e aguardando que mais cedo ou mais tarde aparecesse o segundo golo que resolveria a partida.
Essa atitude algo expectante permitiu aos setubalenses algum ascendente, a disputa do jogo em todo o terreno, o recuo do Vitória para terrenos mais próximos das baliza de Douglas e , no futebol as coisas são mesmo assim, quem não marca sofre e foi o que acabou por suceder sem motivo para surpresas.
Num golo em falta que o míope Capela não viu embora  meia dúzia de metros do lance,
Reagiu bem o Vitória.
E dando sequência à clara melhoria exibicional conseguida a partir das entradas de Hernâni e Bernard fez rapidamente dois golos, fruto de excelentes execuções de Rafinha e Hernâni, resolveu o jogo e conseguiu alcançar o quarto lugar em igualdade pontual com o Sporting contribuindo assim para a animação de um campeonato que se tem revelado interessante.
Em suma um triunfo justo de uma equipa que não vindo a brilhar pela qualidade das exibições se tem afirmado pelo pragmatismo com que encara os jogos, pelo sentido de equipa e pela capacidade goleadora tendo neste momento o segundo melhor ataque do campeonato em igualdade com o Porto e apenas atrás do Benfica.
Ainda há muito campeonato para jogar (mais vinte jornadas) mas o Vitória tem vindo a solidificar uma candidatura europeia, que é o mínimo que se lhe exige, dando sinais de que pode perfeitamente disputar com sucesso o quarto lugar.
Desde que Janeiro não seja o que noutros anos tem sido...
Depois Falamos.

P.S. João Capela não nasceu para árbitro. Infelizmente arbitra!