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sábado, outubro 31, 2015

Muito Estranho

Sou um confesso admirador de José Mourinho.
Sem entrar nessas disputas ridículas sobre se é ou não o melhor treinador do mundo (já bem bastam as patéticos discussões Ronaldo-Messi) não deixo de considerar que a par de Guardiola e Klopp está numa patamar acima de todos os outros.
Patamar onde também estava Ferguson e talvez Ancelotti e Wenger não andem muito longe.
A verdade é que com uma carreira cheia de sucesso em três campeonatos de topo,(Inglaterra,Espanha,Itália) e relevantes troféus internacionais ganhos ao serviço do Porto, Mourinho vive por estes dias a pior época da sua carreira.
Regressado a Inglaterra, e ao Chelsea, no inicio da época passada encontrou um plantel que não estava na primeira linha dos candidatos ao titulo face à valia das duas equipas de Manchester e ao Arsenal.
A verdade é que o ganhou!
E pelo caminho juntou ao palmarés uma taça da liga inglesa fazendo jus ao cognome de "happy one" que atribuiu a si próprio quando regressou.
Por isso é tão estranho o que se está a passar este ano.
Não perdeu nenhum titular indiscutível, reforçou a equipa com jogadores de excelente valia entre os quais avultam os nomes de Falcao e Pedro Rodriguez, e vem somando derrotas atrás de derrotas numa senda de insucessos inexplicável.
No campeonato, na taça da liga e na liga dos campeões.
Ocupando neste momento um impensável 15º lugar no campeonato (mas correndo o risco de ainda descer lugares no final desta jornada) eliminado na taça da liga e sem ter o apuramento garantido na "champions"Mourinho é o comandante de um barco que parece à deriva.
O treinador não desaprendeu, o plantel foi reforçado, o clube não tem problemas financeiros que ponham em causa seja o que for e por isso esta sucessão de desaires é extremamente estranha e acredito que perceber as causas preocupe mais o treinador do que um eventual despedimento.
É verdade que jogadores nucleares como Hazard e Diego Costa estão a léguas do seu normal, os centrais Terry e Cahill tem sido um "buraco" sem fim numa defesa que se tem visto privada do guarda redes Courtois e os reforços mais sonantes (Falcao e Pedro) ainda não se afirmaram de todo na equipa.
Mas mesmo assim é estranho tanto insucesso.
Balneário?
Mourinho ainda se deve lembrar das razões pelas quais saiu a primeira vez do clube.
Apostas?
Os insucessos do Chelsea devem ter feito já milionários nos mercados de apostas do Oriente.
Não sei.
Mas confesso que gostava de saber.
Porque é demasiado estranho para se aceitar como normal.
Depois Falamos

P.S No país em que a inveja é uma imagem de marca,Portugal, já por ai andam aqueles que se regozijam com este mau momento de Mourinho.
De facto há portugueses que não suportam o sucesso de outros portugueses!

sexta-feira, outubro 30, 2015

Halloween

Não é uma tradição portuguesa.
O Halloween, ou Dia das Bruxas, foi importado dos Estados Unidos nos anos mais recentes ao sabor dos interesses comerciais (e das modas)que rodeiam este tipo de festividades e foi-se implantando em Portugal como tantas outras importações do género.
Sem a tradição enraizada na sociedade americana, sem a dimensão que nesse país este dia encerra, a verdade é que cada vez mais se vai tornando num hábito local celebrado por jovens e menos jovens naquele espírito tão português de plena aceitação de tudo que vem de fora.
No século 19 era moda aceitar-se como bom tudo que vinha de França (há saborosas páginas de Eça de Queirós a comprova-lo) como sinal de modernidade e acompanhamento das modas que por lá se praticavam.
Actualmente, muito por força dos hábitos inculcados via Hollywood e das poderosas máquinas comerciais da sociedade americana, substitui-se a França pelos Estados Unidos como modelo a seguir para quem quiser estar na primeira linha de um certo conceito de modernidade.
E se noutras matérias podemos olhar com reservas para esse "seguidismo" (como para qualquer seguidismo) nestas matérias da diversão, do Halloween à Disney, não vem mal ao mundo em "importarmos" algumas dessas tradições.
Desde que não se sobreponham nem menorizem as nossas como é óbvio.
Depois Falamos

Mais Uma

Estamos à porta de mais uma jornada da Liga.
Que encerra algumas curiosidades que não podem deixar de ser mencionadas pelo significado que tem para o desenrolar da prova.
Desde logo a "novidade" de o Sporting comandar isolado o campeonato e, recebendo o Estoril, ter todas as possibilidades de assim continuar.
Tem o significado que tem, e que à nona jornada quase nada significa, mas é sempre um estimulo para um clube que não levanta o troféu há 13 anos.
Depois outra curiosidade que qualquer dia deixa de o ser tal a frequência com que se vem repetindo:
O Benfica, actual oitavo classificado e única equipa que ainda não empatou (quatro vitórias, três derrotas e um jogo em atraso) vai defrontar o Tondela em campo neutro!
Mais uma vez em campo neutro.
Depois do Arouca em Aveiro, do União da Madeira na Choupana(jogo adiado devido ao nevoeiro) e do Vianense em Barcelos para a Taça de Portugal, vai agora a Aveiro defrontar o Tondela mais uma vez devido a obras no estádio do adversário.
É escandaloso.
E admira-me como os outros clubes ficam calados face a algo que viola ostensivamente a verdade desportiva da competição.
Outra anormalidade cada vez mais normal(passe a redundância) acontece com o Porto que vai à Madeira defrontar o União, na Choupana, prevendo-se que o jogo tenha de ser adiado devido ao nevoeiro que se faz sentir na região.
De facto jogar naquele estádio parece ser mesmo uma lotaria metereológica.
Mas a Liga não contente em ter o estádio aprovado para jogos do Nacional ainda consente que o União também o utilize.
Destaque ainda para o terceiro classificado,Rio Ave, a defender o lugar em jogo caseiro com o Nacional, para o duelo de "aflitos" entre Académica e Moreirense e o jogo entre "europeus" que coloca Braga e Belenenses frente a frente.
Finalmente o Vitória.
Que vai a Paços de Ferreira,uma deslocação tradicionalmente complicada, em busca da segundo triunfo no campeonato e da recuperação não só na tabela mas também anímica e exibicional que o projecte para a luta pelos lugares a que nos habituou.
Que a equipa tem valor mais que suficiente para regressar com os três pontos tenho isso como adquirido.
Tem é de transformar valor em resultados.
Depois Falamos.

quinta-feira, outubro 29, 2015

Maré Baixa...

Não andam famosos os tempos para o PS no distrito de Braga.
A golpada interna em que Costa fez a Seguro o que se tinha comprometido por escrito a não fazer deixou marcas no PS distrital nomeadamente em algumas concelhias que para não perderem o "barco" do novo poder tiveram de dar impensáveis cambalhotas políticas mudando os seus apoios ao sabor de um inegável oportunismo.
E isso teve reflexos na lista de deputados.
Em que para mostrarem a fidelidade(recente mas intensa) a Costa o PS distrital com a colaboração de algumas concelhias (em processos...sujinhos,sujinhos,sujinhos) "saneou" deputados próximos do anterior líder num processo de depuração interna mais típico dos novos amigos do PS do que do "velho" e tolerante Partido Socialista.
A campanha eleitoral também não correu bem ao PS.
Falta de mobilização, falta de entusiasmo, falta de "chama", falta de participação dos próximos candidatos.
Não foram poucas as feiras e mercados em que tive oportunidade de presenciar os encontros (amistosos e com fair play democrático é bom que se diga) entre numerosas e entusiasmadas comitivas da PAF e pequenas e melancólicas comitivas do PS.
Foi assim em Celorico, em Guimarães, em Famalicão, na Póvoa de Lanhoso, em Barcelos.
Os resultados eleitorais manifestaram-se em linha com o atrás exposto.
A PAF venceu as eleições em 13 dos 14 concelhos do distrito ( e algumas dessas vitórias com um significado que se projecta no futuro) e o PS viu-se limitado a uma pequena vitória em Vizela que é mais noticia pela excepção do que pela relevância. 
A PAF elegeu dez deputados ( oito do PSD) e o PS manteve os sete de 2011 vendo o deputado perdido pela PAF ser conquistado pelo BE e não pelo partido que se afirmava como alternativa de poder.
Mas as má noticias não se ficaram por aí.
Já depois das eleições o PS viu na Câmara de Amares (ganhas pelo PS em 2013) o presidente retirar pelouros aos seus vereadores e atribui-los,incluindo a vice presidência, aos vereadores do PSD até então na oposição o que terá certamente repercussão nas autárquicas de 2017.
Mas a cereja em cima desde bolo de desgraças chegou esta semana.
Na eleição da nova direcção do grupo parlamentar do PS o respectivo líder,Carlos César, não deu nenhuma das 12 (DOZE) vice presidências a deputados eleitos por Braga.
Nem uma para amostra.
Tanta fidelidade a Costa, tanta cambalhota política nas secções, tanto saneamento dos "hereges seguristas" e no fim nem uma vice presidenciazinha...
Uma falta de peso político tão grande quanto inesperada.
Penso, e é isso que realmente importa na óptica do PSD (porque os problemas do PS o PS que os resolva), que há aqui uma grande oportunidade para transformar 2017 num ano em que o partido obtenha no distrito um resultado histórico em termos de conquista de presidências de câmara.
Porque nunca,tanto quanto me lembro, teve pela frente um PS tão dividido, tão enfraquecido, tão carente de peso político nas estruturas nacionais.
Há que aproveitar a oportunidade.
Depois Falamos.

quarta-feira, outubro 28, 2015

"Barca Velha"

Já o disse mas cada vez me canso menos de o repetir.
Os debates (embora chamar-lhes conversas seja mais adequado) de terça feira na Sic-N entre Pedro Santana Lopes e António Vitorino são , de longe, aquilo que há de melhor nas televisões portuguesas em termos de politica.
Homens com ideias, com cultura, com elevação, inteligência e fair play, com a percepção das fragilidades do imediato e da sensatez de dar ao tempo o que ao tempo pertence, transformam cada um dos programas num espaço  em que se prestigia a politica naquilo que ela tem de mais nobre  que é o confronto de ideias com dignidade, inteligência e elevação.
Tendo perdido há muito a paciência para outros programas desde o insuportável "Quadratura do Circulo" ao oficioso "Prós e Contras" passando pelo "chique" e pedante "Expresso da Meia Noite, é com renovado prazer semanal que assisto a estas conversas.
Em que ao contrário do que se tornou triste moda nas ultimas semanas, por responsabilidade quase exclusiva dos comentadores de esquerda, em que assistimos a debates crispados, tensos, a descambarem no radicalismo e fazendo uso de linguagens insultuosas que não eram habituais entre nós, se pode assistir a trocas de ideias e argumentos de forma serena, bem humorada e de profundo respeito mutuo.
Claro que comparar Pedro Santana Lopes e António Vitorino com o "sortido" de Galambas que a esquerda despejou nas televisões nas ultimas semanas é como comparar um jogo da Champions entre Barcelona e Bayern com o derbi lisboeta entre Atlético da Malveira e Casa Pia!
Ou um "Barca Velha" com vinho feito a martelo!
Depois Falamos

terça-feira, outubro 27, 2015

Aí Está

E ao terceiro dia aí está o novo governo.
Ridicularizando por completo, o já de si ridículo presidente do PS Carlos César, que ainda ontem se insurgia contra a demora de Passos Coelho em formar um governo de que fora indigitado primeiro-ministro apenas na quinta feira à noite!
Isto quando o PS anda há três semanas a tentar chegar a um mero acordo com outros dois partidos que parecem cada vez menos interessados em grandes e duradouros compromissos.
Adiante.
É um governo, há que dizê-lo, que não causa grandes desilusões mas também não suscita grandes entusiasmos.
Nem podia suscitar.
Porque debaixo do "cutelo" brandido por três partidos derrotados em eleições ,que fizeram de princípios e programas tábua rasa substituindo-os por um apetite desenfreado e doentio por alcançarem o poder de qualquer maneira, é à partida um governo para muito pouco tempo.
E com esse brutal condicionalismo é evidentemente muito difícil trazer para  a área da governação personalidade que noutras circunstâncias até estariam disponíveis para integrarem um governo ainda que minoritário no Parlamento.
É um governo com lógica
Em que Passos Coelho manteve os melhores ministros (com a excepção de Paulo Macedo que quis sair), promoveu a ministros alguns secretários de Estado ,foi buscar três personalidades fora do governo anterior e recorreu a deputados com experiência governativa do grupo parlamentar do PSD para ocupar os restantes ministérios.
Na orgânica apenas ligeiras alterações, mas com a relevância política de irem de encontro ao que o PS exigia, criando dois novos ministérios(Cultura e Modernização Administrativa) e separando a  Presidência dos Assuntos Parlamentares o que faz todo o sentido.
Algumas duvidas apenas na agregação do Desenvolvimento Regional à Presidência (desaparece o cargo de ministro adjunto) quando faria talvez mais sentido entregá-lo ao Ambiente e Ordenamento do Território.
Mas no essencial é um governo coeso, composto por gente experiente na sua enorme maioria e com perfeito conhecimento dos dossieres da governação.
Um governo pronto para um combate político extremamente difícil,é verdade, mas que saberá dar as respostas necessárias à batota pós eleitoral em curso e que visa construir uma "maioria negativa" ( a verdade do que António Costa diz tem a validade máxima de cinco minutos)para conseguirem na "secretaria" o que o povo lhes negou nas urnas.
A partir daí o Parlamento assumirá as suas responsabilidades.
Na certeza de que nada terminará na eventual aprovação das moções de rejeição...
Depois Falamos

segunda-feira, outubro 26, 2015

Zé Beto

Conheci o José Alberto Pereira Coelho (Zé Beto) há mais de vinte anos.
Numa reunião dos TSD, de que ele era dirigente e um militante entusiasta, realizada no Porto pouco antes do congresso do Coliseu em que Fernando Nogueira derrotou Durão Barroso.
E logo nesse primeiro encontro percebi nele uma personalidade singular.
Entusiasta, frenético até, homem de causas pelas quais se batia de forma persistente e empenhada.
Depois reencontrei-o muitas vezes em conselhos nacionais do PSD onde as suas intervenções (em dezenas de conselhos em que estive presente não me lembro de um único em que ele não tivesse intervido) eram momentos clássicos pelo inconformismo que sempre esgrimia e por não ter receio absolutamente nenhum de ser incómodo para com as lideranças.
Diziam-me os mais antigos nesse conselhos que já era assim desde o tempo de Cavaco Silva.
Muitas vezes o vi ser incómodo, "chato" até pela teimosia, mas em muitas dessas vezes dizendo cheio de razão o que outros pensavam mas não tinham coragem de dizer.
Aproximamos-nos pessoal e politicamente a partir do congresso de Pombal em que Marques Mendes derrotou Luís Filipe Menezes.
De quem Zé Beto foi um apoiante entusiasta, leal, empenhado e combativo.
Ao ponto de ao serviço de uma estratégia de grupo não hesitar,nem por um minuto,em expor-se numa candidatura à liderança do partido que ele sabia votada ao insucesso mas cujos pressupostos sabia serem importantes para o futuro.
Nesse altura falávamos todos os dias. E noites.
Várias vezes ao dia e quantas vezes pela noite dentro.
Depois da vitória de Menezes,e do consequente congresso de Torres Vedras em 2007, Zé Beto continuou activo e lutador pelas suas causas mas fui-lhe pressentindo uma crescente desilusão pela política partidária por razões que ele me contou mas que comigo ficarão.
A partir daí os nossos contactos foram-se espaçando.
Ainda nos encontramos nos congressos , continuamos a falar regularmente ao telefone, mas poucas mais vezes estivemos juntos.
Recordarei sempre que quando o meu filho mais novo foi estudar para Coimbra o Zé Beto deu-lhe de imediato o seu número de telemóvel e pô-lo à vontade para qualquer coisa de que precisasse.
Um gesto de amizade, mais um, que nunca esquecerei.
As nossas ultimas conversas já nada tiveram a ver com política tanto quanto me lembro.
O Zé Beto tinha fundado a associação de adeptos do futebol , uma das suas ultimas paixões, e ligava a contar novidades, a pedir sugestões a trocar ideias.
Estive com ele pela ultima vez (quem diria...) no estádio "Cidade de Coimbra" vai para três anos a assistirmos a um Académica-Vitória e aproveitando para falarmos de tantos episódios que tínhamos vivido em comum no "nosso" PSD mas também do "meu" Vitória" e dos "seus" Académica e Benfica.
Falamos ao telefone pela ultima vez (quem diria...) no passado Natal trocando os habituais votos de Boas Festas e desejos de Feliz Ano Novo.
E depois sem nenhuma razão especial para isso não voltamos a conversar.
Não calhou, não houve motivo especial, ele não me telefonou e eu não lhe telefonei.
Quando soube através de um sms do José Rosário, um amigo comum e como ele entusiasta dos TSD, que o Zé Beto tinha falecido nem queria acreditar no que estava a ler.
Mas era infelizmente verdade.
Mais um amigo que tinha partido sem "avisar".
Um homem generoso, amigo do seu amigo, lutador incansável pelas suas causas.
Deixa uma saudade sem remédio a par de umas memórias bem gratas a quem o conheceu e teve a sorte de ser seu amigo
Depois Falamos

P.S. Os congressos do PSD nunca mais serão os mesmos sem o Zé Beto a arranjar assinaturas para a sua lista ao Conselho Nacional.
Era um "clássico" dos congressos do partido!

Os Vira Casacas

Não vou perder tempo a falar de Pacheco Pereira.
Em relação a essa personagem continuo à espera, apenas, que apareça quem tenha a coragem de liminarmente o expulsar do PSD não por razões políticas(que são muitas diga-se de passagem) mas essencialmente  por motivos sanitários.
Já basta de se promover à custa de um partido que odeia.
Mas refiro-me a outros.
A aprendizes de "Pacheco Pereira" que vão pululando por aí e que não tem pejo, nem mesmo numa altura de crise como esta, em criticarem violentamente o partido em que estão inscritos fazendo gala de uma condição de militantes (que formalmente são embora não pratiquem)que lhes dá jeito para atingirem algum mediatismo.
Porque militantes de outros partidos a criticarem o PSD ou militantes do PSD a criticarem outros partidos nem é novidade, nem vende jornais, nem aumenta audiências televisivas.
Agora militantes do PSD a atacarem o "próprio" partido, ás vezes com uma virulência que nem os adversários atingem, isso sim é notícia e origina destaques que consolam egos e compensam frustrações dos seus autores.
É um bocado como a velha história do cão a morder no homem ou do homem a morder no cão.
Ninguém é obrigado a militar no PSD.
Mas querendo militar convém que se respeitem regras mínimas de respeito pelo partido, pelos seus dirigentes e especialmente pelos seus militantes que de forma livre e desinteressada estão no PSD para ajudar a uma causa comum e não para se promoverem à custa de uma continua critica cerrada ao partido.
Anda por aí gente vestida de casaca laranja mas que por baixo usa roupa multicolor.
Quando não é o próprio forro da casaca laranja que é em tons de rosa.
E o PSD no futuro tem de se saber proteger desses oportunistas através dos seus estatutos e regulamentos internos.
Não há que ter medo de os aplicar.
Afinal estamos mergulhados num novo PREC...
Depois Falamos.

P.S. Terminando como comecei:
Pacheco Pereira andou anos, no abjecto "Quadratura do Circulo" e na imprensa onde escreve, a fazer tudo que pôde para a PAF perder as legislativas.
Terminada essa missão já mergulhou de cabeça noutra; atacar a candidatura presidencial de Marcelo Rebelo de Sousa.
É "militante" do PSD mas a única prioridade que tem é atacar tudo que tenha a ver com o PSD.
Expulsá-lo é mesmo uma questão sanitária!

sexta-feira, outubro 23, 2015

Jornada Invulgar

A jornada europeia desta semana correu de forma algo invulgar para as equipas portuguesas.
Porque quase todas ganharam.
E excepção foi o Benfica, derrotado pelo Galatasaray, num jogo em que o empate seria o resultado mais justo mas em que o triunfo encarnado também não sairia fora do que foi a lógica e o desenrolar da partida ao longo dos 90 minutos.
De resto...só triunfos.
O Porto com uma vitória tranquila, mostrando uma vez mais que Lopetegui está bem melhor nas Liga dos Campeões do que na Liga nacional, a caminho do apuramento para a  fase seguinte.
O Sporting ,contra um adversário modesto que lhe permitiu poupar muitos jogadores para o derbi de domingo, goleou e está também ele no bom caminho para continuar na Liga Europa.
O Braga defrontando o Marselha, e bem se sabe como as equipas francesas são...complicadas, conseguiu um meritório triunfo depois de nos últimos minutos quase ter deixado ir por água abaixo o pecúlio até então amealhado.
Em condições normais o apuramento também não lhe escapará.
E finalmente o Belenenses.
Que à partida tinha o adversário mais difícil nesta Liga Europa de todas as equipas nacionais, porque jogava fora de casa e o Basileia é "cliente" habitual da Liga dos Campeões, conseguiu um excelente triunfo que o coloca de novo na corrida pelo apuramento para a fase seguinte.
Sobre este triunfo "azul" direi mais duas coisas.
Uma é que como vitoriano é sempre um prazer ver o Basileia perder.
Ainda para mais quando do outro lado está uma equipa portuguesa na qual alinha o jogador(João Amorim) mais internacional de sempre das camadas jovens do Vitória.
A outra é para realçar o acerto com que o Belenenses foi ao mercado nos últimos dias em que este esteve aberto.
As contratações dos avançados Luís Leal (na foto) e de Kuka (esteve para vir para o Vitória B em Janeiro de 2013...mas não veio) deram à equipa um "poder de fogo" que não pode ser negligenciado pelos seus adversários.
Em suma tivemos uma jornada bem positiva.
Depois Falamos

P.S. Luís Leal é um dos melhores pontas de lança que por aí anda desde os tempos do Estoril.
Infelizmente a cegueira dos responsáveis (no caso Paulo Bento) para tudo que não seja SLB/FCP/SCP impediu a sua chamada à selecção nacional.
E agora aos 28 anos, na plena maturidade futebolistica que tanto jeito daria a uma selecção à procura de pontas de lança, já é tarde.
Porque entretanto, e sendo detentor de dupla nacionalidade, já jogou por S. Tomé e Princípe!

quarta-feira, outubro 21, 2015

Eles Comem Tudo...

Neste ambiente surreal que se vive na politica portuguesa, em que um trio de partidos derrotados nas eleições quer vencer na secretaria a vontade dos eleitores, eis que se anuncia mais uma atrocidade.
O trio da batota que se prepara para fazer o que em 40 anos de democracia nunca foi feito, ou seja não deixar governar quem ganhou as eleições, ainda não está satisfeito com esse assalto despudorado a um poder que as urnas lhe negaram e prepara-se para negar outra prática que existe desde 1976.
Que é a do presidente do parlamento ser indicado pelo maior grupo parlamentar.
Como aconteceu, por exemplo, durante os governos de Guterres em que Almeida Santos presidiu ao Parlamento mesmo sem o PS ter maioria absoluta ou no segundo governo de Sócrates em que Jaime Gama continuou a presidir mesmo com o PS a perder a maioria absoluta.
Na ultimas eleições, ganhas peça coligação "Portugal à Frente", o partido com maior grupo parlamentar continua a ser o PSD com 89 deputados seguido pelo PS com 86.
Naturalmente que devia ser o PSD a indicar o presidente do Parlamento independentemente do que vier a acontecer quanto à formação do governo face à batotice em curso.
Mas não.
Ansioso pelo poder absoluto o PS também quer violar essa regra e indicar o presidente do Parlamento.
Fazendo tábua rasa (mas isso vindo de António Costa já não admira) de quarenta anos de respeito democrático por uma regra que nunca ninguém infringiu.
E indicando para o lugar uma figura como Ferro Rodrigues que há muito que anda a mais na politica e que nada, mas nada mesmo, aconselha para um lugar com essa responsabilidade.
É a mais completa falta de vergonha.
O despudor absoluto vindo de um partido que sob a desgraçada liderança de António Costa mais não consegue do que negar-se a si próprio e rasgar todos os compromissos que ao longo de décadas ajudou a construir e soube cumprir no essencial.
Um dia, mais cedo do que tarde, vai pagar por isso um preço elevadíssimo.
Pena que até lá tenhamos de pagar todos , e bem caro, esta tentativa de salvar a carreira politica (também não tem outra...) de António Costa.
Depois Falamos

P.S. O presidente do Parlamento é eleito por votação secreta como o PSD e Fernando Nobre bem perceberam em 2011.
Quem sabe se em 2015 o ultimo a rir não vai ser o que ri melhor...

Desigualdades

Cartoon: Miguel Salazar

Este genial cartoon do Miguel Salazar retrata bem o que é a realidade de uma Liga de basquetebol que iniciou a sua época por estes dias.
Nele se retratam o campeão(Benfica) e o vice campeão (Vitória) através dos respectivos treinadores, Carlos Lisboa e Fernando Sá e caricaturalmente os meios que cada um tem à sua disposição para tentar ganhar o titulo de 2015/2016.
Que são aliás rigorosamente os mesmos que nos últimos dois anos permitiram que o Benfica vencesse dois campeonatos e o Vitória ficasse das duas vezes em segundo lugar.
É bem a diferença entre o Ferrari e o Citroen "2 cavalos".
De um lado um orçamento a que não me canso de chamar "obsceno", que não advém das receitas próprias da modalidade e permite ao treinador do Benfica dispor de duas equipas de idêntica valia o que em termos de jogo numa modalidade com as regras do basquetebol faz toda a diferença.
Mas  a par disso, e dessa politica de gestão que permite ao clube aplicar verbas oriundas de outras áreas no basquetebol distorcendo as realidades competitivas do campeonato, existe por parte do Benfica uma legítima estratégia de afirmar o seu ecletismo como uma ferramenta importante da dimensão e expansão do clube.
É no basquetebol, é no andebol, é no voleibol, é no futsal, é no hóquei em patins.
Em todas essas modalidades o Benfica tem como orientação estratégica o ser candidato ao titulo e ás outras provas nacionais.
É a politica do clube.
Correcta diga-se de passagem.
E muito facilitada por o Benfica ser um clube de passivo ilimitado e a quem ninguém obriga a pagar as suas dívidas ou a ter uma gestão compatível com a realidade de cada modalidade.
Do outro lado o Citroen "2 cavalos".
Uma secção muito bem gerida, um treinador excepcional, uma realidade financeira completamente dependente das verbas que a secção consegue angariar e uma realidade desportiva totalmente dependente da categoria do treinador e da extraordinária capacidade que este tem de todos os anos descobrir novos talentos e refazer um plantel sempre depauperado pelas carências financeiras.
A par de, contrariamente ao Benfica, não ser estratégia do clube qualquer aposta nas modalidades que não seja dotá-las dos mínimos indispensáveis a poderem competir.
Recintos para jogarem, transporte, departamentos médicos e pouco mais.
Uma visão estratégica coerente da importância do ecletismo, que poderia com um pequeno esforço aqui ou ali fazer o Vitória passar do "quase" ao "ganhamos", não existe e por isso é pedido aos técnicos do basquetebol (e também de outras modalidades como o voleibol)que todos os anos vão fazendo pequenos "milagres" e construindo equipas competitivas.
Que é o que Fernando Sá tem feito todos os anos.
E por isso está época, uma vez mais, vamos ter o Citroen "2 cavalos" preto e branco a concorrer contra o Ferrari vermelho (e contra um Porsche azul que renasceu para os lados do "Dragão") numa corrida que é cada vez mais desigual.
Pessoalmente acredito que mais uma vez se farão "milagres".
Mas já era tempo, mais que tempo, de se olhar para as modalidades no Vitória (especialmente basquetebol e voleibol) como parceiras estratégicas fundamentais na afirmação e crescimento do clube.
Elas merecem-no.
E a  sala de troféus do Vitória Sport Clube confirma-o exuberantemente.
Depois Falamos.

segunda-feira, outubro 19, 2015

Batota na Taça

Andam pela televisões uns debates muito acesos, independentemente do canal e dos comentadores, sobre "prendas" e almoços que um clube dá aos árbitros e os outros,pobres anjinhos, pelos vistos não dão.
Discussão restrita, está bom de ver, aos três do costume.
Como se a corrupção no futebol estivesse subordinada a um arroz de lagosta ou uma camisola a recordar velhíssimos tempos.
Mas poderiam esses comentadores, se uma vez na vida o quisessem ser de facto e não apenas fieis "papagaios" das posições dos seus clubes, debruçar-se sobre outros assuntos bem mais interessantes e que constituem reais problemas do nosso futebol.
Como por exemplo o novo regulamento da Taça de Portugal.
Que estipulou, e muito bem, que nesta eliminatória agora disputada e em jogos entre clubes de diferentes escalões os de escalão superior jogariam obrigatoriamente fora de casa.
Não em casa, não em campo neutro , mas fora de casa.
Leia-se no terreno do seu opositor.
Visava, e bem, essa medida funcionar como propaganda para o futebol levando equipas da 1ª liga a estádios onde normalmente não actuam e a terras pouco habituadas a verem esses clubes por lá aparecerem.
Infelizmente a boa intenção subjacente ao regulamento foi rapidamente aldrabada pela habitual "xico espertice" dos dirigentes do nosso futebol que em perfeito conluio entre visitantes e visitados arranjaram forma de estenderem o "manto protector" aos mais fortes evitando-lhes a maçada de terem de jogar em relvados a que não estavam habituados.
E se é verdade que com resultados bem diferentes(mas não é disso que aqui se trata)clubes como Vitória,Porto, Braga, Nacional, Boavista, Vitória FC,União da Madeira,Moreirense,etc cumpriram o regulamento e jogaram realmente em casa dos seus adversários outros houve que não o fizeram.
Curiosamente Benfica e Sporting.
Tão diferentes e tão iguais.
Que a pretexto da falta de condições dos estádios dos seus adversários( Vianense e Vilafranquense) arranjaram forma de irem jogar em "casa" nos terrenos de Gil Vicente e Estoril.
Violando a verdade desportiva da competição e criando situações de favor que seriam completamente inaceitáveis num futebol em que as regras fossem iguais para todos.
Em Portugal não são.
E já agora os doutos comentadores ,se para tanto tivessem independência e coragem, podiam para além de comentarem isto comentarem também  outra realidade.
Eu não acredito que um arroz de lagosta e uma camisola corrompam quem quer  que seja.
Mas que dizer de o clube mais forte ceder a sua parte da receita (uns bons milhares de euros)ao clube mais fraco?
Com isso ajudando-o em valores quantas vezes idênticos aos do orçamento de uma época?
Não quero com isto dizer, nem de perto nem de longe,que essas dádivas generosas se destinam a comprar os resultados desses jogos.
Mas que influenciam decisivamente a mudança de recinto isso influenciam porque duplicam o "bolo" a receber pelo anfitrião e quanto maior for o recinto maior a receita a embolsar.
Daí a quase irresistível tentação de ir para campo neutro.
Facilitando a vida a quem tem de jogar fora de casa.
Que por "acaso",nestes casos, são os clubes que oferecem o dinheiro.
Como diria o grande Fernando Pessa "... e esta heim?..."
Depois Falamos.

domingo, outubro 18, 2015

Fabuloso

Ronaldo acrescentou ontem, frente ao Levante, mais um recorde a juntar ao seu fabuloso currículo.
Ao marcar o segundo golo dos madridistas conseguiu, em simultâneo, o seu 324 golo pelo Real Madrid no que o transforma no maior goleador de sempre na História do colosso espanhol.
E conseguiu esse marca em apenas 310 jogos o que lhe permite a também uma fabulosa média acima de um golo por jogo!
Simplesmente notável.
Especialmente se considerarmos que até ontem dividia esses estatuto de máximo goleador do RM com Raul,  outra lenda dos merengues  que esta semana anunciou o seu fim de carreira, mas este para para marcar os tais 323 golos precisou de 741 jogos.
E se constatarmos que para chegar à liderança isolada do ranking dos goleadores do Real Madrid Cristiano Ronaldo teve de ultrapassar nomes míticos do clube como Alfredo Di Stéfano e Hugo Sanchez, para além do citado Raul ou de Carlos Santillana e Fernando Morientes, melhor se avaliará a dimensão da proeza do grande jogador português.
Que aos trinta anos, e com mais meia dúzia de carreira pela frente, torna impossível prever até onde irá em termos de golos, de recordes, de troféus individuais e colectivos.
Mas seguramente que vai deixar para os que vem a seguir fasquias de ultrapassagem muito ,mas muito mesmo, difíceis de superar.
Pessoalmente sou de há muito um admirador do futebol de Ronaldo.
Que considero que é um dos melhores futebolistas mundiais de sempre, pese embora o ingrato que é comparar jogadores de épocas muito diferentes, e um dos dois melhores da actualidade sem entrar nessas ridículas discussões ,tão do agrado de alguns, sobre se é ele ou Messi o melhor.
Tal como em relação a Mozart ou Chopin, que são muito melhores de ouvir do que discutir qual o melhor músico e compositor, também prefiro ver deleitado o futebol de Ronaldo e de Messi ao invés de perder tempo a discutir qual dos dois é superior.
Fiquei, pois, muito satisfeito com mais este recorde de Ronaldo.
E,confesso, satisfeito com a "azia" de muitos espanhóis (até adeptos do RM nalguns casos) pelo facto de o maior goleador de sempre do Real Madrid ser português.
Bem feito.
Depois Falamos

sábado, outubro 17, 2015

Mau serviço

Já fui um espectador razoavelmente atento dos programas de análise futebolistica das nossas televisões.
Desde os tempos do "Donos da Bola" na SIC.
Tive até o imenso prazer de durante um ano ser comentador num desses programas ( o "A Bola é Redonda" no Porto Canal) juntamente com pessoas de quem já era amigo ou de quem fiquei amigo depois dessa experiência.
E onde na maioria dos casos (houve infelizmente duas excepções) a vivacidade com que debatíamos e defendíamos os nossos clubes nunca foi impeditiva de um relacionamento cordial que muitas vezes proporcionava que no fim dos programas ainda ficássemos nos estúdios a conversar amigavelmente sobre futebol.
Pessoalmente fiquei com gratas memórias desse programa e a satisfação de nunca me ter aborrecido com ninguém por causa do que lá debatíamos.
Infelizmente nos últimos dois ou três anos, mas especialmente esta época, os programas de SIC-N/RTP-3/TVI 24 (especialmente neste canal) sobre futebol tem-se transformado num espectáculo cada vez mais vergonhoso de cegueira clubistica, de fanatismo descontrolado, de debates a raiarem o insulto.
Uma autêntica vergonha.
O que se passou então no último programa "Prolongamento" da TVI24 ultrapassou as raias do admíssivel e provocou até o abandono em directo (como a foto documenta) de Eduardo Barroso farto de aturar um sujeito que é impossível de ser aturado.
Confesso que há anos que deixei de ver esses programas com um mínimo de regularidade.
Ás vezes lá espreito um ou outro mas rapidamente mudo de canal por absoluta falta de paciência para aqueles "produtos" televisivos.
Onde até tenho amigos a comentarem mas que se tornarem insuportáveis de ver (os programas não os amigos) por três razões:
Uma pela descida acentuada de nível.
Outra porque não são programas para falarem de futebol mas apenas de três clubes numa perspectiva de autêntico fanatismo.
E outra ainda porque não estando o Vitória representado nesses painéis pouco me importa o que lá se diz.
Quando quero ouvir opiniões televisivas sobre futebol, com fundamento,inteligência, substrato e conhecimento de causa então "limito-me" a ouvir comentadores como Ribeiro Cristovão, David Borges, Bernardino Barros, António Tadeia, Luís Freitas Lobo ou até Rui Santos.
Os painéis é que não.
Porque prestam um péssimo serviço ao futebol e à sociedade. 
Depois Falamos

quinta-feira, outubro 15, 2015

O Muro do Costa

" Aliança à esquerda é como deitar abaixo o resto do muro de Berlim"
(António Costa)

Se a situação do país o permitisse, e o assunto não tivesse a gravidade que tem, esta veia humorística do ainda líder do PS até podia ter alguma piada.
Infelizmente o assunto é demasiado sério para nos podermos rir.
Não que o alto conceito em que a inclita criatura se tem (será provavelmente dos poucos que dele tem esse conceito mas esse é problema dele com que todos podemos bem) , ao ponto de querer associar o seu nome a um dos momentos mais significativos do século 20, não mereça ao menos um sorriso de comiseração.
Mas o assunto é outro que não o ego do dr.Costa.
Político sempre de segunda linha sem sair da sua zona de conforto, presidente banal da câmara de Lisboa (a que só chegou devido a uma tremenda ingenuidade dos então dirigentes do PSD)na qual não deixou nenhuma saudade, candidato rotundamente falhado a primeiro ministro que derrotado em eleições quer derrotar a vontade dos eleitores, o dr António Costa quer por força reescrever a História a seu gosto.
Seja arvorando-se em vencedor das eleições que anda a peregrinar pelas sedes partidárias como se alguém o tivesse incumbido de formar governo, seja bolsando frases que considerará grandiloquentes mas são apenas ridículas, seja agindo de permanente má fé nas negociações com a coligação.
Cujo partido liderante já por três vezes teve o sentido de Estado necessário a viabilizar governos minoritários do PS chefiados por Mário Soares,António Guterres e José Sócrates.
Se a má fé já nem é novidade em António Costa (António José Seguro que o diga), de tão repetidamente praticada, há agora uma nova faceta no ainda líder socialista que merece ser desmontada.
A de ao sabor de um ego tão desmedido quanto patético (tipo madrasta da Branca de Neve..." espelho meu há alguém melhor para PM do que eu?") achar que vai ser um protagonista de relevo da História.
E daí vem a sua risível frase sobre o Muro de Berlim.
Sobre a que importa dizer apenas três coisas:
Foi uma pena não se ter lembrado dessa frase (e do conceito que lhe está inerente) ANTES das eleições e a elas ter concorrido coerentemente em coligação com o BE e a CDU.
 Foi pena que a honradez(suponho que ele saberá, ao menos, o que a palavra quer dizer) não o tivesse levado, em nome da transparência, a dizer ANTES das eleições que admitia essa aliança caso os resultado eleitorais o proporcionassem.
Ao contrario do que a sua megalómana vaidade o faz supor a aliança de esquerda de António Costa não deitou abaixo nenhum resto do muro de Berlim.
Apenas significa que Costa e o PS atravessaram o pouco que resta do muro e se foram juntar aos que o construíram.
E é isso que ficará para a História como epitáfio político de António Costa.
Depois Falamos

quarta-feira, outubro 14, 2015

Batota Anunciada

Gostei ,e muito, das declarações que hoje Pedro Passos Coelho fez à saída do Conselho Económico Social.
Pondo os pontos nos is e dizendo o que tem de ser dito.

"Que o país está atónito com aquilo a que tem assistido nos últimos dias"
"Que é tempo de por ponto final nisto"
"Que dá a impressão que o PS ganhou as eleições e anda a fazer diligências para formar governo".
"Que não faz mais nenhuma reunião com o PS porque está farto do faz de conta".
"Que o PS perdeu as eleições e tem de ter a humildade de o aceitar".
"Que não vai governar com o programa de quem perdeu eleições".
"Que não vamos virar o resultado do avesso e sujeitar o país a uma chantagem política".
"Que o PS ficou de enviar uma contra proposta mas até ao momento nada"
"Que a coligação continua aberta a negociar mas compete ao PS o próximo passo".
"Que espera ser indigitado PM pelo PR e depois cada um que assuma as suas responsabilidades".

Porque já todos percebemos, embora quem tem as responsabilidades de Passos Coelho tenha de ter uma paciência e uma contenção quase infinitas, que Costa e o PS estão de má fé desde o primeiro momento e não tem a mínima intenção de viabilizarem um governo de quem ganhou as eleições.
Foram a uma primeira reunião sem levarem uma proposta ou uma ideia.
O que não obstou a que à saída considerassem a reunião "inconclusiva".
A coligação comprometeu-se (e cumpriu) a em 72 horas enviar ao PS um documento com as bases necessárias a negociar.
Fez-se uma segunda reunião em que o PS não adiantou rigorosamente nada sobre o que pretendia para o acordo nem sobre alternativas ao documento apresentado.
O que não obstou a que à saída o PS viesse a considerar o documento como tendo lacunas graves nomeadamente informação económica que consideram relevante para avaliarem o estado do país.
Curiosamente nos "maravilhosas encontros" que tem tido com BE,PCP, Verdes,PAN parece que essa relevante informação económica não fez falta nenhuma para as reuniões terem corrido muito bem e até serem criados grupos técnicos para avaliarem as possibilidade de um futuro programa de governo.
Má fé, batota, falta de vergonha,cinismo, descaramento, tudo isso e muito mais caracterizam a postura de António Costa e da parte do PS que concorda com este procedimento e esta tentativa de golpada.
E por isso acho que Passos Coelho tem toda a razão no que disse.
É tempo de acabar com esta palhaçada que Costa anda a promover pelas sedes partidárias e exigir que as coisas sigam o curso normal dentro dos prazos constitucionalmente previstos.
Ou seja o Presidente da República convidar quem ganhou as eleições para formar governo e a partir daí que cada um assuma as suas responsabilidades.
E já ontem era tarde...
Depois Falamos.

segunda-feira, outubro 12, 2015

Estratégia Vencedora

Ainda falta muito tempo, mais de três meses, para as eleições presidenciais mas é evidente que elas estão a ganhar um espaço de atenção cada vez maior e que redobrará quando o imbróglio governativo criado pela ambição desmedida de António Costa estiver resolvido.
E no actual quadro, que ainda poderá conhecer mais um ou outro pré candidato mas sem prevísivel importância no quadro de potenciais vencedores, ganha relevo a estratégia brilhante desenvolvida por Marcelo Rebelo de Sousa que é hoje o principal favorito a suceder a Cavaco Silva.
Definiu, há mais de um ano, um timing.
E cumpriu-o rigorosamente.
Disse que só anunciaria a sua decisão depois das legislativas e imune a todas as pressões e "cantos de sereia", e até a algumas "provocações", manteve o que disse.
Falou-se de vários candidatos na sua área politica, apareceu uma moção no congresso do PSD que parecia excluir um apoio à sua candidatura, esgrimiu-se com o não apoio de Passos Coelho e da direcção do PSD, mas a tudo Marcelo resistiu imperturbável.
Era depois das eleições...foi depois das eleições!
Mas pelo caminho, numa jogada politica tão brilhante quanto compatível com a forma lúdica como encara a vida, ainda foi ao congresso do PSD fazer um discurso arrebatador, empolgar os militantes e dar um verdadeiro show mediático que o transformou ,quiçá, na principal figura desse congresso.
Para alguns pareceu puro entretenimento, sedução pelas luzes da ribalta, uma "Marcelada" como alguns depreciativamente quiseram fazer crer.
Não foi nada disso.
Marcelo foi ao congresso do PSD dizer uma coisa clarinha como a água e que acredito Passos Coelho terá imediatamente entendido.
Que para as presidenciais precisava mais o PSD (a sua direcção à cabeça) dele que ele do PSD.
Porque do "povo PSD" ele teria sempre o apoio e os votos.
Foi nesse dia, assistindo a esse discurso, que pela primeira vez me convenci que Marcelo ia avançar.
Foi demasiado brilhante, demasiado estratégico, demasiado abrangente para se esgotar no tempo em que ocupou o palco.
Tinha de ter sequência.
E teve.
Na sexta feira em Celorico de Basto.
E culminará, acredito, na sua eleição como Presidente da República.
Depois Falamos.

sábado, outubro 10, 2015

Fraude !

Se este cartaz e esta "coligação" tivessem existido antes das eleições, e ido a votos, nada haveria a dizer caso tivessem ganho.
Tinham legitimidade para exercer um poder que lhes adviria do voto nas urnas.
Como se sabe nada disso aconteceu.
Os três partidos foram a votos em separado e não tiveram sequer a honradez de dizerem que poderiam vir a juntar-se numa coligação pós eleitoral caso os resultados o propiciassem.
Pelo contrário andaram durante a campanha a sublinhar o que os separava, as diferenças ideológicas que não eram superáveis, uma brutal divergência de pontos de vista quanto a questões essenciais como a permanência no euro.
Entre outras.
Não era pois possível, nem ao mais crédulo dos eleitores, supor que ao votar no PS estava também a votar no PCP (quarenta anos de História tornavam isso impossível) e no Bloco de Esquerda.
Mas é isso que corremos o risco de ver acontecer.
Três partidos derrotados nas urnas, sem convergência de pontos de vista no essencial nem qualquer "cimento" ideológico, predispõe-se a falsear a vontade do povo e a quererem exercer um poder que lhes foi recusado nas urnas pelos portugueses.
Que de forma bem clara disseram que não queriam PS, PCP (nem vou perder tempo com essa "mistificação" chamada "Os Verdes" que pelos vistos agora António Costa leva a sério porque lhe dá jeito)e BE  a governar.
E por isso votaram maioritariamente na coligação "Portugal à Frente".
Mas com o maior dos desprezos pelo resultado das urnas os três partidos querem o poder.
Poder pelo poder no caso do PCP e BE (dois partidos a quem os os portugueses nunca quiseram ver nem perto da governação) , talvez no caso dos comunistas com a mão em frente aos olhos como um dia fizeram para votar em Mário Soares, e poder pelo poder no caso do PS com o aditivo constituído pela provisória salvação da carreira politica do seu líder gravemente comprometida por uma pesada derrota eleitoral.
E tudo isto tem um nome:
Fraude!
Fraude politica, fraude eleitoral, fraude ética.
Fraude.
Fraude praticada contra um partido(líder de uma coligação) que foi o mais votado, que elegeu o maior número de deputados, e que tem o legítimo direito de indicar o primeiro ministro.
Fraude praticada contra um partido que com um sentido de Estado ,que Costa não sabe nem nunca saberá o que é, já por várias vezes viabilizou governos minoritários do PS (com Guterres e com Sócrates) precisamente por entender que quem ganha tem o direito de governar.
E isso num tempo em que os agora tão amigos PCP e BE eram os primeiros a quererem derrubar os executivos socialistas.
Em Portugal vivem-se hoje tempos negros para a saúde da democracia e do regime politico em que vivemos.
Tempo em que nas sedes partidárias de esquerda se prepara um verdadeiro golpe de Estado destinado a subverter o que foi a vontade do povo em 4 de Outubro e levar ao poder um verdadeiro "saco de gatos" que fará Portugal recuar aos piores tempos de 2011.
O responsável tem nome.
Chama-se António Costa.
E está a por a sobrevivência da sua carreira política (também não se lhe conhece outra...)à frente dos interesses de Portugal e do que foi a vontade livremente manifestada pelos portugueses.
Será, mais cedo ou mais tarde, julgado por isso.
Depois Falamos

P.S Nisto de golpadas de esquerda,sejamos justos, Costa não é caso primeiro. Em 2005 o seu grande amigo Jorge Sampaio também dissolveu um Parlamento em que havia uma maioria estável,sem que nada o justificasse, para entregar de bandeja o poder a ...José Sócrates.
Sabemos como isso acabou e o quanto nos custou e ainda vai custar nos próximos anos.
Sampaio, Costa, Sócrates, Ferro, em bom rigor não passam de farinha estragada de um saco nada recomendável.
Azar o nosso que tivemos de levar com eles!

sexta-feira, outubro 09, 2015

Eu e a "Pedreira"

Não tenho uma relação feliz com a "pedreira".
Aliás nem tenho relação nenhuma porque é local que não frequento.
E não é por ser em Braga ,ao contrário do que alguns sempre muito lestos mas pouco rigorosos a comentarem o que escrevo poderão pensar, porque o estádio 1º de Maio também é em Braga e sempre gostei de lá ver futebol.
Provavelmente será o estádio fora de Guimarães a que já fui mais vezes.
Mas a "pedreira"...não dá.
Fui lá duas vezes em toda a minha vida e desconfio que será bem difícil haver terceira.
A primeira foi em 2003, ainda aquilo andava a ser construído, e foi por dever de oficio acompanhando o então ministro José Luís Arnaut numa visita aos estádios do Euro 2004 no distrito de Braga.
E não fiquei ,desde logo,com boa impressão.
A segunda, e ultima, foi em 2008 quando na companhia do meu filho João fomos assistir a um Portugal-Albânia (que acabou 0-0) a contar para o apuramento para o mundial da África do Sul.
Recordo bem que saímos de Guimarães com duas horas de antecedência, passamos a portagem em Braga faltava cerca de uma hora e quarenta para o começo do jogo, e quando entramos no estádio já as equipas estavam alinhadas no centro do terreno a escutarem os hinos nacionais!
Um engarrafamento brutal na circular de Braga, má sinalização,ausência de estacionamento condigno, necessidade de deixar o carro estacionado bem longe do estádio e na margem da circular, tudo isso contribuiu para transformar essa ida à "pedreira" numa experiência inolvidavelmente negativa.
Posteriormente todas as descrições que tenho ouvido sobre a falta de comodidade das bancadas, dos problemas com elevadores, das dificuldades de estacionamento e acesso que se mantém, não ajudaram em nada a que tivesse vontade de lá voltar.
E não voltei.
E até para o jogo de ontem, em que me foi gentilmente oferecido um convite, não ultrapassei essa dificuldade de falta de relacionamento com a "pedreira".
Não dá mesmo!
Depois Falamos

Apurados

Vi o jogo de ontem com um misto de sentimentos.
Por um lado a satisfação de ver jogar a selecção portuguesa, de ver alguns grandes jogadores do futebol europeu (e um de categoria mundial), de ver Portugal apurar-se para o europeu de 2016 sem a habitual necessidade de usar a calculadora nem a ida a play offs de resultado sempre incerto.
Por outro lado com a frustração de saber que aquela selecção é em parte uma selecção de interesses que nada te a ver com o futebol mas sim com o mundo,nem sempre limpo,de todos os negócios que em volta dele gravitam.
E uma selecção,há que dizê-lo, em que como quase sempre no passado o peso das camisolas é decisivo na hora das escolhas.
Dois exemplos:
André André que andou três anos a fazer excelentes exibições (e a marcar golos) no Vitória sem nunca ter sido chamado mas desde que há quatro meses assinou pelo Porto já vai na quarta ou quinta convocatória.
Sem que lá tenha feito algo diferente do que fazia cá.
E Nelson Semedo a quem bastaram nove jogos na equipa principal do Benfica e uma enorme pressão da imprensa do "regime" para ser chamado quando até então nunca tinha sido internacional em qualquer categoria.
De resto Portugal fez uma exibição inteligente, jogando com o conforto classificativo e a ansiedade do adversário que precisava de ganhar, e gerindo bem o jogo acabou por vencer com um golo de Moutinho que bem fez por o merecer.
Num jogo em que se registou a curiosidade de no onze inicial estarem quatro jogadores do Mónaco o que aconteceu pela primeira vez em relação ao clube monegasco esta época recheado de bons jogadores portugueses.
Em termos de exibições individuais  destaque para as excelentes exibições de Cédric (com natural "desespero" dos que exigiam Nelson Semedo no 11 inicial), de Danilo, de Bernardo Silva e de Moutinho numa noite em que Ronaldo a jogar fora do seu sitio poucas oportunidades teve para brilhar e em que a segurança dos centrais e de Rui Patrício bastou para impedir os dinamarqueses de chegarem ao golo.
A um jogo do final da fase de apuramento já estamos apurados, corolário de seis vitórias consecutivas depois da derrota inicial com a Albânia, e isso é uma boa novidade.
Mérito dos jogadores e de Fernando Santos sem sombra de dúvida.
Mas para fazermos um Europeu à altura do que todos (e então os emigrantes em França nem se fala)esperamos há coisas a resolver na equipa.
A principal é encontrar um ponta de lança que permita a Ronaldo jogar no "seu" lugar e que dê vazão ás oportunidades que os extremos (Quaresma,Nani, Danny,etc)criam em bom número.
Depois Falamos

quinta-feira, outubro 08, 2015

quarta-feira, outubro 07, 2015

Sugestão de Leitura

É um livro cuja leitura aguardava com muita curiosidade.
Escrito por Vítor Matos, jornalista da revista "Sábado", é uma investigação jornalistica independente feita aos bastidores dos dois maiores partidos políticos portugueses (PSD e PS) que procura demonstrar como se constroem as teias de poder dentro dos aparelhos partidários e como algumas figuras aparententemente insusceptíveis de o conseguirem chegam a cargos extremamente importantes dentro das hierarquias partidárias.
Li-o com imenso interesse.
Até porque versa um conjunto de situações que já eram conhecidas pela imprensa mas que não tinham até agora sido investigadas e descritas com o pormenor a que este livro chega.
Li com interesse redobrado, como muitos compreenderão, o capitulo 1 da parte III em que é versada a disputa pela liderança do PSD entre Luís Filipe Menezes e Luís Marques Mendes em que estive envolvido como apoiante do primeiro.
E embora nem tudo tenha sido exactamente assim pode dizer-se que o livro descreve com bastante rigor muitos dos aspectos daquela que terá sido a mais "cientifica" das disputas pela liderança que alguma vez um partido politico português alguma vez conheceu.
Um livro muito interessante em suma.
E embora não tenha uma visão tão negativa como o Vítor Matos sobre o que é a realidade dos partidos partilho da ideia de que eles (partidos) tem de fazer um sério esforço de reorganização interna, de reforma estatutária de abertura à sociedade.
Porque com esta ou aquela imprecisão, este ou aquele exagero, o livro é um retrato real do que são PSD e PS.
A "critica" de fundo que este livro merece é mesmo só se debruçar sobre PSD e PS podendo fazer crer aos mais distraídos que estes dois partidos são os depositários exclusivos de todos os vícios e todos os males do sistema partidário.
E não são.
Mas pode ser que o Vítor Matos um destes dias decida alargar a investigação a outros partidos e a outras áreas da nossa vida politica.
É homem para isso!
Depois Falamos