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quarta-feira, agosto 31, 2016

Fantasmas

Cada um é livre de acreditar no que quiser, até porque verdades definitivas são algo a evitar, mas faço parte daqueles que não acreditam em fantasmas.
Fantasmas como continuidade terrena daqueles que já partiram.
Muito menos em fantasmas que se dediquem às malfeitorias de bater portas, arrastar correntes, reflectirem-se em espelhos ou pregarem sustos aos pobres desgraçados que no que não conhecem veem um fantasma.
Podem "existir", sim,no mundo dos sonhos onde o campo de possibilidades é infinito e nela cabem essas simpáticas criaturas fantasmagóricas ora na versão aterrorizadora ora numa versão simpática e afável que os faz perder a aura de terror.
Às vezes no mesmo sonho encarnado ambos os papéis!
Mas não acreditando em fantasma "desses" não deixo de achar interessante a importância que a figura "fantasma" assume nas relações sociais, políticas, desportivas e por aí fora nos tempos que correm.
É o "fantasma" do líder que já não está, é o "fantasma" do dirigente que foi embora", é o "fantasma" das opções que não se deviam ter feito e fizeram ou que se deviam ter feito e não foram feitas com os consequentes maus resultados.
Fantasmas para todos os gostos e para todas as oportunidades que muitas vezes para mais não servem do que para justificar erros, opções e insucessos de figuras bem reais que por aí andam.
Até nas redes sociais, esse vício moderno que como o Tintim vai dos 7 aos 77 anos (e nalguns casos bem mais...), há lugar a uma nova classe de fantasmas que as "assombram" no geral e muito em particular no facebook.
Desde aqueles que nos pedem amizade e desaparecem como se de fantasmas se tratassem, nunca mais contactando nem fazendo prova de vida, aos que nos pedem amizade com perfis falsos e andam a "assombrar" as nossas páginas até ao dia em que nos fartamos e arranjamos um eficaz "Caça Fantasmas" chamado tecla de bloquear.
Eu não acredito nem gosto de fantasmas.
Quando muito gosto, e bastante, da "Casa dos Fantasmas" na EuroDisney e no Walt Disney World.
Aí sim há "fantasmas",
Mas esses são divertidos e divertem-nos.
Os outros...
Depois Falamos.

Negociatas

É todos os anos a mesma coisa!
As equipas começam as pré temporadas em inicio de Julho (algumas no fim de Junho se tiverem pré eliminatórias europeias) , fazem os seus jogos de preparação, iniciam os campeonatos com os grupos de trabalho mais ou menos definidos e depois assoladas por uma "febre" de origem monetária passam os dois ou três últimos dias com o mercado aberto num frenesim de transferências de jogadores.
Então o ultimo dia(hoje) é terrível.
É tão patético quanto revelador da "leveza" com que se gere o futebol profissional em Portugal.
Não é que noutros países não seja assim e hoje um pouco por toda a Europa o que mais há são negócios de ultima hora.
Mas a mim interessa-me prioritariamente o nosso país.
E o que vejo é deixarem para o último dia, e para as horas derradeiras, aquilo que poderia ser tratado com outra serenidade ao longo do mês de Agosto de molde a evitar estas "urgências" ridículas de última hora.
Nada disto sucederia, como é evidente, se o mercado fechasse no dia em que começasse a Liga e portanto fossem impossíveis mais entradas e saídas até Janeiro permitindo aos treinadores outra estabilidade no arranque das equipas.
Mas no futebol manda o dinheiro.
E por isso quer os empresários de jogadores, que são quem mais ganha com estes frenesins de ultima hora, quer os comissionistas que nos clubes ganham com este estado de coisas e querem facturar até ao limite, tem a força necessária para imporem este status quo e sujeitar o futebol a estes tratos de polé.
Porque clubes (que compram mais caro e ás vezes...desnecessário), treinadores e adeptos nada ganham com estas negociatas de ultima hora.
E os jogadores, mesmo que nalguns casos beneficiem de ganhos salariais, tenho dúvidas que acabem por beneficiar destes estado de coisas dada a forma como sai degradada a sua imagem em muitos casos.
Veja-se a titulo de exemplo os casos de Slimani, Luisão, Rafa e especialmente Adrien.
Mas é o que temos.
Depois Falamos

terça-feira, agosto 30, 2016

O Nosso 14

O resultado foi excelente, a exibição atingiu períodos de brilhantismo, mas esta equipa está ainda longe de ser "produto acabado" quer na sua constituição ideal quer no grupo que lhe dá suporte em termos de alternativas ao que se pode considerar o onze base.
Precisa de duas coisas essencialmente.
Uma  é um central experiente e um trinco mais "pesado" que dê garantias em terrenos de inverno.
A outra é não sair mais ninguém.
Muito menos se isso for pretexto para virem mais "emprestados".
Individualmente:
Douglas: Sem culpa nos golos ainda evitou outro com defesa de grande nível.
João Aurélio: Melhor a atacar do que a defender, onde dá demasiados espaços, precisa de melhorar fisicamente. Neste estado de forma não entendo porque não joga Bruno Gaspar.
Josué: Bom jogo do capitão vitoriano. A defender nada a apontar e a atacar saiu várias vezes a jogar de forma esclarecida.
Pedro Henrique: Tem responsabilidades no primeiro golo pacense.Depois uma exibição algo intranquila nomeadamente com a bola nos pés.
Rúben Ferreira: Não me parece um jogador em forma com a agravante de, ao contrário de J.Aurélio, não existir alternativa visível. A saída de Luís Rocha foi um erro evidente.
Rafael Miranda: Uma exibição de altos e baixos. Bem a desarmar, regular a passar, mal quando recuou para a beira dos centrais e complicou alguns lances.
João Pedro: Formou com Marega a dupla de melhores e mais decisivos jogadores vitorianos nos ultimos dois jogos. É claramente um jovem talentoso a caminho de uma bela carreira. Joga , faz jogar, lidera o meio campo vitoriano com classe.
Hurtado: Um belo golo, uma movimentação mais consistente mas longe de tal lhe garantir a continuidade como titular. Especialmente agora que chegaram Bernard e Hernâni.
Marega: Três golos em dois jogos, jogadas impressionantes de força, um terror para a defesa adversária. Pela compleição e forma de jogar lembra-me Yekini que tanto brilhou (e marcou) no outro Vitória. A continuar assim temos boas razões para recear...Janeiro.
Soares: Encontrou o golo que procurava com algum "desespero" desde que tinha falhado o penalti com o Braga. E vai certamente marcar muitos mais porque é homem-golo.Um bom jogo e um entendimento prometedor com Marega.
Rafinha: Um jovem cheio de talento que de jogo para jogo se vem afirmando fruto da confiança que está a ganhar. Um golo na Madeira, uma assistência para Marega depois de uma excelente jogada, um talento para extremo que qualquer equipa aprecia. Não é um jogador feito (naquela idade ninguém o é) mas promete ser um grande jogador se continuar a evoluir a este ritmo. Para isso tem de jogar.
Os suplentes utilizados foram:
Bernard: Mostrou a boa técnica que já se lhe conhecia e ao fim de apenas dois dias de treino não se podia exigir mais. Uma coisa é certa: Esta equipa é veloz na forma de jogar e Bernard tem de se adaptar a isso se quiser ter lugar nela.
Alexandre Silva: Sem tempo para grande coisas.
Moreno: Entrou para queimar tempo.
Não foram utilizados:
João Miguel Silva, Bruno Gaspar, Tozé e Areias

Melhor em Campo: Marega

Decorridos três jogos, e agora que a Liga vai parar duas semanas, podemos considerar que o Vitória teve um bom inicio de época (o percalço da 1ª jornada foi apenas isso,um percalço) e as perspectivas são positivas.
Desde que não se pratique um "hara quiri" em relação ao plantel.
Depois Falamos

Curta Reflexão

Não sou muito, nem pouco, de ver noticiários televisivos sobre desgraças.
A maior parte não passam de lixo televisivo.
Crimes, mortes, assassinatos, desgraças várias, "directos" de funerais, entrevistas a familiares próximos dos mortos, roubos e assaltos, sequestros e agressões é toda uma girândola de aproveitamento sensacionalista da desgraça alheia que repudio por completo.
E por isso não escrevo sobre esses assuntos.
Mas hoje abro uma excepção para breve comentário a dois casos recentes:
O de Ponte de Sor e o de Gondomar.
Que envolvem apenas e só adolescentes.
Num caso dois jovens de 17 anos, embriagados, agridem brutalmente um de 15 anos levando-o à cama do hospital numa situação clínica muito grave.
Noutro um jovem de 16 anos mata, por ciúmes, um outro de 14 anos.
Embriaguez e ciúmes.
Numa faixa etária entre 14 e 17 anos?
Idades demasiado precoces, digo eu, para jovens beberem alcool e para namorarem.
Antiquado?
Talvez seja.
Mas o que é ser moderno?
Conviver com realidades destas?
Duvido.
Depois Falamos

P.S Claro que ambos os casos tem uma complexidade e uma envolvência (especialmente o primeiro) bem maiores. Mas o objectivo deste texto é mesmo uma reflexão muito simples

domingo, agosto 28, 2016

Categórico

Antes de mais há que dizer que este jogo foi uma excelente propaganda para o futebol.
Muitos golos (e alguns de grande espectacularidade), alternância no marcador, excelentes jogadas, correcção dos intervenientes e um público vitoriano que valorizou o espectáculo e ajudou a equipa com um apoio permanente e ás vezes espectacular.
Dito isto há que dizer que o Vitória fez uma bela exibição em termos ofensivos, marcando cinco golos (número raramente atingido nos últimos anos) e criando ocasiões para outros tantos na demonstração de um agradável poderio ofensivo como não se via há bastante tempo.
A defender é que as coisas estiveram menos bem com a equipa a denotar alguma permeabilidade, especialmente pelos flancos, sem com isto tirar mérito ao adversário que nunca baixou os braços mesmo quando o resultado ameaçava atingir uma expressão histórica.
Serenamente parece que Pedro Martins está a construir uma boa equipa, que joga bom futebol e marca golos, prometendo se continuar neste rumo devolver aos adeptos um entusiasmo e uma motivação que de há muito estavam arredias  das bancadas.
Foi bonito ver a alegria dos adeptos, o entusiasmo nos cânticos, o apoio avassalador das bancadas para o relvado durante os noventa minutos numa comunhão entre equipa e adeptos que no passado fez coisas bonitas de que todos nos lembramos.
Mas nem tudo são "rosas" pelo que há que por alguma calma nas expectativas.
A equipa não é um projecto "acabado", continuam a faltar um ou dois jogadores que deem consistência ao que de bom já existe (um central experiente e um trinco mais "pesado"),e espera-se que até ao dia 31 de Agosto o plantel não seja fragilizado com saídas desportiva e financeiramente desnecessárias.
Quanto ao trio de arbitragem ficam-me sérias dúvidas no pénalti contra o Vitória porque me parece que a falta foi fora da área e ainda não vi repetição televisiva que me esclarecesse.
No resto fez um trabalho perfeitamente aceitável.
Depois Falamos

P.S Não adianta chorar sobre "leite derramado" mas não deixo de pensar que o adversário da 1ª jornada teve muita sorte...

sexta-feira, agosto 26, 2016

A Professora

Ás vezes lembro-me da Professora.
Quer da que mais me marcou, a da escola primária, quer das outras que pelo percurso escolar me ensinaram tanta coisa e me mostraram novos mundos que ainda não conhecia e que depois de conhecidos me marcaram a Vida de forma indelével.
Também tive professores, é verdade, quer no liceu quer na universidade mas de nenhum (e alguns excelentes) me ficou recordação tão forte e perene como das professoras que me marcaram a Vida.
Desde logo a D. Maria Emília Azevedo que me ensinou as primeiras letras e números, que era uma senhora adorável com ar de avó e olhava os alunos como netos e netas ,tratando-os com um carinho e uma sensibilidade especial, mas na hora da severidade (ou seja dos nossos erros) não tinha contemplações e a régua e o ponteiro "trabalhavam" de forma "instrutiva" a par de alguns bofetões que não faziam mal a ninguém mas melhoravam o nosso rendimento escolar de forma substancial.
Politicamente incorrecto face aos actuais métodos de ensino, não duvido, mas há quarenta e tal anos atrás as crianças vinham educadas de casa e os professores tinham apenas de se preocuparem em ensinar usando os métodos que melhor lhe pareciam sem preocupações (embora aqui e ali corrigindo e aperfeiçoando) com a educação propriamente dita.
A verdade é que em cada aluno e aluna deixava um amigo e comovia-se até ás lágrimas quando antigos alunos a visitavam em casa na fase final da sua vida.
Fi-lo por mais que uma vez e bem sei o quanto ela adorava os seus meninos e meninas que o eram para sempre sem ligar à idade em que se encontravam.
Era extremamente exigente com o português e devo-lhe o ter aprendido a escrever correctamente (já as pontuações...) mantendo pela vida fora a exigência que ela sempre me inculcou desde a primeira classe quanto à nossa língua materna.
Talvez por isso ao longo da Vida sempre mantive perante as minhas professoras de português uma atitude de permanente atenção, observação atenta, juízo critico e vontade de fazer bem feito, tendo recebido delas ensinamentos, lições e exemplos que mantenho sempre presentes e que me são caros no meu dia a dia.
Reconheço,contudo, que pese embora os esforços de todas elas sem excepção ainda não afinei a questão das pontuações tão bem quanto desejaria embora também ainda não tenha desistido de o fazer.
E uma das coisas em que preservo e homenageio a memória das minhas professoras, especialmente de português, é o recusar-me a escrever segundo as regras dessa aberração chamada acordo ortográfico que apenas serve para deturpar a língua portuguesa.
Não foi assim que a D. Maria Emília (e a sua régua...) me ensinaram a escrever e não vou desperdiçar as suas preciosas lições ( e reguadas...) em prol de um acordo que não serve para nada e de que ninguém gosta.
Neste tempo em que o regresso ás aulas está iminente deu-me para me lembrar da minha professora primária  e de outras professoras que tive porque face ao que se vê hoje na Educação dou muito valor ao que elas sempre transmitiam e algumas ainda hoje transmitem.
Amor pela profissão, paixão pelo ensino, respeito pelos alunos.
Depois Falamos

quinta-feira, agosto 25, 2016

Sorteio da Champions

Hoje foi dia de sorteio na Liga dos Campeões com a presença de três equipas portuguesas.
Dentro dos condicionalismos e surpresas que uma prova deste nível sempre encerra pode dizer-se que Benfica e Porto tiveram "sorte" e o Sporting "azar".
Mas os jogos se encarregarão de confirmar.
Previsões por grupo?
Vamos a elas.
No grupo A parece-me claro o favoritismo de Arsenal e PSG. 
Os outros são claramente inferiores.
No B creio que Benfica e Nápoles serão apurados mas aqui há duas equipas, especialmente o Besiktas, que podem desfazer prognósticos.
O grupo C tem dois favoritos claros, Barcelona e Manchester City (regresso de Guardiola a Camp Nou) , um outsider a considerar (Borussia Monchengladbach) e um Celtic que não se apurará mas certamente animará os jogos com os seus fantásticos adeptos.
No D penso que Bayern e Atlético de Madrid são favoritissimos. O PSV anda longe do passado e o Rostov vem ganhar experiência.
O Grupo E é o mais aberto de todos.Nele qualquer uma das equipas se pode apurar dado não existirem significativas diferenças em termos de qualidade.
Aposto em ingleses e alemães mas os monegascos podem discutir o apuramento. Os russos, cabeças de série, parecem-me o elo mais fraco.
O Grupo F parece-me caso arrumado.
Real Madrid e Borússia Dortmund são claramente favoritos e passarão.
O Sporting, ainda por cima com Jorge Jesus empenhadissimo em ganhar o campeonato e em não desperdiçar forças na Europa, terá como objectivo fazer alguns pontos e valorizar este ou aquele jogador.
O Grupo G parece-me também ele caso arrumado a favor de Porto e Leicester.
Se nenhum deles ligar o "complicador" como é evidente.
Finalmente no H creio que Juventus e Sevilha serão os grandes candidatos face a Lyon e Dinamo de Zagreb que são de outro "campeonato".
Mas são previsões que o rolar da bola confirmará ou desmentirá.
Aguardemos pelos jogos.
Depois Falamos

quarta-feira, agosto 24, 2016

Mais do Mesmo

Começou mais uma época futebolística.
Só mais uma porque na verdade tudo se mantém na mesma em relação aos últimos largos anos.
A Liga que devia zelar pela seriedade e verdade desportiva das duas competições que organiza é a primeira a aldrabá-las com um sorteio feito à medida dos interesses de três clubes.
Os restantes, em vez de defenderem os seus direitos e impedirem a aberração, mantém a postura atenta , veneradora e obrigada de chapéu na mão e mão estendida na esperança de apanharem umas "migalhas" (leia-se jogadores emprestados) caídas da mesa do poder.
A comunicação social escrita mantém, também ela, a postura de sempre: A Bola e o Record defendem os interesses de Benfica e Sporting (por esta ordem) e O Jogo os do Porto fazendo dos outros clubes (já para nem falar das restantes modalidades) apenas o recurso necessário a encherem páginas.
Os clubes candidatos ao titulo, que pela sua dimensão associativa e implantação nacional, deviam ser os primeiros a zelarem pelo bom nome da competição e pelo respeito por todos os intervenientes (até pelo interesse comercial no prestigio da industria futebol) já estão envolvidos nas patéticas, absurdas e apalermadas discussões de quem é mais beneficiado ou prejudicado como se por acaso não fossem os três muito mais beneficiados que todos os outros juntos!
E ainda vamos na segunda jornada...
Restam as televisões.
Onde o "mais do mesmo" é cada vez mais "mais do mesmo".
Programas com comentadores afectos apenas a esses três clubes, discussões intermináveis que apenas rebaixam e descredibilizam o futebol, utilização desses programas para pressionarem de forma imoral e canalha os agentes do futebol, nomeadamente os árbitros, que já sabem que se tomarem decisões que desagradem aos "donos disto tudo" tem "missa cantada" na rtp,sic,tvi e cm tv .
Nunca vi uma intoxicação tão intensa e nociva da opinião pública como a feita por esses canais de televisão em relação ao futebol e a três clubes que monopolizam noticiários, debates, reportagens e comentários.
Uma vergonha digna de um país de terceiro mundo e de uma sociedade brutalmente inculta em termos desportivos.
Felizmente a época futebolística também começou em Espanha, Inglaterra, Itália, Alemanha, França.
E desses campeonatos podemos ver o que realmente interessa.
Grandes equipas, grandes jogadores e grandes jogos.
Valha-nos isso.
Depois Falamos

segunda-feira, agosto 22, 2016

Medalhas...

Portugal é um país engraçado.
Com a louvável excepção dos que gostam verdadeiramente de Desporto,que são uma minoria, os restantes passam três anos e cinquenta semanas sem o mínimo interesse por outra modalidade que não seja o futebol e as suas incidências mil vezes repetidas e discutidas até à exaustão e ao absurdo.
Querem lá saber da canoagem, do judo, do ténis de mesa, da ginástica, da natação , do atletismo, do taekwondo, do ciclismo, do ténis,do hipismo, da vela.
Mas depois, de quatro em quatro anos, chegam as tais duas semanas em que se disputam os Jogos Olimpicos.
E aí todos passam não só a perceber de tudo como se acham no direito de opinar, ás vezes de forma violentamente critica, sobre modalidade de que nada entendem e pelas quais só se interessam por serem moda momentânea.
E a exigirem medalhas é claro.
Como se Portugal, com aquilo que é a sua tradição desportiva em termos de ecletismo e condições de formação, tivesse a obrigação de ombrear com países da nossa dimensão (já nem falo de EUA, Rússia, China, Alemanha, etc para não cair no ridículo),mas que levam o desporto a sério há muitas décadas, na conquista de titulos e medalhas.
Não temos essa obrigação.
Ou melhor, não temos o direito de exigir aos nossos actuais atletas que façam mais do que aquilo que fazem nas condições em que praticam os seus desportos favoritos. E que, sabe Deus e sabem eles, são bem diferentes daquelas que se consideram geralmente adequadas.
Muitas vezes a custas suas ou dos pais como há exemplos conhecidos!
Por isso não acho que a participação portuguesa no Rio 2016 tenha sido tão má como ás vezes se quer fazer crer.
Disputaram-se finais, ganharam-se diplomas, conquistou-se uma medalha de bronze.
É pouco?
Talvez seja.
Mas a cultura desportiva de Portugal e da maioria dos portugueses não merece mais.
Quando o Estado quiser levar a sério o ensino, a prática e o fomento desportivo; quando os portugueses perceberem que há mundo para lá do futebol; quando a comunicação social der ás restantes modalidades 10% da atenção que dá aos penaltis, foras de jogo, "casos " e "casinhos" do desporto-rei então Portugal ganhará medalhas e os portugueses terão o direito de serem mais exigentes com os seus atletas olimpicos.
Até lá, e porque Carlos Lopes, Rosa Mota, Fernanda Ribeiro e Nélson Évora (para só citar os medalhados com ouro) são excepções que confirmam a regra teremos de nos contentar com o que temos que corresponde ao que merecemos.
Muito fizeram eles no Rio 2016.
Só temos que lhes estar gratos.
Depois Falamos

Vício de Estado

Sou um apostador regular, e razoável, no Euromilhões.
Jogo à sexta feira, de vez em quando à terça também, sempre uma aposta de dois euros independentemente do valor do prémio em causa.
Sejam 15 milhões sejam 100 ou mais como já aconteceu.
E por isso foi com grande surpresa que um destes dias tomei conhecimento do aumento do preço das apostas (um aumento de 20% na aposta mínima) e das razões que lhe estão subjacentes.
Um novo jogo, chamado Totosorteio, a que se torna obrigatório concorrer se se quiser jogar no Euromilhões. 
Ou seja o Euromilhões passa a custar 2,20€ e o novo jogo 0.30€ pelo que a aposta mínima no primeiro dos jogos passa para um total de 2,50€.
Acho completamente sui generis não só a justificação para a criação do novo jogo como também um Estado que fomenta o jogo.
Por um lado porque não é assim que se combate a proliferação de sorteios clandestinos mas sim através da fiscalização e adequada punição aos que se dedicam a esse tipo de actividade.
Por outro porque sendo verdade que só joga quem quer não é justo aproveitar o gosto pelo jogar o Euromilhões de tantos portugueses para lhes impingir à força mais um jogo.
Eu vou continuar a jogar o meu euromilhões semanal.
E mesmo sabendo que não me servirá de nada fá-lo-ei sobre veemente protesto!
Depois Falamos

domingo, agosto 21, 2016

Parabéns Brasil

Tenho que dar a mão à palmatória.
Fui daqueles, não sei se poucos se muitos,que manifestaram muitas duvidas quanto ás possibilidades de o Brasil ter sucesso na organização de um evento com a complexidade de uns Jogos Olímpicos.
Parecia-me um dossier demasiado complexo para um país com as especificidades do Brasil.
Mas estava enganado e reconheço-o com grande satisfação.
Porque pese embora alguns pequenos problemas, da aldeia olímpica à poluição na lagoa da canoagem, que acontecem em qualquer olimpíada a verdade é que o Rio 2016 foi um enorme sucesso e uns Jogos que ficam para a História olímpica.
Porque correram bem, porque neles se bateram recordes, porque apareceram novos atletas de qualidade extraordinária nas provas individuais e porque as competições de equipas foram todas elas (talvez com excepção do basquetebol masculino...) rijamente disputadas e proporcionando nalguns casos grandes espectáculos.
Mas estes serão para sempre os Jogos de Michael Phelps, Simone Biles e Usain Bolt.
As 28 medalhas de um e o triplo triplo de outro , ambos na despedida olímpica, e as cinco medalhas da ginasta americana (que aos 19 anos tem mais olimpíadas pela frente) consagraram-nos como as figuras maiores do Rio 2016 e deixam uma fasquia elevadíssima para o futuro.
Terminou o Rio 2016, viva Tóquio 2020.
Até lá...obrigado Brasil!
Depois Falamos

sábado, agosto 20, 2016

Categórico

Já vi muitos Marítimo-Vitória, alguns presencialmente nos Barreiros, mas não me lembro de um triunfo tão categórico como o alcançado na manhã de hoje (originalidades da Liga...) pela equipa vitoriana face a uns insulares que ainda devem estar algo atordoados pelos vendaval de futebol que os assolou.
Com apenas uma alteração relativamente ao jogo anterior, saiu Valente (até dos convocados) e entrou Rafinha, a equipa vitoriana entrou muito personalizada e assumindo o jogo de forma clara empurrando os anfitriões para uma postura defensiva que não esperariam.
Aos sete minutos, de baliza aberta, Marega atirou ao poste e percebeu-se então que o golo vitoriano não tardaria face ao atabalhoamento defensivo dos madeirenses que nunca se entenderam quer com o bom futebol vitoriano quer com a rapidez do seu trio atacante sempre bem municiado por um João Pedro que pegou na "batuta " que se espera mantenha por muito tempo.
Depois chegaram os golos, por Rafinha e Marega, e o Vitória continuou a mandar no jogo com grande determinação (há muito tempo que não via tanta personalidade na equipa) indo para intervalo com a questão decidida ou quase.
Na segunda parte a equipa reentrou com Alexandre Silva no lugar de Rafinha (talvez lesionado,talvez por causa do amarelo) mas a determinação manteve-se igual e o Vitória deu um verdadeiro festival de oportunidades construidas e desperdiçadas por Soares e Marega que não estiveram nada felizes em termos de concretização evitando ao Marítimo sofrer uma goleada histórica.
Em suma uma bela exibição vitoriana com a equipa a funcionar como...equipa (evolução clara em relação à primeira jornada) sendo de destacar as exibições individuais de Douglas, Josué, João Pedro e Marega (um golo e uma assistência) num colectivo que valeu pelo todo.
Continuo a pensar que ainda cabem no plantel mais dois jogadores (além de Bernard) mas a base existente já é de muito interessante qualidade e se não se registarem mais saídas pode proporcionar uma classificação dentro dos nossos pergaminhos.
Depois Falamos

Regresso a Santiago

Reza a lenda (familiar) que a primeira vez que visitei Santiago de Compostela, teria eu os meus três anos de idade, cumpri a tradição de dar com a cabeça os três toques no pórtico da Glória  com tal entusiasmo que além de um pequeno "galo" fiquei "condenado" a voltar a Santiago mais vezes.
Tenho-o feito ao longo dos anos.
Sempre com um imenso encanto porque Santiago é uma das cidades espanholas de que gosto mais pela sua História, monumentalidade e importância de que se reveste para a história da peninsula ibérica.
Nunca fiz o caminho de Santiago mas morando à margem de um dos percursos mais utilizados por peregrinos, no "caminho português", vejo-os passar diariamente ao longo do ano e com alguma curiosidade confesso.
Recentemente, depois talvez uma década de ausência voltei a Santiago.
Voltei à catedral, aquelas ruas encantadores que a rodeiam, a todo o fascínio que a milenar cidade encerra.
Com duas notas:
Como sempre, mas talvez ainda mais, cheia de peregrinos de todo o mundo que lhe dão um ar universal e cruzamento das mais diferentes culturas e povos. E muitos deles jovens com a alegria e a espontaneidade que essa faixa etária sempre encerra.
Mas com uma seguranças nas ruas como nunca lá tinha visto.
Agentes da "Guardia Civil"a pé e de carro, com armas automáticas, acompanhados nalguns casos de cães com ar pouco amigável e um mais que notório estado de prevenção perfeitamente compreensível nos tempos infelizes que se vivem numa Europa exposta ao terrorismo.
E Santiago de Compostela, um dos principais centros de peregrinação da cristandade a nível mundial, é evidentemente um alvo apetecível para o Daesh, a Al Qaeda e outros movimentos terroristas que ao abrigo de pretensas diferenças religiosas mais não querem do que espalhar o terror e a morte.
Sinal dos tempos...
Voltarei a Santiago!
Depois Falamos

quinta-feira, agosto 18, 2016

Hino do Vitória: Trinta Anos

Há datas que merecem ser lembradas.
Mais ou menos há 30 anos, no longínquo Agosto de 1986, colaborava na extinta Rádio Guimarães com um conjunto de amigos e amigas que deram ás rádios locais e à comunidade vimaranense um conjunto de pessoas que se tem destacado em diversas áreas ao longo destas três décadas decorridas.
Era então responsável pela secção desportiva com a "pesada" responsabilidade de relatar os jogos do Vitória em parceria com o Francisco Tadeu e com suporte técnico do Dino Freitas e do José Ferreira.
Tínhamos-nos estreado semanas antes, num Vitória-Atlético de Bilbau que servira de apresentação aos sócios (derrota do Vitória por 1-4), as coisas não tinham corrido mal e a direcção da rádio decidiu apostar no relato de todos os jogo em casa e fora o que constituiu um desafio tão difícil quanto aliciante.
Quis o destino que o primeiro jogo do campeonato fosse em Braga, triunfo por 1-0 do Vitória (como era normal nesses tempos) o jogo a seguir em casa com o Porto foi em Fafe (2-2), deslocamo-nos de seguida à Póvoa (0-0)e na quarta jornada recebemos o Marítimo.
E foi aí que começou esta bela história que por estes dias faz trinta anos.
Ao sairmos dos estúdios da Rádio Guimarães  (na urbanização da Sra da Conceição) para nos dirigirmos ao estádio (que fica trezentos metros abaixo) afim de fazermos o relato do jogo o Dino Freitas veio ter comigo e com o Tadeu, entregou-nos uma cassete e disse que tinha feito um hino para o Vitória e que tentássemos pô-lo a tocar na instalação sonora do estádio.
Nesse tempo os relatos eram feitos da cabine sonora da "Comissão de Fundos para um Vitória Maior" (eu sei que para alguns isto deve parecer...chinês) onde passavam também a publicidade e liam a constituição das equipas.
Lá chegados, e enquanto o José Ferreira montava a aparelhagem, eu e o Tadeu fomos falar com o senhor Custódio Garcia que era o responsável pela cabine de som (grande e saudoso Amigo e extraordinário vitoriano) e pedimos-lhe para no intervalo do jogo por a tocar a cassete com o hino.
Se bem me lembro ele achou piada, ouviu-o   num leitor de cassetes onde tinham os spots publicitários e gostou , dando  o seu ok para a transmissão do mesmo pela instalação sonora do estádio.
Foi um sucesso imediato.
E nestes trinta anos decorridos o "Hino do Vitória", também conhecido pelo "hino do Dino" para o diferenciar de outros que foram aparecendo mas sem sucesso minimamente comparável,,tem estado presente em todos os grandes momentos do clube e constitui um enorme factor de união entre os vitorianos e de motivação dos adeptos antes do início de cada jogo.
Foi há trinta anos.
Mas parece que foi ontem...
Depois Falamos.

O Telex

As gerações mais novas nem sabem, provavelmente, o que era esta maquineta muito utilizada décadas atrás para comunicação e que antecedeu o também já quase arcaico fax.
Num tempo em que não havia internet nem telemóveis era o que havia.
Lembro-me que trinta anos atrás quando iniciei a minha colaboração na extinta (e saudosa) Rádio Guimarães, uma verdadeira rádio pirata, não havia dinheiro para esses luxos e portanto se queríamos notícias quer de informação geral que de desporto (e eu fui o primeiro responsável pelo departamento desportivo da Rádio) tínhamos de ir atrás delas de molde a podermos fazer noticiários com um mínimo de interesse e actualidade.
Noticiários esses que, obviamente, apenas versavam a realidade local porque éramos uma rádio...local!
Depois fui para a Rádio Fundação, ainda no sotão do C.A.R. na rua de Santa Luzia (Francisco Agra) e lá também não havia telex pelo que a exigência de encontrar notícias se mantinha bem premente no dia a dia.
Passadas uma semanas a RF mudou-se para umas magnificas instalações na Rua de Gil Vicente (provavelmente as melhores que alguma vez uma rádio local teve nesse tempo no país inteiro) e aí sim já havia telex porque era orientação da direcção da cooperativa que nada faltasse.
Se bem me lembro o então director de programas (o melhor que alguma vez conheci) ,José Garcia, foi o único que se manifestou contra a instalação da maquineta porque entendia que o passarmos a dispor de telex e dos serviços informativos que lhe estavam associados ia criar um "aburguesamento", conduzir à preguiça, tender a deixar de irmos para a rua em busca de notícias e reportagens e fazer perder o espírito de rádio local que era o que as tornava verdadeiramente diferentes das nacionais.
Tinha toda a razão como o futuro veio a comprovar exuberantemente com a realidade, agravada pelo faz e exponenciada pela internet, de muitas vezes ouvirmos noticiários nas rádios locais sem uma única notícia ...local.
Lembro-me muitas vezes destes assunto e dos "telexes" informativos de hoje quando vejo noticiários televisivos cheios de notícias que em bom rigor não nos interessam para rigorosamente nada.
Cheias na Índia, incêndios nos Estados Unidos, derrocada de um prédio na Malásia, descarrilamento de um comboio em França (vão ao detalhe de informarem que um ferido foi evacuado de helicóptero para o hospital), naufrágio de um ferryboat no Vietname e por aí fora num perfeito espírito "telex" de encher noticiários com o que vai chegando das agências internacionais ao invés de procurarem dar notícias das que realmente nos interessam.
Na minha vertente turística, muito pobre para o que gostaria, já tive oportunidade de visitar uma dúzia de países e ,podendo, sempre tive a curiosidade de espreitar os respectivos noticiários televisivos mesmo não entendendo muito do que era dito (nalguns casos) mas sempre para perceber o modelo e ver se falavam de Portugal.
Durante anos a fio passei duas semanas de férias de Verão em Espanha e vi centenas de noticiários nos diversos canais.
Não me lembro de alguma vez ver notícias sobre Portugal que não fossem muito esporadicamente sobre desporto.
Mesmo em Espanha país vizinho.
Se calhar nesses países não gostam do modelo informativo tipo telex...mas como nós por cá é que somos finos eles é que devem estar errados!
Depois Falamos

segunda-feira, agosto 15, 2016

Equívocos!

Em primeiro lugar, e antes de falar sobre a exibição, a táctica ou o resultado (injusto) há que dizer que o Vitória vive um equivoco que está na base de tudo aquilo que ontem fez de menos bom num dérbi que esteve perfeitamente ao seu alcance ganhar mas uma vez mais perdeu!
E esse equivoco prende-se com a gestão desportiva do plantel em pelo menos duas opções:
Uma porque pese embora todos os exemplos já provados em contrário quem manda continua convencido que se pode fazer e desfazer uma equipa todas as épocas sem consequências desportivas em termos de resultados e classificações.
Não pode. 
Rui Vitória, em especial, mas também Armando Evangelista e Sérgio Conceição, foram vítimas dessa forma de gerir.
Basta lembrar a equipa que ganhou a taça de Portugal, e que devia ter sido a base de um crescimento sustentado do clube, que foi imediatamente desfeita e a preços bem abaixo do valor real dos jogadores.
O outro equivoco é continuar a pensar-se que jogadores que SLB/SCP/FCP não querem nem para suplentes das suas equipas podem ser titulares do Vitória e dar à equipa o acréscimo de qualidade que lhe permita lutar pelas classificações europeias.
E embora haja excepções (como Otávio mas apenas na segunda época) a regra é que são jogadores que não acrescentam nada e ainda roubam espaço aos que são nossos e nada lhe ficam a dever em qualidade antes pelo contrário.
Bastará recordar os nomes de Sami, Rosell, Vítor Andrade, Ivo Rodrigues, Urreta, Abdoulaye entre outros.
E esses dois equívocos condicionam a prestação desportiva e competitiva da equipa.
Ontem foi mais um exemplo disso.
Perante um Braga com uma equipa rotinada, assente numa base sólida de jogadores com alguns anos em conjunto e dotada de alguns valores individuais de muito boa qualidade o Vitória apresentou uma  equipa em que apenas três jogadores (Josué, Pedro Henrique e Valente) foram titulares habituais na época passada porque tudo o resto ou era novo no clube, ou vinha de uma prolongada estadia no banco como era o caso de Douglas ou tinha subido da equipa B como João Pedro.
Novos laterais, meio campo todo diferente, um ataque em que se fez sentir (e muito) a ausência de Dourado a sua grande referência, é o retrato de uma equipa novamente em construção e denotando lacunas que uma vez mais se teme sejam supridas por "restos" alheios.
Mesmo assim o Vitória fez uma segunda parte de razoável  nível, em que se superiorizou ao Braga, construindo várias oportunidades de golo que não foi capaz de concretizar excepto num caso mas com Marega em fora de jogo bem assinalado.
O Vitória reagiu bem, mesmo com alguma "trapalhice táctica entre os avançados que tanto trocavam de posição que acredito que até a eles se baralharam, a uma primeira parte em que o Braga foi melhor (marcando um golo de grande execução a par da criação de mais duas grandes oportunidades que podiam ter resolvido logo o desfecho da partida) e demonstrou que há matéria prima para construir uma equipa razoavelmente competitiva e ambiciosa se houver o bom senso de contratar reforços " a sério" e não ficar pendurado no que os outros não querem.
Em suma uma entrada no campeonato com a mais detestável das derrotas (em casa com o Braga) num jogo em que o Vitória fez o suficiente para não perder e com uma pontinha de sorte até podia ter ganho.
Mas pelo que se passou em campo e pelos equívocos atrás referidos só nos podemos queixar de nós próprios.
Hugo Miguel fez um trabalho sem influência no resultado, arbitrando de forma imparcial mas muito "miudinha" apitando a tudo, merecendo  apenas critica pela forma como permitiu o constante anti jogo do guarda redes bracarense que aos 16 minutos de jogo já estava a queimar tempo.
De facto hás aspectos em que mentalidade de equipa pequena vem ao de cima de forma completamente incontrolável...
Depois Falamos.

O Rei em Casa

Já  tive oportunidade de me referir a este assunto no facebook mas deixo agora uma curta nota aqui no blogue.
Acho que foi uma excelente ideia colocar esta réplica da estátua de D.Afonso Henriques, esculpida por Soares dos Reis, em frente ao estádio que ostenta orgulhosamente o nome do monarca que fundou Portugal.
Reforça a ligação do Vitória a Guimarães e à História de Portugal, reforça o orgulho dos vitorianos em terem dado ao seu estádio um nome com tanto simbolismo, é mais uma atracção que levará visitantes ao estádio e à realidade vitoriana.
Aplaudo sem reservas.
Quer a empresa que fez a estátua quer a direcção do Vitória que em boa hora promoveu e autorizou a sua colocação naqueles espaço.
E é com todo o gosto que o faço
Depois Falamos

O Nosso 14

Sobre o jogo escreverei outro texto não deixando contudo de considerar, desde já, que o resultado foi injusto para o Vitória face ao que se viu nos 90 minutos.
Neste fico-me pelas exibições individuais e pela escolha do melhor vitoriano em campo.
Douglas: Sem culpas no golo ainda evitou outro numa noite de pouco trabalho. Na baliza não tem o Vitória problemas.
João Aurélio: Permeável a defender e ineficaz a atacar fez um jogo para o fraco. Não percebi a razão de Bruno Gaspar ser suplente.
Josué: Um dos melhores vitorianos numa exibição personalizada  e em que demonstrou classe.
Pedro Henrique: Chegou para as "encomendas" mas sem brilhantismo e com algumas aflições face às movimentações dos adversários que caiam na sua zona.
Ruben Ferreira: Uma exibição muito modesta a exemplo da de João Aurélio mas com a agravante de ter executado mal inúmeros cruzamentos.
Rafael Miranda: Uma exibição certinha procurando arrumar o meio campo e cortar linhas de passe ao adversário.
João Pedro: A exibição mais conseguida do Vitória. Correu quilómetros, procurou arrumar a equipa, jogou a toda a largura do terreno com passes bem medidos e mostrou uma "raça" que manteve os adversários em respeito.
Valente: O mais esforçado dos avançados vitorianos procurou levar a equipa para o ataque através de processos para os quais não está particularmente talhado. Não é um transportador de bola, não é um extremo para ir á linha, é simplesmente um homem de área com faro de golo e é na área que tem de jogar. Pensei que já toda a gente tinha percebido isso...
Soares: Esteve nos lances mais perigosos do Vitória mas não era o dia dele. Impressionou a falta de confiança com que partiu para bater a bola no penalti.
Marega: Fisicamente possante não me parece um virtuoso com a bola nos pés. Daí há que tirar partido das suas caracteristicas nomeadamente a força e a velocidade. Mas para isso parece-me que terá de perder algum peso. Jogou em várias posições mas em nenhuma foi particularmente feliz. No golo anulado estava em claro fora de jogo.
Hurtado: Não acrescentou nada ao que já se lhe conhecia da época passada. Talvez de realçar apenas o facto de procurar estar mais em jogo.
Rafinha: Uma excelente entrada em jogo a mexer com a equipa e a assustar a defensiva bracarense. Promete.
Areias: No pouco tempo em jogo conseguiu arrancar um penalti o que já não foi nada mau. Face ao rendimento de Marega talvez fosse de ter entrado mais cedo.
Bruno Gaspar: Pouco tempo em jogo mas o suficiente para não se perceber porque não foi titular.
Miguel Silva,Marcos Valente, Moreno e Tozé não foram utilizados.
Uma conclusão final, neste contexto, sobre a equipa e plantel do Vitória.
É impensável que até 31 de Agosto saia algum dos seus jogadores porque se isso acontecer a época será seriamente posta em risco quanto aos objectivos europeus que tem de ser sempre os nossos.
E refiro-me, concretamente, a Josué, João Pedro , Miguel Silva e Ricardo Valente que são os que, a fazer fé nas notícias, tem interessados.
Impensável!
Depois Falamos

MELHOR EM CAMPO: JOÃO PEDRO

domingo, agosto 14, 2016

Viagens de Sonho

Todos nós temos idealizadas as nossas viagens de sonho.
Umas que serão possíveis e outra que serão quase ou totalmente impossíveis pelas mais diversas razões.
Não fujo à regra.
E se já fiz uma ou duas viagens com que sempre sonhei confesso que a lista das viagens por fazer , e cuja maioria jamais serão feitas, é bem maior e não pára de crescer.
Começando pelas que nunca farei é forçoso citar uma viagem aérea que bem gostava mas nunca acontecerá.
A ligação Paris ou Londres a Nova Iorque no Concorde. Neste caso mais pelo meio de transporte do que pelos destinos que podem ser visitados (e em dois casos já foram) de outras formas bem diferentes.
Depois uma viagem marítima bem típica de um português que se preze que é um cruzeiro à volta do mundo tocando portos de cinco continentes e conhecendo uma vasta gama de culturas, povos, monumentos, usos e costume, gastronomias.
É pouco provável...mas quem sabe?
Em termos ferroviários há uma viagem que me fascina.
O Transiberiano de Moscovo a Vladivostoque ou Pequim.
Um viagem de comboio que atravessa um continente, vários fusos horários e paisagens extraordinárias repartidas por Rússia e China em comboios de alta qualidade e que são autênticos hotéis sobre carris.
Em termos de fotografia, de que sou um pequeno entusiasta, nada me entusiasma mais do que um safari fotográfico nos grande parques de vida selvagem de África. 
Quénia, África do Sul, Tanzânia na melhor forma de ver a vida selvagem no seu habitat e ver de perto, em liberdade, os grandes felinos e alguns dos animais mais majestoso do planeta como os elefantes, rinocerontes e hipópotamos.
E depois as viagens por estrada.
E aí há dois percursos que me fascinam.
A ligação dos Estados Unidos, costa a costa, através de duas das suas mais emblemáticas estradas.
A interestadual 80 que liga Nova Iorque a S.Francisco e ,especialmente, a mítica "Route 66" que liga Chicago a Los Angeles e que está imortalizada pelo cinema, pela literatura e pela lenda.
Sonhos,
Uns cumprem-se...outros não.
Mas vale sempre a pena sonhar.
Depois Falamos.

P.S. Neste sonhos de viagens cabem muitos outros como navegar no Pacífico, visitar Nova Zelândia e Austrália, conhecer a China.
E, sem a mínima dúvida, visitar a Ilha da Páscoa e o santuário inca de Machu Pichu.

sexta-feira, agosto 12, 2016

Começa Hoje

Terminado o período de defeso e concluídas as pré temporadas das equipas do 1º escalão começa hoje, com um Rio Ave-Porto, a liga 2016/2017.
Lá para Maio do ano que vem se saberá quem foi o campeão, quem vai acompanha-lo na champions, quem se apura para a liga Europa, quem desce de divisão e quem faz campeonatos a meio da tabela não se apurando para competições europeias mas também sem perda de escalão.
A dezanove dias do fecho do mercado, e sabendo-se que os dias derradeiros são sempre muito movimentados com entradas e especialmente saídas, é difícil fazer uma previsão sobre o desempenho que cada clube poderá ter mas mesmo assim há tendências que permitem sustentar uma primeira previsão.
Para o titulo, e como quase sempre, há três candidatos.
Para mim, hoje 12 de Agosto, o principal candidato é o Sporting.
Pelas simples razão de ter a melhor equipa e de ser o plantel menos mexido até agora.
Claro que as eventuais saída de João Mário e Slimani,especialmente este, a confirmarem-se mexem com a qualidade do plantel e fragilizam a candidatura.
A seguir vem o Benfica, campeão em titulo, que pese embora ter sofrido "rombos" de monta no plantel (Gaitan, Renato Sanches, Talisca e ao que tudo indica Salvio) conta com um treinador com larga experiência em reconstruir equipas todos os anos e na Luz parece que meios financeiros não lhe faltam.
A verdade é que até agora a equipa deste ano é inferior à da época passada.
Depois vem o Porto.
A atravessar um inusitado período de "seca" e que tudo fará para este ano regressar aos títulos que foram a sua normalidade nos últimos quarenta anos.
A verdade é que o plantel portista deixa algumas interrogações que, a par de não se saber qual a "resposta" de Nuno Espírito Santo a treinar um clube com a exigência do Porto, transformam os "dragões" no teoricamente menos forte dos candidatos ao titulo.
Mas bastarão duas contratações cirúrgicas para tudo se alterar.
Para a Liga Europa há um candidato certo, o Sporting de Braga, e depois mais algumas equipas que poderão ambicionar um apuramento europeu.
Os este ano europeus Arouca e  Rio Ave a que se poderão juntar outros "clientes" mais ou menos habituais como Marítimo , Nacional e Estoril.
"Candidatos" à descida teremos os recém promovidos Feirense e Chaves mais o Tondela que na época passada se salvou quase milagrosamente da despromoção.
Os restantes terão como objectivo, salvo surpresa boa (ou má...), o fazerem um campeonato tranquilo e assegurarem a manutenção.
Resta o Vitória.
Que do meu ponto de vista devia ser sempre o principal candidato ao quarto lugar e olhando para cima com ambição mas...não tem sido!
Nem ao quarto, nem ao quinto que são os lugares que dão acesso garantido à Liga Europa.
Eu sei que no clube há quem pense, e diga, que o Vitória não tem obrigação de lutar todos os anos pelas competições europeias.
Não é esse o meu ponto de vista nem a cultura vitoriana permite que se pense com tão pouca ambição e por isso espero que esta época o Vitória honre o seu historial e seja um forte candidato ao apuramento europeu.
O plantel que se conhece (repito que ainda faltam 19 dias para fechar o mercado) dá alguma esperança nesse sentido mas é evidente que continuam a faltar reforços em quantidade/qualidade que permitam solidificar essa ambição.
Até 31 de Agosto há tempo mas também há três jornadas da Liga face a potenciais (Braga, Marítimo e Paços de Ferreira) concorrentes ao apuramento para a liga Europa pelo que convém alicerçar essa candidatura com resultados positivos.
A ver vamos...
Depois Falamos

quarta-feira, agosto 10, 2016

Sugestão de Leitura

Deve dizer-se, antes de mais, que esta biografia de El Rei D.João II faz parte de uma valiosa colecção de biografias dos Reis de Portugal, lançada anos atrás pela editora Temas e Debates, na qual todos os nossos monarcas de D. Afonso Henriques a D.Manuel II  são biografados pelos mais ilustres historiadores portugueses contemporâneos.
Tem a curiosidade adicional de os livros não terem sido lançados por ordem cronológica, embora o primeiro a sair fosse precisamente a biografia de D. Afonso Henriques (o respeitinho é muito bonito), mas sim por critérios que pertencem à editora como não podia deixar de ser.
Esta biografia de D.João II saiu logo após a do Rei Fundador seguindo-se as de D. Pedro V e de D. Maria II o que para mim encerra uma particular curiosidade dado considerar que D.Afonso Henriques e D.João II foram os mais importantes reis da História de Portugal.
Um criou um país e o outro deu "mundo" a esse país.´
É uma obra escrita com grande rigor científico, minuciosa. que nos traz o retrato de um Rei que foi um hábil negociador com Castela (o Tratado de Tordesilhas foi o expoente dessa diplomacia), um visionário que soube projectar Portugal no Atlântico para lá de Marrocos , que planeou a chegada à Índia e a descoberta do Brasil e que governou o país com sabedoria e autoritarismo mostrando uma mão de ferro para com os seus inimigos e para aqueles que contra ele conspiravam como os duques de Bragança e de Viseu.
Mas é também a história de um homem que morreu novo (apenas com 40 anos e supõe-.se que envenenado), que reinou apenas 14 anos e teve nos seus anos finais de conviver com a morte do filho e príncipe herdeiro D. Afonso e a impossibilidade de impor na sucessão o filho bastardo D. Jorge como tanto desejava para além de um distanciamento da rainha D. Leonor que se recusou a acompanha-lo nos últimos dias de vida.
D. João II foi um grande Rei.
No seu reinado teve de enfrentar problemas que pela sua dimensão obrigaram a soluções que condicionaram por muito tempo aqueles que lhe sucederam e foram marcantes para a História de Portugal e isso fê-lo ganhar um lugar de enorme relevo no nosso colectivo enquanto povo.
É um livro algo denso, muito preciso e documentado, que se lê com imenso prazer porque lá estão factos e personagens fundamentais de Portugal.
Depois Falamos

terça-feira, agosto 09, 2016

O Imbecil

Este sujeito é um imbecil.
Infelizmente também é ministro do ambiente do governo da geringonça.
Que numa semana em que o país está a arder, em que milhares de bombeiros arriscam as suas vidas a combater incêndios , em que centenas de portugueses já perderam bens e haveres não arranjou melhor imbecilidade para dizer do que esta que a seguir se reproduz:
"Época de incêndios tem sido muito mais benigna do que o esperado" (sic).
O imbecil, que o país ainda não viu a prestar solidariedade a quem precisa e apoio a quem merece,  mas que o país já viu esta semana numa acção de propaganda do governo a passear entre Lisboa e o Algarve num carro electrico a pretexto de inaugurar (não deve ter mais que fazer...) uns postos de abastecimento para esse tipo de veículos ainda tentou fundamentar as imbecilidades com uns supostos dados estatisticos sobre área ardida e prontidão de resposta que mais não são do que uma tentativa igualmente imbecil de comparar presente com passado como se isso interessasse a quem quer que seja neste contexto.
É a gente desta que Portugal está entregue.
Gente que perante a desgraça não abdica de manter a propaganda, gente que em vez de se preocupar com resolver trágicos problemas como os incêndios apenas se empenha em tentar convencer que este governo é melhor que o anterior (na propaganda é sem qualquer duvida) no combate aos mesmos, gente que não tem vergonha nem pudor em considerar que "a época de incêndios tem sido muito mais benigna em relação ao esperado" como se por acaso houvesse expectativas de qualquer género quanto a áreas ardidas.
Não sei se o imbecil, talvez influenciado por época de Jogos Olímpicos, pensa que isto de incêndios é uma competição entre bombeiros e pirómanos com uns a tentarem bater recordes de área ardida e outros a tentarem impedi-los!
Sei é que até em termos de piromania a mensagem que fez passar sobre a suposta "benignidade" da época de incêndios é tão errada quanto ...imbecil.
De facto um sujeito destes só pode mesmo chegar ao governo escolhido por um primeiro-ministro como António Costa.
Que com o país a arder se deixa estar tranquilamente de férias no Algarve mas sem perder a oportunidade de oportunisticamente dar sinal de vida para se associar ao bronze olímpico de Telma Monteiro.
De facto neste governo estão muito bem uns para os outros!
Depois Falamos

Jogos Olímpicos

Os Jogos Olímpicos são uma oportunidade extraordinária para assistir a competições individuais e colectivas protagonizadas por atletas de todo o mundo (dos quais fazem naturalmente parte os melhores...do mundo)  em dezenas de modalidades que proporcionam momentos desportivos inigualáveis.
Por isso é sempre com grande expectativa que acompanho as transmissões televisivas sempre à espera de um momento "mágico", de mais um recorde batido, de competição ao mais alto nível.
Estes JO do Rio de Janeiro não tem fugido à regra.
E para além de assistir (não na sua totalidade) aos dois jogos dos "patinhos feios" da selecção portuguesa de futebol, também já vi o combate que deu a Telma Monteiro a medalha de bronze em judo, um jogo de ténis de mesa em que Marcos Freitas bateu um ucraniano com cara de chinês chamado Kon Lei (está-se mesmo a ver o filme...), uma excelente partida de ténis entre João Sousa e Juan del Potro, para lá de espreitar outras modalidades como a natação e o andebol.
Mas a modalidade em que até agora vi os melhores momentos olimpicos ,do meu ponto de vista é claro, foi o basquetebol.
Em que assisti por inteiro a dois excelente jogos.
O Espanha-Croácia, provavelmente um dos melhor jogos de basquetebol desta olimpiada, com vitória dos croatas por dois pontos depois de uma partida com constantes alterações no comando do marcador e o Estados Unidos-Venezuela na noite de ontem e madrugada de hoje.
Um jogo curiosíssimo.
No fim do primeiro período um empate a 15 com os venezuelanos a darem uma excelente resposta à selecção americana.
No segundo período estes "enervaram-se" e conquistaram um parcial de 30~8 que levou as equipas para intervalo com um resultado de 45- 23 que já indiciava o "massacre" inevitável do segundo período.
Que veio a acontecer com o resultado final de 113-69!
E se a excelência do jogo entres espanhóis e croatas residira na emoção até ao ultimo segundo sobre o vencedor, já a do EUA-Venezuela residiu muito mais na qualidade do espectáculo proporcionado por alguns dos melhores jogadores da NBA que levaram para o Rio 2016 muitas das suas espectaculares jogadas incluindo "afundanços" como só eles são capazes de fazer.
De facto jogar basquetebol contra uma selecção americana (quando os americanos levam a coisa a sério) é uma tarefa quase impossível porque em campo estão cinco extraordinários jogadores que juntam ao talento um brutal poderio físico e um tamanho respeitável(quase todos com mais de dois metros) e no banco estão outros tantos com a mesma qualidade, envergadura e talento.
Um autentico rolo compressor!
Com os dias a decorrerem e a selecção dos melhores a apertar o "funil" certamente que estes JO vão a caminho de proporcionarem cada vez mais espectáculo e maior emoção.
Até porque o atletismo, modalidade ra+inha dos Jogos, está a chegar.
Depois Falamos