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terça-feira, novembro 29, 2016

O Linchamento

Ao que parece o novo "desporto" da moda, em Portugal, é tentar linchar Pedro Passos Coelho.
Governo, partidos da geringonça, comentadores televisivos, cronistas de jornais, sondagens da "habitual" Universidade Católica e algumas pessoas do PSD praticam um verdadeiro tiro ao alvo a que nem sequer falta o beneplácito sorridente do próprio Presidente da República!
O objectivo é claramente apear Passos Coelho da liderança do PSD e substitui-lo por alguém que seja mais do agrado dos linchadores.
Devo dizer que percebo bem grande parte deles.
Por um lado querem desviar as atenções dos muitos escândalos protagonizados por este governo, de que a CGD é o maior e a esse nem escapa o próprio PR conivente e encobridor de tudo que se passou, e por outro sabem que a presença de Passos Coelho na liderança do PSD significa o confronto diário com a aldrabice com que a esquerda chegou ao poder e com um ex primeiro-ministro que demonstrou a coragem, a competência e a rectidão que faltam por completo ao actual.
Já percebo menos bem outros.
Nomeadamente os que são militantes do PSD.
Recordemos que o partido teve directas em Março, a que Passos Coelho concorreu sozinho, e congresso em Abril no qual apenas José Eduardo Martins apareceu a manifestar legítimas divergências sobre a estratégia do partido.
Mais ninguém.
Pelo que me admira que agora, tão pouco tempo decorrido, e ao sabor quer de sondagens aleatórias quer de cantos de sereia dos nossos adversários apareçam construtores de cenários que apontam para congressos extraordinários e sabe-se lá que mais.
Não sou,longe disso, um indefectivel da liderança de Passos Coelho.
Acho que tem cometido alguns erros, alimentado algumas ambiguidades, perdeu em Espinho a oportunidade de fazer a profunda renovação dos orgãos nacionais (especialmente da CPN)que o partido necessitava e tanto se justificava.
Não tenho qualquer entusiasmo, com poucas excepções (e a principal até já saiu para um cargo internacional), pela composição da direcção nacional que acho muito aquém daquilo que o partido necessitava para o "caminho das pedras" que tem pela frente.
Mas o PSD não é um clube de futebol onde se dão chicotadas psicológicas por dá aquela palha!
Mas sou pela estabilidade dos mandatos e pelo respeito pelas decisões dos militantes.
Que nas directas e em Espinho sufragaram claramente Pedro Passos Coelho e as suas escolhas para os orgãos.
Tem mais ano e meio de mandato para cumprir ao longo do qual, como aconteceu com todos os líderes desde Francisco Sá Carneiro, será avaliado pelas decisões que tomar, pela estratégia que seguir e também pelos resultados que o partido vai ter nas autárquicas.
Menos pela expressão contabilística desses resultados e mais pela sageza com que vai resolver (ou não) as candidaturas a Lisboa, Porto, Sintra, Gaia e mais um ou outro município de relevância nacional e que dará a justa medida da forma como PPC está sintonizado com a realidade do país.
Cumprido o mandato será tempo,lá para a Primavera de 2018, de o avaliar em todas a suas componentes e perceber se Pedro Passos Coelho é o melhor candidato do PSD às legislativas do ano seguinte.
E essa decisão, para lá da vontade do próprio, compete exclusivamente aos militantes do PSD.
Não tem a ver com a vontade do governo e dos partidos da geringonça, com as opiniões de jornalistas e comentadores, com sondagens mais ou menos credíveis ou com as simpatias ou antipatias do Presidente da República.
Até lá os linchadores que se mantenham calmos e serenos.
"Keep Cool" como diria Pedro Santana Lopes que é hoje por hoje uma das grandes e últimas referências do PSD.
E,já agora, nalguns casos trabalhem para merecerem os salários que o Estado lhes paga para o exercício de funções públicas.
Mais e melhor governação e menos intriga que os portugueses agradecem.
Depois Falamos

P.S E no caso dos militantes do PSD que querem a mudança de líder, mas não foram "a jogo" no tempo certo, convém não se esquecerem que o respeito pelas escolhas dos militantes  é uma forma de Portugal "Levar o PSD a Sério".

Caio Júnior

A morte de Caio Júnior, no acidente de avião que enlutou o Brasil e o futebol, lembra-me irresistivelmente o jovem brasileiro chegado a Guimarães no Verão de 1987 para reforçar uma enorme equipa do Vitória que tinha acabado de se classificar em terceiro lugar depois de uma época que ainda hoje perdura nas melhores recordações dos vitorianos.
Vinha para reforçar essa equipa mas fruto das contingências do futebol rapidamente lhe foi atribuída uma missão muitíssimo mais espinhosa que foi a de substituir Paulinho Cascavel (curiosamente seu primo) subitamente transferido para o Sporting.
Não conseguiu.
Nem ele nem ninguém nos trinta anos decorridos dado que Paulinho Cascavel continua a ser uma eterna saudade dos adeptos vitorianos.
De resto Caio Júnior não era propriamente um ponta de lança mas muito mais um jogador que jogando como segundo avançado usava a sua primorosa técnica e visão de jogo para o ultimo passe e para fazer alguns golos mas não ao ritmo a que o primo os fazia.
Ainda assim no primeiro ano no Vitória fez doze golos, um número interessante, mas nas quatro épocas seguintes nunca mais alcançou essa marca e ficou-se por números  mais modestos tendo no total das cinco épocas disputado 114 jogos com a nossa camisola e marcado um total de 31 golos.
Em Portugal passou ainda sem sucesso por Estrela da Amadora e Belenenses tendo depois jogado em vários clubes brasileiros sem destaque especial.
Como treinador, sim, estava a fazer uma carreira muito interessante tendo passado por vários clubes brasileiros de destaque (Palmeiras ,Botafogo, Grémio , Flamengo,etc) ,pelo Japão, pelo Catar e pelo Dubai.
Tive oportunidade de na altura lhe fazer duas sou três entrevistas para a Televisão Regional de Guimarães (também conhecida por Tv Covas) e dele fiquei com a impressão de uma pessoa afável, algo timída, boa conversadora e muito empenhada na sua profissão.
Recordo também uma conversa mais longa que tivemos numa viagem de avião entre Portugal e Hungria em que casualmente num dos percursos, já não recordo qual, ficamos sentados lado a lado e conversamos sobre futebol ,sobre o Vitória e ,recordo-me bem, sobre o "peso" que ele sentia em ter de substituir o primo.
Foi uma deslocação do Vitória, na Taça Uefa de 1987/1988, para defrontar o Tatabanya e o resultado desse jogo ficaria num 1-1 (golo dele) e depois em Guimarães um 1-0 marcaria a passagem à fase seguinte onde eliminaríamos o Beveren.
Partiu muito cedo.
Quando da sua carreira como treinador ainda se podia esperar muito, sendo actualmente um dos mais cotados técnicos brasileiros, e sabendo-se que entre os seus sonhos estava o de um dia treinar o Vitória como disse em recente entrevista a um jornal português.
Infelizmente não o poderá cumprir.
Paz à sua alma.
Depois Falamos.

Aprender

A derrota de ontem em Tondela significou para o Vitória, e para os vitorianos, uma balde de agua fria,um murro no estômago, uma tremenda desilusão e o mais que queiram chamar-lhe face ao relativamente inesperado insucesso.
Acho que nem vale a pena dramatizar nem desculpabilizar o que aconteceu.
Vale mais tirar conclusões e perceber que se devidamente entendida pode ser uma boa lição para o futuro.
Não foi por perder com o ultimo classificado, mas que já tinha empatado com Porto e Sporting convém não esquecer, que fica em causa uma época meritória que o Vitória vem fazendo e que lhe permite disputar o quarto lugar que é, realisticamente, aquele que está ao seu alcance face à realidade do seu plantel.
Claro que vencendo ontem para além de arrecadar três pontos (e isso era o que mais importava) teria subido a um terceiro lugar que seria sempre moralizador mas não seria "seu" porque não tem argumentos em quantidade/qualidade suficientes para poder aspirar a mantê-lo até Maio de 2017.
E não vale a pena tentar arranjar desculpas para o insucesso.
O terreno estava em boas condições, o Tondela jogou melhor e criou mais oportunidades, as ausências de Rafael Miranda e Marega não podem ser justificação para não vencer uma equipa que lhe é notoriamente inferior.
Há que reconhecer que foi uma noite má, com erros individuais e colectivos, muito por força de alguma sobranceria com que o Vitória entrou em campo pensando que as camisolas e o fantástico apoio dos adeptos (voltamos a jogar em casa!) seria o suficiente para mais cedo ou mais tarde ganharmos o jogo.
Uma primeira parte horrível, sem um único remate à baliza adversária (o Tondela nesse período fez sete!) , sofrendo oito cantos e tendo apenas um a favor indiciavam que ao contrário do esperado o golo que acabaria por aparecer seria do Tondela e não do Vitória.
O intervalo fez bem à equipa.
Acredito que Pedro Martins deve ter dado uns valentes "berros" e o Vitória entrou para a segunda parte com outra atitude, também ajudada pela boa entrada em jogo de Hurtado, e passou a jogar um futebol bem mais acutilante e conseguindo o domínio do jogo remetendo o adversário para o seu meio campo e fazendo crer que poderia chegar ao triunfo.
O futebol bem pensado de Hurtado, a acutilância do flanco direito com Bruno Gaspar e Hernâni em bom plano e o futebol pressionante de João Pedro inclinaram os pratos da balança para o lado vitoriano e quando Soares fez o golo acreditou-se que o triunfo já não fugiria.
Mas o pior estava para vir.
O Tondela reagiu e em dois minutos fez a reviravolta no marcador através de duas boas jogadas de envolvimento pelo flanco esquerdo com cruzamentos ao segundo poste e finalizações oportunas de Wagner perante falhas evidentes de marcação da equipa vitoriana.
Difícil de compreender dois golos iguais em dois minutos.
Seria fácil, mas não vou por aí, apontar o dedo exclusivamente a Rúben Ferreira (que tem  responsabilidades é verdade) mas constata-se que não foi só ele a falhar porque em ambos os lances se verificou que quer ele quer Bruno Gaspar não foram convenientemente ajudados pelos seus "alas" e viram-se em inferioridade numérica perante os adversários.
Erros a corrigir que custaram três pontos.
Em suma uma derrota inesperada, uma enorme desilusão para os adeptos, mas nada está perdido e se forem tiradas as devidas ilacções estou certo que ela será diluída num processo de aprendizagem e crescimento da equipa que a levará a novos sucessos e novas alegrias para os vitorianos.
O árbitro Vasco Santos fez um excelente trabalho.
Depois Falamos.

domingo, novembro 27, 2016

3 Notas Indignadas

Foto: Agressão de Tengarrinha a João Miguel Silva

Conhecidos os castigos, nalguns casos perfeitamente ridículos, aplicados pelo conselho de disciplina da FPF aos intervenientes do Boavista-Vitória nos tristemente conhecidos incidentes ocorridos no antro do Bessa impões-se três notas.
1) Constata-se que no somatório monetário dos castigos o Vitória é mais penalizado do que o Boavista o que conhecendo tudo o que se conhece sobre o que aconteceu naquele campo de uma viela perpendicular à Avenida da Boavista é completamente ridículo. Mas faz pensar...
2) Constata-se , igualmente, que no mapa de castigos da FPF falta o nome de um cobarde chamado Tengarrinha que agrediu João Miguel Silva de forma traiçoeira (veja-se a fotografia) e escapou a qualquer sanção disciplinar e jogou ontem contra o Sporting como se nada tivesse feito.
Dir-me -ão que o árbitro nada assinalou quanto a ele no relatório.
Seja.
Mas se não escreveu foi porque não quis porque estava perfeitamente posicionado para ver o que se passou como as imagens televisivas e fotográficas bem documentam.
E ainda assim não deixo de constatar que nuns casos as imagens televisivas servem para castigar jogadores (como o nosso Douglas naquele incidente em Barcelos de que todos nos recordamos) e noutros não.
É mais um dos muitos casos em que o Vitória é tratado de forma diferente, para muito pior, do que qualquer outro clube. Também faz pensar...
3) Mas o mais escandaloso de tudo, e que do meu ponto de vista deve merecer uma firme tomada de posição do Vitória, é a forma como o Boavista escapa impunemente aquele cenário de gangsterismo que é inteiramente da sua responsabilidade.
E nem me refiro a terem cortado a água quente nos balneários.
Isso é apenas uma atitude de labregos sem categoria o que não é novidade para ninguém tratando-se de quem se trata.
Mas quando mais de dez minutos depois do fim do jogo os jogadores do Vitória recolhem ao balneário e são objecto de uma emboscada, no pior estilo gangster, por parte de jogadores,dirigentes e funcionários do Boavista isso não merece acção disciplinar?
Não indicia claramente premeditação? Não mostra atitudes inadmíssiveis no futebol, na sociedade e num país com leis?
O árbitro e os delegados da Liga não viram? Não escreveram nos relatórios?
O conselho de disciplina não lê jornais?
Como é possível o Boavista escapar a uma interdição do estádio e a um inquérito a tudo que se passou quando é o único culpado de todos os incidentes ocorridos?
Voltamos aos tempos do "Apito Dourado" em que tudo lhes era permitido?
Também isto faz pensar.
E muito.
Já sabemos que Vitória é , há muitos anos, um  clube incómodo para o "sistema"  e quando está,como agora, em posições cimeiras da classificação ainda incomoda mais.
Sinceramente tenho algum receio do que está para vir.
Ando há demasiados anos no futebol para cair na ingenuidade de pensar que o acontecido no antro do Bessa foi um acto isolado.
Depois Falamos

sábado, novembro 26, 2016

Fidel

Fidel Castro é na hora da sua morte uma personagem tão controversa como o foi durante toda a sua vida.
E divide, como sempre dividiu, as opiniões entre os que o admiravam e os que o detestavam pela mais diversa ordem de razões sendo contudo certo que a ninguém deixava indiferente tal a força da sua personalidade.
Há quem o olhe como o guerrilheiro idealista e romântico que libertou Cuba da ditadura de Fulgêncio Batista e da exploração da Máfia americana e deu aos cubanos a sua independência.
E isso é verdade.
Há quem o recorde como o governante preocupado com áreas importantes como a saúde e a educação e refira os enormes progressos que Cuba nelas conheceu e que tornaram  o país como referência em toda a América Latina.
E isso também é verdade.
Como há igualmente quem recorde que foi um ditador sanguinário, que prendeu, torturou e assassinou milhares de compatriotas seus para manter no poder a ditadura que instituíra para substituir a ditadura que derrubara.
E isso também é verdade.
Como é verdade que se manteve no poder mais de cinquenta anos graças a uma ditadura feroz, num regime de partido único, sem eleições livres, sem pluralismo partidário, sem liberdade sindical, com censura e polícia política e com o seu povo a viver em condições dificílimas, em muitos casos a roçar a miséria enquanto a nomenclatura castrista e os altos dirigentes do partido comunista cubano vivam do bom e do melhor.
São muitas as formas como se pode olhar Fidel Castro.
Por mim, que nunca tive qualquer simpatia pelo personagem e menos ainda pela ditadura que ele instaurou, limito-me a constatar que não há ditadores bons e ditadores maus conforme a área ideológica em que se inserem.
Há ditadores.
Todos,sem excepção,horríveis.
E Fidel foi um deles.
E daqueles cuja ditadura se manteve por mais tempo!
Tanto tempo que ainda hoje, dez anos após a sua retirada de funções públicas, perdura através do seu irmão Raul como é típico nalgumas ditadura comunistas em que o poder se transmite dentro da família.
Em suma não festejo a sua morte, como o fazem nas ruas de Miami muitos milhares de cubanos refugiados ,mas também não alinho nos prantos que por aí andam oriundos na sua maior parte daqueles que fazem do sectarismo político a sua ideologia.
Foi uma figura marcante do século XX ?
Foi.
Sem sombra de dúvida.
A História se encarregará de fazer o juízo definitivo sobre Fidel Castro Ruiz.
Depois Falamos.

quinta-feira, novembro 24, 2016

E Agora?

Disputando a quinta e penúltima jornada da fase de grupos como vai a Liga dos Campeões?
Começando pelos clubes portugueses há que dizer que vai razoavelmente bem para Porto e Benfica e está resolvida para o Sporting.
De facto os "leões", como se esperava, não tiveram "andamento" para Real Madrid e Borússia Dortmund (quatro jogos...quatro derrotas) e vão agora a Varsóvia disputar com o Légia o apuramento para a Liga Europa. Que não se afigura nada fácil diga-se de passagem.
Já o Porto depende apenas de si próprio mas para se apurar terá de vencer no "Dragão" o Leicester, campeão inglês e já apurado como primeiro do grupo, o que não sendo fácil também não encerra uma dificuldade extraordinária até porque o adversário já está a pensar na fase seguinte.
É evidente que há outros resultados que podem servir , em função do que fizer o Copenhaga em Bruges, mas para não precisar de calculadora (e inerentes aflições) o melhor é mesmo vencer.
O Benfica só se pode queixar de si próprio.
Teve o apuramento na mão mas deixou-o ...voar e agora vai ter de correr atrás dele.
Ontem a vencer por três golos em Istambul, e falhando duas claras oportunidades de fazer o 4-0, teve um inexplicável "apagão" e depois de uma primeira parte e inicio da segunda em que dominara o jogo deixou os turcos fazerem três golos e estabeleceram um empate muito...complicado.
Na entrada para a ultima jornada Benfica, Nápoles e Besiktas apenas dependem de si próprios para o apuramento o que vai levar a dois jogos de muito nervosismo.
O Besiktas, com sete pontos, vai a Kiev defrontar um Dínamo já sem aspirações a nada pelo que o triunfo dos turcos é mais que provável e devem atingir os dez pontos finais.
Ora na "Luz" defrontam-se Benfica e Nápoles, com oito pontos cada, pelo que face à previsível vitória do Besiktas o Benfica terá de vencer para conseguir o apuramento dada a vantagem napolitana noutros critérios de desempate.
Contudo os italianos sabem que a derrota os atira para a Liga Europa (salvo milagrosa vitória do Dínamo sobre os turcos) pelo que "à italiana" jogarão para esse objectivo o que significa que os "encarnados" terão de jogar com paciência e cautela.
Em suma dependendo de si próprios, o que é bom, Porto e Benfica vão ter de fazer pela vida. 
Sem erros, "apagões" ou ingenuidades.
Nos restantes grupos as coisas também estão quase definidas embora exista nalguns a incerteza sobre quem será primeiro e segundo.
No grupo A PSG e Arsenal estão apurados. Falta saber porque ordem.
No grupo B, o do Benfica, já se sabem as várias hipóteses mas pela lógica apurar-se-ão Benfica e Besiktas
No grupo C o Barcelona está apurado e  o Manchester City também garantirá o apuramento em segundo lugar. 
No grupo D o Atlético de Madrid arrasou. Cinco jogos e cinco vitórias (única equipa com quinze pontos em todos os grupos) garantiram-lhe o primeiro lugar do grupo. O Bayern apurou-se em segundo lugar.
No grupo E o Mónaco de Leonardo Jardim já está apurado e Tottenham e Leverkusen decidirão o segundo posto com vantagem para os alemães a quem bastará um empate caseiro com os monegascos para atingirem a fase seguinte. 
No grupo F, o do Sporting, um interessante Real Madrid-Borússia decidirá quem é primeiro e segundo mas com ambos já apurados.
No grupo G, o do Porto, o Leicester venceu o grupo e os portistas tem francas possibilidades de se apurarem em segundo lugar.
No grupo H ainda há várias possibilidades em aberto e apenas a Juventus já está apurada e tudo indica que em primeiro lugar. A partir daí as decisões passam pelo "escaldante" Lyon-Sevilha da ultima jornada. Mas em condições normais italianos e espanhóis estarão na fase seguinte.
A sete de Dezembro todas as duvidas serão desfeitas.
Depois Falamos

Sugestão de Leitura

Conheço o Luís Paulo Rodrigues há muitos anos.
Dos tempos em que escrevia no "Público" e que eram em simultâneo tempos em que se fazia outro jornalismo muito mais atractivo para os leitores.
Depois acompanhei, ora de mais perto ora de mais longe, a década em que foi director de comunicação da câmara de Famalicão onde deixou uma marca de competência profissionalismo reconhecida por todos que com ele trabalharam.
Foi ,pois , com muita curiosidade que acompanhei o lançamento deste seu livro, sobre temas em que é especialista, na certeza de que nele encontraria reflectida muita da experiência que o autor recolheu em muitos anos ligado ao jornalismo e à comunicação política bem como a sabedoria adquirida em função não só dessa experiência como também do estudo e da investigação.
Devo dizer que uma vez lido posso dizer que o livro correspondeu em pleno à expectativa.
E para quem como eu gosta de temas como os nele reflectidos tornou-se uma leitura deveras agradável e instrutiva.
Lá podemos ler sobre jornalismo, sobre comunicação política e comunicação digital, técnicas de marketing, comunicação empresarial e um ultimo capitulo extremamente interessante, e cada vez mais actual, sobre "jornalismo de marcas" que ajuda a perceber bem muito daquilo que hoje nos entra em casa via televisão, internet e redes sociais.
E o autor numa análise bem elaborada tem ainda o cuidado de cruzar todas essas áreas de molde a que a compreensão dos fenómenos comunicacionais seja ainda mais ampla e cabal.
Um livro muito interessante e indispensável a quem em termos profissionais se dedique à comunicação, ao marketing e ao próprio jornalismo.
Depois Falamos

terça-feira, novembro 22, 2016

Vitima e não Réu

Não!
A culpa não é do João Miguel Silva.
Eu percebo que alguns dirigentes do clube da viela do Bessa , alguns comentadores portuenses e alguns adeptos (é...tem alguns) desse clube de "full contact" que por engano também pratica futebol tentem virar o bico ao prego e atirar para cima do guardião duplamente (porque joga e porque é adepto do clube) vitoriano as responsabilidades da pouca vergonha acontecida naquele caixote a meio da viela.
Mas só enganam quem quer ser enganado.
O que as imagens mostram, e todas as pessoas com quem falei que lá estiveram confirmam, é que durante a segunda parte João Miguel Silva foi alvo de provocações por parte da claque "vieleira" colocada atrás da baliza como certamente também o guarda redes deles terá ouvido alguns "mimos" dos vitorianos atrás da baliza em que defendeu na segunda parte.
Isso faz parte do jogo, acontece sempre que os guarda redes jogam de costas para a claque adversária, e o João Miguel convive com essa realidade desde as camadas jovens como qualquer outro guarda redes.
E quem, como ele, já jogou na Luz, no Dragão, em Alvalade com claques bem maiores do clube adversário não ia certamente perturbar-se com meia dúzia de adeptos do Boavista.
No final do jogo levantou os braços e festejou?
Sim. 
Mas nem isso é proibido nem me parece que tenha provocado alguém em especial.
A questão é bem outra.
Chama-se raiva, inveja, mau perder, banditismo, um ódio ancestral que naquele pequeno clube da viela do Bessa tem desde sempre ao Vitória.
Por sinal o clube que eles e os seus adeptos colocados em lugares chave do futebol mais prejudicaram desde 1975 e com especial incidência nos anos de vergonha do "apito dourado".
E por isso a culpa não é do João Miguel Silva.
É de uma besta chamada Idris que o agrediu cobardemente pelas costas, é de um cobarde chamado Tengarrinha que o agrediu à má fila quando o jogador do Vitória estava imobilizado por colegas, é de um Loureiro (naquele clube há sempre um Loureiro a fazer asneiras) que o tentou pontapear no meio da confusão como várias imagens o comprovam de forma clara.
Mas não é só desses.
Há mais responsáveis.
Miguel leal o treinador, Álvaro Braga Júnior o presidente da SAD e João Loureiro o presidente do clube.
Explico porquê.
Como as imagens também demonstram a equipa vitoriana ficou vários minutos no relvado a festejar com os adeptos (e também por instruções de Pedro Martins que sabendo o que naquele antro se "gasta" quis evitar ao máximo problemas no túnel) e se nesse período de tempo o treinador do Boavista tivesse metido os seus jogadores no balneário e o presidente do clube se tivesse assegurado pessoalmente que no túnel não estariam jogadores, dirigentes e seguranças privados do Boavista a preparar a emboscada à equipa vitoriana tudo aquilo teria sido evitado.
Não fizeram nada disso.
Preferiram, sem qualquer razão, andarem a chorar-se pelos cantos quanto à arbitragem e permitiram por omissão que tudo aquilo acontecesse na mais absoluta impunidade até à policia de intervenção ter sanado o problema.
São eles o grandes culpados do que aconteceu no túnel.
Mais os péssimos profissionais, maus caracteres e cobardes, que participaram nas agressões a colegas de profissão e que são indignos de andarem no futebol.
Por isso, repito, não vale a pena tentarem fazer do João Miguel Silva o responsável do que aconteceu.
Ele foi vítima e não réu!
Depois Falamos

P.S. Referi João Loureiro e explico a razão.
Aquelas práticas de intimidação, agressão, insulto e provocação aos adversários do Boavista que jogam no Bessa vem do seu tempo.
No domingo deu mais nas vistas mas há mais de vinte anos que é assim.
Há inúmeros exemplos e testemunhos disso.
E embora hoje mais resguardado aquele a quem um dia Jaime Pacheco chamou o "pardalito" continua por lá e continua presidente do clube.

segunda-feira, novembro 21, 2016

O Antes e o Antro

Foto: Record
O jogo de ontem teve para além dos aspectos agradáveis-triunfo do Vitória e fantástico apoio dos adpetos- outros profundamente negativos e que merecem ser aprofundados até às ultimas consequências em nome de um clube e de uns adeptos que merecem respeito.
Comecemos pelo "Antes" do jogo, fora do estádio, e que teve a ver uma vez mais com a forma condenável como os adeptos do Vitória foram tratados desde que chegaram ao Porto pela PSP.
Desde já convém lembrar que a sanha persecutória da PSP do Porto contra os adeptos vitorianos é antiga, teve o seu ponto mais negro quando os vitorianos foram obrigados a entrar descalços no estádio do Dragão, e repete-se em cada deslocação aquela cidade.
Desta vez o insólito aconteceu quando os vitorianos que fizeram a viagem de comboio chegaram a Campanhã por volta das 18.00h e lá foram retidos durante uma hora(!!!) até que cerca das 19 h foram metidos em carruagens do metro, cobraram-lhes bilhetes sem recibo no valo de um euro, e foram sendo "despejados" no Bessa com o jogo a decorrer e muita gente a só conseguir entrar no estádio já a primeira parte se aproximava do fim.
Isto a par de outros vitorianos que foram agredidos e roubados nas imediações do antro boavisteiro perante a mais absoluta passividade das forças policiais.
Isto é inaceitável e há que apurar responsabilidades.
Os vitorianos não são cidadãos de segunda no seu próprio país nem podem ser tratados como se "gado" fossem no mais absoluto desrespeito pelos seus direitos inclusive o de verem na sua totalidade um jogo para que pagaram bilhete!
Infelizmente a comunicação social, capaz de abrir telejornais e alimentar folhetins com um adepto do Benfica que levou duas bastonadas de um polícia nos arredores do nosso estádio, passou olimpicamente ao lado desta situação.
Como aliás a própria sport-tv, miseravelmente, escondeu quanto pôde o festival dado pelos adeptos do Vitória dentro do antro a que chamam estádio do Bessa.
E aí foi o que se sabe.
Na televisão já se tinham visto as agressões a Miguel Silva por parte de dois energúmenos indignos de andarem no futebol chamados Idris e Tengarrinha mais um capanga do staff boavisteiro que não souberam reagir de outra forma a uma derrota que foi mais que merecida. 
Na foto que encima este texto veem-se as agressões e, mais do que isso, vê-se o árbitro perfeitamente posicionado para apreciar tudo que se passou e por isso se ele for sério os dois energúmenos terão de sofre um castigo exemplar porque o que fizeram foi depois do jogo acabar e com completa premeditação.
Se Marega sofreu três jogos de castigo por agredir um adversário no decorrer do jogo o castigo a estes terá, se houver justiça, de ser bem superior.
Mas isto foi o que se viu.
Porque depois, no túnel, ainda foi pior ao ponto de ter obrigado a policia de intervenção a agir tal a sanha raivosa de dirigentes e outros conotados com o clube proprietário do antro contra jogadores, técnicos e dirigentes do Vitória a fazer lembrar os tempos mais negros do "apito dourado" em que os túneis de alguns estádios eram autênticos antros de terror.
Claro que isto não veio na comunicação social.
A mim foi-me contado por vários dirigentes do Vitória, que estavam lá e nem queriam acreditar que no futebol português( em pleno século 21) se pudesse assistir a cenas de "farwest" como aquelas a que assistiram, mas para além deles também lá estavam os dirigentes da Liga que tudo presenciaram e tem obrigação de escreverem no relatório o que viram.
Se forem sérios e narrarem factualmente o presenciado o dono do antro terá de ser severamente punido e o recinto interditado por vários jogos.
Uma coisa é certa.
O que aconteceu este domingo com os adeptos vitorianos antes do jogo e com a equipa e dirigentes no antro (pelos vistos até no camarote presidencial houve provocações) não se pode voltar a repetir quando daqui a apenas três semanas o Vitória voltar aquele antro para o jogo do campeonato.
É bom que quem de direito, seja a Liga seja o comando distrital do Porto da PSP, tome medidas nesse sentido antes que aconteça uma tragédia que depois todos lamentaremos amargamente.
Infelizmente as sementes para isso estão lançadas...
Depois Falamos

Um Triunfo Digno

O Vitória conseguiu um triunfo justo, indiscutível e digno num jogo rodeado de indignidades que devem merecer ao menos severo repúdio por parte de quem gosta de futebol,independentemente de simpatias clubistas, porque não acredito que os prevaricadores sejam punidos pelos atropelos que cometeram. 
Comecemos pelo que o jogo teve de bom.
Desde logo o espantoso apoio em quantidade e qualidade dos adeptos vitorianos que permitiram à equipa jogar em "casa"e mostrar uma vez mais que uma coisa é um clube como o Vitória e outra uma agremiação que fica numa viela na zona da Avenida da Boavista.
Depois a equipa.
Que fez um bom jogo, com grande controlo emocional face à arruaça posta em campo pelos adversários com a cumplicidade do árbitro, e que com um ou outro erro à mistura foi sempre a melhor (eu diria única) equipa em campo.
Com um pouco mais de acerto na finalização poderia perfeitamente ter evitado a ela própria e aos adeptos a maçada de terem de ficar mais meia hora naqueles estádio e naquele ambiente ordinário que nada tem a ver com desporto.
Quanto ao que o jogo teve de mau há essencialmente dois protagonistas.
O árbitro e o Canelas...perdão,o Boavista.
O árbitro, com um critério disciplinar mais que duvidoso, permitiu aos donos da casa um jogo violento com sucessivas faltas a merecerem cartolina mas que na maioria dos casos ficou no bolso (incrível como um arruaceiro chamado Idris só viu amarelo no prolongamento...) enquanto por faltas bem menos graves os jogadores do Vitória eram imediatamente admoestados.
Para lá disso, que já não é pouco, ainda ficou um penálti sobre Hernâni por marcar cometido nas barbas do fiscal de linha que fez de conta que não viu.
E depois o Boavista.
Que como sempre nos últimos vinte anos, mas nem sempre de forma tão evidente como hoje, utilizou a violência, a intimidação e a simulação como forma de suprir as notórias falhas na qualidade individual e colectiva de uma equipa fraquinha até dizer basta.
Jogador do Boavista com bola bastava sentir a respiração de um vitoriano por perto para se atirar para o chão aos gritos como se tivesse sido atropelado por um camião TIR; jogador do Vitória com bola...era canela até ao pescoço e Rafael Miranda que o diga.
Uma vergonha.
E se o que se passou no jogo já foi mau que baste e devia merecer severa actuação dos orgãos disciplinares que dizer do acontecido após este terminar?
Quando lutadores...perdão, jogadores do Boavista quiseram tirar desforço de alguns jogadores vitorianos procurando agredi-los e dando provas de um descontrolo emocional que bem merecia imediato controlo anti doping para se perceber se havia alguma razão "oculta" para tanta agressividade.
E nessas tristes cenas destacou-se pela negativa  um arruaceiro indigno de andar no futebol chamado Idris  que face à  animalidade do seu comportamento merece processo disciplinar e severo castigo pelo que fez e pelo que tentou fazer.
Em suma contra tudo e contra todos o Vitória ,com inteiro mérito e um espectacular apoio dos seus adeptos, conseguiu o que interessava e estará na próxima eliminatória da Taça de Portugal.
Depois Falamos

sábado, novembro 19, 2016

Comandos

Tenho uma velha admiração pelo Regimento de Comandos.
Tropa de elite, com relevantes serviços prestados ao exército português , protagonizaram ao longo de muitos anos alguns dos mais brilhantes feitos militares das nossas tropas nos teatros de guerra africanos entre 1961 e 1974.
Depois do 25 de Abril é bem conhecido o seu papel determinante na defesa da democracia, no 25 de Novembro, quando impediram que a tentativa de golpe da extrema esquerda tivesse sucesso e empurrasse Portugal para outra ditadura.
Sempre se soube que os métodos de treino nos Comando eram de um rigor e exigência sem paralelo, preparando os seus soldados,sargentos e oficiais para tarefas e missões que nenhuma outra unidade do exército seria capaz de executar.
Nos meus tempos de serviço militar obrigatório, e depois da recruta/especialidade feitas em Mafra, estive um ano em Santa Margarida colocado no Bimec cujo quartel ficava precisamente em frente ao dos Comandos e testemunhei muitas vezes o rigor a a exigência dos seus treinos num tempo em que a guerra de África tinha terminado há quase uma década e em que já não se justificaria, provavelmente,tanta exigência na preparação desse corpo de elite.
Os Comandos estão hoje, como alguns anos atrás, novamente nas bocas do mundo por causa da morte em instrução de dois dos seus instruendos que foram vítimas de excessos inaceitáveis da cadeia de comando e da incompetência do responsável clínico que devia ter zelado pela sua saúde e não o fez.
São excessos que normalmente não tem tão tristes consequências mas que existem, nos Comandos e noutras unidades, fruto de gente que se apanha com um poder que não está preparada para exercer e que faz da humilhação e sofrimento do semelhante uma forma de afirmação de "valores" que nada valem.
É da mais elementar justiça que esses indivíduos respondam em tribunal pelos crimes de que são acusados.
Daí a meter no mesmo saco aqueles que cometeram os crimes e uma unidade, os Comandos, com uma brilhantíssima folha de serviço é um erro que não pode nem deve ser cometido seja em que plano for.
Até porque Portugal, como qualquer país, precisa de ter as suas tropas de elite.
Eu percebo que a extrema esquerda, que nunca perdoou aos Comando a derrota do 25 de Novembro, queira com o oportunismo típico dos necrófagos aproveitar a ocasião para tentar extinguir a unidade e assim conseguir a sua revanche.
Mas com excepção desses "surfistas" das ondas mediáticas de cada momento, que se movem no lodo das suas ideologias derrotadas pela História, há que separar as coisas  e dar aos Comandos o mérito e o reconhecimento que merecem e aqueles que se excederam no exercício das suas funções o justo castigo previsto nas leis da República.
Depois Falamos.

sexta-feira, novembro 18, 2016

As "Minhas" Câmaras (3) - Cabeceiras de Basto

Cabeceiras de Basto é um caso estranho em termos de PSD.
Depois de em 1976 o PS ter vencido as primeiras autárquicas o PSD, ora sozinho ora em AD, venceu as quatro eleições seguintes sob a liderança de Mário Campilho ainda hoje a grande referência social democrata no município e um cidadão que merece um enorme respeito dos cabeceirenses.
Em 1993 o PS, liderado por Joaquim Barreto, venceu as eleições face a uma candidatura de do PSD liderada por Francisco Campilho (filho do anterior presidente) e iniciou um longo consulado apenas terminado em 2013 por força da lei de limitação de mandatos.
E terminado,há que dizê-lo, com uma enorme divisão nas hostes socialistas de que se falará adiante.
Neste enorme espaço de tempo, em que o PSD quase nunca conseguiu afirmar-se como alternativa autárquica (a excepção terá sido em 2001) ,deu-se o curioso caso de em várias eleições nacionais (europeias e legislativas) o partido ter conseguido vitórias claras no concelho e os candidatos presidenciais da área do PSD, Cavaco e Marcelo, terem obtido triunfos arrasadores nas suas candidaturas.
Nas autárquicas é que o panorama nunca foi bom.
Começou logo em 1997 quando o candidato escolhido desistiu à última hora deixando a "batata quente" nas mãos da concelhia cujo presidente teve de assumir a responsabilidade da candidatura mas sendo eleitoralmente prejudicado por esse insólito episódio.
Em 2001, sim, o PSD com um candidato jovem de idade e jovem na política conseguiu um resultado muito animador (elegeu três vereadores contra quatro do PS) que parecia abrir boas perspectivas para o futuro.
Infelizmente elas não se confirmaram e em 2005 a correlação de forças voltou ao "habitual" 5-2 a favor do PS terminando um ciclo em que o PSD chegou a acalentar esperanças de poder recuperar a câmara.
Como "casa onde não há pão todos ralham e (quase) ninguém tem razão" o PSD entrou numa fase de conflitualidade interna que fragilizou o partido, indisponibilizou pessoas para os combates autárquicos, afastou quadros com valor da vida partidária o que teve como resultado nas autárquicas de 2009 o partido ter conseguido manter,à justa, os dois vereadores mas perdendo para o PS quase mil votos e ficando à beira de um KO político.
A verdade é que a "tareia" eleitoral não serviu de exemplo e no ciclo seguinte, quando no PS já se percebiam fracturas que viriam a ter o seu expoente em 2013, o PSD continuou muito entretido nas questiúnculas internas ao invés de construir uma alternativa sólida aos socialistas através de uma verdadeira união de esforços entre todos.
E chegamos a 2013.
Onde o PS se divide ao meio entre a candidatura oficial de China Pereira e a candidatura de Jorge Machado pelo movimento "Independentes por Cabeceiras" que mais não era, e continua a não ser, do que um grupo de socialistas opositores de Joaquim Barreto a que se somaram alguns  desiludidos de outros partidos.
A verdade é que a desunião na família socialista levou a uma divisão equitativa de votos com três vereadores(e a presidência...por pouco) para o PS e outros três para o IPC enquanto a desunião na família social democrata levou ao pior resultado de sempre com a eleição de um único vereador que, ironia do destino, ficou com mais poder do que alguma vez o PSD tivera desde 1993 porque o seu voto solitário desempatava todas as votações entre PS e IPC.
E aqui acentuou-se a desunião por incrível que possa parecer.
Porque enquanto o vereador eleito entendia, e bem do meu ponto de vista, não aceitar pelouros mas usar o voto de qualidade para trazer de alguma forma o PSD para a área do poder onde se resolvem problemas às pessoas já os responsáveis concelhios entendiam que o voto do vereador se devia unir ao IPC para derrubar o executivo socialista.
Como o vereador Mário Leite não aceitou esse ponto de vista, e bem, porque tinha a clara noção que o PSD nada teria a ganhar com isso, a direcção concelhia resolveu retirar-lhe a confiança política deixando o partido mergulhado numa crise que parece não ter fim e que o leva a que neste momento nem uma comissão política tenha em funções depois de as duas ultimas se terem demitido num espaço de poucos meses.
O que perspectiva um cenário pouco animador, mas não irreversivelmente desanimador, quanto às autárquicas do próximo ano.
Do meu ponto de vista, e até porque se mantém a divisão no PS com a provável candidatura oficial do actual presidente Francisco Alves e a candidatura dos socialistas desavindos liderada por Jorge Machado via IPC, o PSD pode perfeitamente aspirar a uma de duas coisas.
Ou tentar ganhar as eleições convencendo Francisco Campilho a vinte e três anos depois voltar a ser candidato na certeza que ele é de longe o melhor candidato que o PSD pode ter.
Ou, na indisponibilidade de Francisco Campilho, tentar ganhar as eleições, mas aí num cenário bem mais difícil, encontrando alguém de fora do concelho com um mediatismo minimamente aceitável que se disponibilize para uma candidatura e que una o partido por nunca ter estado envolvido nas disputas e quezílias internas.
Ou então admitir que face à sua fragilidade dos últimos anos o partido não tem,ainda ,condições para ganhar e apostar numa candidatura vitoriosa a médio prazo ( como fez Ricardo Rio em Braga), sabendo que vai perder antes de ganhar, através de uma lista de jovens quadros ,"temperada" por algum "cabelo branco" que aproveitando a previsível nova divisão de forças/vereadores entre PS e IPC possa de alguma forma dar sequência ao que Mário Leite fez e serem o fiel da balança com tudo que isso pode significar para o PSD em termos de influência na área do poder.
São as três hipóteses que vislumbro para 2017.
É certo que na área da mais pura fantasia política, e negação de 40 anos de História do PSD em Cabeceiras de Basto convém dizê-lo, parece existir uma ou outra voz que defende o apoio do PSD à candidatura de Jorge Machado pelo IPC.
Isso seria do meu ponto de vista completamente inaceitável.
Jorge Machado um ex simpatizante do PSD que se  filiou no PS para ser vereador , que durante uma década foi vice presidente de Barreto e às vezes mais "barretista que o próprio Barreto quando se tratava de combater o PSD, que só não foi candidato pelo PS em 2013 porque o partido e Barreto optaram por China Pereira.
Apoia-lo seria não só apoiar uma facção do PS, como também um gesto de profundo desprezo pela História do PSD, de ingratidão pelo esforço que muitos social democratas fizeram na Câmara, Assembleia Municipal e Juntas de Freguesia para combaterem o poder socialista personificado por ele e por Joaquim Barreto, de falta de solidariedade para todos quantos foram perseguidos e prejudicados por esse mesmo poder por serem autarcas ou simples militantes do PSD.
O PSD em Cabeceiras de Basto, como no resto do distrito, tem de concorrer às autárquicas com uma candidatura própria,
Fazendo das fraquezas forças, apelando ao sentido de responsabilidade daqueles que estão mais envolvidos na gestão da concelhia, exigindo aqueles a quem o partido já deu que deem agora ao partido.
A alternativa é o PSD desaparecer do mapa político concelhio por muito tempo.
Depois Falamos.

Geringonçada

Se há exemplo que mostra bem a falta de autoridade do governo, a falta de sentido de Estado do primeiro ministro e do ministro das finanças, a falta de capacidade da geringonça para governar Portugal é o caso em volta da nova administração da Caixa Geral de Depósitos.
Que começou logo pelo numero de administradores, alguns dos quais sem currículo e perfil para o cargo, que o Banco Central Europeu se encarregou de vetar.
E depois a tristíssima rábula das declarações de rendimentos e património dos que restaram.
Que tem um antes, um durante e para a qual falta saber o depois.
O antes é simples.
A triste dupla Costa&Centeno convidou um grupo de personagens da sua confiança para administrarem a CGD.
Como Suas Excelências não queriam mostrar rendimentos e patrimónios o governo, com o apoio de BE e PCP mais que não fosse por omissão, acederem a mudar a lei fazendo um fato à medida para que eles tivessem o estatuto de gestores privados num banco público.
Quando o Presidente da República e o Tribunal Constitucional não foram na cantiga de embalar e exigiram , um por magistratura de influência e outro por força da interpretação das leis da República, que os referidos personagens entregassem as suas declarações de rendimentos e património assistiu-se ao triste espectáculo, eivado de cobardia política e irresponsabilidade governativa, de ver o ministro das finanças calado que nem um rato e o primeiro-ministro com a insustentável leveza que o caracteriza (também se lhe pode chamar incompetência pura e dura) a assobiar para o ar como se o assunto nada tivesse a ver com ele.
E assim chegamos ao durante que são os tempos em que vivemos.
Meia dúzia de personagens , entrincheiradas na administração da CGD, que se permitem brincar com o Tribunal Constitucional e com as leis da República e continuam sem entregar as respectivas declarações e um governo cobarde que se recusa a assumir responsabilidades e a assumir decisões para acabar com um impasse que continua a desgraçar a imagem de uma outrora quase imaculada CGD.
E a solução era simples face ao que se tem visto por parte de Suas Excelências.
Em bom português (algo que em boa verdade o primeiro-ministro não consegue praticar) a solução passaria por uma imediata demissão dos administradores nomeados face à permanente recusa em divulgarem os dados pedidos pelo TC e a abertura de um inquérito pela PGR e pela Inspecção Geral de Finanças aos rendimentos e patrimónios dos sujeitos para se perceber de uma vez por todas em que assenta a recusa de se prestarem a um acto da mais elementar transparência.
Claro que isso seria o que faria um governo e não uma geringonça.
Pelo que o depois de toda esta situação é imprevisível.
Mas face ao que se passou até agora nada augura de bom!
Depois Falamos

quinta-feira, novembro 17, 2016

Rumo ao Jamor

Domingo regressa a Taça de Portugal.
Para um clube como o Vitória, que por razões orçamentais dificilmente pode disputar o título nacional (mas lá virá o dia...) nos tempos presentes, é nas provas a eliminar que tem a sua maior possibilidade de conquistar troféus e enriquecer o seu palmarés.
Seja na taça de Portugal seja na taça da liga.
Porque não são provas de regularidade onde grandes orçamentos permitem planteis qualitativa e quantitavamente maiores mas sim jogos a eliminar onde um dia de inspiração individual e colectiva da equipa com menos recursos pode fazer a diferença e permitir vencer adversários mais fortes.
Como exemplo podemos constatar que as cinco ultimas edições da Taça de Portugal tiveram cinco vencedores diferentes ( Académica-Vitória-Benfica-Sporting-Braga) o que mostra a competitividade da prova e as possibilidades que dá  aos menos fortes de vencerem a competição.
Atente-se que nestas ultimas edições apenas duas foram vencidas pelos chamados "grandes" enquanto Académica, Vitória e Braga venceram a prova derrotando nas finais Sporting, Benfica e Porto precisamente os tais três chamados de "grandes".
É pois uma prova democrática chamemos-lhe assim
Mas para a vencer, como diria o senhor de La Palisse, é preciso chegar à final e é disso que o Vitória tem de tratar no domingo depois de na eliminatória anterior ter vencido um adversário oriundo dos distritais.
Desta vez o adversário não só é da 1º Liga como é um velho "inimigo" chamado Boavista e com quem o Vitória nos últimos 40 anos, mais propriamente desde uma final de ...taça, tem mantido uma acesa disputa e uma inimizade profunda entre massas associativas oriunda desses tempos e reforçada pelos atropelos de que fomos vitimas nos famigerados tempos do "apito dourado".
Mas foi este o adversário que nos calhou, a jogar no seu estádio, e por isso é este o adversário que temos de vencer para seguirmos em frente na prova.
E acredito que assim acontecerá.
O Vitória é claramente melhor equipa, está num bom momento de forma e "ameaça" ainda melhorar, há uma enorme empatia entre equipa e adeptos pelo que estão criadas as condições para ir ao Bessa carimbar a passagem à próxima eliminatória.
A exemplo, aliás, do que aconteceu da ultima vez que os dois clubes se encontraram naquele estádio para esta competição.
Numa coisa o Vitória já está a ganhar; a forma espantosa (para quem não nos conhece) como os adeptos se mobilizaram para a deslocação  ao recinto axadrezado que permitirá à equipa jogar em casa com milhares de apoiantes nas bancadas.
Domingo daremos mais um passo rumo ao Jamor.
Depois Falamos.

terça-feira, novembro 15, 2016

Os Túneis

Nos túneis está o pior que tem o nosso futebol.
Não pela arquitectura dos mesmos mas por aquilo que lá se passa, com muito maior frequência do que o comum dos espectadores do futebol pensa, em termos de violência, de coacção, de manobras subterrâneas que lesam a modalidade.
O mediatismo dos túneis, a denúncia do que lá se passa, a investigação dos orgãos disciplinares, tudo isso, porém, só sucede quando os protagonistas das poucas vergonhas estão ligados aos clubes chamados "grandes" .
Era conhecida, e bem temida, a triste fama do chamado "túnel das Antas" onde equipas de arbitragem e equipas adversárias do Porto eram coagidas muitas vezes para lá dos limites do imaginável e que terá valido muitos triunfos à equipa portista.
Do "túnel da Luz" e da conhecida armadilha lá feita a jogadores do Porto valeram a estes pesados castigos e ao Benfica um título nacional que de outra forma nunca conquistaria.
Faltava o "túnel de Alvalade" para os leões não se sentirem inferiores em casos destes aos seus compinchas de sempre.
Mas o Sporting é um clube perseguido pela infelicidade!
Porque se do túnel das Antas nunca houve registos de imagem e do túnel da Luz as que se conhecem são demasiado confusas (excepto para o então conselho de disciplina...)para se formar uma ideia concreta, já as de Alvalade são um "livro aberto" em termos de percepção do que lá se passou.
Que numa primeira fase mostram os dois tristes presidentes a "crescerem" um para o outro quais granizés numa capoeira, de seguida vê-se o dono da casa salvo de levar uns tabefes pela intervenção providencial dos seguranças e funcionários do clube leonino e na imagem derradeira o delicioso pormenor do presidente do Arouca, qual chefe de claque, a chamar pelos jogadores para virem fazer "horas extraordinárias" o que estes obviamente recusaram.
São imagens tristes que mostram o nível a que está o dirigismo no nosso futebol.
Hoje foram estes, ontem aqueles, amanha aqueloutros e assim sucessivamente porque com poucas excepções é gente desta que manda na generalidade dos clubes e levou o futebol ao estado de desprestigio em que se encontra.
Depois Falamos.

P.S. Deixo aqui uma excepção e é com todo o gosto que o faço.
Discordo de Júlio Mendes nalgumas coisas como é sabido.
Mas considero o presidente do Vitória absolutamente incapaz de algum dia protagonizar cenas como esta ou descer ao baixo nível dos seus homólogos.

Há Vida...

Acho interessante que figuras relevantes do PSD, incluindo o principal responsável pelo processo autárquico, mantenham um debate público sobre um não assunto que a ninguém mais interessa do que a uma comunicação social que adora estes folhetins e aos partidos da geringonça que enquanto se discute o tema Passos vs Rio não se fala da governação e de alguns dos seus monumentais erros como o da CGD.
Por mim estou optimista quanto ao futuro do PSD.
Com Passos, com Rio, ou com outro qualquer porque o partido sempre soube em cada momento da sua complexa, mas rica, História encontrar as soluções que a cada momento correspondiam à vontade maioritária dos seus ,militantes.
Foi sempre assim e assim continuará a ser.
Para já os dados são claros.
Pedro Passos Coelho é o líder, reeleito semanas atrás sem oposição, e até 2018 tem um caminho para fazer na oposição ao governo, no encontrar de soluções que permitam ao PSD vencer as autárquicas, no afirmar uma alternativa política às "geringoncices" que nos atormentam os dias.
Rui Rio tem o direito de discordar, de fazer o seu caminho de alternativa à liderança, de em 2018 disputar as directas com o actual líder. No passado outros o fizeram e ele não é mais nem menos do que eles.
Mas há vida no PSD para lá de Rio e Passos.
Há nomes de que se fala, nomes de quem se murmura, nomes que podem aparecer.
Seja de dirigentes actualmente no palco, como Maria Luís Albuquerque ou Luís Montenegro, seja de militantes de quem periodicamente se fala como Nuno Morais Sarmento, ou de quadros oriundos de novas gerações que estando hoje entre os "trinta e muitos" e os "quarenta e poucos" podem perfeitamente vir a assomar como candidatos em futuras directas.
Ou até de nomes improváveis mas com um perfil pessoal e profissional, uma experiência governativa interna e de alta política internacional com tudo que isso significa na aquisição de conhecimento e de conhecimentos, que os faz serem sempre nomes a ponderar no dia em que o partido entenda virar uma nova página.
E nesses nomes avulta, com brilho especial, o de Carlos Moedas.
O futuro dirá mas é um nome que me parece incontornável num futuro de curto/médio prazo.
Depois Falamos.

Objectivo Cumprido

Face à Letónia, uma equipa da terceira divisão europeia, o objectivo de Portugal era claramente garantir os três pontos fazendo tantos golos quanto possível pela importância que estes poderão ter numa eventual necessidade de desempatar com a Suíça.
E o objectivo foi cumprido embora não com a facilidade que o marcador parece indiciar.
Porque pese embora a fragilidade do adversário a verdade é que a Letónia é daqueles oponentes chatos,que ás vezes se tornam complicados, porque é uma selecção atlética, viril (às vezes em demasia) que utiliza marcações muito cerradas e dá poucos espaços nos últimos trinta metros.
Portugal sabia isso, entrou a jogar em conformidade com uma boa circulação de bola e laterais muito ofensivos, colocou André Silva em cunha e "pediu" a Ronaldo e Nani, bem apoiados em André Gomes e João Mário, que produzissem os desequilibrios para permitir a chegada ao golo.
A verdade é que Portugal criou várias situações de remate, quase todas de meia distância, mas a boa exibição do guarda redes letão foi adiando o golo até que numa jogadas de envolvência Nani foi rasteirado e Ronaldo de penálti abriu o marcador.
O mais difícil,chegar ao golo, parecia estar feito e a questão seria agora marcar mais.
Mas não foi bem assim.
Porque embora na primeira metade da segunda parte o domínio português se mantivesse a verdade é que por isto ou por aquilo, incluindo um penálti falhado, o segundo golo não aparecia e nestas coisas do futebol já se sabe que quem não marca...sofre.
E no primeiro remate à baliza em toda a segunda parte a Letónia chegou ao golo a vinte e dois minutos do fim e quando Fernando Santos (em excelente hora) já tinha feito entrar Ricardo Quaresma  a render Nani substituição que se viria a revelar decisiva.
Porque o extremo com dois cruzamentos perfeitos, a sua imagem de marca, proporcionou dois golos a Portugal com os remates finais a pertencerem a William Carvalho e a Ronaldo arrumando a questão e garantindo a Portugal os três pontos indispensáveis a manter-se na corrida pelo apuramento directo para o Mundial de 2018.
Até ao final ainda houve tempo para um quarto golo, de Bruno Alves após assistência de Raphael Guerreiro,  para Ronaldo cabecear à barra (nem vale a pena dizer de quem foi a assistência...)  e para o mesmo Ronaldo chegar ligeiramente atrasado a um magnifico passe de Renato Sanches quando no estádio já se gritava golo.
Em suma uma boa exibição, quatro golos marcados e outros tantos falhados por pouco, mas que não foi tão fácil como pareceu isso não foi não.
Em termos individuais destaque para Ronaldo pelos golos e pelos que quase marcou, para Quaresma pela excelência das assistências e por ter sido determinante no resultado, para André Gomes que pautou muito bem o jogo ofensivo e para Raphael Guerreiro incansável nas subidas ao ataque e sendo um dos desequilibradores da nossa selecção num dia em que ninguém jogou mal bem pelo contrário.
Depois Falamos

sexta-feira, novembro 11, 2016

As "Minhas" Câmaras (2) - Esposende

A Câmara de Esposende é, de há muitos anos a esta parte, um "passeio" para o PSD no que toca à disputa da sua liderança.
Depois de o CDS ter vencido as quatro primeiras eleições autárquicas a partir de 1989 foi sempre o PSD a vence-las com maiorias absolutas confortáveis e elegendo cinco vereadores contra dois da oposição do CDS e do PS.
As excepções foram 1989, ano da primeira vitória do PSD em que este elegeu quatro vereadores e o CDS três, e 2005 em que o PS conseguiu eleger dois vereadores, o CDS um e o PSD descendo para quatro manteve a maioria absoluta.
A esse domínio do PSD estão associados dois nomes.
Alberto Figueiredo e João Cepa.
O primeiro conquistou a câmara em 1989 e a ela presidiu até 1999 altura em que por vontade própria deixou funções e o segundo assumindo a presidência com a saída do antecessor venceu três eleições consecutivas deixando a presidência do município, por força da lei de limitação de mandatos, em 2013 altura em que o seu vice presidente, Benjamim Pereira, garantiu mais uma vitória do PSD com o habitual resultado de 5-2 em termos de vereadores eleitos.
Alberto Figueiredo deixou como marca do seu exercício uma imagem de competência, de seriedade e de humanismo reconhecido por todos quantos com ele trabalharam, e pelos munícipes na sua generalidade, enquanto  João Cepa teve como principais marcas dos seus exercícios a capacidade de decidir e uma visão pioneira em termos de apostas que se revelaram acertadas como, por exemplo, na área do Ambiente.
A cerca de um ano das eleições, e num cenário como o atrás escrito, parece que para o PSD as eleições autárquicas serão um caminho atapetado de... laranjas (porque de rosas podia ter outras leituras) até porque do lado da oposição tradicional não parece vir risco de maior.
Os actuais vereadores João Nunes (PS) e Berta Viana (CDS) que , honra lhes seja feita, fizeram uma oposição inteligente, sensata e construtiva tudo indica que não repetirão as candidaturas pelo que os respectivos partidos terão de encontrar novos candidatos e reiniciar um processo de construção de alternativas políticas.
É verdade que do lado do poder também há uma ou outra fragilidade chamemos-lhe assim:
Há muitos projectos, ideias, parcerias em construção mas obra no terreno é relativamente pouca e isso tem merecido alguns reparos dos cidadãos e dos autarcas de freguesia que, como é natural, querem sempre mais e melhor.
Depois há este ou aquele erro partidário, mais ou menos escusado, de que avultam especialmente dois: 
Uma nova comissão política concelhia composta exclusivamente por homens (nem uma só mulher) o que vai contra os sinais do tempo e será certamente explorado pela oposição junto do eleitorado feminino que não compreenderá esta discriminação.
E a ausência na nova comissão política do até agora seu vice-presidente, Rui Pereira, um dos vereadores mais reconhecidos pelo seu trabalho e ligação às populações.
Não sei (nem quis perguntar embora pudesse tê-lo feito) se a ausência se deve a recusa do próprio ou a não ter sido convidado mas não tenho a mínima duvida que a sua ausência é uma fragilidade que só o tempo permitirá aferir da dimensão.
No plano partidário e no plano autárquico.
Mesmo com esta ou aquela fragilidade, com este ou aquele erro, parece-me que a vitória do PSD e a manutenção da maioria absoluta serão uma realidade,com mais ou menos votos, se nela não interferir um enorme "se".
Um "se" chamado João Cepa.
O anterior presidente, que apoiou a candidatura de Benjamim Pereira mas dele rapidamente se afastou (um parêntesis para referir que nunca percebi se João Cepa não é hoje presidente da assembleia municipal porque não foi convidado ou sendo não aceitou) , tem vindo a assumir progressivamente criticas à gestão municipal e não esconde que gostaria de voltar a um lugar onde entende não ter concluído o projecto político que durante catorze anos corporizou.
E se João Cepa for candidato o panorama pode sofrer drásticas alterações.
Deixou uma boa imagem nos munícipes, tem lealdades no PSD e na Câmara que são importantes, contará certamente com apoios nos autarcas de freguesia que com ele trabalharam mais de uma década.
Resta saber se será candidato.
E se o for se será como independente ou por um pequeno partido (que lhe evitará a maçada de ter de arranjar as assinaturas necessárias a uma candidatura independente) ou, se como se vai ouvindo aqui e ali, liderará como independente uma lista do PS ou do CDS (hipótese que me parece bem mais provável) o que o tornará numa candidatura perigosíssima para o PSD.
Porque se na primeira das hipóteses põe claramente em risco a maioria absoluta do PSD ,embora seja difícil  mais do que isso, já na segunda pode perfeitamente ambicionar a vencer as eleições porque contando com uma máquina partidária e uma base eleitoral que já existe pode naturalmente adicionar-lhe a sua mais valia pessoal e construir um resultado ganhador.
Em conclusão:
Nas autárquicas de 2017  sem João Cepa o triunfo do PSD, como habitualmente, não terá história.
Com João Cepa candidato então haverá certamente história, muitas histórias e o resultado torna-se imprevisível!
Depois Falamos.