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domingo, janeiro 31, 2016

Papas de Sarrabulho

Nunca fui apreciador de papas de sarrabulho.
Que durante muitos anos só comia uma vez por ano (já lá vamos...) e por obrigação porque por opção era prato que não me passava pela mesa.
Sei que é uma comida tradicional minhota, que há restaurantes especializados na sua confecção e apreciadores que não se importam de fazer muitos quilómetros para as irem saborear aqueles sítios onde são particularmente saborosas.
Que seja.
Comigo não.
Mesmo tendo na família materna uma velha e apreciada tradição de todos os anos no dia 8 de Dezembro a família se juntar para agradáveis confraternizações em volta de um almoço em que o principal prato são sempre...papas de sarrabulho!
Uma tradição religiosamente cumprida ao longo dos últimos 45 anos (talvez mais...) e que nas suas primeiras edições me obrigava literalmente à ingestão anual de papas de sarrabulho porque não tinha idade para dizer ...não.
Nesse tempo, e bem, as crianças não usavam o "não gosto" e o "não quero" com a liberalidade e o sucesso (mal) com que o fazem nos tempos que correm.
Depois com o passar dos anos lá fui ganhando a idade e a autonomia para dizer não e passava essa confraternização (ainda no passado mês de Dezembro o voltei a fazer) "refugiado" nos rojões e a esconjurar as papas perante a absoluta indiferença do resto da família entretida a saborear o petisco.
Mas a vida dá muitas voltas.
Semanas atrás abriu em Braga um restaurante a cujos proprietários também tenho ligações familiares o que justificou uma visita inaugural para experimentar as especialidades da casa.
E para a mesa, não para mim como é evidente, veio (como uma das entradas) uma terrina de papas de sarrabulho.
Olhei para aquelas com o distanciamento habitual preparadinho para tratar das restantes "entradas" e deixar as papas para quem as aprecia.
Mas tinham bom aspecto e cheiravam divinamente.
E como o "Jacinto" de Eça de Queirós, em "A Cidade e as Serras" perante a canja e o arroz de favas, resolvi provar.
Divina decisão!
Que maravilha.
Comi, voltei a comer, comi outra vez ainda.
Fiquei cliente.
Do restaurante e das papas.
Ontem voltei lá.
O que comi?
Rojões com papas?
Não.
Papas com rojões.
Lá é essa a minha prioridade.
Tal como Sean Connery no seu último OO7 em relação ás papas aprendi que "Nunca mais digas Nunca".
Depois Falamos.

P.S. Para evitar o trabalho de perguntarem esclareço que o restaurante se chama "Santo Adrião" e fica na praça Humberto Delgado.

sexta-feira, janeiro 29, 2016

Presidenciais: Últimas Reflexões (3)

Se no país as presidenciais não tiveram história então no distrito de Braga é que não tiveram mesmo tal a esmagadora superioridade de Marcelo Rebelo de Sousa sobre os restantes concorrentes que com ele as disputaram.
Marcelo venceu nos catorze concelhos e nas 347 freguesias do distrito  um resultado tão claro quanto invulgar dada a dimensão atingida.
A percentagem "mínima" de Marcelo, se assim se lhe pode chamar, foi obtida em Vizela onde obteve 49,95% dos votos e a máxima-no distrito e no país- foi na "sua" Celorico de Basto onde obteve a espantosa votação de 81,90% !
Reforçada pelo facto de ter tido mais de 70 % em todas as 15 freguesias e em três delas ter passado dos 90% de votos expressos!
Mas em todo o distrito a votação de Marcelo foi esmagadora.
Em oito concelhos venceu com mais de 60% ( Amares, Barcelos, Cabeceiras de Basto, Esposende, Póvoa de Lanhoso, Terras de Bouro, Vieira do Minho e Vila Verde) e nos restantes quatro (Guimarães, Braga, Famalicão e Fafe) obteve resultados entre os 52,61 na cidade berço e 57,95 em Fafe com Braga (57,09%) e Famalicão (55,60%) a situarem-se entre ambas.
Tudo junto permitiu a Marcelo recolher 244.205 votos e situar-se numa percentagem de 58,96% quase sete pontos acima da média nacional num distrito em que a abstenção foi mais baixa do que na referida média.
Em Guimarães, que é a minha terra e onde sou autarca e por isso me interessa especialmente, os resultados foram excelentes em qualquer cenário e especialmente face ao que tem sido a tradição das ultimas décadas.
Marcelo venceu com 52,61% mas mais do que isso conseguiu o até então nunca alcançado feito, por qualquer partido ou candidato, de vencer em todas as 48 freguesias do concelho.
Todas sem excepção.
Não sou seguramente dos que mistura eleições e extrapola resultados de umas para outras sem levar linha de conta as muitas especificidades de cada uma.
Mas quando em Outubro a PAF venceu no concelho alcançando 35.980 votos e 39,5% de percentagem foram muitos os que, na área do poder autárquico local, desvalorizaram esse resultado e argumentaram que a  excepção não faz a regra.
Tivemos agora a segunda "excepção". 
Em que a área política em que se situa a coligação "Juntos por Guimarães" cresceu 5.389 votos e teve mais 13% de percentagem em relação a Outubro de 2015, passando a barreira dos 50%. e obtendo 41.369 votos!
Voltarão a argumentar que a excepção não faz a regra suponho.
Eu prefiro pensar que não há duas sem três...
Quanto aos restantes candidatos tiveram todos votações abaixo da média nacional com as excepções de Vitorino Silva (+0,32%) e Jorge Sequeira (+0,20%) com a não pequena curiosidade de Vitorino ter sido o quinto mais votado no distrito com quase o dobro dos votos do sexto, Edgar Silva da CDU, que só por muito pouco (466 votos) conseguiu ficar à frente de Paulo Morais.
Pequenas, ou talvez não tão pequenas assim,curiosidades das eleições num distrito em que como no resto do país os portugueses escolheram claramente Marcelo Rebelo de Sousa para Presidente da República.
Depois Falamos.

quinta-feira, janeiro 28, 2016

Presidenciais: Últimas Reflexões (2)

Um último olhar sobre os candidatos que se apresentaram a estas eleições.
Pese embora os muitos nomes atirados para a praça pública a verdade é que na hora que realmente interessa- a da formalização das candidaturas- foram estes os cidadãos que disputaram a presidência da república.
E sobre eles direi o seguinte:
Marcelo Rebelo de Sousa: Era o melhor candidato, o mais conhecido, aquele com quem a maioria se identificava. E por isso ganhou tranquilamente à primeira volta. Creio que sobre ele não valerá a pena dizer mais.
Sampaio da Nóvoa: Tornado conhecido por ...Cavaco (noutro contexto é claro) o antigo reitor surgiu meses atrás como um quase "Messias" das esquerdas capaz de devolver a essa área política um palácio de Belém que nunca se conformaram em ver ocupado durante dez anos pelo social democrata Cavaco Silva. "Apadrinhado" pelos três anteriores presidentes (Eanes, Soares e Sampaio) e por grande parte da nomenclatura socialista nunca conseguiu o apoio individual de António Costa e colectivo do PS dividido em várias candidaturas. Com muitas candidaturas à esquerda nunca conseguiu sobressair como um alternativa "séria" a Marcelo e a memória que deixa destas eleições é a forma digna como soube assumir a derrota.
Marisa Matias: Conseguiu o melhor resultado de sempre do BE e isso deve-se ao discurso, ao tipo de campanha que fez e à inovação que o BE trouxe à política portuguesa ao ter como principais figuras mediáticas três mulheres. A  candidata,a líder Catarina Martins e "estrela" maior do seu grupo parlamentar Mariana Mortágua.
Tudo isso são méritos do Bloco.
A que o argumento de mau perdedor usado por Jerónimo de Sousa (a candidata engraçadinha) terá ajudado mas não foi factor decisivo no resultado alcançado. A verdade é que os eleitores preferem candidatos sorridentes e com um discurso minimamente diferente a cassetes mil vezes ouvidas e desta vez repetidas por um candidato "cara de pau".
Maria de Belém: Andou durante semanas, pese embora a vacuidade do discurso e as opções de campanha difíceis de perceber, a discutir a segunda posição com Sampaio da Nóvoa. Ao contrário deste não teve o apoio (escondido mas apoio) da direcção do PS mas pôde contar com alguns "pesos pesados" do partido como Almeida Santos, Manuel Alegre, Jorge Coelho ou Vera Jardim.
Até que na última semana tudo correu mal.
A morte de Almeida Santos, que a levou a parar a campanha numa altura em que as campanhas não podem parar (lembrou-me logo Pedro Santana Lopes em 2005 ,aquando da morte da "Irmã Lúcia",a suspender a campanha do PSD nas legislativas dando todo o espaço nesses dias a José Sócrates) ,mas essencialmente com a questão das subvenções vitalícias com o Tribunal Constitucional a divulgar(convenientemente para alguns) a decisão no inicio da ultima semana de campanha e "mão amiga" -seguramente de apoiantes de Nóvoa- a fazer chegar à comunicação social a lista dos deputados que tinham subscrito o pedido de verificação de constitucionalidade.
A partir daí foi uma queda abrupta nas intenções de voto que os resultados se encarregaram de confirmar.
Um "adeus ás armas" sem honra nem glória para uma candidata que terá sonhado ir a uma segunda volta.
Edgar Silva: Só o conhecia, e muito mal, da acção política na Madeira onde ganhara relevo como opositor ao PSD e a Alberto João Jardim.
Conhecia-o mal e talvez por isso, muito na pré campanha, me tenha parecido uma jogada inteligente do PCP ao lançar um candidato com características muito próprias (fora padre por exemplo) e nada desgastado nas lutas políticas continentais.
Mas desde cedo percebi que era uma aposta totalmente errada.
Discurso antiquado, apelo a chavões de que já ninguém com menos de quarenta anos sabe o que significam (os "valores de Abril" por exemplo), um monolitismo que reportava completamente ao antes de 1989 e à queda do muro de Berlim.
Em muitos dos debates, e nalguns dos discursos que vi nas reportagens televisivas, lembrou-me irresistivelmente Octávio Pato candidato do PCP em 1976 .
Acontece que passaram quarenta anos.
Será no PCP ninguém deu por isso?
A verdade é que se a campanha de Edgar era também um tirocínio para uma futura liderança, como alguns comentadores aventaram, os resultados devem dar muito que pensar ao Comité Central.
É que com protagonistas e discursos deste género as mulheres do BE podem dormir sossegadas quanto à liderança da extrema esquerda.
Vitorino Silva: Era o mais improvável dos candidatos e muito boa gente duvidou que conseguisse sequer arranjar as assinaturas necessárias.
A verdade é que conseguiu.
E depois fez uma campanha muito humilde, muito modesta, mas muito simpática e dizendo coisas que as pessoas gostavam de ouvir.
E dado ser dos dez aquele que mais parecia um "anti candidato", aquele que menos as pessoas identificavam com um político ocupante de cargos de elevada representação, conseguiu polarizar em si o chamado voto de protesto. O daqueles cidadãos que não gostam dos políticos e dos partidos que temos, não gostam do nosso sistema político, tem da política uma péssima imagem mas querem com toda a legitimidade exprimir isso através do voto e não da comodidade da abstenção.
Não do voto em branco, ou do voto nulo, mas votando num "não candidato" e dessa forma dizendo aos partidos e aos políticos que os detestam tanto que se deram ao trabalho de saírem de casa para irem votar num candidato com o perfil de Vitorino Silva.
Foram 152.068 os que desta vez pensaram assim.
E esse é um número que deve merecer atenta ponderação dos partidos e dos responsáveis políticos porque a tendência pode ser para...aumentar.
E esse sério aviso, o de que há cada vez mais eleitores fartos dos partidos e dos seus protagonistas, é o legado que a candidatura de Vitorino Silva deixa destas eleições.
Uma candidatura que em três distritos (Viana-Porto-Viseu) conseguiu ser a quarta mais votada e em onze ficou à frente do candidato do PCP e da sua poderosa máquina eleitoral.
Paulo Morais: Era o candidato de uma "causa" única e para lá dessa causa pouco restava. E os eleitores perceberam isso na sua plenitude. Ainda assim, acredito que mais pela "causa" que pelo candidato, deram-lhe 100.000 votos o que terá servido de parca consolação a quem no pós eleição anda a pedir donativos para pagar a campanha.
O que em boa verdade não condiz nada com o moralismo de que o candidato gosta de fazer a sua imagem de marca.
Henrique Neto: Lembrou-me várias vezes o "Zangado" de "Branca de Neve e os 7 Anões"!
E embora o "Zangado" fosse o "anão" mais sensato (a par do "Mestre") e aquele que dizia coisa mais ajuizadas a verdade é que dizia-o com aquele ar zangado que não o tornava simpático a quase ninguém. Ao contrário do "Dunga", do "Atchim" e dos outros.
Quando a isso se soma uma idade (79 anos) provecta é difícil um candidato poder aspirar a mais do que àquilo que este teve.
Dizia coisas certas, tinha razão em muita coisa, mas este já não era o seu tempo.
Jorge Sequeira: É daqueles candidatos que chega ao fim de uma campanha não só sem se perceber o que andou lá a fazer mas essencialmente sem se perceber porque foi candidato. Dele não ficou uma ideia, uma proposta, um motivo para recordar a sua participação.
É simpático e divertido, tem um gosto original por indumentárias e óculos, mas isso justifica ser candidato presidencial?
Creio que não.
E por isso os 13.765 votos que conseguiu apenas podem ser levados à conta de uma grande generosidade dos eleitores.
Cândido Ferreira: Teve vários azares. Dois por culpa própria ao faltar aos debates onde poderia, ao menos, ter-se tornado mais conhecido dos eleitores e ao lançar suspeições sobre outros candidatos que nunca conseguiu provar. E os eleitores estão fartos de provar que não gostam disso.
Os outro tiveram a ver com o contexto.
Na sua área política, o PS, já havia mais quatro candidatos que por razões diversas eram mais populares que ele. Desde os "oficiais" Nóvoa e Belém aos "oficiosos" Vitorino Silva e Neto.
E se os dois primeiros estavam, por natureza, noutro patamar de ambição já os dois seguintes preenchiam melhor que ele os patamares onde podia ter encontrado o seu nicho eleitoral.
Vitorino como outsider era melhor e Neto fazia melhor o papel de "zangado" com a política e os políticos. Para além de qualquer um deles ser, por razões diferentes, bem mais conhecido.
Assim sendo o resultado apenas podia ser o que foi!
E foi com estes dez candidatos que se fizeram as presidenciais de 2016.
Iguais no respeito que lhes é devido e no direito de serem candidatos.
A diferença entre eles foi estabelecida, como é de seu direito, pelos eleitores.
E creio que diferenciaram bem.
Depois Falamos

(Continua)

Mercado...

Devo dizer, antes de mais, que não sou um entusiasta por aí além desta época de reabertura de mercado futebolístico.
Por um lado porque o Vitória, ao longo dos anos, tem sido nesta época pouco feliz nas entradas e bastante infeliz nas saídas mas também porque entendo que um mês é demasiado tempo para o mercado estar aberto com tudo que isso implica na estabilidades dos jogadores, grupos de trabalho e até adeptos.
Ainda por cima quando a tendência,não só em Portugal, é deixar tudo para os últimos dias com o que isso implica em termos de por vezes não ser possível compensar atempadamente esta ou aquela saída porque muito tardiamente efectivada.
Por outro lado tenho duvidas fundamentadas se a contratação de jogadores em Janeiro é eficaz em termos de melhoria da equipa dado o período de habituação que normalmente precisam a novos colegas, novo treinador, novo clube e  tudo o  mais.
É claro, pelo menos para mim, que se os jogadores que entram estiverem a disputar o mesmo campeonato ou, ao menos, um campeonato do mesmo país as coisas são menos difíceis do que quando o jogador além do mais atrás citado tem também de se habituar a novo país, nova cultura, novos costumes, etc.
Mas as coisas são o que...são!
E por isso, não estando ainda encerrado o mercado o que pode supor mais entradas e mais saídas (esperemos que não pelo menos no que toca a jogadores da equipa A), é tempo de fazer um primeiro balanço aos que tem sido as movimentações vitorianas nesta janela de transferências.
Que registam até ao momento duas saídas e três entradas.
Nas saídas registam-se os empréstimos de Tomané ao Duisburgo , ultimo classificado da II divisão alemã (veremos que tipo de evolução pode proporcionar ao jogador) e de Ricardo Gomes ao Nacional da Madeira no que me parece ser uma decisão claramente acertada especialmente se o jogador tiver oportunidade de competir com regularidade.
Nas entradas há, para já, três jogadores a registar.
Sacko ( na foto) , médio maliano de 20 anos, que após  alguns meses de escassa utilização nos belgas do Sint-Truiden  foi o primeiro a chegar não sendo certo se vai tirocinar para a B se fica já na A.
Fez toda a curta carreira no Mali antes de no inicio da presente temporada ter chegado ao clube belga.
Depois chegou o extremo brasileiro Francis com 25 anos, oriundo do Botafogo de Ribeirão Preto um clube da quarta divisão brasileira, com o objectivo de alargar as opções atacantes que Sérgio Conceição tem ao seu dispor.
É um jogador que fez toda a carreira,até ao momento, em clubes brasileiros sem qualquer expressão.
Finalmente é anunciada a contratação do ponta de lança colombiano José Valência, de 24 anos, internacional sub 21 e que estava sem clube depois de ter terminado a ligação ao Rosario Central da Argentina.
Esperemos que todos tenham sucesso como é óbvio.
Mas não deixam de se inserir naquelas contratações de Janeiro que considero de algum risco não só pelo desconhecimento que todos tem do futebol europeu como também do nosso país, usos e costumes.
Independentemente do seu valor precisarão os três de algum tempo para se entrosarem com a nova realidade que vão encontrar.
E tempo, em Janeiro, é luxo a que os clubes que precisam de reforços não se podem dar.
Porque o campeonato não espera.
Mas pode ser que esteja enganado, oxalá, e que comecem a render no imediato.
E o Vitória bem precisa que isso aconteça.
Depois Falamos. 

Presidenciais: Últimas Reflexões (1)

Imagem: Semanário "Sol"

Sobre as eleições presidenciais já estará tudo praticamente dito, feitas todas as análises e extraídas múltiplas conclusões.
Deixo por isso, aqui e agora, uma visão final sobre estas eleições na óptica de um proponente e votante na candidatura de Marcelo Rebelo de Sousa.
Creio que os resultados foram absolutamente inequívocos e todos (uns melhor que outros em boa verdade) os terão percebido na sua plenitude.
Marcelo venceu de norte a sul, em todos os distritos e nos arquipélagos da Madeira e dos Açores, revestindo-se essa vitória da espantosa marca de ter vencido em 292 dos 308 concelhos do país o que é realmente esmagador.
As excepções são 14 pequenos concelhos do Alentejo(situados nos distritos de Évora, Beja e Portalegre) e os concelhos de Barreiro e Moita no distrito de Setúbal.
Venceu em todos os escalões etários, em todos os estratos sociais e económicos.
Do meu ponto de vista por duas razões:
Porque era, de muito longe, o melhor candidato e porque tinha uma notoriedade inigualável quer pelos outros candidatos quer por qualquer outro político português arrisco dizê-lo.
Era o melhor candidato pela formação, pelos mais de quarenta anos de vida pública, pelo currículo político e académico, pelas funções que ao longo da vida política foi exercendo, pela enorme experiência que possui.
De deputado constituinte a conselheiro de estado passando pela liderança do PSD.
E se isso já lhe dava vantagem é igualmente evidente que as horas de televisão ao longo de quase vinte anos, que o tornaram companhia habitual nas noites de domingo de milhões de portugueses, reforçaram brutalmente a sua notoriedade e permitiram uma enorme identificação entre portugueses e candidato.
O que lhe permitiu uma campanha diferente, sem brindes , bandeiras e cartazes, num tom muito mais intimista e afectuoso porque toda a gente o conhecia, toda a gente sabia que ele era candidato, toda a gente sabia que ele estava em campanha.
Do outro lado, daqueles que se lhe opunham, a estratégia (com excepção do Bloco de Esquerda mas disso falarei noutro post) foi toda errada e reflectiu-se nos resultados como não podia deixar de ser.
O grande vencido, uma vez mais, foi o PS.
Que ao perceber o desinteresse de António Guterres por uma candidatura- e era o único que podia dar "luta" a Marcelo- deixou o processo entrar em verdadeira roda livre com as suas figuras mais mediáticas a espalharem-se por duas candidaturas.
Sampaio da Nóvoa já estava no terreno mas António Costa não o quis apoiar desde logo e permitiu que Maria de Belém também avançasse obrigando então o PS a declarar uma neutralidade entre candidaturas que sendo muito mais aparente do que real (a direcção socialista esteve em peso ao lado de Nóvoa com pouquíssimas excepções mas entres as quais o próprio Costa) acabou por penalizar fortemente os resultados dos dois candidatos com  muitos votos que em teoria seriam para um só candidato socialista(se o houvesse) a dispersarem-se por Marcelo e Marisa essencialmente.
Mas também o PCP é um dos grandes derrotados destas eleições.
O candidato era fraco, o discurso antiquado e maçador, a campanha não convenceu ninguém nem sequer os que por norma já estão convencidos e por isso o candidato teve o pior resultado de sempre do PCP/CDU.
Confesso que ao ver Edgar Silva a discursar me veio muitas vezes à ideia a imagem (fictícia é claro) dele com um megafone em punho , em Berlim (Leste é claro)por volta de 1988, a querer convencer os que estavam do outro lado do muro que do lado dele é que era bom!
Não só não convenceu os "outros" como ainda maçou os "dele".
E o resultado prova-o.
Creio que a grande lição destas eleições ( e o resultado de Vitorino Silva prova-o de certa forma, mas falarei disso noutro post) é que nenhum partido pode cantar vitória nestas eleições.
Claro que PSD e CDS tem boas razões para estarem satisfeitos mas terão consciência de que o "factor partidos" não foi relevante na vitória de Marcelo dado ele ter estabelecido uma empatia tão forte com os eleitores que eles votariam sempre nele mesmo que os dois partidos não tivessem aconselhado o voto no Professor.
Também o BE tem algumas razões para estar satisfeito embora tenha sido um dos derrotados da noite.
Satisfação essa que tem mais a ver com a expressão eleitoral alcançada por Marisa Matias, e que confirma o BE como terceira força política, do que com o ter alcançado nestas eleições algum objectivo prioritário.
Marisa não foi eleita, o novo presidente não é de esquerda e nem sequer conseguiram obrigar Marcelo a ir a uma segunda volta!
Ou seja no acessório ganharam mas no essencial, para eles, perderam.
Quanto a PS e PCP (mais "Verdes") já atrás se disse, e agora se repete, foram os grandes derrotados destas eleições.
E há um interesse indisfarçável em seguir as sequelas internas destas derrotas.
Depois Falamos

(Continua)

X-Files

Foi uma série de culto entre 1993 e 2002 seguida por muitos milhões de telespectadores em todo o mundo.
Por mim falo que vi praticamente todos os episódios que foram transmitidos ao longo desses anos.
Em 2002 a série terminou (pensava-se na altura) deixando um enorme vazio em todos os seus seguidores que os dois filmes , com os mesmos interpretes, não conseguiram colmatar porque embora interessantes não eram bem a mesma coisa da "devoção" semanal.
Foi por isso com enorme expectativa que se tomou conhecimento da intenção da Fox em realizar mais uma (?) temporada de X-Files catorze anos depois da última.
Mantendo David Duchovny e Gillian Anderson como "Fox Mulder" e "Danna Scully" e até Mitch Pileggi como "Walter Skinner".
Confesso que olhei com algum cepticismo para este regresso de uma série de culto, tantos anos depois, numa mini temporada de seis episódios em que a necessidade de actualizar enredos e situações (o mundo mudou muito desde 2002) poderia descaracterizar o que tinha sido a linha condutora entre 1993 e 2002.
A televisão-e o cinema- está cheia de exemplos em que a tentativa de relançar séries que foram sucesso no passado se saldam por um fracasso no presente.
Bastará lembrar o caso recente de "Dallas".
Mas os fans de X-Files podem estar descansados depois de ontem terem sido exibidos os dois primeiros episódios.
Porque está lá "tudo" que fez da série um sucesso planetário.
Conspiração, extraterrestres, fenómenos paranormais, manipulações do governo.
E a dupla " Mulder e Scully" em grande forma e ultrapassando muito bem o hiato temporal entre 2002 e 2016.
As minhas noites de terça feira já tem ocupação definida!
E só espero que a Fox não se fique por estes seis episódios.
Depois Falamos

segunda-feira, janeiro 25, 2016

Arrasador

A vitória de Marcelo Rebelo de Sousa foi absolutamente arrasadora e atingiu metas nunca antes alcançadas numas eleições presidenciais.
Se o ganhar à primeira volta não é propriamente novidade já o vencer em todos os distritos do Continente , nos Açores e na Madeira é algo de extraordinário (numa primeira eleição note-se)e mostra bem que de norte a sul ele foi claramente o preferido dos portugueses.
Que escolheram um candidato que conhecem na vida pública há mais de quarenta anos, cujo estilo apreciam e a cuja "companhia" se acostumaram ao longo de muitos anos de presença televisiva nas noites de domingo.
Mas o triunfo de Marcelo assentou ainda noutras premissas.
No acerto de uma estratégia de campanha despida de luxos, sem recurso a nenhum tipo de material ou de brindes, em que nem outdoors o candidato quis.
No acerto de um discurso afectuoso, a sustentar uma campanha de proximidade, em que Marcelo nunca atacou os seus adversários nem respondeu aos constantes ataques que a maioria deles passou o tempo a desferir-lhe.
E para a generalidade dos portugueses massacrados por anos de política excessivamente truculenta, cansados das legislativas e do processo que deu origem ao governo da geringonça, era precisamente esse o tipo de postura que desejavam e estavam disponíveis para premiar.
No acerto de marcar uma distância de "segurança" em relação ás direcções partidárias de PSD e CDS que Marcelo não quis na campanha sem que jamais tivesse negado a sua profunda ligação ao PSD ou o apoio das bases dos dois partidos que nunca rejeitou.
Sabendo o que Passos e Portas dele pensavam, e disseram ou escreveram, Marcelo sabia que tê-los na campanha ao seu lado seria um exercício de alguma hipocrisia política que os eleitores seguramente não apreciariam.
Há que reconhecer, e faço-o com gosto, que toda a estratégia de Marcelo para ser Presidente foi uma monumental lição de ciência política que ele deu aos partidos(todos) , aos dirigentes partidários e aos sistema político em geral.
Que durou anos e anos, perceptível na forma como ele se soube posicionar para decidir no seu timing e não no dos outros, mas teve os seus pontos mais altos no dia em que ele foi ao congresso do PSD mostrar que não precisava de "intermediários" na sua relação com os militantes e percebendo simultaneamente que o "seu"povo não lhe faltaria, no dia em que anunciou a candidatura e definiu as regras com que "jogaria" e ontem ao merecer dos portugueses uma prova de confiança arrasadora mostrando o acerto da sua estratégia.
Agora vai ser o tempo do "Presidente Marcelo".
E esse sim será um "tempo novo".
Depois Falamos

sexta-feira, janeiro 22, 2016

Eu voto Marcelo

Eu voto Marcelo.
Porque o considero o candidato mais bem preparado para ser presidente de todos os portugueses.
Porque lhe conheço o percurso de vida política, académica e civica.
Porque sei da sua experiência, do conhecimento que tem de Portugal, da extraordinária inteligência que o caracteriza.
Sei que é um homem culto, dotado de uma profunda humanidade, capaz de gestos de enorme altruísmo.
Sei que ao fim de mais de quarenta anos de vida política, sempre no mesmo partido e sem nunca esconder as suas convicções, tem hoje um conhecimento perfeito do funcionamento do nosso sistema político e das competências e funções de um presidente da república.
Sei que é militante do PSD, sei que no PSD já ocupou imensos cargos incluindo o de presidente do partido, mas também sei que nunca abdicou de pensar pela sua cabeça e de discordar do partido quando entendeu fazê-lo.
E por isso a sua candidatura é uma candidatura independente de apoios partidários.
É a candidatura de um homem livre, que não depende de nada nem de ninguém, que jamais poria um qualquer interesse particular ou partidário à frente do que considera ser o interesse de Portugal.
É também a candidatura de um cidadão a que em mais de quarenta anos de vida pública nunca lhe foi apontado fosse o que fosse susceptivel de por em causa a sua integridade, honradez e rigoroso cumprimento das leis.
Voto em Marcelo por tudo isto.
Mas também porque lhe admiro o brilhante percurso académico que o levou a professor catedrático da faculdade de direito de Lisboa sem qualquer mancha, suspeita ou omissão no seu currículo e o tornou credor da admiração dos milhares de alunos que o tiveram como professor.
Mas também voto no candidato Marcelo.
No candidato que tem uma ideia para Portugal.
E que durante semanas percorreu o país, sem luxos nem folclores e com o número estritamente indispensável de acompanhantes, a explicar a todos os portugueses que o quiseram ouvir essa ideia que tem para o nosso país.
No candidato que fez campanha sem bandeiras nem autocolantes,sem carros de som nem cartazes.
Apenas apresentando como "outdoor" os mais de 40 anos de vida pública na Universidade, na política, no jornalismo.
No candidato que sem cerimínias nem formalismos fez campanha no meio do povo.
Com afecto, com cordialidade, com irreverência e bom humor.
Falando com todos. E para todos tendo a atenção necessária.
Voto no candidato que passou a campanha a falar de Portugal e dos portugueses.
O candidato que não atacou ninguém e se recusou a responder aos muitos ataques que lhe foram feitos.
O candidato que conhece as funções a que se candidata e os poderes de que disporá uma vez eleito.
Domingo voto em Marcelo.
Na convicção de que será o melhor Presidente para Portugal.
E com a esperança de que como eu pensem, e votem, o número suficiente de portugueses para Marcelo poder ser eleito "à primeira".
Como ele merece e como Portugal precisa.
Depois Falamos.

quinta-feira, janeiro 21, 2016

41 anos

Todos os anos ,desde que este blogue existe, tenho por hábito neste dia recordar a minha já muito longínqua filiação na JSD em 21 de Janeiro de 1975.
Quarenta e um anos atrás.
E recordo sempre, porque uma coisa tem a ver com outra, que esse filiação ocorreu poucos dias antes de o PPD efectuar o seu primeiro comício em Guimarães-no Teatro Jordão- com a presença de Francisco Sá Carneiro e no qual foi orador,entre outros, Marcelo Rebelo de Sousa conforme o cartaz abaixo reproduzido documenta
Quis o destino que se desse a feliz coincidência de amanhã Marcelo estar em Guimarães no ultimo dia de uma campanha que o levará no próximo domingo a ser eleito Presidente da República assim espero e acredito.
E dificilmente poderia "comemorar" de melhor forma a minha filiação na JSD do que acompanhando a visita de Marcelo a Guimarães e votando na sua candidatura no próximo domingo.
Passados 41 anos é de alguma forma o reencontro com aquele PPD pelo qual ,desde 4 de Dezembro de 1980, raramente deixei de nutrir uma profunda saudade.
Depois Falamos.

quarta-feira, janeiro 20, 2016

Almeida Santos

Não posso, sequer, dizer que tenha conhecido António Almeida Santos.
É verdade que fui seu colega no Parlamento durante seis anos ( nos três primeiros era ele presidente do mesmo) mas não houve nenhum tipo de proximidade porque por um lado as circunstâncias nunca o ditaram e por outro por sermos de partidos e gerações diferentes o que não contribuía para a construção de afinidades.
Recordo apenas os cumprimentos circunstanciais quando nos cruzávamos nos corredores ou em cerimónias e duas brevíssimas conversas travadas precisamente nesses corredores era AAS presidente do parlamento.
Uma a propósito de um assunto respeitante a uma comissão de que eu fazia parte e outra, mais ligeira e bem disposta, a propósito de uma escaldante polémica em torno de um...Académica-Vitória!
Os nossos clubes.
Mas não podendo dizer que o tenha conhecido posso testemunhar que era realmente um homem sensato, inteligente, capaz de gerar consensos e que foi um excelente presidente da Assembleia da República.
Especialmente nos três últimos anos em que exerceu o cargo (1999 a 2002)e em que a sua capacidade de moderação e sageza política foram muitas vezes postas à prova na condução dos trabalhos num tempo em que o PS tinha 115 deputados e a oposição em conjunto outros 115.
Anos intensos, de grande debate e polémica, mas em que Almeida Santos foi sempre um "porto de abrigo" para as maiores "tempestades" políticas.
Um homem de consensos,um presidente respeitado por todos os partidos, um homem que teve 230 deputados de pé a aplaudi-lo quando anunciou à Câmara a suspensão de mandato para ser operado ao coração e voltou a tê-los no dia em que terminada a convalescença voltou ás suas funções.
Na hora da morte, especialmente daqueles que deixaram uma marca forte na sua passagem pela vida pública, há sempre alguma tendência para se maximizarem qualidades, menorizarem defeitos e exagerar nos elogios.
Não vou ao ponto de ,como Manuel Alegre, dizer que Almeida Santos foi um "príncipe" da democracia.
Mas direi, isso sim, que foi um daqueles "senadores" em vias de extinção que vão fazendo cada vez mais falta à democracia e a Portugal.
Depois Falamos.

Marcelo ou o Vazio

Faltam,felizmente, dois dias para as eleições presidenciais.
Que deram a Portugal e aos portugueses a campanha mais chata, vazia e inócua de quarenta anos de democracia.
Nem as reeleições de Soares (contra Basílio Horta) e de Sampaio (contra Ferreira do Amaral) foram tão enfadonhas como esta "não campanha" que se arrasta penosamente pelo país face a uma indiferença substancial dos portugueses.
É evidente que a superioridade de Marcelo sobre todos os outros é de tal forma arrasadora, quer nas sondagens,quer no currículo, quer na experiência política que transmite a clara sensação de que tal como a pescada, que" antes de o ser já o era", também ele já está eleito antes de o ser.
O que sendo perigoso na lógica da sua candidatura, porque pode desmobilizar potenciais votantes que achem que não vale a pena votarem por que ele já está eleito, não deixa de ser verdade.
Mas o que preocupa, pelo menos para quem olha para a política com uma preocupação que vai para lá do imediato, é a pobreza das candidaturas que se apresentam a sufrágio e que traduz bem o progressivo empobrecimento da nossa classe política.
Marcelo à parte ( e muito à parte em bom rigor) o que sobra?
Cinco fracos candidatos da área do PS (Belém, Nóvoa, Ferreira, Neto e Vitorino) completamente dividido neste acto eleitoral, o pior candidato da CDU de que me lembro desde Ângelo Veloso, uma candidata do BE ainda "verde" para estas andanças , um candidato com um ego desmesurado e que se acha um paladino de boas causas e outro que faz da originalidade a imagem de marca embora não seja propriamente esse tipo de originalidade que se espera de um candidato presidencial.
Muito pouco e muito pobre.
Portugal teve em 1976/1980/1986/1991/1996/2001/2006/2011 grandes campanhas, candidatos que eram primeiras figuras da política portuguesa, elegeu em cada momento quem lhe pareceu melhor para as funções presidenciais.
Ramalho Eanes, Mário Soares, Jorge Sampaio, Cavaco Silva.
Os que ganharam.
Mas perderam nomes como Otelo Saraiva de Carvalho, Octávio Pato,Pinheiro de Azevedo, Soares Carneiro,Pires Veloso, Galvão de Melo,Freitas do Amaral, Salgado Zenha, Lurdes Pintassilgo,Carlos Carvalhas,Cavaco Silva(em 1996), Fernando Rosas, Ferreira do Amaral, Mário Soares(em 2006), Manuel Alegre(2006/2011),Francisco Louçã, Jerónimo de Sousa,Fernando Nobre entre outros.
Nada parecido com o actual panorama de candidatos.
Em que Marcelo é o único ao nível dos anteriores citados e Vitorino Silva, pese embora a simpatia e a genuinidade, é o exemplo acabado de um "não candidato".
São os dois extremos destas presidenciais.
Entre eles...o vazio.
E por isso é importante que Marcelo seja eleito já no próximo domingo.
Portugal não precisa, nem merece, mais um minuto "desta" campanha para lá do estritamente necessário.
E precisa de um Presidente da República competente, culto, experiente, conhecedor dos seus poderes e capaz de exercer funções num espírito de abrangência e conciliação face ás enormes dificuldades do futuro próximo.
E isso só Marcelo garante.
Para lá dele é o vazio!
Depois Falamos

segunda-feira, janeiro 18, 2016

O Nosso 14


Era o encontro de duas equipas intranquilas.
Ambas a fazerem campeonatos abaixo das expectativas com o Vitória a conseguir melhores resultados fora que em casa e o Porto a somar alguns maus resultados que o afastaram da liderança do campeonato.
Face a isso a resposta dos treinadores foi a mais diversa possível.
Enquanto Rui Barros optou pelo esquema habitual em Lopetegui (4-3-3 clássico)e pelos jogadores "do costume" já Sérgio Conceição condicionado também pelos regulamentos mudou jogadores e táctica relativamente aos jogos anteriores.
E se nos jogadores as mudanças  são mais ou menos habituais de jogo para jogo já ao trocar o habitual 4-3-3- por um arrojadíssimo 4-2-4 surpreendeu tudo e todos incluindo o técnico adversário que não esperaria um Vitória tão descaradamente ofensivo.
Uma entrada forte, um golo aos 4 minutos e depois saber durante hora e meia defender o pecúlio amealhado.
Individualmente:
João Miguel: Uma bela exibição não tanto pela quantidade mas especialmente pela qualidade de algumas intervenções. Como naquele remate de André André em que foi lá "abaixo" desviar a bola com uma palmada para canto. Ou na forma destemida como sai da baliza a interceptar cruzamentos com uma precisão absolutamente invulgar como naquele lance aos 90 minutos em que foi quase ao limite da área socar a bola. Começo a rir-me com antecedência face ás próximas convocatórias de Fernando Santos para os particulares da selecção. Adivinha-se o "quem vou tirar" parte II.
Bruno Gaspar: Previa-se uma noite de grande trabalho para os laterais vitorianos. E foi. O Porto é muito forte nos flancos quer através dos extremos (Brahimi, Corona) quer dos laterais (Maxi Pereira e Layun) que são jogadores de qualidade e muita experiência. E por força disso Bruno Gaspar teve de se concentrar nas missões defensivas-e nem sempre foi bem apoiado- não podendo subir ao ataque com a regularidade habitual.
Josué: Um bom jogo do central vitoriano anulando Aboubakar sem problemas de maior.
Pedro Henrique: Mais uma exibição segura e personalizada impondo o seu poder físico e a simplicidade de processos que é a sua imagem de marca. Veio para ficar.
Dalbert: Os problemas de Bruno Gaspar e a mesma atitude perante o jogo. Afoitou-se mais no ataque e acabou por sair claramente esgotado.
Bouba: Face à disposição ofensiva com que a equipa entrou, e consequente falta de unidades na intermediária, pedia-se-lhe grande rigor nas marcações e um jogo sem falhas na entrega da bola. Foi o que fez. E com um golo a embelezar a exibição.
Cafu: Era o jogador a quem provavelmente foi pedido maior raio de acção. O verdadeiro "box to box". E cumpriu com a entrega e a generosidade habituais. Atacou, defendeu, pressionou e ainda esteve ligado ao golo dado que lhe pertenceu o remate inicial da jogada.
Valente: Generosidade sem limite, quilómetros corridos mas sempre longe do seu espaço natural que é a área. A abrir cada uma das partes teve cruzamentos perigosos mas que não encontraram finalizador.
Alexandre Silva: Já se sabe que tem talento. mas também se sabia que nas ultimas aparições não esteve particularmente bem. Neste jogo foi mais uma "teimosia" que uma "aposta" e a verdade é que pouco se viu. A atacar apenas uma ou outra aceleração e a defender foram várias as vezes em que não ajudou da melhor forma o "seu" lateral.
Dourado: Não teve oportunidades de golo mas fez um jogo de grande trabalho para a equipa não regateando esforços. Segurou bolas, pressionou os centrais adversários e ainda ajudou a defender nos lances de bola parada. Uma exibição solidária com a equipa.
Tyler Boyd: Uma estreia absoluta deste jovem neo zelandês que tem actuado pela equipa B. Primeira convocatória e logo a titularidade num jogo desta responsabilidade. Teve pormenores interessantes, boa técnica e rapidez sobre a bola, quase fez golo no lance inicial do jogo mas notou-se a sua inexperiência nalgumas perdas de bola em lugares "proíbidos" quando a equipa se balanceava ofensivamente. Fica a curiosidade de o rever num jogo de menor exigência.
Phete: Entrou bem no jogo substituindo Boyd. Equilibrou o meio campo ao qual trouxe rapidez e pressão sobre o detentor da bola contribuindo ainda para nalguns períodos baixar o ritmo de jogo segurando a bola em zonas adiantadas do terreno. Acredito que se está a fazer um bom jogador.
Luís Rocha: Entrou a substituir um esgotado Dalbert e cumpriu sem margem para reparos. Não merece a especulação que tem andado em volta do seu nome quanto a uma possível saída este mês.
João Afonso: Uma aposta lógica face à pressão final do FCP e ao facto de Rui Barros ter feito entrar um segundo ponta de lança. Cumpriu sem problemas de maior.
Douglas, Helinho (outra estreia absoluta na convocatória) Tozé e Tomané não foram utilizados.

Pódio: João Miguel - Pedro Henrique - Josué

Depois Falamos

Imagens do Vitória-Porto


Dalbert

Dourado

Golo de Bouba

João Miguel Silva

Josué

Tyler Boyd

André André e Tyler Boyd

Reforços

Claques WA e SDC

Festejos

Alexandre Silva

Bruno Gaspar

Cafu
Valente

Bouba e Casillas